terça-feira, 30 de junho de 2009

Rodada de vitoriosos



A oitava rodada do Campeonato Brasileiro chamou atenção pela presença de vitoriosos em suas partidas. Dos dez jogos do fim de semana, somente dois terminaram empatados - e justamente os clássicos estaduais Palmeiras e Santos (1 a 1) e Flamengo e Fluminense (0 a 0).

O grande vitorioso da rodada foi o Barueri, que dentro da Arena Barueri se revelou o carrasco dos clubes mineiros, ao vencer o líder Atlético Mineiro por 4 a 2. Além da perda da invencibilidade, o alvinegro de Minas viu sua liderança ameaçada novamente pelo Internacional, que, mesmo com os reservas, passou com facilidade pelo Coritiba no Beira-Rio, com um 3 a 0 construído com três gols de Bolaños.



O terceiro lugar está com o Vitória, que, na Bahia, passou com facilidade pelo Santo André, por 4 a 1. Das equipes que iniciaram o torneio nas primeiras colocações do campeonato, o único que não manteve sua regularidade foi o Náutico - que, com a derrota para o São Paulo por 2 a 0 no Morumbi (na estreia de Ricardo Gomes), adentrou na zona de rebaixamento.



A briga pelas últimas colocações também continua acirradíssima. Ao lado de Náutico e Coritiba, o Avaí prossegue na degola, após perder por 1 a 0 para os reservas do Cruzeiro no Mineirão. Em situação mais delicada ainda está o Botafogo. Além de ser o último colocado, o alvinegro carioca não vê a menor perspectiva de melhora - como mostrou o jogo de sábado, no Engenhão, no qual levou 4 a 1 do Goiás. A situação ficou ainda pior pela falta de possibilidades de contratações: o time tentou acertar com os atacantes Otacílio Neto, Josiel, Zé Roberto, Marquinhos e Bill, mas todos eles esbarraram no acordo salarial.

O Atlético Parananese saiu momentaneamente das últimas posições aproveitando-se do fato do Corínthians estar com seu time reserva na Arena da Baixada (poupado para a finalíssima contra o Internacional, na quarta-feira) - a vitória suada veio com um belo gol de falta de Paulo Baier. Tentando juntar os cacos após a eliminação da Taça Libertadores da América, o Sport conseguiu um bom resultado ao ganhar do Grêmio na Ilha do Retiro, pelo placar de 3 a 1. O tricolor gaúcho até teve bons momentos na partida, só que seu time misto (poupado para o segundo jogo pelas semifinais da Taça Libertadores da América, diante do Cruzeiro) seguiu os passos da equipe titular, e os dois gols incríveis perdidos por Jonas evitaram que a equipe pudesse ficar mais perto dos primeiros lugares.

Assim como o Leão pernambucano, o Palmeiras é outro time a sentir sequelas da Libertadores. Depois do impasse da provável saída de Keirrison para o futebol espanhol, o time perdeu seu técnico Vanderlei Luxemburgo dias antes do clássico paulista contra o Santos. Dirigido pelo interino Jorginho, o time chegou a abrir o placar com Obina, mas perdeu os três pontos aos 36 minutos do segundo tempo, com um gol de Róbson.



No Maracanã, o único espetáculo veio na preliminar. O jornal Lance! realizou uma partida entre a "Máquina Tricolor" de 1975 e o Flamengo campeão mundial de 1981 para as pessoas que chegaram cedo ao estádio. Luizinho, Nunes e Júnior fizeram os gols da vitória rubro-negra, e Duílio abriu o placar para o tricolor das Laranjeiras. Já a partida principal apresentou um jogo de péssimo nível técnico, e o esperadíssimo duelo entre o flamenguista Adriano e o tricolor Fred não aconteceu. O placar em 0 a 0 foi justo tanto pelo nivelamento dos dois times quanto pelo domínio do Fluminense no primeiro tempo e pelo Flamengo na etapa final. Só que o resultado acabou sendo negativo para ambos, que perderam posições na classificação. O meia Thiago Neves fez em sua última partida nesta segunda passagem pelo tricolor o mesmo que nos cincos meses de 2009: nada.

Para conseguirem aspirar glórias no Campeonato Brasileiro, os times que não conseguiram três pontos na rodada precisam tomar cuidado nos próximos jogos. Caso contrário, a ansiedade pelas vitórias pode ficar ainda maior e, no campo, ver refletidas as consequências de suas derrotas no início da competição.

*****

O tempo e o placar... apresenta o que aconteceu de melhor e de pior na oitava rodada do Campeonato Brasileiro.

O CHUTAÇO

Nenhum cronista esportivo imaginaria que em algum momento do Brasileirão o Barueri poderia figurar entre os primeiros do torneio. Após surpreender o time reserva do Cruzeiro em Minas na rodada anterior, o time do interior paulista não temeu o favoritismo do líder Atlético e novamente fez 4 a 2 num clube mineiro. Mesmo com a possibilidade do bom momento ser fugaz, estes resultados podem evitar que nas rodadas finais a equipe brigue para não cair.

A FURADA

Goleada sofrida no Engenhão para o Goiás, segundo jogo consecutivo com a defesa levando quatro gols em 90 minutos. O Botafogo parece seguir o mesmo lamentável caminho de 2002 - ainda mais com a falta de perspectiva na situação financeira do clube carioca. Se o campeonato acabasse hoje, no ano que vem o alvinegro faria um clássico regional com o Vasco na Série B do Campeonato Brasileiro.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Final feliz



Os últimos 90 minutos da Seleção Brasileira na Copa das Confederações foram dignos de uma final de Copa do Mundo. Todas as emoções e oscilações de um time passaram pela África do Sul na final diante dos Estados Unidos. Da equipe atônita por causa dos dois gols marcados pelos norte-americanos até o gol decisivo de Lúcio ,sacramentando a vitória por 3 a 2, o Brasil viveu um final feliz no palco que, no próximo ano, vai sediar o torneio mais importante do futebol mundial.

A primeira etapa apresentou um filme que a torcida brasileira já tinha visto: o Brasil pressionava mas não conseguia superar uma seleção bem armada defensivamente. O tom da história ficou dramático após os gols de Dempsey e Donovan.

Mas a Seleção decidiu voltar a escrever a história da sua tradição no segundo tempo. Lá, brilhou a chuteira de Luís Fabiano, autor de dois gols bonitos - o primeiro, depois de um drible, e o segundo, com oportunismo, ao pegar o rebote de uma bola que Robinho acertou no travessão. Ele acabou sendo elevado a artilheiro do torneio.

E, mais uma vez, a estrela do técnico Dunga decidiu uma partida do Brasil. A duvidosa opção de trocar Ramires por Elano não parecia a mais correta para um time que empatava em 2 a 2 numa final. Mas foi dos pés dele que teve início a virada. O meia conseguiu fazer algo que o lateral Maicon não fez durante toda a partida (acertar uma boa cobrança de escanteio) e encontrou Lúcio para fazer o gol da virada.

O gol decisivo foi um verdadeiro prêmio para o capitão do Brasil, que se revelou um grande líder, um xerife para a zaga do time canarinho. Apesar de muito bem marcado durante todas as partidas, Kaká fez jus à camisa 10, através de seus passes e de suas jogadas. Infelizmente, sua despedida não teve o tributo que merecia: seu gol de cabeça não foi validado pelo árbitro, mesmo com o goleiro Howard segurando a bola somente depois que ela atravessou a linha. Provavelmente, o pênalti brasileiro contra o Egito e a polêmica do auxílio do quarto árbitro e do monitor contribuiram para que este erro ocorresse.

No entanto, apesar do título, Dunga tem duas questões a serem discutidas para os próximos jogos da Seleção Brasileira. O primeiro vem na lateral-esquerda: Kléber e André Santos tiveram apresentações ruins durante o torneio, a ponto do treinador ter de improvisar Daniel Alves nesta parte do campo. O segundo, parte para o ataque. Robinho decepcionou na Copa das Confederações, mas ainda assim permanece no time durante toda a partida. Será que ele vai pelo mesmo caminho de Ronaldinho Gaúcho - um jogador renomado que, pela história anterior dele, ainda vai continuar na equipe por mais que esteja jogando mal?

Imperfeições à parte, o título da Copa das Confederações valoriza ainda mais o trabalho de Dunga à frente da Seleção Brasileira. Sob o comando dele, a equipe também venceu a Copa América de 2007 e é a atual líder das Eliminatórias da Copa do Mundo - todos resultados conquistados apesar da desconfiança da imprensa e da torcida. Agora, os torcedores esperam que a trajetória vitoriosa tenha mais um final feliz em 2010.

*****

Em virtude da cobertura da final da Copa das Confederações, O tempo e o placar... mostrará a análise da oitava rodada do Campeonato Brasileiro amanhã.

domingo, 28 de junho de 2009

Joel Bafana



Nunca um quarto lugar foi tão bom para um treinador brasileiro. O técnico Joel Santana fez com que a África do Sul passasse pela primeira vez a uma nova fase de um torneio internacional e, mesmo com duas desclassificações, a seleção sul-africana não fez feio aos olhos de seus torcedores. Tanto na semifinal contra o Brasil quanto na disputa do terceiro lugar, a "Bafana" vendeu caro suas derrotas. Contra o Brasil, um gol de falta a dois minutos do fim eliminou a equipe. E hoje, diante da Espanha, também veio de bola parada (a um minuto do segundo tempo da prorrogação) a derrota por 3 a 2 para os espanhóis.

Conhecido no Brasil pelo apelido de "Senhor Estadual", Joel conquistou nove campeonatos estaduais em sua trajetória, e sempre em times com grande rivalidade em seus respectivos estados. No Campeonato Baiano, foram dois títulos com o Bahia (1994 e 1999) e dois com o Vitória (o Supercampeonato Baiano de 2002 e o Estadual de 2003). Mas sua hegemonia como treinador de estaduais veio no Rio de Janeiro. Ele conquistou o Campeonato Carioca pelos quatro grandes do estado - 1992 e 1993 com o Vasco, 1995 com o Fluminense, 1997 com o Botafogo e 1996 e 2008 com o Flamengo.

No entanto, em competições de nível nacional o treinador ainda era bastante questionado. Nos dois títulos que conseguiu com o Vasco na temporada de 2000 - a Copa Mercosul e a Copa João Havelange - ele dirigiu a equipe somente nos últimos jogos, pois Oswaldo de Oliveira se desentendeu com o ex-presidente Eurico Miranda. Em 2007, Joel Santana teve outra incumbência à frente do Flamengo: tirar o time das últimas colocações do Campeonato Brasileiro. O rubro-negro não só saiu dos últimos lugares como também chegou à terceira posição e se classificou para a Taça Libertadores da América do ano seguinte. Os flamenguistas começaram a apelidá-lo de "Papai Joel".

No ano passado, logo após a conquista do Campeonato Estadual, ele saiu do time carioca para dirigir a seleção da África do Sul. Após ter seu trabalho contestado (em especial depois o empate em 0 a 0 com o Iraque na estreia da Copa das Confederações), o treinador agora conseguiu o respeito da torcida e da imprensa esportiva sul-africana - além da consagração de boa parte da crítica esportiva brasileira, que mesmo com a vitória da Seleção Brasileira por 1 a 0 na quinta-feira, considerou que ele fez sua seleção dar um "nó tático" no time escalado por Dunga.

O futebol bem armado que a África do Sul apresentou na Copa das Confederações promete surpreender também na Copa do Mundo do próximo ano. E, quem sabe, Joel Santana possa mudar seu nome para "Joel Bafana".

*****

Amanhã, O tempo e o placar... fala sobre a final da Copa das Confederações, entre Brasil e Estados Unidos.

sábado, 27 de junho de 2009

Amarga despedida



O Fla-Flu de amanhã será o ponto final da segunda passagem de Thiago Neves pelo tricolor das Laranjeiras. O jogador está de malas prontas para jogar no árabe Al Hilal, na espera de dias melhores para sua carreira. Afinal, seu retorno ao Fluminense não trouxe nada de bom também para o clube carioca.

Contratado para fazer parte da "Nova Máquina Tricolor", ao lado de nomes como Diguinho, Conca, Leandro Amaral e Fred, Thiago Neves frustrou a torcida com fracas atuações, que condenaram o primeiro semestre do Fluminense a mais um período sem títulos. E, principalmente, com eliminações em partidas sem brio: a derrota para o Flamengo na semifinal da Taça Rio (resultado que tirou da equipe a chance de ganhar o Campeonato Estadual) e a queda diante do Corínthians em pleno Maracanã, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil.

Thiago foi somente o rascunho do grande atleta que se destacou no Fluminense em 2007, quando deixou de ser somente o reserva de Carlos Alberto. Além de bater a cabeça com os outros homens ofensivos do tricolor, o jogador chamou atenção da imprensa num lance que demonstrou sua irresponsabilidade. Na derrota por 2 a 1 para o paraense Águia de Marabá (pela segunda fase da Copa do Brasil), ele atirou uma bola no gandula do Estádio Mangueirão.

Muito pouco para apagar a imagem negativa criada em sua apresentação, ao dizer que a volta ao tricolor depois do insucesso no futebol alemão (atuou pelo Hamburgo) foi um "retrocesso na sua carreira". Se a carreira havia retrocedido no retorno à Europa, a passagem de cinco meses pelo Fluminense tornou ainda mais complicada a valorização de seu futebol.

Thiago Neves se despede na partida entre Flamengo e Fluminense de amanhã. Mas, ao contrário de outros jogadores que saem do Brasil através da "janela" do Campeonato Brasileiro, ele provavelmente não vá deixar saudade à torcida.

*****

BOLA PRO MATO

O jornalista Lédio Carmona anunciou em seu blogue que Vanderlei Luxemburgo foi demitido do Palmeiras. Após muitos atritos com a diretoria do alviverde paulista, a negociação do artilheiro Keirrison com o futebol espanhol sacramentou uma queda anunciada desde a eliminação na Taça Libertadores da América. Agora passa a pairar no Parque Antarctica a possibilidade de Muricy Ramalho virar casaca dentro do estado de São Paulo.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

As estrelas na África do Sul



No jogo truncado ao qual a África do Sul submeteu a Seleção Brasileira durante toda a partida, duas estrelas foram decisivas para que a zebra não passasse mais uma vez pela Copa das Confederações. O técnico Dunga, que fez uma substituição decisiva a dois minutos do tempo regulamentar, e o lateral Daniel Alves, que saiu da reserva para fazer o gol da vitória por 1 a 0.

Mais uma vez, o Brasil esbarrou no seu defeito mais preocupante: não saber lidar com seleções bem armadas defensivamente. O time de Joel Santana se postou na defesa, marcando muito bem o camisa 10, Kaká, e contando com a sorte de Ramires e Robinho estarem em um péssimo dia. O fato de Luís Fabiano ter chutado a gol pela primeira vez no jogo somente aos 17 minutos do segundo tempo demonstra como a Seleção Brasileira não conseguia chegar à frente da área sul-africana.

Os laterais Maicon e André Santos também penaram nesta semifinal, em especial este último, que por muitas vezes tropeçou na bola e perdeu chances de contra-ataque. O jogo caminhava para o empate sem gols e Dunga não olhava para o banco de reservas em nenhum momento. Somente aos 38 minutos do segundo tempo é que ele decidiu trocar um de seus jogadores.

E, certamente, a troca de André Santos por Daniel Alves seria muito hostilizada pelos torcedores se a partida acontecesse em algum gramado brasileiro. Improvisar um lateral-direita na esquerda é o suficiente para chamar um técnico de "burro". Mas o acaso do futebol decidiu brilhar no futuro palco da Copa do Mundo de 2010.

Em sua única boa jogada em toda a partida, o meia Ramires foi derrubado perto da área. Daniel Alves partiu para a cobrança e fez a bola entrar no canto direito. Mesmo com o favoritismo, o 1 a 0 naquele momento soou como injusto, diante do que fizeram em campo Brasil e África do Sul.

Mais uma vez, Dunga fez valer sua estrela, contando com o brilho do chutaço de seu lateral-direita. A torcida brasileira faz votos de que esta estrela não se torne cadente até a final da Copa das Confederações (domingo, contra a surpreendente seleção dos Estados Unidos) e, quem sabe, conduza o Brasil a acrescentar mais uma estrela em sua camisa - a de vencedor da Copa do Mundo no ano que vem.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Os rumos sul-americanos



O jogo entre Cruzeiro e Grêmio no Mineirão mostrou que a máxima "quem não faz, leva" está longe de sair de moda. Mais uma vez, o tricolor gaúcho perdeu muitos gols e saiu do Mineirão derrotado. O estrago só não foi maior porque a cobrança de falta de Souza diminuiu a vantagem cruzeirense para o placar de 3 a 1.

No início do jogo, nem parecia que o Grêmio era o visitante. Foi do lado gaúcho que surgiram as melhores oportunidades - com Alex Mineiro e Máxi Lopez - e era a equipe que dominava as ações da etapa inicial. Mas, a sucessão de erros nas finalizações foi castigada a oito minutos do fim do primeiro tempo, com o gol de cabeça de Wellington Paulista.

A possibilidade de voltar a ter o domínio da partida foi embora logo no primeiro minuto da segunda etapa, em chute de Wagner. O Grêmio de Paulo Autuori recorreu a uma estratégia duvidosa digna de equipes "copeiras": evitar levar mais gols. Mas não adiantou muito, pois, aos 21 minutos, o estreante Fabinho marcou de cabeça.

Graças à cobrança de falta de Souza aos 33 minutos, o trabalho do Grêmio ficou menos difícil. Com a derrota por 3 a 1, o placar de 2 a 0 é suficiente para que o time roube a vaga da Celeste mineira e faça a final da Taça Libertadores da América. A semifinal brasileira ganhou mais emoção. Mas desta vez os gremistas terão de acertar a pontaria de uma vez por todas, para o time não perder o rumo da competição sul-americana.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A derrota do jornalismo esportivo



Um verdadeiro gol contra o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo para que se exerça a profissão. O empenho de inúmeros estudantes é jogado no lixo mais uma vez, para que se sobressaia um pensamento contraditório das empresas: a de que passa mais credibilidade um especialista no assunto (um economista, por exemplo) do que um jornalista formado. A área que promete ser a mais sentida é a do jornalismo esportivo.

Com o aval definitivo do Supremo Tribunal Federal, agora os jornais e as emissoras de rádio e de televisão podem escancarar suas portas para a contratação de comentaristas ligados ao esporte. Afinal, o que chama audiência? Um jogo de vôlei com análises de um jornalista ou de Tande? Uma partida de basquete com comentários de um estudioso ou do Oscar? Um jogo de futebol tendo como comentarista uma pessoa formada ou o Romário?

Sim, é bem verdade que alguns dos comentaristas presentes no jornalismo esportivo brasileiro têm seus devidos valores - mas, provavelmente, por méritos próprios, por decidirem estudar e se aprofundar na área. Entretanto, é lamentável ver comentaristas como o ex-jogador Neto e o ex-árbitro Oscar Roberto de Godói tomando espaço de jornalistas na TV Bandeirantes. É visível o despreparo de nomes como Júnior, na TV Globo, e do ex-treinador Valdir Espinosa, no canal a cabo Sportv.

Na televisão, escolha de pessoas ligadas a esporte para participar de eventos esportivos acaba não sendo favorável nem para a própria emissora. Cada vez mais, os ex-atletas aceitam participar das transmissões com o intuito de mostrar que ainda estão ligados aos esportes nos quais fizeram carreira. Foi graças ao jornalismo esportivo que o ex-zagueiro Mauro Galvão conseguiu um espaço na gerência do Grêmio, e que o ex-atacante Müller se tornou um dos diretores do Santo André. O emprego de jornalista deve ir além de mera catapulta para outros ramos.

A decisão do STF sacramentou o empobrecimento da cobertura esportiva, tão combalida pela política de ter na equipe "especialistas de outras áreas, com talento reconhecido" (palavras do vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho). Agora, os jornalistas que quiserem se aventurar pela área de esporte terão mais um grande adversário.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Altos e baixos na Bolsa de Valores nacional



A sétima rodada do Campeonato Brasileiro trouxe um panorama digno de Bolsa de Valores. Alguns clubes tiveram suas crises atenuadas, outros conheceram uma crise e alguns se viram ainda mais mergulhados em problemas dentro de campo.

O Flamengo rechaçou seus problemas internos e aproveitou a inconsequente ideia de o Internacional poupar meio time para derrubar um dos líderes do campeonato. O atrito entre Adriano e Cuca, a duvidosa atitude de alguns jogadores pagarem o salário do atleta Alex Cruz e o rumor de que o técnico rubro-negro teria ligado para o São Paulo com o interesse de pedir um emprego (pairado na imprensa por Muricy Ramalho) foram deixados de fora do gramado. Em campo, a equipe goleou o Inter por 4 a 0, com três gols de Adriano e um de Emerson.

A liderança segue com o Atlético Mineiro, que chegou à sua quinta vitória num conturbado jogo contra o Santos na Vila Belmiro. Uma pena que o placar de 3 a 2 e belos gols de Diego Tardelli, Carlos Alberto e Neymar foram ofuscados por mais uma furada da arbitragem (que será detalhada na seção A FURADA).

