sábado, 1 de maio de 2010

Nostalgia pra galera



Em geral, quando a biografia de uma pessoa pública chega às livrarias, seu texto costuma trazer os momentos bons e ruins da vida de maneira extrema a cada capítulo. Talvez pensando assim, Leovegildo Lins da Gama Júnior, ou, simplesmente, Júnior (o Júnior do Flamengo e da Seleção Brasileira), decidiu contar com suas palavras um pouco da sua história.

O livro Minha paixão pelo futebol (111 páginas, Editora Rocco / Selo Gol de Letras, R$ 28,00) é a cara de seu autor. Quem se acostumou com a imagem do jogador e, mais tarde, comentarista esportivo da TV Globo, vê no livro um Júnior fiel ao seu jeito bem-humorado e franco. A cada palavra, ele abre seu coração para contar aos leitores um pouco dos detalhes de sua vida.

Desde a chegada da família Gama ao Rio de Janeiro, passando pelo início de carreira no futebol de areia, a ida para o futebol do Flamengo, até chegar à consagração como um dos maiores ídolos da Gávea, tudo passa pelo gramado da leitura com um mérito de atleta e de escritor. Em nenhum momento, Júnior narra as situações em tom de soberba. Ele expõe os fatos como acha que são, sem se preocupar em ser o proprietário da verdade.

E é fascinante para torcedores (não só do Flamengo, como também de outros clubes) saber um pouco da história do clube rubro-negro ou da Seleção Brasileira, além de ter contato com coisas que não chegavam ao Brasil. Afinal, em época que não existia a Internet e a TV a cabo, a torcida não tinha como acompanhar um jogador em gramados estrangeiros. Assim, muitos brasileiros não puderam ver seu futebol nos clubes italianos Torino e Pescara.

Júnior fala sobre os momentos de alegria e dissabor com a camisa do Brasil, lembra da música Voa, canarinho e, claro, dos momentos de superação vividos com a camisa do Flamengo. Histórias que parecem curtas ao final de 111 páginas, pois o livro dá para ser lido de uma tacada só.

E também dá para notar que, ao contar sua história, Júnior não cai em nenhum momento na tendência de se sentir perseguido (mesmo com motivos que ele mesmo relata) ou culpado (como ele mesmo diz durante o livro). Em Minha paixão pelo futebol, a nostalgia vai para a galera, que, certamente, vai recordar ótimos momentos da história do futebol brasileiro.

Nenhum comentário: