domingo, 31 de outubro de 2010

Mais do que uma plataforma



O Brasil sacramentou hoje a eleição de sua primeira presidenta na história. Em meio a tantos desafios que Dilma Rousseff terá pelos próximos quatro anos, a pasta do esporte vai apresentar uma peculiaridade em sua gestão presidencial.



Durante o período do governo de Luís Inácio Lula da Silva, o Brasil conseguiu se tornar o país-sede da Copa do Mundo de 2014, e trouxe para o Rio de Janeiro o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Estas conquistas foram muito valorizadas politicamente pelo governo na época em que ocorreram, e tiveram destaque nos programas eleitorais veiculados em 2010 pelo Partido dos Trabalhadores.

Pois bem. Dilma Rousseff superou José Serra no segundo turno, e certamente tem méritos para chegar à cadeira presidencial. Entretanto, pouco foi falado sobre os Esportes, que devem ser tratados não como uma questão supérflua, e sim como a possibilidade de integração entre as pessoas.

Além do aspecto social, há também questões como melhorar a estrutura de estádios - alguns deles em futuras cidades-sede da Copa do Mundo - e a violência com a qual convivem esportes como o futebol. Em vez de ficar jogando a culpa para confederações ou restringir a questão a um problema de segurança nacional, que tal tomar alguma medida para garantir o conforto de espectadores?

O esporte não pode ser usado apenas como pretexto para obras faraônicas ou para melhorar uma plataforma de governo. Exemplos como o Estádio Olímpico João Havelange (o Engenhão) - magnífica obra feita para os Jogos Pan-Americanos de 2007 do Rio de Janeiro e que padece com a falta de acesso até ele - não merecem ser repetidos. E, em especial, melhorias não precisam acontecer apenas visando a um grande acontecimento internacional que tenha como cenário o Brasil.



O Partido dos Trabalhadores trouxe para o país dois eventos importantes do esporte mundial. Mas tem de aproveitar seus próximos quatro anos para evidenciar que o Brasil não é só uma pátria à espera de supostos avanços, que possam acontecer com a chegada da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Que venham investimentos e melhorias em todas as áreas esportivas. O Brasil não merece continuar a sofrer com lampejos de amadorismo.

sábado, 30 de outubro de 2010

Jacaré botafoguense



Análise de jogo - Atlético Mineiro 0 x 2 Botafogo (18h30, Arena do Jacaré)

A Arena era do Jacaré, local onde, desde o fechamento do Mineirão para as obras da Copa de 2014, o Atlético Mineiro manda seus jogos. Mas quem deu o bote no estádio foi outro alvinegro - o Botafogo - que segurou o ímpeto e o desespero atleticanos e conseguiu os três pontos no terreiro do Galo.

Ciente de que a vitória se tornava ainda mais importante depois que o Vitória da Bahia venceu o Vasco por 4 a 2 no Barradão e saiu momentaneamente da zona de rebaixamento, o Atlético se lançou à frente, e começou a ameçar o Botafogo logo aos cinco minutos, num chute de Diego Souza de fora da área. A equipe de Joel Santana passou a jogar de maneira fechada, forçando o trio Diego Souza, Obina e Diego Tardelli a ser acionado apenas por meio de cruzamentos. A zaga botafoguense contrastava com o setor ofensivo do time. Isolados por causa da partida apagada do meia Lúcio Flávio, Jobson e Loco Abreu só eram notados quando tentavam correr depois de chutões mandados pelos zagueiros. Diante deste jogo truncado, o primeiro tempo terminou sem gols.

No segundo tempo, as tentativas começaram a chegar de ambos os lados. Mas ainda passaram muito longe, graças à ausência de pontaria, em especial do lado atleticano. A dupla Obina e Diego Tardelli cansou de perder chances claras. Numa delas, Obina, perto da linha da pequena área, isolou a bola diante do goleiro Jefferson. Na outra, Tardelli arriscou de longe da área, e diante do goleiro botafoguense estático, a bola parou no travessão.

Vendo o Botafogo ser pressionado, o técnico Joel Santana fez uma alteração decisiva - o inofensivo Lúcio Flávio saiu para a entrada de Edno. Cinco minutos depois, ele deu o primeiro bote alvinegro. O atacante encontrou Loco Abreu em posição legal no lado direito. O camisa 13 avançou até a área e chutou. Renan Ribeiro espalmou, mas, na volta, Edno colocou a bola no fundo da rede. Botafogo 1 a 0.

Com o placar adverso, Dorival Júnior decidiu tornar o Atlético ainda mais ofensivo. O lateral-direita Rafael Cruz e os meias Renan Oliveira e Diego Souza foram substituídos pelos atacantes Wescley, Ricardo Bueno e Nikão, respectivamente. A equipe mineira continuou a dominar as ações, mas padeceu de um grave erro de equipes desesperadas e cheias de homens de frente. A quantidade do ataque se esvaiu pela falta de habilidade na troca de passes dos jogadores. O time continuava a cair no erro de ficar alçando bola, em busca de um desvio de cabeça.

Mas o Atlético ainda sofreria um último bote. Edno iniciou contra-ataque e lançou na direita Loco Abreu. O uruguaio avançou e chutou na saída de Renan Ribeiro. Botafogo 2 a 0, aos 45 minutos. Os golpes botafoguenses foram incisivos para as pretensões atleticanas no Campeonato Brasileiro. Além da derrota em Minas, tanto o triunfo do Vitória na Bahia quanto a vitória do Avaí sobre o Guarani (por 1 a 0 no Ressacada) fizeram com que o Galo voltasse à zona de rebaixamento, com 34 pontos.

De maneira silenciosa, o Botafogo vai subindo na tabela, graças a botes incisivos como os que aconteceram na Arena do Jacaré. O jacaré botafoguense agora abocanhou a quarta colocação do Brasileirão, com 51 pontos, a três pontos do terceiro lugar, o Corínthians. Certamente, a vitória sobre o Atlético Mineiro dá muito mais apetite à equipe carioca. Afinal, com a incerteza criada pela Conmebol (de que a quarta vaga na competição nacional não leva à Taça Libertadores da América no caso de um time brasileiro ser campeão da Copa Sul-Americana), o risco de acabar o ano de maneira indigesta ficou ainda maior.

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ATLÉTICO MINEIRO 0 x 2 BOTAFOGO

Estádio: Arena do Jacaré (Sete Lagoas / MG)

Público: 17.012 pagantes. / Renda: R$ 92.780,00.

Árbitro: Evandro Rogério Roman (Fifa/PR) / Auxiliares: Roberto Braatz (Fifa-PR) e Gilson Bento Coutinho (PR).

Cartões amarelos: Diego Tardelli, Serginho (Atlético Mineiro) e Alessandro (Botafogo).

Gols: Edno, aos 30 minutos, e Loco Abreu, aos 45 minutos do segundo tempo.

ATLÉTICO MINEIRO - Renan Ribeiro, Rafael Cruz (Wescley, 33'/2ºT), Réver, Lima e Leandro; Alê, Serginho, Renan Oliveira (Ricardo Bueno, 40'/2ºT) e Diego Souza (Nikão, 36'/2ºT); Diego Tardelli e Obina. Técnico: Dorival Júnior.

BOTAFOGO - Jefferson, Danny Morais, Leandro Guerreiro e Márcio Rosário; Alessandro, Marcelo Mattos, Fahel, Lucio Flavio (Edno, 25'/2ºT) e Somália; Jobson (Caio, 38'/2ºT) e Loco Abreu. Técnico: Joel Santana.

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O tempo o placar... escolhe o que houve de melhor e de pior na rodada.

O CHUTAÇO

Depois de muitas rodadas padecendo, o FLUMINENSE finalmente fez uma partida digna de quem disputa título. Na vitória sobre o Grêmio, quinta no Engenhão, o time mostrou sangue frio para segurar a arrancada da equipe gaúcha.

A FURADA

A furada da rodada vai para PAULO CÉSAR GUSMÃO, que escalou Fernando Prass mesmo depois de o goleiro vascaíno ter passado mal na noite anterior, e arriscou colocar como titular o zagueiro Jadson Vieira, atleta que demorou meses até mesmo para ser relacionado no banco de reservas. A derrota por 4 a 2 para o Vitória da Bahia teve responsabilidade do treinador sim.

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RODADA 32

Quarta-feira

22h

Flamengo 1 x 1 Corínthians (Engenhão)

Quinta-feira

21h

Fluminense 2 x 0 Grêmio (Engenhão)
Atlético Goianiense 1 x 1 Ceará (Serra Dourada)
São Paulo 2 x 1 Atlético Paranaense (Arena Barueri)

Sábado

16h

Vitória da Bahia 4 x 2 Vasco (Barradão)
Internacional 1 x 1 Santos (Beira-Rio)

18h30


Atlético Mineiro 0 x 2 Botafogo (Arena do Jacaré)
Grêmio Prudente 0 x 2 Cruzeiro (Prudentão)
Palmeiras 3 x 2 Goiás (Arena Barueri)
Avaí 1 x 0 Guarani (Ressacada)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

QUATRO LINHAS, 90 minutos de DEBATEBOLA rolando!




Pontapé inicial!

Uma satisfação trazer para vocês mais uma edição do DEBATEBOLA QUATRO LINHAS. Hoje atacando em várias frentes na Internet, com tudo o que rola no futebol do Brasil e do mundo. Entram em campo:

CONVOCAÇÃO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- O empate do Flamengo
- A vitória que levou o Fluminense à liderança
- A expectativa dos jogos do Botafogo e do Vasco

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

AS FASES DECISIVAS DAS SÉRIES C E D

COPA SUL-AMERICANA


... E OS INDICADOS PARA O PRÊMIO DE MELHOR DO MUNDO DA FIFA

Com o trio de ouro FERNANDO DINIZ, PEDRO MARQUES E VINÍCIUS FAUSTINI.

É só dar o PLAY que a comunicação está no ar!



Duração: aproximadamente 90 minutos.

Faça seu download do programa, e ouça em seu PC, CELULAR, IPHONE e IPOD, no link:

http://bit.ly/bt4ppi

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A hora das estrelas


Análise de jogo - Flamengo 1 x 1 Corínthians (22h, Engenhão)

Se era para ser o encontro das duas maiores torcidas do país, Flamengo e Corínthians foi decepcionante. Prejudicada pela data, pelo horário (22h de uma quarta-feira) e pelos percalços que os torcedores passam para chegar ao Engenhão, a partida levou somente 10.272 espectadores. Entretanto, não houve decepção suficiente para que o duelo entre flamenguistas e corintianos apresentassem ao menos dois momentos de estrelas - uma para cada lado.

Vanderlei Luxemburgo voltava a apostar em sua própria estrela (decisiva para que o Flamengo não tenha sofrido derrotas nos quatro jogos anteriores), arriscando uma formação com três atacantes. Diogo e Diego Maurício apareciam pelas pontas, enquanto Deivid ficava entre os zagueiros do Corínthians. Só que o restante do rubro-negro não soube se adaptar ao 4-3-3, e o time ficou exposto no campo, principalmente devido aos seus constantes erros de passes.

Enquanto isto, a equipe corintiana estava bem armada taticamente, e superava o adversário graças à qualidade que seu meio-de-campo apresentou. Com Bruno César criando jogadas e Iarley atuando mais recuado, o Corínthians compensava até mesmo a deficiência de seu lado direito com o lateral Alessandro. Assim, surgiram boas oportunidades, como uma cobrança de falta de Roberto Carlos e um chute de Ralf defendido por Marcelo Lomba.

Mesmo com tanta superioridade, ainda faltava ao Corínthians algum lampejo de um de seus jogadores. Mas, aos 30 minutos, chegou o momento de brilhar a estrela do lado corintiano. Bruno César lançou para a área, e, livre diante do goleiro, surgiu Ronaldo. Sem marcação - pois a zaga optara por fazer uma linha de impedimento, sem sucesso - o camisa 9 recebeu a bola e chutou na saída de Marcelo Lomba. 1 a 0 Corínthians.

Os últimos 15 minutos finais trouxeram um contraste ainda maior. O Flamengo permanecia perdido no meio-de-campo, e a quantidade de atacantes era inútil aos olhos dos torcedores. O Corínthians continuava com seu esquema, com um pouco mais de cautela do que na meia hora inicial, e parecia soberano em campo. A vantagem parecia suficiente quando o primeiro tempo acabou.

No entanto, o time corintiano não contava que o gol de Ronaldo fosse ofuscado de maneira tão fulminante pela estrela flamenguista. No intervalo, Luxemburgo abandonou a ideia de ter um trio de ataque. O centroavante Deivid foi substituído pelo meia Marquinhos. Substituição que num primeiro momento pareceu equivocada, afinal, nem Diego Maurício nem Diogo costumam jogar dentro da área. O Flamengo ficaria sem um "matador" nato.

Mas nem todas estas adversidades foram suficientes para superar a estrela de Vanderlei Luxemburgo. Aos dois minutos, Marquinhos cobrou escanteio na esquerda. Renato Abreu, de cabeça, conseguiu desviar para o meio da área, local onde estava Diogo. 12 jogos depois de ter estreado com a camisa rubro-negra, o jogador fez seu primeiro gol, empatando a partida em 1 a 1.

Em apenas um lance, o Corínthians de Tite, que se mostrava tão bem organizado, revelou-se frágil. O time se perdeu completamente, começou a errar muitos passes e a abrir espaço para jogadas ofensivas do rubro-negro - que vinham com mais perigo nas costas de Alessandro. À exceção de uma cobrança de falta de Bruno César que parou no travessão de Marcelo Lomba, o Flamengo dominava a partida.

A estrela de Luxemburgo ainda não havia se apagado, e isto foi comprovado por outras duas ações dele no jogo. Ao ver a péssima partida que Williams fazia, o técnico optou por substituí-lo por Corrêa. Vendo que Diogo parecia desgastado, decidiu trocá-lo por Val Baiano, fazendo com que o time voltasse a ter um centroavante fixo.

Logo depois, Tite tentou conseguir o mesmo êxito. Mas as duas substituições que fez foram questionáveis. Aos 29 minutos, o Corínthians perdeu seu meia de ligação, Bruno César, e o atacante Iarley. Em seus lugares entraram, respectivamente, o volante Paulinho e o meia Danilo. A equipe ficaria com características defensivas, mas, graças a esta nova formação, acabou conseguindo forçar o Flamengo ao erro e ter uma chance com Danilo rechaçada por Wellinton.

A três minutos do final, o duelo de estrelas parecia próximo de um desempate. O atacante Ronaldo deu uma arrancada, passou por Ronaldo Angelim e, marcado por Maldonado, se preparava para tentar vencer Marcelo Lomba. Mas sua estrela já estava cadente, e a jogada terminou com um tropeço no gramado.

Talvez tenha sido melhor assim. Nem Ronaldo nem Vanderlei Luxemburgo mereciam sair com uma derrota no placar final do Engenhão. O camisa 9 corintiano conseguiu responder a novas hostilidades da torcida flamenguista com um gol bonito, enquanto o treinador rubro-negro mais uma vez foi decisivo em suas ações para evitar que a equipe saísse de campo derrotada.

Com o ponto conquistado, o Flamengo permanece em décimo-terceiro lugar, com 39 pontos, na zona de classificação da Copa Sul-Americana. Mas, com os dois pontos desperdiçados no Engenhão, o time carioca está a cinco pontos do Vitória da Bahia, primeiro da zona de rebaixamento. Segundo os matemáticos, uma equipe se livra completamente da queda para a Segunda Divisão se acumular 45 pontos. O rubro-negro está a duas vitórias desta pontuação, só que tem a seu favor a tabela da competição - ainda faltam três jogos como mandante, contra Atlético Paranaense, Guarani e Cruzeiro. Dentro do Engenhão (definido como sua "nova casa" por causa do fechamento do Maracanã), já é possível evitar correr riscos.

O Corínthians passa pelo menos uma noite na vice-liderança do Campeonato Brasileiro - está com os mesmos 54 pontos de Fluminense e Cruzeiro, mas perde para os tricolores no saldo de gols. Entretanto, nesta quinta-feira a equipe corintiana já pode voltar novamente ao terceiro lugar. Bastam um empate do Fluminense com o Grêmio, também no Engenhão, e do Grêmio Prudente com o Cruzeiro, no Prudentão, para que o ponto conquistado com o Flamengo tenha sido em vão. Os corintianos terminam a rodada com uma certeza: não basta ter um Ronaldo em campo. Sua equipe precisa parar de oscilar em campo para se tornar a estrela do Campeonato Brasileiro de 2010.

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FLAMENGO 1 x 1 CORÍNTHIANS

Estádio: Engenhão (Rio de Janeiro / RJ).

Público: 9.792 pagantes (10.272 presentes) / Renda: R$ 273.210,00.

Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF) / Auxiliares: Autemir Hausmann (RS) e Roberto Braatz (PR).

Gols: Ronaldo, aos 30 minutos do primeiro tempo, e Diogo, aos dois minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Maldonado (Flamengo) e Ralf (Corínthians).

FLAMENGO - Marcelo Lomba, Léo Moura, Ronaldo Angelim, Wellinton e Juan; Maldonado, Willians (Corrêa, 16'/2ºT) e Renato Abreu; Diogo (Val Baiano, 27'/2ºT), Diego Maurício e Deivid (Marquinhos, intervalo). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

CORÍNTHIANS - Júlio César, Alessandro, William, Chicão e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Elias (Defederico, 42'/2ºT) e Bruno César (Paulinho, 29'/2ºT); Iarley (Danilo, 29'/2ºT) e Ronaldo. Técnico: Tite.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Rótulo para ser rechaçado



Mais do que contribuir diretamente para sua equipe deixar de ganhar três pontos no confronto com o Flamengo no clássico regional, o zagueiro vascaíno Dedé mostrou no dia seguinte à partida o comportamento de um jogador que tem receio de ser rotulado. Após a jogada ríspida com o rubro-negro Williams, que fez com que o Vasco tivesse um a menos a partir dos 20 minutos do segundo tempo do confronto no Engenhão, Dedé foi a público para pedir desculpas ao companheiro de profissão e disse que não teve maldade no lance.

Não se trata apenas do sentimento de culpa pela maneira forte como entrou na dividida que gerou sua expulsão no empate em 1 a 1 entre Vasco e Flamengo. O que fica em evidência é o receio de Dedé voltar a ter um rótulo negativo associado à sua imagem.

Quando chegou no Vasco em 2009, ele era considerado um zagueiro tão estabanado e violento quanto seu ex-companheiro de Volta Redonda, o experiente Júnior Baiano. O rótulo ficou ainda mais evidente por um incidente: durante um treino, ele deu uma entrada mais forte que tirou de combate o meia Carlos Alberto por algum tempo.

Mas, com a chegada de Paulo César Gusmão ao comando do time, Dedé conseguiu achar seu bom momento. De jogador que não inspirava confiança, ele se tornou exemplo de raça, de luta, e se revelou bastante eficaz no combate aos adversários - quase sempre na bola. Ao ponto de muitas vezes ter seu nome gritado pela torcida vascaína.

Depois de tantas partidas demonstrando evolução no seu futebol, agora Dedé se vê diante de um outro problema para combater. O de lidar com o repúdio a uma jogada que gerou cartão vermelho numa partida entre Vasco e Flamengo. Adversário difícil, e que só será rechaçado se ele se apresentar bem nas últimas partidas que tiver pelo Campeonato Brasileiro de 2010.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Retrato de um Brasil inofensivo



Os representantes brasileiros na lista de 23 candidatos ao título de melhor jogador do mundo deste ano confirmam o momento atípico que o futebol brasileiro viveu este ano. No concurso da Bola de Ouro entregue pela FIFA, o Brasil apresentou jogadores com características mais ofensivas - como os vencedores Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Mas em 2010 o país não trouxe nenhum homem de frente para esta premiação.

Os brasileiros da lista da FIFA são o goleiro Júlio César, da Internazionale de Milão, e os laterais Maicon, também da Inter, e Daniel Alves, do Barcelona. Afinal, na Copa do Mundo, o futebol só parecia ser convincente quando precisava não tomar gols. Em vez de um homem-gol, o Brasil traz o último homem capaz de evitar um gol do adversário. O goleiro Júlio César agora vê sacramentada uma certeza que corre o mundo - de que é um dos melhores do mundo na posição.

Com um futebol sem criatividade, congestionado de volantes e trazendo como meia de características ofensivas um Kaká que vinha de contusão, foram premiados os jogadores que se desdobraram defensivamente e ainda tiveram de fazer o papel ofensivo. Maicon tornou-se uma grande opção de ataque, e Daniel Alves foi deslocado para o meio-de-campo, num improviso mal-sucedido.

Diante deste contexto, como enxergar qualidade na parte ofensiva do Brasil? Em especial porque Robinho e Luís Fabiano pouco podiam fazer isolados na frente. Só restava esperar um erro do adversário para conseguir uma oportunidade de gol.

De qualquer forma, é muito bom para o futebol brasileiro ver seu talento reconhecido também no setor defensivo. Júlio César, Maicon e Daniel Alves são dignos da indicação da FIFA. Mas a ausência de um homem de frente na indicação à Bola de Ouro mostra a imagem que fica do Brasil em 2010: um time inofensivo, meramente retranqueiro. Bem distante do que o torcedor imagina para a Seleção Brasileira.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Da intermediária da Internet, o QUATRO LINHAS ataca com mais um DEBATEBOLA!




Satisfação!

Essa bola que não para... É o DEBATEBOLA QUATRO LINHAS partindo pra frente pra você gostar do jogo e chegar na nossa área, com toda a bola que rola no futebol do Brasil e do mundo. E hoje:

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- A vitória do Botafogo
- O empate do Fluminense
- O 1 a 1 entre Vasco e Flamengo

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

A FASE FINAL DAS SÉRIES C E D

FUTEBOL INTERNACIONAL

- Campeonato Espanhol
- Campeonato Italiano
- Campeonato Inglês

... e sua participação, amigo internauta!


Na distribuição de jogadas, FLÁVIO DE SÁ. Nas alas, GUSTAVO SANTOS e VINÍCIUS FAUSTINI. E no centro da área, FERNANDO DINIZ.

É só dar o PLAY, que a comunicação está no ar. Hoje em duas partes:

PARTE 1 (53 minutos)



PARTE 2 (60 minutos)



Duração: 113 minutos.

Para ouvir em seu CELULAR, IPHONE, IPOD ou COMPUTADOR, faça o download:

PARTE 1 - http://bit.ly/bpfbe2

PARTE 2 - http://bit.ly/bDLjh8

domingo, 24 de outubro de 2010

Insucesso de crítica e público



Análise de jogo - Vasco 1 x 1 Flamengo (Engenhão, 18h30).

O primeiro confronto entre Vasco e Flamengo na história do Engenhão foi cercado de tramas rocambolescas, dignas dos roteiros imprevisíveis que cercam o Clássico dos Milhões. Mas nem mesmo nas linhas tortas apresentadas por vascaínos e flamenguistas, o desfecho do confronto foi diferente do desempenho de ambas as equipes no Campeonato Brasileiro de 2010.

A trama começou com a boa iniciativa de jogadas ofensivas do Vasco. Embora Felipe fizesse partida razoável e Zé Roberto estivesse baqueado por causa de uma contusão no tornozelo durante um treino no dia anterior, a equipe vascaína não se deixou abater. Através das arrancadas do lateral-direita Fagner e do atacante Éder Luís, o time chegava com perigo à área adversária, fazendo com que os zagueiros David Braz e Welinton se desdobrassem na marcação. Entretanto, o fato de Nunes estar em campo pouco fazia diferença a este panorama do jogo. Brigando com a bola, o camisa 9 não permitia que o time vascaíno saísse de seu script na trajetória do Campeonato Brasileiro.

Do outro lado, o Flamengo se defendia como podia, mas sofria com os erros de passes em seu meio-de-campo. Muitos erros proporcionados por Kléberson, que acabava com jogadas de contra-ataque toda vez que a bola passava por seus pés. O rubro-negro demorou a encontrar um bom momento ofensivo. Mas quando conseguiu, veio de maneira extremamente incisiva. Após um lançamento de Deivid, a zaga vascaína falhou, Léo Moura conseguiu driblar Fernando Prass (que saíra atabalhoado do gol) e cruzou para a área. Kléberson cabeceou, mas o lateral-esquerda Diogo tirou em cima da linha.

E quando os erros pareciam ter ficado restritos aos primeiros minutos, o rubro-negro viu surgirem falhas em sequência nos seus setores. E em um lance só. Primeiro, erro de Maldonado, que permitiu roubada de bola de Nunes. Depois, Renato Abreu deixou que Zé Roberto corresse e conseguisse chegar à linha de fundo para cruzar na área. Quando tudo parecia salvo com uma rechaçada providencial de Welinton, no meio do caminho havia um Juan. A bola tocou no lateral-esquerda, passou por Marcelo Lomba e foi parar no travessão. E eis que, de maneira surpreendente, o zagueiro Cesinha surgiu para, com um voleio, colocar a bola no fundo da rede. 1 a 0 Vasco, aos 27 minutos.

O ímpeto vascaíno prosseguiu nos minutos seguintes da primeira etapa. Beneficiado pela dispersão de um Flamengo afoito, o Vasco tinha boas oportunidades de se lançar ao ataque, mas seus lances de velocidade se transformavam em erros causados por ansiedade. Tanto que a única oportunidade clara de ampliar a vantagem veio numa cobrança de falta de Dedé, que Marcelo Lomba defendeu com dificuldade. A última chance de empate do rubro-negro também foi conseguida após um lance de bola parada. Num cruzamento na área, Deivid cabeceou, para defesa segura de Fernando Prass.

Vanderlei Luxemburgo não quis esperar o momento mais crítico da partida para começar a querer mudar a história contada no Engenhão. Na volta para o segundo tempo, ele sacou o inoperante Kléberson e colocou para jogar Petkovic, com grandes esperanças nos passes e, em especial, nas jogadas de bola parada. Só que o Flamengo prosseguiu numa mesmice, que somente não teve graves efeitos colaterais graças ao roteiro modorrento no qual o Vasco de Paulo César Gusmão se entrega quando está em vantagem.

Os vascaínos se postaram na defesa, e permitiram que o time flamenguista tomasse conta do campo. Luxemburgo arriscou duas cartadas de uma vez logo em seguida - a manobra arriscada de trocar Juan por Marquinhos (fazendo com que o reserva e Renato Abreu, ambos originalmente meio-campistas, se revezassem na lateral-esquerda) e a saída de Deivid para colocar o atacante Diogo. Mas, do lado do Vasco é que veio a possibilidade de alteração da trama mostrada no Engenhão. Numa bola dividida entre o zagueiro vascaíno Dedé e o volante flamenguista Williams, o árbitro Gutemberg de Paula Fonseca interpretou como jogada violenta, e expulsou o jogador do Vasco.

A instabilidade emocional passou a pairar no lado do Vasco, e esta mudança de panorama acentuou o desejo de manter o resultado a qualquer custo. O próximo passo de Paulo César Gusmão foi tirar Zé Roberto para colocar o zagueiro Jadson Vieira. Éder Luís se tornou o único homem que a se apresentar para alguma jogada de contra-ataque, e a equipe ficou restrita a atuar de maneira defensiva.

Aos poucos, o Flamengo foi se acertando, e teve boa oportunidade na sua esquerda, quando Diego Maurício entrou na área e chutou para defesa de Fernando Prass. Como resposta, uma nova artimanha defensiva do Vasco - sacar Felipe, único meia capaz de jogadas ofensivas, e promover a entrada de Fellipe Bastos.

Ainda faltava a presença em cena da estrela de Vanderlei Luxemburgo. Jogador que entrara em campo poucos minutos antes, Marquinhos compensou todos os deslizes do companheiro que substituíra (o lateral Juan). Da esquerda, o meia lançou para a área, e a bola chegou a tempo de Renato Abreu desviar, de cabeça, sem chances para o goleiro Fernando Prass. 1 a 1, aos 35 minutos.

Os últimos minutos foram dignos da tensão que move um duelo entre Vasco e Flamengo. Os dois mediam forças arduamente, cada um à sua maneira. O rubro-negro penava para conseguir uma boa troca de passes, e teve a última oportunidade da partida, quando o chute de Diego Maurício parou nas mãos de Fernando Prass. A equipe vascaína aguentava a pressão de duelar com seu tradicional adversário tendo um homem a menos, e se esforçava para não tomar gols (nos últimos minutos, PC Gusmão ainda tirou o atacante Nunes e lançou o volante Renato Augusto na partida).

Os dois batalhavam, na busca incessante de fazer com que seus erros ficassem para trás e que viesse a vitória da redenção. Entretanto, por mais que o futebol seja um esporte imprevisível, a certeza de que "a bola pune" paira nos gramados.

Apesar do bom primeiro tempo e de mostrar surpreendente maturidade para uma equipe tão jovem, o Vasco se perdeu na insistência de garantir o resultado, e recebeu como castigo sair de campo pela décima-quinta vez no Campeonato Brasileiro com um empate. A cada rodada, fica o dissabor de que a equipe podia ter ido mais longe na competição, se não ficasse refém da insegurança de achar que é incapaz de conquistar elásticas vitórias.

Novamente, o Flamengo apresentou nuances de displicência na partida (em especial no primeiro tempo) e conviveu com um placar adverso durante boa parte do jogo. O empate pode ter parecido bom negócio, por ter vindo nos últimos minutos e pela postura ofensiva à qual se entregou. Mas é preocupante ver uma equipe incapaz de conseguir uma virada mesmo tendo um homem a mais desde os 20 minutos do segundo tempo. Em boa parte dos seus 14 empates no Campeonato Brasileiro, a torcida rubro-negra sussurrou um "menos mal" depois de tudo que foi apresentado no gramado.

O Engenhão foi palco de 90 minutos cercados de altos e baixos, de bons e maus momentos. Mas, depois de tanto suspense, Vasco e Flamengo tiveram um desfecho previsível, tão mediano quanto suas respectivas colocações na classificação do Brasileirão. Os vascaínos caíram para o décimo-segundo lugar, com 42 pontos, e os flamenguistas estão em décimo-terceiro, com 38 pontos. Os dois ainda vão se contentar com o meio da tabela, e com o fato de que apenas 26 mil pessoas assistiram a este último embate em 2010. Postura lamentável para tradicionalíssimas equipes do Rio de Janeiro, outrora protagonistas de grandes confrontos e que agora são coadjuvantes relegadas ao insucesso de crítica e público.

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VASCO 1 x 1 FLAMENGO

Estádio: Engenhão (Rio de Janeiro / RJ).

Público: 21.519 pagantes (26.006 presentes) / Renda: R$ 575.820,00.

Árbitro: Gutemberg de Paula Fonseca / Auxiliares: Ediney Guerreiro Mascarenhas (RJ) e Luiz A. Muniz de Oliveira (RJ).

Gols: Cesinha, aos 27 minutos do primeiro tempo. Renato Abreu, aos 35 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Felipe, Éder Luís (Vasco) e Marquinhos (Flamengo).

Expulsão: Dedé (Vasco).

VASCO: Fernando Prass, Fagner, Cesinha, Dedé e Diogo; Rafael Carioca, Rômulo e Felipe (Felipe Bastos - 28'/2ºT); Zé Roberto (Jadson Vieira 23'/2ºT), Éder Luis e Nunes(Renato Augusto 48'/2ºT). Técnico: Paulo César Gusmão

FLAMENGO: Marcelo Lomba, Léo Moura, Welinton, David e Juan (Marquinhos - 16'/2ºT); Maldonado, Willians, Kléberson (Petkovic - intervalo) e Renato Abreu; Diego Maurício e Deivid (Diogo - 16'/2ºT). Técnico: Vanderlei Luxemburgo

Grandes esperanças



O clássico de Minas Gerais traz um confronto de grandes esperanças. O Cruzeiro vive a expectativa de, por mais uma rodada, conseguir consolidar sua liderança no Campeonato Brasileiro, enquanto o Atlético, beneficiado pela derrota do Vitória da Bahia para o Botafogo, se vê a três pontos de sair da zona de rebaixamento.

E os dois mineiros têm bons motivos para continuar com seus sonhos na competição. A equipe cruzeirense vem apresentando uma boa sequência de jogos, capaz até mesmo de amenizar a derrota para o Grêmio na rodada anterior. O investimento para trazer o argentino Montillo é recompensado com grandes jogadas de habilidade, aliadas a uma objetividade impressionante. O elenco cruzeirense também apresenta jogadores de destaque, alguns deles (como o goleiro Fábio) dignos de uma convocação para a Seleção Brasileira.

Passada a frustração sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o Atlético Mineiro aos poucos foi obtendo resultados expressivos, capazes de comprovar que o talento de Dorival Júnior pode superar até mesmo adversidades que não encontrou nos trabalhos bem-sucedidos pelo Vasco e pelo Santos. O cenário atleticano era de uma equipe devastada por uma série de derrotas negativas, e que não conseguia força suficiente para achar o caminho das vitórias, mesmo com um bom elenco e um treinador conceituado. Entretanto, com a nova maneira como a equipe está jogando, o duelo de Minas se torna bem mais imprevisível aos olhos dos torcedores.

Resta saber qual das duas equipes prosseguirá com motivos para esperar dias melhores no Campeonato Brasileiro. A rivalidade mineira hoje passa pelo desafio de, através de um duelo regional, encontrar mais forças para superar as adversidades que virão na competição nacional.

sábado, 23 de outubro de 2010

70 anos em quatro letras




Passaram 70 anos, e do despertar de Três Corações

Entrou em campo aquele menino capaz de encantar multidões

Literatura nenhuma descreveu até hoje tantos gols bonitos

És sonho, és gol, és vitória, és glória, és soco no ar, és quatro letras e tantos tratos à bola que jamais em poemas serão reescritos

Muito obrigado, Pelé!

Vinícius Faustini

MILÉSIMO GOL DE PELÉ - Vasco 1 x 2 Santos, 1969



GOL DE PELÉ - Brasil 5 x 2 Suécia, 1958



O GOL QUE PELÉ NÃO FEZ - Brasil 3 x 1 Uruguai, 1970

Por uma desigualdade



Quando Grêmio e Internacional se encontraram no primeiro turno do Campeonato Brasileiro, as duas equipes passavam por extremos na competição. Enquanto o Internacional vivia a empolgação da trajetória na Taça Libertadores da América e se dava ao luxo de poupar titulares, o Grêmio convivia com a zona de rebaixamento e tentava achar um rumo para a equipe que se perdeu com a eliminação para o Santos na Copa do Brasil.

Após o empate sem gols no Beira-Rio, o Inter chegou ao título sul-americano, continuou entre as primeiras colocações do Campeonato Brasileiro, mas agora vive um período de futebol oscilante na competição. O time vem de uma partida decepcionante contra o Flamengo no Engenhão - tanto pelo resultado, uma derrota por 3 a 0,, quanto pelo desempenho dos jogadores no gramado - e isto acabou fazendo com que o resultado do Gre-Nal seja fundamental para a expectativa em torno do colorado. Tanto na busca pelo título brasileiro, frase que ainda é palavra de ordem no Internacional, quanto na expectativa pelo Mundial de Clubes, no fim do ano em Abu Dhabi.

Desde que Renato Gaúcho assumiu o comando do Grêmio, o tricolor gaúcho conseguiu uma excelente arrancada (em um dos melhores desempenhos do segundo turno) e agora almeja uma vaga na Taça Libertadores da América de 2011. E o desafio do Gre-Nal fica ainda mais irresistível porque, no momento, os gremistas estão a um ponto dos colorados na classificação do Brasileirão. Deixar o Inter para trás e ficar mais perto do G-4 - que pode virar G-6 e até G-3 de acordo com as artimanhas da Conmebol - fazem com que a luta pela superioridade seja eletrizante amanhã no Olímpico.

A dupla Gre-Nal chega ao seu segundo confronto no Campeonato Brasileiro num equilíbrio bem maior do que no empate em 0 a 0 da décima-segunda rodada. Resta saber se os 90 minutos do Olímpico serão suficientes para mostrar uma pequena desigualdade entre os dois grandes do Rio Grande do Sul.

Regionalismo em caráter nacional



Nos dias que antecedem um grande clássico regional, a rivalidade costuma ficar alheia ao contexto da competição que está em jogo durante os 90 minutos. Entretanto, o confronto entre Corínthians e Palmeiras amanhã é uma exceção a este panorama. A partida decidirá qual o perfil cada equipe encontrará nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro.

Outrora líder do campeonato, o Corínthians vem passando por uma sequência negativa de jogos, e corre o risco de terminar a rodada fora do G-4 do Brasileirão. O triunfo sobre os palmeirenses não serve apenas para mostrar a supremacia atual no clássico. Os três pontos significam a oportunidade de chegar à vice-liderança (dependendo do desempenho do Fluminense na partida da Arena da Baixada, contra o Atlético Paranaense) e uma melhora na autoestima corintiana, tão combalida diante dos maus resultados. Além de "vingar" o resultado do primeiro turno (empate em 1 a 1 no Pacaembu), que fez o Timão perder a liderança para o Fluminense.

Enquanto o rival tenta evitar uma queda, o Palmeiras busca fôlego para conseguir uma ascensão suficiente para manter a possibilidade de chegar ao G-4. Um resultado positivo diante do Corínthians pode comprovar que, apesar do elenco limitado que hoje representa o time palmeirense, a equipe tem raça digna de ficar nas primeiras colocações do Campeonato Brasileiro.

Em vez do "capítulo à parte" que é evidenciado nos duelos regionais do Brasileirão, Corínthians e Palmeiras querem fazer da soberania no "derby" paulistano um argumento suficiente para bons resultados na competição nacional. E São Paulo será apenas uma das paradas nesta estrada do Campeonato Brasileiro.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

DEBATEBOLA QUATRO LINHAS, do tamanho do Brasil!




Satisfação!


A bola não para, e hoje o DEBATEBOLA QUATRO LINHAS apresenta uma grande extensão territorial, contando sobre tudo o que rola no futebol do Brasil e do mundo. Em pauta:

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- A volta do G-4
- As perspectivas para os jogos de Fluminense e de Botafogo
- A expectativa para o primeiro Vasco e Flamengo no Engenhão
- A rodada de clássicos

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

GIRO RÁPIDO PELAS SÉRIES C E D

FUTEBOL INTERNACIONAL

- Copa Sul-Americana
- Liga dos Campeões


... e a grande participação dos ouvintes internautas, que fazem nosso programa ser do tamanho do Brasil!

Na intensa troca de passes entre FERNANDO DINIZ e VINÍCIUS FAUSTINI.

É só dar o PLAY que a comunicação está no ar!

RÁDIO QUATRO LINHAS, UMA TEMPORADA DE BOLA ROLANDO!



Duração: 128 minutos.

Disponível para download. Ouça no seu PC, CELULAR, IPHONE ou IPOD, baixando no link:

http://bit.ly/carVxO

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Castigado por um título



Um ano atrás, ele convivia com a responsabilidade de ser o treinador efetivado do Flamengo, clube de maior torcida do país, e contribuía para um time desacreditado se transformar na equipe campeã brasileira de 2009 (conquista que não chegava à Gávea desde 1992). Mesmo que Andrade tenha cometido deslizes no comando do rubro-negro no ano de 2010, não é justo hoje ele estar relegado ao Brasiliense, time que está na zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro.

A conquista do ano passado parece ter sido prejudicial para a carreira de Andrade. A identificação dele com o Flamengo ficou ainda maior, a ponto de fechar as portas de outros clubes de Série A para o treinador. A associação dele à imagem do rubro-negro carioca fez com que achassem que Andrade dá certo no clube porque vive o ambiente dele há anos.

Apenas na Segunda Divisão é que Andrade encontrou um espaço para trabalhar. No entanto, um péssimo espaço. O Brasiliense, que vinha mal das pernas na competição, não conseguiu encontrar um caminho melhor. A vitória de ontem, por 1 a 0 sobre o Ipatinga na Boca do Jacaré, foi a primeira do time sob o comando de Andrade. Antes disto, o treinador colecionou um empate e cinco derrotas. Sequência digna de alguns detratores declararem que o título com o Flamengo foi apenas uma sorte de principiante.

Provavelmente, Andrade tenha sido superestimado demais após o Brasileiro de 2009, a ponto do Brasiliense acreditar que ele pudesse fazer muito por uma equipe cercada de jogadores limitados. No entanto, os dirigentes do clube de Brasília esqueceram que, antes de ser efetivado como técnico, Andrade passou alguns anos na função de auxiliar. Ele já sabia como conviver com o elenco que o Flamengo tinha, e, principalmente, tinha total apoio da diretoria.

No Brasiliense, ele pegou um elenco bastante desmotivado com a má campanha que a equipe tinha na Série B. Além disto, não há no plantel um Petkovic, um Adriano, ou alguns jogadores que estejam em boa fase, como foi o volante Aírton em 2009. No time de Taguatinga, os destaques são atletas de qualidade razoável em fim de carreira.

Num contexto cercado de adversidades, Andrade parece cada vez mais próximo da falta de reconhecimento. A iminência de queda do Brasiliense para a Terceira Divisão do futebol nacional vai condenar todos os méritos do técnico a um mero acaso de Campeonato Brasileiro. Destino lastimável, em especial num cenário no qual alguns treinadores de qualidade duvidosa vêm sendo tão superestimados.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O segundo raio?



No ano passado, o Fluminense chegou à reta final do Campeonato Brasileiro nas últimas colocações, com mais de 90% de probabilidade de cair para a Série B em 2010. Entretanto, numa arrancada sensacional, conseguiu se manter na Série A do Campeonato Brasileiro. Sem dúvida, graças à campanha que o tricolor das Laranjeiras fez na Copa Sul-Americana - competição na qual chegou à final, quando foi derrotada pela equipe equatoriana da LDU.

Na Sul-Americana deste ano, três dos quatro clubes brasileiros estão na zona de rebaixamento - Avaí, Atlético Mineiro e Goiás. E o esmeraldino goiano conseguiu ser uma grata surpresa em sua primeira disputa internacional no torneio. Após vencer por 1 a 0 no Serra Dourada, a derrota por 3 a 2 para o Peñarol no território uruguaio levou o time à fase seguinte, na qual vai jogar contra o vencedor de Avaí e Emelec, do Equador (a segunda partida será realizada amanhã).

A equipe goiana vem oscilando no Brasileirão, e mesmo nas partidas em que sai derrotada, demonstra bastante raça e disposição. Mesmo contexto do Fluminense em 2009. É bem verdade que, enquanto o tricolor carioca tinha nomes como Conca e Fred, hoje o Goiás tem jogadores de qualidade inferior a esta dupla, como Bernardo e Felipe. No entanto, com os resultados aparecendo na Copa Sul-Americana, certamente os jogadores ficarão mais estimulados para a reta final do Campeonato Brasileiro.

No novo contexto da competição nacional - em que a quarta vaga pode ser cedida ao vencedor da Sul-Americana - o torneio da América do Sul corre o risco de ganhar uma dimensão mais atípica aos olhos da lógica do futebol. Um frequentador constante do Z-4 corre o risco de desbancar uma das melhores equipes do Campeonato Brasileiro. Pelo visto, o futebol brasileiro vai ficar muito atento à possibilidade de tempestades em ambas as competições. Para que a chance de cair um segundo raio na Copa Sul-Americana e no Campeonato Brasileiro seja afastada de vez.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Nada será como antes



A excelente iniciativa de valorizar a Copa Sul-Americana, concedendo uma vaga na Taça Libertadores da América ao campeão do outro torneio entre clubes da América do Sul, degringolou para uma polêmica sem fim. Com a nova determinação da Conmebol, times brasileiros terão de torcer por um insucesso de seu compatriota na Sul-Americana.

A Confederação Brasileira de Futebol conseguiu reverter a ideia original da entidade sul-americana - de que a quarta vaga no Campeonato Brasileiro ficaria de fora, porque o campeão da Taça Libertadores da América de 2010 é brasileiro (o Internacional). No entanto, a volta do G-4 só ficará sacramentada se o Brasil não tiver um vencedor na Copa Sul-Americana.

O time que estiver em quarto lugar no Brasileirão ainda precisará de alguns dias para saber seu planejamento para o ano seguinte - um investimento pesado na formação de elenco para a maior competição sul-americana, ou uma preparação para disputar competições às quais não vale a pena gastar demais, devido ao pouco retorno. É justo que os clubes tenham de ficar à mercê da confusão de regulamentos?

Com o novo panorama criado pela Conmebol, ficar no meio da tabela é bem mais interessante do que disputar uma Taça Libertadores da América e perder. Ficando entre a quinta e a décima-segunda colocação do Campeonato Brasileiro, o time tem três caminhos para conseguir vaga na Libertadores - a Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro e a Copa Sul-Americana. A equipe eliminada da maior competição da América do Sul tem seu caminho de volta no ano seguinte restrito ao Brasileirão.

A melhor alternativa seria tirar uma vaga dos clubes mexicanos. As equipes do México disputam a Taça Libertadores da América como convidadas, e mesmo que uma delas seja campeã, não pode disputar o Mundial de Clubes no fim do ano. A diplomacia entre as confederações é mais importante do que dar igualdade a todos os clubes da América do Sul?

A única certeza que fica é de que nada será como antes na organização da Libertadores. E a tática da politicagem continua a ser a grande vencedora nas decisões políticas da Conmebol.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O DEBATEBOLA QUATRO LINHAS parte pra frente, numa linha de passe com você para a informação chegar na marca do pênalti!



A bola não para!

A renovação do jornalismo esportivo está na área. É o DEBATEBOLA QUATRO LINHAS de olho nos lances que ocorrem no futebol do Brasil e do mundo. E hoje:

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- A vitória do Flamengo

- A derrota do Vasco

- O empate entre Fluminense e Botafogo

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

A RETA FINAL DAS SÉRIES C E D

FUTEBOL INTERNACIONAL

- Copa Sul-Americana

- Campeonatos Inglês, Italiano e Espanhol


Com as jogadas do maestro FLÁVIO DE SÁ, o carregador de piano VINÍCIUS FAUSTINI e o homem-gol FERNANDO DINIZ. É só dar o PLAY que a comunicação está no ar, em 90 minutos de DEBATEBOLA!



Disponível para download. Ouça no seu PC, no seu IPOD, IPHONE ou CELULAR:

http://bit.ly/9uNZE9

domingo, 17 de outubro de 2010

Partida dos sonhos



Análise de jogo: Atlético Goianiense 2 x 0 Vasco (16h, Serra Dourada)

Não, o jogo entre Atlético Goianiense e Vasco não pode ser designado como "partida dos sonhos" pela qualidade técnica das equipes. No duelo entre goianos e cariocas, a vitória havia se tornado fundamental para os dois times continuarem a sonhar com os seus respectivos objetivos no Campeonato Brasileiro.

Na zona de rebaixamento desde a quarta rodada, o Atlético Goianiense se reestruturou sob o comando de René Simões e foi ganhando posições na classificação. Após o período "pré-Copa do Mundo" não apresentar nenhuma boa perspectiva para o Vasco, a chegada do treinador Paulo César Gusmão e a vinda de reforços de bom nível técnico permitiram que a equipe deixasse de ver a Série B como um perigo iminente. Os vascaínos passaram a almejar uma vaga na próxima edição da Taça Libertadores da América.

Mas, tanto atleticanos quanto vascaínos mostraram no primeiro tempo os motivos pelos quais não têm uma situação melhor no Campeonato Brasileiro. O rubro-negro de Goiânia pressionava, mas continuava a ver seus jogadores de ataque desperdiçando oportunidades - o que comprova que o time de René Simões se ressente do poder de fogo do artilheiro Elias, afastado por contusão. Além da falta crônica de um atacante finalizador, o Vasco ainda sofreu com a má atuação de Éder Luís e Zé Roberto. Apesar da boa partida do lateral Carlinhos e do meia Felipe, a veloz dupla de ataque não conseguia usar sua correria para armar jogadas. Aos poucos, a equipe vascaína foi se resumindo a aceitar uma postura mais defensiva. A mesma postura que fez o time de São Januário ter tantos empates na competição.

Na volta para o segundo tempo, o Vasco (amparado por sua torcida, que era maioria no Serra Dourada) tomou a iniciativa de ataque, e teve boas oportunidades através de jogadas armadas por Felipe. Na primeira, o desfecho foi um cruzamento mal-sucedido de Irrazábal. Na segunda, um chute de Éder Luís para fora. Acácio - que comandou o time na partida, pois Paulo César Gusmão estava debilitado por um problema intestinal - decidiu tirar Fellipe Bastos para colocar em campo o jovem Allan. A intenção era mudar o panorama de dispersão que tomava conta dos jogadores vascaínos.

Só que tudo foi comprometido quatro minutos depois da substituição. O árbitro Márcio Chagas da Silva enxergou falta numa dividida de Carlinhos com o lateral-direita Adriano. O jogador vascaíno recebeu seu segundo cartão amarelo no jogo, e acabou expulso de campo. O Vasco até teve uma boa oportunidade com Éder Luís, mas as mudanças de René Simões (Marcão por Josiel e Rômulo por Renatinho) fizeram a equipe carioca começar a sentir a expulsão

O Atlético Goianiense deixou de lado a violência e passou a encontrar boas oportunidades - em especial no lado esquerdo, onde Allan atuava como um lateral-esquerda improvisado. De lá, veio um bom cruzamento de Adriano. A bola passou por toda a área e chegou a Josiel. Mas, com Fernando Prass batido, o atacante atleticano chutou mal, em cima do volante Jumar.

Por cansaço, o técnico Acácio se desfez da sua dupla de ataque, trocando Zé Roberto e Éder Luís por Jonathan e Nílson, respectivamente. Mas, àquela altura, com Allan jogando mais recuado, Felipe já estava sobrecarregado na armação, e o time não partia para frente. A nove minutos do fim, a vantagem numérica foi providencial para os atleticanos. Robston cruzou e Josiel desviou de cabeça para o gol. Fernando Prass fez uma grande defesa, mas a bola sobrou para Anaílson. Livre, o meia-atacante chutou a bola no fundo da rede. Atlético Goianiense 1 a 0. Logo em seguida, o autor do gol foi substituído por William.

O Vasco se lançou à frente, mas foi atrapalhado pela ausência de habilidade da nova dupla de ataque. Embora seja um jogador rápido, Jonathan tropeça muito na bola quando está jogando. Nílson, um centroavante fixo, permanecia isolado entre os zagueiros. Com isso, o time goiano chegava bem no contra-ataque. Aos 42 minutos, William desceu na direita e tocou para o meio da área. De frente para o gol, Juninho foi derrubado por Allan. Pênalti. O goleiro Márcio cobrou no meio do gol, garantindo a vitória por 2 a 0 do Atlético Goianiense.

Do sonho da vaga na Libertadores, o Vasco novamente acorda na realidade de suas limitações. Um time que em muitos momentos não teve gana de sair vitorioso nas partidas (em algumas delas por erros de Paulo César Gusmão), e que preferia evitar de qualquer maneira a derrota a se arriscar a vencer. De fato, não muito digno de um resultado positivo numa competição de pontos corridos. PC Gusmão agora tem um dilema. Como fazer sua equipe encontrar forças para superar a desilusão e enfrentar o tradicional rival Flamengo, que vem motivado por uma vitória por 3 a 0 sobre o Internacional? Beneficiado pelo tropeço do Avaí (que perdeu por 1 a 0 para o Atlético Mineiro na Arena do Jacaré), o Atlético Goianiense sai da zona de rebaixamento a oito rodadas do final do Campeonato Brasileiro. Para uma equipe que ficou por tanto tempo em último lugar na competição, ter forças para sair da zona da degola já é um grande pretexto para o time goiano sonhar mais alto. A permanência na Série A é o limite.

*****

ATLÉTICO GOIANIENSE 2 x 0 VASCO

Estádio: Serra Dourada (Goiânia / GO).

Árbitro: Márcio Chagas da Silva (RS). Auxiliares: Julio Cesar Rodrigues Santos (RS) e José Eduardo Calza (RS).

Gols: Anaílson, aos 36, e Márcio (de pênalti) aos 42 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Adriano, Rômulo, Daniel Marques, Gilson, Robston, Pituca e William (Atlético Goianiense), Carlinhos, Jumar e Allan (Vasco).

Expulsão:
Carlinhos (Vasco).

ATLÉTICO GOIANIENSE - Márcio, Adriano, Gilson, Daniel Marques e Thiago Feltri; Rômulo (Renatinho, aos 23'/2ºT), Pituca, Robston e Anaílson (William, aos 37'/2ºT); Juninho e Marcão (Josiel, 15'/2ºT). Técnico: Renê Simões.

VASCO - Fernando Prass, Irrazábal, Dedé, Cesinha e Carlinhos; Jumar, Rafael Carioca, Fellipe Bastos (Allan, aos 13'/2ºT) e Felipe; Eder Luis (Nílson, 35'/2ºT) e Zé Roberto (Jonathan, aos 22'/2ºT). Técnico: Acácio.

*****

O tempo e o placar... apresenta o que houve de melhor e de pior na rodada do Campeonato Brasileiro.

O CHUTAÇO

Por mais que o Internacional não tenha se revelado um adversário à altura, o FLAMENGO já apresenta um panorama muito melhor sob o comando de Vanderlei Luxemburgo. Um time mais organizado (principalmente em sua defesa) e com alguns jogadores que estavam abandonados - casos do zagueiro Wellinton e do meia Maldonado - com novo ânimo para atuar.

A FURADA

A modorrenta partida entre FLUMINENSE E BOTAFOGO decepcionou os que acreditavam que a chance de uma melhor colocação no Campeonato Brasileiro fosse um bom motivo pra que a bola rolasse com mais facilidade. O empate em 0 a 0 foi justíssimo para quem não se preocupou atacar e preferiu se acomodar na defesa.

*****

RESULTADOS - RODADA 30

Sábado

18h30

Atlético Paranaense 2 x 1 Goiás (Serra Dourada)
Flamengo 3 x 0 Internacional (Engenhão)

Domingo

16h

Guarani 0 x 0 Corínthians (Brinco de Ouro da Princesa)
Grêmio 2 x 1 Cruzeiro (Olímpico)
Atlético Mineiro 2 x 0 Avaí (Arena do Jacaré)
Atlético Goianiense 2 x 0 Vasco (Serra Dourada)

18h30

Fluminense 0 x 0 Botafogo (Engenhão)
Palmeiras 1 x 1 Ceará (Arena Barueri)
Vitória da Bahia 2 x 0 Grêmio Prudente (Barradão)
São Paulo 4 x 3 Santos (Morumbi)

sábado, 16 de outubro de 2010

Pluralidade futebolística



Numa época em que a TV aberta prioriza a exibição de campeonatos internacionais para fortalecer seu departamento de esportes, a modesta TV Brasil recorre a uma alternativa interessante para valorizar o futebol na sua programação. Em 2010, o canal voltou seus olhos para as últimas fases da Série C do Campeonato Brasileiro.

Provavelmente o único grande momento da Terceira Divisão foi quando o tradicional Fluminense disputou a competição. As outras edições ficaram restritas a abrigar equipes que tiveram relativo destaque nos campeonatos estaduais do país afora. A probabilidade de repercussão não era promissora aos olhos de quem luta desenfreadamente pela audiência.



Seu suposto descompromisso em conseguir altos índices no IBOPE acabou sendo providencial para a TV Brasil. A transmissão da Série C abrange um público segmentado da audiência, e também valoriza o regionalismo das equipes consideradas de menor expressão. Que torcedor do Salgueiro, do Águia de Marabá, do Ituiutaba ou do Chapecoense poderia imaginar que a participação de seu time de coração na Terceira Divisão seria exibida em rede nacional?

Outro grande trunfo da TV Brasil é que o Brasileirão da Série C, ao contrário das duas divisões de cima, é decidida em confrontos no "mata-mata" - fato que certamente torna cada partida bem mais disputada, garantindo muita emoção a cada 90 minutos. A transmissão também consegue fatias de audiência consideráveis nas regiões Norte e Nordeste, locais onde há muitos torcedores de clubes locais.

A maior lição que a TV Brasil dá ao transmitir a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro é de que as emissoras devem prestar mais atenção no futebol nacional. Um país com tantas campanhas para valorizar a pluralidade do povo brasileiro também precisa estender este desejo aos gramados do Brasil.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O DEBATEBOLA QUATRO LINHAS dá uma arrancada pra informação chegar até você!



Satisfação!

A bola não para, o DEBATEBOLA QUATRO LINHAS joga pra grande área todos os assuntos que aconteceram no futebol do Brasil e do mundo. E hoje:

O AMISTOSO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- A vitória do Vasco na quarta-feira

- A expectativa para os jogos de Vasco e de Flamengo, e do duelo entre Fluminense e Botafogo no fim de semana

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

FUTEBOL INTERNACIONAL

- A participação brasileira na Copa Sul-Americana

- As eliminatórias da Eurocopa


Na tabela entre FERNANDO DINIZ e VINÍCIUS FAUSTINI. É só dar o PLAY que a comunicação está no ar!

NA RÁDIO QUATRO LINHAS, UM ANO DE INFORMAÇÃO...



Duração: 91 minutos.

Disponível para download, pra você ouvir em seu PC, CELULAR, IPOD e IPHONE, no link:

http://bit.ly/b1NsSv

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O preço de um centenário



No dia primeiro de setembro de 2010, o Corínthians comemorava não só os 100 anos de fundação do clube. Era motivo de comemoração também a boa trajetória que a equipe tinha no Campeonato Brasileiro - disputando ponto a ponto a liderança com o Fluminense, e com um plantel que mesclava jogadores consagrados com atletas em grande fase - como Roberto Carlos, Jucilei, Elias, Bruno César, Jorge Henrique, Iarley e Ronaldo.

Para a quarta-feira, estava prevista uma partida contra o Vasco, em São Januário. Só que, em vez de passar a festa praticando o futebol que tornou o clube tão popular, o Corínthians decidiu se entregar aos festejos do centenário, com direito show na Avenida Paulista, fogos, bandeiras e tudo o que se pode imaginar. O duelo com o Vasco podia esperar para dia 13 de outubro. Afinal, os corintianos estavam cada vez mais em ascensão, e ainda teriam o benefício de entrar em campo sabendo o resultado que precisariam ter para prosseguir bem na competição.

Pois bem. 42 dias se passaram. Vieram as contusões - algumas delicadíssimas, como a de Jorge Henrique, que tirou o atleta do restante do Campeonato Brasileiro. Os bons resultados foram rareando, e uma derrota vexatória por 4 a 3 para o Atlético Goianiense culminou no pedido de demissão de Adilson Batista. Em vez do time em ascensão, que vencera o Vitória da Bahia por 2 a 1 com um futebol envolvente na décima-sétima rodada, o Vasco teria pela frente em São Januário um Corínthians em pedaços.

Com treinador interino que nem mesmo o presidente corintiano Andres Sanchez lembrava o nome. Com uma crise sem precedentes depois de conseguir somente dois pontos nos últimos 15 disputados. Sem Jorge Henrique, Bruno César, Ronaldo. Sem alma. Sem qualquer disposição para ao menos ameaçar um Vasco que, após abrir 2 a 0 em 21 minutos de jogo, se deu ao luxo de ficar no contra-ataque.

No primeiro semestre, o Corínthians tinha perdido o grande sonho do seu centenário - ganhar a Taça Libertadores da América. Mas, com um trabalho sério à frente da equipe, conseguiu superar a perda através do bom futebol do qual é capaz o seu elenco. Sempre alternou entre o primeiro e o segundo lugar no Campeonato Brasileiro. No entanto, não soube lidar novamente com a má fase - que é comum no decorrer de um campeonato de pontos corridos - e parece jogar fora também a possibilidade de ser o melhor do Brasil pela quinta vez.

Hoje, no dia seguinte à derrota para o Vasco, provavelmente muitos corintianos estejam amargando a ressaca daquela partida adiada em primeiro de setembro. O preço do centenário tem sido cobrado com juros altos para o Corínthians dentro dos gramados do Brasileirão.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Bola na rede



Os leitores de O tempo e o placar... sabem que eu tenho uma relação muito forte com a literatura (cheguei a publicar o livro Diário de um salafrário, no ano de 2009). E é através dela que segue uma modesta homenagem ao Dia das Crianças.

Segue um conto que escrevi originalmente em 2006, e que concorreu ao prêmio do Prosa & Verso, do jornal O Globo. Ele foi cortado da lista final. Mas, de qualquer forma, agora está à disposição para a avaliação de todos vocês.

Autor falar do próprio texto é o mesmo que treinador querer vencer no grito sua estratégia. Mas adianto um pouco a história pra vocês. Trata-se da história de dois amigos de infância que brincavam de futebol no bairro onde viviam, e que se reencontravam numa partida de futebol. Como adversários.

Feliz Dia das Crianças a todos!

Vinícius Faustini


*****

O nascimento de uma grande amizade apareceu na mesma época em que veio a paixão pelo futebol. Antônio tinha oito anos e Luciano seis quando os dois, no mesmo bar, viram seus pais e uma multidão com a camisa cruzmaltina vibrar depois que a bomba de Cocada morreu no fundo da rede de Zé Carlos, aos 44 do segundo tempo.



O 1 a 0 do Vasco em cima do Flamengo causou nos garotos uma sensação de euforia que parecia não acabar nunca. Por um momento, os vascaínos Antônio e Luciano podiam sorrir e esquecer da penúria em que viviam. Mais do que nunca, o grito de “é campeão” trazia um alento pra duas crianças que não sabiam o que era alegria.

No dia seguinte, os dois foram para a escola com a camisa do Vasco, e passaram toda a hora do recreio no campinho improvisado. Tentavam repetir o lance do gol de Cocada, Antônio chutando e Luciano no gol.

Os problemas de casa tomaram conta das conversas dos garotos. Mais do que amigos, eram confidentes, com histórias que coincidiam, como a infância pobre e a falta de suas mães, ambas mortas no parto. Já pareciam aceitar a situação, quando Luciano sugeriu ao amigo:

" – Toninho, por que é que a gente não vai jogar futebol?"

Diante do espanto de Antônio, ele continuou:

" – É! Já pensou? Você fazendo igual o Cocada, que acabou de entrar e deu título pro Vasco?" – e improvisou uma narração – "e lá vai Geovani, passa por Edinho, estica pra Bismarck, ele passa pra Toninho, Toninho apontou e gol!"

Toda a rua ouviu o grito de gol e a comemoração dos dois garotos. Decidiram. Convenceram os pais a levá-los na escolinha do Vasco, e começaram a jogar. Por ter uma altura acima da média, Luciano foi para o gol.

Antônio, agora Toninho, mostrou habilidade com os pés, mas era muito franzino. Além disso, tinham outros jogadores com o mesmo talento e sem necessidade de tratamento físico. Acabou dispensado. Ainda tentou vaga no Botafogo, Fluminense, e acabou no Madureira.

Prestes a ganhar uma chance nos profissionais do Vasco, Luciano recebeu uma proposta irrecusável: jogar num time do Japão, com um salário bom o suficiente para sustentar o pai no Brasil. Ele e Toninho choraram muito na despedida, mas Luciano avisou:

" – Um dia eu volto. Mas de lá do Japão dou um jeito de mandar uma grana pra você e seu pai".

Toninho agradeceu, esboçou um sorriso, mas estava muito triste por imaginar a falta do amigo para apóiá-lo num recomeço em qualquer clube. Até o momento não conseguia se firmar em nenhum time. Seu melhor momento tinha sido no Bangu, quando fez um belo gol de falta num empate contra o Botafogo.

Oito anos depois, Luciano voltou ao Brasil. O período no futebol japonês foi proveitoso, mas a vontade de retornar estava cada vez mais forte. Com 28 anos, acertou sua volta para o Vasco, clube onde tudo começou – sua carreira no futebol e sua amizade com Toninho.

Toninho não acreditou quando ouviu o amigo dizer:

" – Estou de volta. Já vi na tabela que a gente vai se enfrentar na última rodada. Garante o seu que eu garanto o meu".



A tabela marcava para a última rodada da Taça Rio a partida do Vasco de Luciano contra o Olaria de Toninho. A ideia do goleiro era que os dois times ficassem bem colocados, e o jogo fosse um reencontro dentro das quatro linhas.

No entanto, o campeonato não transcorreu tão bem assim. Com alguns tropeços contra times de menor expressão, o Vasco chegou à última rodada tendo de vencer o Olaria para ir à final da Taça Rio. Já o Olaria estava numa grande crise, disputando ponto a ponto com a Portuguesa da Ilha do Governador para não ser rebaixado.

Os dois entraram em campo divididos. Sabiam que precisavam honrar a camisa de seus respectivos times, como profissionais do futebol. No entanto, uma derrota poderia ser muito dolorosa para qualquer um dos lados.

A partida começou, e o primeiro tempo trouxe poucas chances de gol. Luciano não teve trabalho nas poucas vezes em que foi exigido, e Toninho mal conseguiu tocar na bola com um jogo tão truncado.

No intervalo, Luciano descia para o vestiário quando ouviu, do outro lado, a bronca do técnico do Olaria:

" – Com esse timeco a gente não vai chegar a lugar nenhum. Escuta bem, se não der pra fazer um gol no início e ganhar, já era. Todo mundo na rua. Inclusive eu!"

Antes do reinício do jogo, Luciano e Toninho se viram pela primeira vez desde o início da partida. Apesar da insegurança com sua situação no Olaria, Toninho tentou sorrir quando viu o amigo de infância ostentando a camisa 1 do Vasco.

Recordou os problemas que Antônio teve desde o começo da carreira. Luciano se sentiu bem ao olhar para ele, por ver que eram companheiros de profissão. Atrás do sonho de uma vida melhor, de uma felicidade que buscavam desde meninos.

Luciano correu em silêncio até o gol. Toninho foi para o centro do meio-de-campo, à espera do apito para começar o segundo tempo. Nenhum dos dois sabia exatamente o que estava sentindo.

Com poucos minutos da etapa final, um cabeça-de-área do Olaria roubou a bola no centro do campo e jogou para frente. A bola sobrou para Toninho na intermediária, e pegou a zaga vascaína desprotegida.

Sem hesitar, Toninho direcionou a bola para o gol. O coração pulsava, esperando o resultado do lance. Mas o chute saiu mascado, seria fácil a defesa do goleiro. Luciano ficou atento. Não à bola, mas à frustração de Toninho. Sabia que era a melhor chance do jogo, e que também estava em jogo o futuro do amigo como jogador.

O tempo entre o chute de Toninho e a chegada da bola a Luciano parecia uma eternidade. Por um momento, os dois pensaram nas suas trajetórias. Na decisão de jogar futebol, nos motivos que fizeram com que eles fossem para esse caminho. No sucesso de um, nas frustrações do outro.



O estádio agora era o de São Januário, mas a recordação do gol de Cocada no Maracanã tomava conta daqueles meninos em campo. A bola chegou até Luciano. O goleiro, lentamente, se agachou para pegá-la, mas ela escorreu entre seus dedos e passou por suas pernas até, lentamente, atravessar a linha do gol.

Os outros jogadores comemoraram como se fosse um título. Mas, atônito, Toninho não comemorou o gol. Caminhou em silêncio e foi esperar a saída de meio-de-campo. Luciano pediu para ser substituído. Reclamou que tinha deslocado um dos dedos.

Em vez de ir embora, passou o resto do jogo no vestiário, com um radinho de pilha no ouvido, esperando o final. Confirmada a vitória do Olaria por 1 a 0, dirigiu-se para o vestiário do time adversário.

Viu Toninho retirando os meiões, e estendeu a camisa 1 para ele. O amigo espantou-se com a presença dele. Ia balbuciar alguma coisa, mas foi interrompido por Luciano:

" - Golaço, hein?".

Não, não tinha sido um golaço, e Luciano sabia bem disso. Se não soubesse, saberia através das resenhas esportivas de rádio e televisão, além das reportagens que circulariam nos jornais do dia seguinte, que tinha cometido uma falha clamorosa, falha que custara a eliminação do Vasco na Taça Rio. Mas o que importava naquele momento era a certeza de que não tinha falhado com o amigo, quando ele mais precisara.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Quatro linhas, um ano no ar!



Satisfação!

O blogue RÁDIO QUATRO LINHAS completa um ano de existência, e ainda tem fôlego para apresentar um DEBATEBOLA no campo da sua webrádio. E hoje, é dia de falar sobre os seguintes assuntos:

A DEMISSÃO DE ADILSON BATISTA DO CORÍNTHIANS

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- Os empates de Vasco, Flamengo e Botafogo

- A derrota do Fluminense

- Colunas O CHUTAÇO E A FURADA

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B


A PARTICIPAÇÃO CARIOCA NOS BRASILEIROS DAS SÉRIES C E D

E AS ELIMINATÓRIAS DA EUROCOPA


Com os tratos à bola da dupla FERNANDO QUARESMA E VINÍCIUS FAUSTINI.

Basta dar o PLAY que a comunicação está no ar, no blogue RÁDIO QUATRO LINHAS e na RÁDIO BOA VISTA FM.


PARTE 1 (51 minutos)



PARTE 2 (34 minutos)



Duração total: 85 minutos.

Quer baixar para armazenar no seu COMPUTADOR, CELULAR, IPHONE ou IPOD, use os links:

PARTE 1

http://bit.ly/c7AZzx

PARTE 2

http://bit.ly/dqm7db

domingo, 10 de outubro de 2010

Heranças malditas




Análise de jogo: Avaí 2 x 2 Flamengo (16h, Ressacada)

O embalo conseguido com a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético Goianiense na rodada anterior fez com que o Flamengo chegasse à partida do Ressacada com ânimo suficiente para esquecer a má campanha no Brasileirão. Mas, após um primeiro tempo com progressos visíveis aos olhos do torcedor, o time rubro-negro novamente se deixou levar pelas heranças malditas que atrapalharam sua trajetória na competição, e desperdiçou a oportunidade de conquistar três pontos em Santa Catarina.

Em poucas semanas sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o Flamengo passou a ter uma organização tática, coisa que não acontecia com Rogério Lourenço nem com Silas. Por mais que o Avaí tivesse maior volume de jogo, os atletas flamenguistas é que chegavam ao ataque de maneira mais incisiva, em especial porque jogadores outrora desacreditados, como os meias Kléberson e Renato Abreu, apareceram com mais destaque. A escalação do atacante Diego Maurício como titular também deu mais velocidade, pois ele não se omite no jogo.

E a presença de Luxemburgo também fez Val Baiano reencontrar o caminho do gol. Após marcar uma vez no jogo de quinta-feira, o camisa 9 foi decisivo por duas vezes no Ressacada. Aos 14 minutos, depois que Kleberson aproveitou a brecha na zaga do time catarinense para lançar Renato Abreu na esquerda. O meia, em posição irregular, cruzou para a área, e Val só desviou para o fundo da rede de Renan. Dois minutos depois, novamente Renato Abreu recebeu passe nas costas de Patric, e lançou para o centroavante marcar pela segunda vez. Em 16 minutos, 2 a 0 Flamengo. E, mais uma vez, graças ao dedo de Vanderlei Luxemburgo, que escalara os responsáveis pelos dois gols como titulares, deixando os medalhões Petkovic e Deivid na reserva.

A soberania flamenguista ficava ainda maior pela fraca atuação do Avaí na primeira etapa. Não bastassem as falhas do lado direito da defesa - com o lateral Patric e o zagueiro Gabriel - o time não conseguia armar jogadas ofensivas. A equipe de Santa Catarina se limitava a chutar de fora da área, através do meia Jéferson e da dupla de frente Robinho e Roberto, mas esbarrava na segurança da defesa rubro-negra, e no goleiro Marcelo Lomba. A última grande oportunidade foi desperdiçada por Val Baiano, que foi displicente diante de Renan. No fim do primeiro tempo, um resquício da campanha rubro-negra teimou em aparecer no jogo.

No retorno do intervalo, o Avaí promoveu não só entrada de dois jogadores, como também decidiu mudar sua tática. Em vez do 4-4-2 do primeiro tempo, o técnico Edson dos Santos tirou o atacante Robinho para colocar o zagueiro Emerson Nunes, em uma tentativa de corrigir os erros do setor defensivo dos primeiros 45 minutos. Com o trio de zaga confirmado, o treinador mudou também seu meio-de-campo. Ainda sem ritmo de jogo, Caio deu lugar a Válber.

Após a renovação que demonstrou no primeiro tempo, o Flamengo voltou para a etapa final com as velhas tradições negativas de 2010. A equipe carioca recuou demais, e chamou o Avaí para seu campo. Sem o mesmo poder de contra-ataque nos passes de Kléberson e Renato Abreu, o time recorreu a chutões e a troca de passes meio atabalhoados. Num deles, o lateral-esquerda Juan perdeu bola no meio-de-campo, e a jogada só foi neutralizada quando David Braz rechaçou para escanteio. No entanto, o alívio foi passageiro. Assim como acontecera em outros confrontos, a zaga ficou olhando Emerson subir no meio da área e desviar a bola, de cabeça, para a rede Marcelo Lomba.

Poucos minutos depois de Petkovic entrar no lugar de Kléberson, o rubro-negro perdeu seu lateral-direita Léo Moura, que tomou seu segundo cartão amarelo na tarde do Ressacada, por causa de uma falta sobre Pará. A equipe que prometia ter uma melhora ofensiva, graças à melhora na troca de passes, precisou se defender. Luxemburgo sacou o atacante Diego Maurício e colocou em campo Rafael Galhardo. Mas nem esta alteração foi suficiente para evitar novo erro crucial da zaga do Flamengo. Em cobrança de escanteio, o lateral-esquerda Pará fez um gol olímpico, promovendo o empate em 2 a 2.

Com um jogador a mais, o Avaí continuou a pressionar, mas, mesmo com a troca de Roberto por Marcelinho, a equipe não teve capacidade de transformar seu maior volume de jogo em ataques objetivos. Do lado flamenguista, Vanderlei Luxemburgo tentou dar mais mobilidade a seu poder ofensivo, tirando o homem de área Val Baiano para promover a entrada de Deivid. Mas o atacante primou por sua ausência de forma, e passou o tempo se arrastando em campo, sem qualquer poder de arrancada.

Em meio à incapacidade de ataque de ambos os lados, a partida se transformou num ataque de nervos a poucos minutos do fim. O flamenguista Renato Abreu e o avaiano Rudinei discutiram asperamente. O zagueiro rubro-negro David Braz foi tirar satisfações com o meia do Avaí. David levou um soco e Evandro Rogério Roman decidiu expulsar Rudinei e David Braz. O jogo ainda não havia recomeçado quando um torcedor flamenguista pulou o alambrado e invadiu o gramado para bater no juiz paranaense. Fruto não só de uma arbitragem questionável, como também retrato do desespero das fracas campanhas de Avaí e de Flamengo no Campeonato Brasileiro de 2010.

Com a surpreendente vitória por 4 a 3 do Atlético Goianiense sobre o Corínthians em São Paulo, o time catarinense agora se vê a um ponto da zona de rebaixamento. Talvez a disparidade da qualidade de seu futebol (que ocorreu nos 90 minutos contra o Flamengo) comprovem o por que de a equipe ter uma trajetória tão delicada no Brasileirão.

A disparidade também parece assombrar o Flamengo nesta reta final do Campeonato Brasileiro. Por mais que venham acontecendo progressos técnicos e táticos na equipe, Vanderlei Luxemburgo ainda precisa lidar com tantas limitações deixadas por um ano de equívocos do clube rubro-negro. Não adianta a torcida alimentar grandes ilusões. As heranças malditas da Gávea continuarão a entrar em campo, pelo menos até o final deste ano.

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AVAÍ 2 x 2 FLAMENGO

Estádio: Ressacada (Florianópolis / SC)

Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR) / Auxiliares: Roberto Braatz (PR) e Bruno Boschilia (PR).

Gols: Val Baiano, aos 14 e aos 16 minutos do primeiro tempo. Emerson, aos oito, e Pará, aos 14 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Caio, Emerson (Avaí), Léo Moura, Williams e Juan (Flamengo).

Expulsões: Léo Moura, David Braz (Flamengo) e Rudinei (Avaí).

AVAÍ - Renan, Patric, Gabriel, Emerson e Pará; Rodrigo Thiesen, Rudinei, Jéferson e Caio (Valber), ; Robinho (Emerson Nunes) e Roberto (Marcelinho). Técnico: Edson dos Santos.

FLAMENGO - Marcelo Lomba, Léo Moura, Welinton, David e Juan; Willians, Correa, Kléberson (Petkovic) e Renato; Diego Maurício (Rafael Galhardo) e Val Baiano (Deivid). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

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O tempo e o placar... apresenta o que houve de melhor e de pior na rodada do Brasileirão.

O CHUTAÇO

Após uma excelente arrancada sob o comando de Cuca, o CRUZEIRO conseguiu chegar à liderança do Campeonato Brasileiro, com a vitória sobre o Fluminense por 1 a 0. O progresso se deve também à grande fase do meia Montillo, que se adaptou perfeitamente ao futebol brasileiro.

A FURADA

Duas derrotas consecutivas para os Atléticos que estavam na zona de rebaixamento acenderam o sinal de alerta no CORÍNTHIANS. A vexatória derrota por 4 a 3 para o Atlético Goianiense nesta rodada comprova que o time sente bastante seus desfalques, e precisa se ajustar em campo a tempo de ganhar o Campeonato Brasileiro no ano do centenário. Além de contratar um novo treinador.

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RESULTADOS - RODADA 28

Sábado

18h30

Vasco 3 x 3 Grêmio (São Januário)
Grêmio Prudente 2 x 3 São Paulo (Prudentão)
Santos 2 x 0 Atlético Paranaense (Vila Belmiro)

Domingo

16h

Avaí 2 x 2 Flamengo (Ressacada)
Cruzeiro 1 x 0 Fluminense (Parque do Sabiá)
Goiás 1 x 0 Vitória da Bahia (Serra Dourada)
Botafogo 0 x 0 Palmeiras (Engenhão)
Corínthians 3 x 4 Atlético Goianiense (Pacaembu)

18h30

Ceará 2 x 0 Guarani (Castelão)
Internacional 1 x 0 Atlético Mineiro (Beira-Rio)

sábado, 9 de outubro de 2010

Fora do mapa



A Seleção Brasileira de Futebol sempre foi vista como símbolo da grande paixão do "país do futebol", e chegou a ser definida como "a pátria em chuteiras" pelo dramaturgo Nelson Rodrigues. No entanto, a cada ano o Brasil parece querer renegar o Brasil em sua trajetória futebolística.

Não, o que está em questão não é o fato de boa parte dos jogadores convocados defenderem clubes estrangeiros. O problema é que a Confederação Brasileira de Futebol - e a Nike, fornecedora de material esportivo - vêm afastando a seleção dos gramados nacionais, e acabam esvaziando o interesse do torcedor brasileiro no trabalho que é feito pelo futebol nacional.

Além da falta de identificação com os atletas que estão em campo, boa parte do Brasil não consegue mais acompanhar de perto os jogos da Seleção Brasileira. Afinal, em cada jogo, ela atua num país diferente.

O país ainda não pôde ver de perto os passos da Era Mano Menezes. Afinal, o jogo de estreia foi realizado nos Estados Unidos (contra o selecionado de lá). Quinta-feira, o amistoso contra o Irã aconteceu em Buenos Aires. Segunda-feira, a partida contra a Ucrânia será jogada em Londres. E para novembro já está previsto um duelo com a Argentina. No Qatar!

É bem verdade que a Confederação Brasileira de Futebol lucra bastante com a venda da Seleção Brasileira para o exterior - e que há o risco de um amistoso ser deixado de lado pela população das arquibancadas. Mas é realmente necessário riscar o Brasil do mapa em detrimento de almejar sempre o lucro com as partidas?

Nos próximos quatro anos, o Brasil não precisará disputar as Eliminatórias da Copa do Mundo - por ser o país-sede, ele tem vaga garantida na Copa de 2014. O Brasil ficará distante desta importante preparação que visa à conquista de seu sexto título mundial? É hora do Brasil fazer as malas e voltar suas atenções para o próprio país. Mano Menezes está encarregado de iniciar um período de renovação para a Seleção Brasileira. Mas a CBF podia facilitar um pouco mais a ligação dos atletas com a torcida brasileira.