Os demais times cariocas também protagonizaram momentos envolvendo situações de crise. O Fluminense conseguia um heroico empate em 2 a 2 após chegar à desvantagem de dois gols na partida mas, já nos acréscimos, deixou que o Avaí conseguisse sua primeira vitória em um chute lindo de Léo Gago. O Leão de Santa Catarina deixou a lanterna do campeonato com o 3 a 2, amenizando a crise que rondava a Ressacada. No Barradão, o Botafogo sofreu uma derrota para sua própria covardia. Ao conseguir o empate contra o Vitória em pleno Barradão, o time se fechou na defesa, como se a igualdade no placar fosse suficiente para uma melhora significativa no torneio. O castigo também veio nos acréscimos, em falha clamorosa de Renan, que saiu mal e deixou o gol aberto para Apodi decretar o 4 a 3 da equipe baiana.



Os botafoguenses agora estão na zona de rebaixamento, fazendo companhia ao Avaí, ao Sport (que perdeu por 2 a 1 para o Santo André) e ao último colocado Atlético Paranaense, que cedeu empate em 2 a 2 nos descontos. O resultado com o rubro-negro do Paraná levou o Palmeiras à zona de classificação da Taça Libertadores da América.

O conterrâneo Coritiba começou a semana distante da faixa de rebaixamento, com a boa vitória diante do Náutico nos Aflitos. O Goiás também conseguiu um bom resultado fora de seus domínios, no 2 a 2 com o Grêmio no Olímpico. No entanto, o sabor mais sentido foi o de derrota, porque os três pontos escaparam aos 47 minutos do segundo tempo, em gol de Máxi López. O tricolor gaúcho tentou amenizar a perda de dois pontos em seu território com o fato de Paulo Autuori escalar um time misto.



A decisão por poupar jogadores não foi seguida pelo adversário do Grêmio nas semifinais da Libertadores. O Cruzeiro escalou sua equipe titular e sofreu uma derrota por 4 a 2 do Barueri. O time do interior de São Paulo tinha conquistado sua primeira vitória na rodada anterior e, no domingo, protagonizou seu primeiro momento de "zebra", ao sair de campo no Mineirão com três pontos que levaram o time ao sexto lugar (empatado com Flamengo e Santo André).



Time mais cotado no início do pregão do Campeonato Brasileiro de 2009, o São Paulo vem perdendo sua cotação a cada rodada. O tricolor paulista já havia perdido boa parte de sua credibilidade na sexta-feira à noite, quando Muricy Ramalho entregou seu cargo de técnico. E a derrota por 3 a 1 para o Corínthians no Pacaembu deixou a situação ainda mais preocupante para o conquistador das últimas três edições do Brasileirão. À beira da zona de rebaixamento e agora investindo num treinador com pouco destaque - Ricardo Gomes -, o time é uma aposta de risco para o restante do torneio. Melhor para o alvinegro paulista, que ganhou um pouco mais de autoconfiança para a final da Copa do Brasil contra o Internacional em primeiro de julho. Sim, não era necessária tanta autoconfiança a ponto de Mano Menezes debochar de Milton Cruz por ele ser treinador interino, mas vitória num clássico sempre eleva o ambiente de uma equipe.

Num campeonato embolado como este, as boas apostas de outrora podem ficar em queda livre em uma ou duas rodadas. Resta ao torcedor acompanhar com atenção cada lance, e ver quais valores merecem o aplauso de 2009.

*****

O tempo e o placar... traz o que houve de melhor e de pior na sétima rodada do Campeonato Brasileiro.

O CHUTAÇO

Três gols e uma noite inspiradíssima de Adriano no Maracanã, justamente contra o Internacional (então líder do campeonato e carrasco da equipe nas quartas-de-final da Copa do Brasil). Será que o Imperador voltou de vez?

A FURADA

Simplesmente lamentável a atuação de Djalma José Beltrami na partida entre Santos e Atlético Mineiro, pelo conjunto da obra. Primeiro, pelo deslize de encerrar a partida dois minutos antes do acréscimo que ele mesmo especulou. Segundo, mandar que o jogo voltasse a acontecer com o time atleticano já no vestiário. Terceiro, não ter peito suficiente para validar o gol de Molina que decretaria o empate santista nos polêmicos descontos. A que tipo de arbitragem os clubes brasileiros estão expostos...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

História reescrita



O jogo mais temido da primeira fase da Copa das Confederações acabou sendo o caminho mais tranquilo da Seleção Brasileira nesta competição. Se a vitória por 3 a 0 sobre os Estados Unidos não servia como parâmetro de bom futebol (afinal, os americanos não primam pela tradição no esporte), sem dúvida os 3 a 0 sobre a Itália trouxeram a certeza de um Brasil bem armado.

No primeiro tempo, a Seleção foi soberana em campo. Os italianos tiveram somente uma oportunidade de gol, e ainda por cima de fora da área, num chute que passou longe das traves de Júlio César. De resto, a zaga brasileira (formada por Lúcio e Juan, mas este último, contundido, deu lugar a Luisão) se mostrou muito bem organizada, ainda mais com o bom auxílio dos contestados cabeças-de-área Gilberto Silva e Felipe Melo.

Na lateral-direita, Maicon se revelou uma ótima opção de ataque. Dos pés dele saiu um chute que sobrou para Luís Fabiano marcar o primeiro gol em Pretória, aos 37 minutos de jogo. Nem mesmo a atuação hesitante de André Santos na lateral-esquerda comprometeu o time brasileiro.

Ramires mais uma vez apresentou seu bom futebol, jogando com raça e com muita correria - ao contrário de muitos jogadores que existem por aí, o meia corre com alguma objetividade. Kaká se deu ao luxo de fazer uma partida mediana, errando alguns passes que não costuma errar. Mas, ao receber passe de Robinho, o camisa 10 cruzou para a área, Robinho fez o corta-luz e Luís Fabiano fez seu segundo gol, aos 42. O placar já era bom para o primeiro tempo quando, dois minutos depois, Robinho partiu na esquerda e tentou achar Ramires. Mas, no meio do caminho, Dossena colocou a bola para as próprias redes italianas.

Ao Brasil agradou tanto o placar que, nos últimos 45 minutos, a Seleção se deu ao luxo de ficar somente esperando a Itália atacar. Em uma atitude perigosa, a equipe recuou, passou a tocar a bola e parecia ter perdido a vontade de chegar nas jogadas. Enquanto na primeira etapa os italianos quase não apareceram na área brasileira, no segundo tempo o goleiro Júlio César foi bastante exigido, e fez boas defesas. No único lance em que pecou pela afobação, o camisa 1 teve a ajuda de Felipe Melo, que desviou chute de Pepe que fatalmente entraria no gol.

Outra conduta questionável foi a dos homens da frente. Com a vitória praticamente consolidada, alguns jogadores começaram a prender demais a bola e a perder boas chances de tabela na busca de um gol bonito ou de uma jogada individual. Por recorrer a muitos dribles, Robinho desperdiçou boa chance de o Brasil fazer o quarto gol.

Nada que comprometesse o resultado final e confirmasse mais um triunfo da Seleção Brasileira sobre a Itália, tradicionalíssimo adversário. No dia em que a conquista da Copa do Mundo de 1970 (com uma vitória de 4 a 1 do Brasil sobre os italianos no jogo final) completou 39 anos, o Brasil escreveu mais uma história com final feliz neste confronto.

*****

Em virtude do jogo da Copa das Confederações, o balanço da sétima rodada será mostrado amanhã em O tempo e o placar...

domingo, 21 de junho de 2009

Brincadeira de mau gosto



Depois do quarto empate consecutivo em 0 a 0 (um pela Copa do Brasil e três pelo Campeonato Brasileiro da Série B), o Vasco viu pairar uma crise pelo clube. Não bastasse a impaciência dos torcedores - que distribuiram vaias e hostilidades no jogo de sexta, contra o Duque de Caxias - uma declaração do meia Léo Lima tumultuou ainda mais o ambiente vascaíno: a de que em treinamentos de finalizações, alguns jogadores estariam "fazendo brincadeiras".

Se a falta de seriedade em treinos é grave, pior ainda é um jogador expor isto à imprensa, ainda mais depois de um resultado considerado ruim em São Januário. Léo Lima foi infeliz em divulgar um assunto que deveria se restringir aos treinamentos e, principalmente, em fazer críticas indiretas aos seus companheiros de elenco.

Justo ele, um jogador que criou problemas em todos os clubes que passou (o próprio Vasco, Flamengo e Palmeiras), agora falando como um jogador exemplar. Suas acusações podem não ser levianas, mas certamente, deixarão a pressão pela volta à Primeira Divisão mais intensa. O fato do Vasco não ter repetido os bons resultados do início do torneio também traz uma parcela de culpa de Léo - muitas vezes atuando de maneira dispersa nas partidas, com erros de passe e, ironicamente, com sucessivos erros nas finalizações de fora da área.

Independente da veracidade da informação, Léo Lima e os demais jogadores do Vasco precisam reencontrar o caminho do gol e das vitórias. Não se esperava uma trajetória fácil neste 2009. Mas, com as recentes apresentações, o plantel vascaíno parece dificultar por méritos próprios sua caminhada na Série B do Campeonato Brasileiro.

sábado, 20 de junho de 2009

Separação litigiosa



A relação mais duradoura entre um técnico e um clube no futebol atual do Brasil chegou ao fim ontem. Muricy Ramalho não sobreviveu ao desgaste de três anos e meio à frente do São Paulo e, com a eliminação da Taça Libertadores da América para o Cruzeiro anteontem, entregou o cargo. Nem mesmo a trajetória vitoriosa do tricolor paulista - campeão das últimas três edições do Campeonato Brasileiro - foi levada em conta na decisão de ambas as partes.

De fato, o São Paulo teve uma queda vertiginosa em seu futebol este ano. Do time que enchia os olhos de qualquer torcedor na conquista do ano passado, restou apenas o nome dos bons jogadores de outrora. E no gramado, nome não ganha jogo.

O comentarista Carlos Eduardo Eboli, da Rádio CBN, afirmou que o esquema de jogo do São Paulo também ficou desgastado, tanto pela manutenção dele por três temporadas quanto pelo tricolor paulista ser um dos times mais "estudados" por seus adversários. A equipe de Muricy Ramalho chegou ao posto de favorito e de "time a ser batido" (coisa rara num campeonato tão equilibrado quanto o Brasileiro), e, no caso do São Paulo, no "time que está ganhando" tinha de se mexer um pouco mais, para não ficar tão previsível.

É uma pena ver Muricy Ramalho, que deu três títulos brasileiros consecutivos ao São Paulo (conquista que não passava pelo Morumbi desde 1991), sair pela porta dos fundos, demitido após uma eliminação na qual seu time se acovardou diante do Cruzeiro. Os são-paulinos esperam que a relação com o novo treinador - Ricardo Gomes, anunciado hoje pela diretoria - seja tão duradoura e cheia de conquistas quanto foi a de Muricy. Caso contrário, o litígio pode acontecer mais cedo que o previsto.

*****

BOLA PRO MATO

O Vasco mais uma vez empatou em 0 a 0 em uma partida da Série B do Campeonato Brasileiro. Com um meio-de-campo nulo durante boa parte do primeiro tempo, o time não conseguiu se livrar da boa marcação da equipe do Duque de Caxias, e saiu de São Januário sem a vitória. Diante da apatia dos jogadores e de duas chances de gol desperdiçadas pelo preciosismo de Élton, a torcida vascaína hostilizou seus jogadores (principalmente o camisa 9) de uma forma que não acontecia há muito tempo. O sentimento parou?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A titularidade brasileira



A indefinição de uma "Seleção que não tem reservas nem titulares" ficou ainda mais forte ontem. Com quatro mudanças em relação ao time na apertada vitória por 4 a 3 diante do Egito, o Brasil não teve o menor trabalho de vencer a seleção dos Estados Unidos em Pretória. O 3 a 0 deixou a Seleção Brasileira com a cômoda vantagem de jogar pelo empate domingo, diante da Itália - que tropeçou nos egípcios, com uma surpreendente derrota por 1 a 0.

Após o cansaço alegado pelos jogadores para a estreia hesitante, a Seleção parecia ter acelerado as coisas e, em 20 minutos, já havia feito 2 a 0. Talvez a intenção fosse liquidar logo a partida para depois poder se poupar. Afinal, Brasil e Itália, seja por amistoso, pela Copa das Confederações ou pela Copa do Mundo, é um jogo no qual todos querem estar sem risco de contusões ou de esgotamento físico.

A "dúvida" da lateral-direita voltou a nortear a cabeça de Dunga. Após passar um bom tempo questionado (e até perder a vaga), Maicon deu um fôlego para o lado direito, participando diretamente do primeiro gol - ao cruzar para Felipe Melo abrir o placar, de cabeça - e, numa linda jogada, fazendo o terceiro gol. O Brasil, que padecia de um bom lateral desde que Cafu se aposentou, agora tem boas opções com Maicon e Daniel Alves.

Já o lado esquerdo teve um alento, um resquício de bom futebol. Mas André Santos ainda não parece um jogador ideal para a posição. Ao menos, ele é superior a Kléber, que decepcionou nas partidas recentes.

A entrada de Miranda na zaga não teve como ser avaliada, diante da ausência de ataque dos Estados Unidos. No entanto, o outro reserva da equipe - Luisão - em pouquíssimos minutos em campo (ao substituir Lúcio) se mostrou afoito nas jogadas, que só não comprometeram porque a vitória já estava sacramentada.

Em sua primeira oportunidade como titular na Seleção Brasileira, Ramires apresentou futebol de veterano. Em nenhum momento se omitiu na partida e, além de sofrer a falta que gerou o primeiro gol, aproveitou o bom passe de Kaká e deixou Robinho livre para marcar o segundo da Seleção Brasileira.

Para o jogo de domingo, contra a Itália, é bem provável que Dunga volte a mexer na Seleção Brasileira. Afinal, com a classificação para as semifinais praticamente certa, o momento seria de testar os jogadores para o decorrer do ano e, quem sabe, para a Copa do Mundo no ano que vem. Entretanto, o treinador precisa manter os pés no chão, e não entregar a titularidade brasileira somente para utilizar a torto e a direito os jogadores convocados. Um título da Copa das Confederações viria a calhar para um treinador tão contestado.

*****

BOLA PRO MATO

Aonde foi parar o futebol tricampeão brasileiro do São Paulo? Neste ano, o tricolor paulista continua apresentando um futebol irreconhecível, apático, decepcionante. A decepção mais recente veio ontem, com a eliminação da Taça Libertadores da América ao perder por 2 a 0 para o Cruzeiro no Morumbi. Alheia à crise são-paulina, a Celeste mineira faz semifinal brasileira no torneio sul-americano, e promete um bom embate com o Grêmio.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O dia em que Taison parou



No primeiro confronto decisivo da Copa do Brasil, Corinthians e Internacional deram ao público um espetáculo aberto, cheio de oportunidades de ambos os lados. Um jogo imprevisivelmente delicioso. Jorge Henrique no primeiro tempo e Ronaldo no início da segunda etapa deixaram o alvinegro paulista com vantagem para o derradeiro embate no Beira-Rio. Só que, por mais que ambos os gols tenham sido bonitos, o destaque da noite vestiu a camisa 1 corintiana.

A vitória por 2 a 0 começou a ser escrita nas mãos de Felipe, que se multiplicou no gol corintiano, sem se intimidar com o fato de o adversário ter em sua linha de frente Taison, responsável por 23 gols com a camisa do Internacional em 2009. Mesmo com uma entorse no tornozelo (sentida algumas rodadas antes, e que causou incômodo durante esta partida), o goleiro prosseguiu em campo, atento ao jogo e disposto a manter a invencibilidade corintiana em São Paulo - nesta edição da Copa do Brasil, o time não sofreu nenhum gol em terras paulistanas.

No duelo das equipes, o colorado sofria com a falta de seus titulares - o zagueiro Bolívar (suspenso) e o meia DAlessandro (contundido), o lateral-esquerda Kléber e o atacante Nilmar (ambos na Seleção Brasileiro). Enquanto isto, o substituto de um desfalque corintiano (André Santos, que está na Seleção Brasileira disputando a lateral-esquerda com Kléber) fez a diferença para a equipe paulista. Marcelo Oliveira chegou na esquerda e cruzou para Jorge Henrique fazer 1 a 0.

Mesmo em desvantagem no placar, o Internacional não se intimidou. Tentou uma, duas, inúmeras vezes. Em todas, estava a mão de Felipe para abafar o grito de "gol" gaúcho. Em cobranças de falta, chutes de fora da área, rebatidas, o camisa 1 do Corinthians se desdobrava, mas o gol do Inter não saía.

A disputa prometia ser intensa na volta para o segundo tempo, e parecia ser mais justo a volta ao empate no Pacaembu. Mas o gol saiu do lado corintiano. Aos oito minutos, Elias lançou Ronaldo próximo da área. O atacante passou pelo zagueiro Índio e chutou, fora do alcance do goleiro Lauro.

Mais do que nunca, o Internacional precisava do gol, pois diminuir o placar significava não só tentar o empate em campo como também reduzir a necessidade do número de gols a serem marcados no Beira-Rio. Os gaúchos tinham constantes oportunidades de marcar. Mas a ausência de seus titulares era cada vez mais sentida, principalmente a do meia DAlessandro na criação das jogadas e a de Nilmar na linha de frente com Taison.

Até que chegou ao "clímax" o grande embate da noite. Aos 28 minutos da segunda etapa, Taison chegou livre na cara do gol corintiano, diante de Felipe. O goleiro defendeu o chute do atacante colorado e evitou que a bola entrasse no fundo de suas redes. Estava sacramentada a história. 16 de junho de 2009 foi o dia em que Taison parou nas mãos de Felipe, e a vantagem de dois gols do Corinthians para a segunda partida da Copa do Brasil foi confirmada. Mas, para o próximo capítulo, o rumo da história pode ser reescrito em 90 minutos. Afinal, o espetáculo não pode parar.

*****

BOLA PRO MATO

0 a 0 com sabores diferentes para o Brasil na Taça Libertadores da América. A carência de gols perdidos (principalmente com Obina) foi crucial para as pretensões palmeirenses no torneio sul-americano - os uruguaios do Nacional agora estarão nas semifinais. Nem mesmo o caminhão de gols perdidos por Máxi López tirou a classificação do Grêmio. O tricolor gaúcho garantiu a presença de um brasileiro na final da competição - os gremistas enfrentam o vencedor do confronto entre São Paulo e Cruzeiro, que será realizado hoje.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Opções na cabeça





O atrito gerado na Gávea pela briga entre Adriano e Cuca é uma coisa comum no atual futebol brasileiro. Mas o número de pessoas que podem ser afetadas com o desfecho da situação do Flamengo é maior e mais inusitada do que numa habitual troca de técnicos.

Depois da goleada por 5 a 0 sofrida para o Coritiba no domingo, na capital paranaense, o vice de futebol Kléber Leite afirmou que Cuca prosseguirá no comando. No entanto, o presidente em exercício rubro-negro Delair Dumbrosck disse ontem em telefonema à reportagem do GloboEsporte.com que queria substituir o atual treinador do Flamengo. O primeiro nome cogitado foi o de Geninho (demitido recentemente do Atlético Paranaense), e a segunda opção seria Sérgio Guedes, atual treinador do Santo André.

Só que a equipe rubro-negra está com os olhos voltados também para a África do Sul. Mas não está meramente para assistir à disputa entre seleções na Copa das Confederações. É que a seleção do país-sede do torneio (e da próxima Copa do Mundo) é treinada por Joel Santana, que no ano passado saiu daqui do time carioca coroado. Ele dirigiu a equipe na "arrancada" da zona de rebaixamento até o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de 2007 e deu o título do Campeonato Estadual de 2008.

Joel saiu do Flamengo por causa da proposta sul-africana, mas agora não vem trazendo bons resultados para a seleção de lá. Tanto que, após o empate em 0 a 0 da África do Sul com o Iraque na estreia da Copa das Confederações, o principal jornal sul-africano (The Star) expôs a seguinte manchete: “Cabeças vão rolar se a África do Sul não chegar às semifinais”.

A possibilidade de queda pode não ser tão desastrosa diante dos maus sinais no comando rubro-negro. Como declarou Lédio Carmona em seu blogue, os dois caminhos podem se cruzar e "Johannesburgo e Gávea, tudo a ver".

Resta saber se, depois de conseguir armar um bom time para o Campeonato Estadual (a ponto de ser declarado como um dos favoritos para o Campeonato Brasileiro), o Flamengo conseguirá encontrar algum treinador que tenha tudo a ver com esta equipe. Pelo jeito, cabeças não faltam.

*****

BOLA PRO MATO

19h30, Nacional (do Uruguai) e Palmeiras na Taça Libertadores da América. 21h50, Grêmio e Caracas também na Libertadores e Corínthians e Internacional na final da Copa do Brasil. Bem, até que os horários estranhos de quarta-feira trouxeram boas opções de futebol para o público brasileiro nestes momentos decisivos para as equipes daqui...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Salvo pelo ponto



Foi preciso um ponto eletrônico acordar o árbitro inglês Howard Webb para a Seleção Brasileira não deixar uma zebra faraônica passar pela sua história. O Brasil empatava com o Egito em 3 a 3 quando Lúcio chutou para o gol e a bola bateu em Al Muhamad e foi para fora. O juiz apontou escanteio, mas, ajudado pela "consciência" em seu ouvido, conseguiu enxergar que, de fato, houve pênalti para a Seleção Brasileira. A boa cobrança de Kaká amenizou a estreia preocupante, mas não pode rechaçar os deslizes do time de Dunga.

Nos primeiros 45 minutos, a vantagem de 3 a 1 - conquistada com gols de Kaká, Luís Fabiano e Juan, com Zidan descontando - mostrava a superioridade e o poder de reação da equipe. Mesmo quando sofreu o gol de empate três minutos depois de abrir o placar, o Brasil jogava melhor, e por sua tradição (e pela falta de tradição do Egito), a goleada era um caminho praticamente certo.

Mas o desvio de rota foi mudado aos nove e aos 10 minutos do segundo tempo. Com gols de Shawki e Zidan, respectivamente, o Egito empatou em 3 a 3 o confronto. Em vez de usar sua soberania técnica, o Brasil misteriosamente ficou apático, praticamente assistindo ao Egito jogar (e pressionar, ainda mais depois que a seleção egípcia passou a contar com três atacantes). Nem mesmo as entradas de André Santos, Ramires e Alexandre Pato deixaram a Seleção Brasileira mais veloz. Todos pareciam jogar em ritmo de treino, e de um treino ruim.

Mesmo marcado de uma forma discutível para todas as confederações (e talvez para a FIFA), o pênalti aos 45 minutos do segundo tempo foi indiscutivelmente o salvador da atuação abaixo do esperado do time de Dunga. O goleiro Júlio César afirmou que o cansaço da viagem até a África do Sul atrapalhou a partida da Seleção Brasileira. Pode ser. Mas é muita coincidência que o Brasil mais uma vez jogue mal diante de uma seleção considerada inferior - vide os empates em 0 a 0 contra Bolívia e Colômbia pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Só há duas saídas para este mistério: ou os jogadores se desmotivam diante de adversários menos tradicionais (pois o Brasil já fez excelentes partidas em amistosos com Portugal, ao final do ano passado, e Itália, no início de 2009), ou Dunga não consegue um esquema tático adequado para furar a barreira de times mais defensivos.

Talvez por isto o narrador Galvão Bueno tenha propagado durante a transmissão de Brasil e Egito a ideia de que os Estados Unidos (próximos adversários na Copa das Confederações) são difíceis de ser batidos. Porque, se fosse um adversário considerado "galinha morta", fatalmente a Seleção Brasileira se acomodaria e teria dificuldades para chegar à vitória.

Além dos Estados Unidos na quinta, o Brasil enfrenta a Itália (campeã da Copa do Mundo de 2006) na primeira fase da Copa das Confederações. Dois jogos teoricamente mais difíceis do que o Egito. Destas vezes, a Seleção Brasileira não pode ficar à mercê de um ponto eletrônico para salvá-la de um mau resultado.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Passos da redenção



O Campeonato Brasileiro mesclou repetições e novidades nesta sexta rodada. De novo, mudanças consideráveis nas classificações e nos resultados. Mas o torneio ainda esbarra em pensamentos que podem atrapalhar os clubes num campeonato de pontos corridos: a insistência em colocar times reservas. Este foi o principal motivo de um dos finalistas da Copa do Brasil, o Internacional, ter sua liderança colocada a prova pela primeira vez. O empate sem gols diante do Vitória no Beira-Rio não só fez escapar dois pontos em território gaúcho, como alavancou o Atlético Mineiro ao primeiro lugar. O time de Minas venceu o Náutico por 3 a 0, em mais uma grande partida da dupla Éder Luís e Diego Tardelli no Mineirão.

O Corínthians, adversário do Inter na quarta-feira, precisou de mais uma grande atuação do goleiro Felipe para se livrar do Goiás. Nem mesmo os "reforços" de titulares como Cristian, Dentinho e Ronaldo foram suficientes para eles tentarem um resultado melhor do que o empate em 0 a 0.



Desta vez poupando time para a Taça Libertadores da América, o time misto do Cruzeiro saiu de campo com uma derrota por 3 a 1 para o Palmeiras, em um jogo marcado por um erro de arbitragem. No gol de empate palmeirense, a cabeçada de Marcão bateu na trave e quicou em cima da linha, mas o árbitro gaúcho Leandro Vuaden enxergou que a bola tinha entrado. Pela segunda vez, o alviverde paulista foi favorecido no Palestra Itália neste Campeonato Brasileiro - na partida contra o Vitória, os baianos tiveram um gol legítimo quando o goleiro Marcos tirou uma bola de dentro do gol. Não chega a ser favorecimento proposital, mas traz algo ainda pior neste torneio: mais um erro primário de arbitragem. Em campo, o Palmeiras trouxe uma volta fundamental para o bom futebol nacional: o artilheiro Keirrison parece estar voltando aos bons momentos, como nos dois gols marcados ontem.

O adversário cruzeirense na quinta, o São Paulo, é que ainda padece neste início de Campeonato Brasileiro. Pela quarta vez em seis jogos, o tricolor paulista não conseguiu mais do que um empate - desta vez, um 1 a 1 diante do modesto Santo André, em pleno Morumbi. Também empatado ficou o Fluminense e Grêmio no Maracanã. Apesar da perda de dois pontos, o resultado de 0 a 0 foi um alívio para os cariocas, pelos buracos deixados na zaga do time das Laranjeiras (em falhas principalmente de Edcarlos) e por Diguinho, que entrou em campo no decorrer da partida, conseguir responder no campo à perseguição covarde que sofreu dos baderneiros tricolores.

Mas a sexta rodada do Campeonato Brasileiro ficou marcada pela "primeira vez" de praticamente todos os times que estavam na parte de baixo da tabela. Dos seis times que ainda não tinham vencido em 2009, somente o Avaí não ganhou nesta rodada - perdeu por 3 a 1 para o Barueri, que chegou à sua primeira vitória na história da Série A do Brasileirão.

O Botafogo penou com a ausência de pontaria de sua equipe, mas, enfim, conseguiu fazer com que a bola entrasse no Engenhão. A vitória por 2 a 0 sobre o Santos mostrou um time bem armado defensivamente e, graças aos estreantes Baptista e Laio, o alvinegro carioca saiu momentaneamente da zona de rebaixamento. Mesmo ainda entre os quatro últimos, o Atlético Paranaense ganhou um pouco de força ao surpreender e vencer o Sport por 1 a 0 na Ilha do Retiro.



Mas dentre os primeiros passos da redenção, quem deu pisadas mais largas foi o Coritiba. Nem mesmo o pisão desleal de Airton em Ariel fez o "Coxa Branca" pisar em ovos na partida do Couto Pereira. O time saiu com uma goleada sonora de 5 a 0, com direito a "olé" nos minutos finais. Ao Flamengo, restou uma crise que pode afetar alguns jogadores e chegar ao comando de Cuca. Outros detalhes sobre o jogo estão no texto Batata quente, análise que este que vos escreve fez para o Almanaque Virtual:

http://almanaquevirtual.uol.com.br/ler.php?id=19322&BATATA+QUENTE

Troca de liderança, estreia nas vitórias de quase todas as equipes que ainda estavam com o número de vitórias zerado... O Campeonato Brasileiro pode não ser tão previsível quanto as cinco rodadas anteriores indicavam.

*****

O tempo e o placar... elege o que aconteceu de melhor e pior na sexta rodada do Campeonato Brasileiro.

O CHUTAÇO

O Atlético Mineiro apresenta sinais de que a traumática derrota para o Cruzeiro na final do Campeonato Mineiro é coisa do passado. Com um bom futebol a cada rodada, o alvinegro de Minas chegou ao posto de candidato real a desbancar o favoritismo do Internacional.

A FURADA

Nove gols sofridos em duas partidas torna a zaga do Flamengo (outrora grande trunfo da equipe) um setor preocupante. A vulnerabilidade do trio de zaga rubro-negro ficou simbolizada pela falta duríssima de Airton, merecidamente expulso. Os cinco gols do Coritiba foram proporcionados por deslizes dos zagueiros - e tiveram a colaboração do goleiro Bruno, que ontem falhou em pelo menos três deles. A crise iniciada no mal-estar entre Cuca e Adriano pode ganhar proporções maiores depois do jogo de ontem.

domingo, 14 de junho de 2009

O ônus da tradição



No Brinco de Ouro da Princesa, as coincidências das três recentes partidas do Vasco na Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro continuaram. Novamente, o time de São Januário não venceu (nos outros dois jogos houve uma derrota e um empate). Assim como na rodada anterior, o Vasco saiu de campo novamente com um empate em 0 a 0 - e também contra uma equipe paulista.

Pela terceira vez seguida, o time teve uma expulsão ao final do primeiro tempo, que obrigou o Vasco a se fechar em sua defesa (afinal, também tem suas muitas limitações, ainda mais com um jogador a menos). E, pela enésima vez, o meia Carlos Alberto levou cartão amarelo. Aliás, acabou levando dois. O primeiro, numa reclamação infantil, injustificável para qualquer jogador, em especial quando se trata de alguém que tem a braçadeira de capitão de um time. O segundo, em consequência da fama de ser um jogador que vai com muita sede às divididas. Mesmo tendo sofrido uma cotovelada, o camisa 19 acabou expulso, atrapalhando mais uma busca do Vasco pelos três pontos na Série B do Campeonato Brasileiro.

Sim, Carlos Alberto faz por onde ter esta fama de indisciplinado. Mas, como disse Lédio Carmona em seu blogue, as arbitragens parecem usar a punição a ele como lugar-comum. As marcações dos árbitros vêm parecendo mais rigorosas com o Vasco (assim como ontem aconteceu com Carlos Alberto, no jogo contra o Guarani, na derrota dos reservas vascaínos diante do Paraná na quarta rodada, a expulsão de Enrico foi considerada exagerada pelos comentaristas de arbitragem). E a justificativa - se é que existe - não é tão difícil: quando há um clube de maior expressão jogando a Segunda Divisão, é provável que os árbitros queiram "mostrar serviço", comprovando à plateia que eles apitam todas as infrações, independente de ser um Vasco ou um Duque de Caxias.

São diferenciais no apito que tornam a Série B um campeonato ainda mais delicado. Não basta jogar em campos de qualidade duvidosa ou enfrentar times ansiosos por vencerem um "grande" na Segunda Divisão. A Segunda Divisão já deu mostras de que o Vasco ainda terá de arcar com o ônus de sua tradição.

sábado, 13 de junho de 2009

Desafio de se aprumar novamente



Não adiantaram os argumentos de que o Vasco terminou a Copa do Brasil de cabeça erguida. O clube sentiu o desgaste físico e emocional da semifinal contra o Corínthians e, na semana passada, percebeu sua realidade: no árduo caminho para tentar voltar à elite, o time de São Januário terá de conviver com suas próprias oscilações. Em especial, porque, apesar de ter chegado longe nas competições do primeiro semestre, ainda encontra muitas limitações dentro de campo.

O empate em 0 a 0 com o São Caetano em São Januário na semana passada tinha mostrado todas as limitações. E hoje o Vasco tem um desafio ainda mais complicado na Série B do Campeonato Brasileiro: no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, o time enfrenta o Guarani, única equipe que saiu vencedora nas cinco rodadas anteriores.

Após um longo período amargando más administrações (na qual chegou a figurar entre os times de Terceira Divisão do país), o Bugre vem seguindo o "padrão de Segunda Divisão" de ficar preocupado somente com o número de pontos conquistados. Dos cinco jogos anteriores, somente na primeira rodada o Guarani saiu com vitória por mais de um gol de diferença (um 4 a 2 sobre o Fortaleza, no Ceará). Exemplo que o Vasco deve seguir nesta meta de voltar à elite do futebol brasileiro.

Sim, a Série B ainda está na sexta rodada. Mas o Vasco tem de se aprumar o mais rápido possível, senão a queda do ano passado pode ficar ainda mais dolorosa para o time de São Januário. E a falta de vitórias nos últimos dois jogos (derrota para o Paraná e empate com o São Caetano) torna ainda mais importante a recuperação hoje.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Queda de braço rubro-negra




Mal o Imperador voltou e as dores de cabeça já retornaram ao Flamengo. Mais uma vez, Adriano não compareceu a treinos na Gávea, fazendo com que o técnico Cuca desse um ultimato. Segundo a coluna de hoje do jornalista Renato Maurício Prado no jornal O Globo, o treinador disse que os jogadores que faltarem ou atrasarem não jogam mais com ele. E nem Adriano estaria isento de punições.

No entanto, Adriano é o nome escolhido pela diretoria rubro-negra para carregar a equipe nas costas, em busca de melhores resultados no Campeonato Brasileiro. Traz em seu currículo uma boa quantidade de gols e excelentes partidas feitas na Internazionale de Milão. É querido pela torcida do Flamengo, em especial por ter se declarado rubro-negro de coração.

Será que Cuca tem bala na agulha suficiente para conseguir se impor diante de um jogador com tantas "qualidades" aos olhos de diretoria e de torcida? Há alguns exemplos deste tipo de atrito em times brasileiros, e em ambas os técnicos saíram derrotados.

O próprio Flamengo passou por este problema em 1995, quando Romário se desentendeu com Vanderlei Luxemburgo. O então tetracampeão mundial continuou no time, e Vanderlei foi despedido. No ano passado, Edmundo sentia-se dono do Vasco, a ponto de "se escalar" em partidas do clube e criar vários atritos - numa das rixas, sobrou para Alfredo Sampaio.

Em mais um capítulo lamentável no qual treinador e jogador prometem um embate, Cuca e Adriano vão decidir quem irá imperar no rubro-negro carioca. Entre mortos e feridos, o derrotado pode ser o Flamengo.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Certezas do Arruda



A vitória sobre o Paraguai por 2 a 1 deixou praticamente certa a classificação brasileira para a Copa do Mundo de 2010 (basta ao Brasil conquistar um ponto em algum dos próximos quatro jogos pelas Eliminatórias), mas deu algumas certezas à torcida e ao técnico Dunga. Certezas que devem servir para o time nos próximos jogos e também na disputa do torneio mais importante do mundo no ano que vem.

A primeira delas é a de que o Brasil demora muito a conseguir ter um bom padrão de jogo diante de uma seleção que joga recuada. No primeiro tempo, a história dos jogos contra Bolívia e Colômbia parecia que ia se repetir - e até a ganhar traços mais dramáticos, depois da cobrança de falta de Cabañas que desviou em Elano e enganou o goleiro Júlio César.

A Seleção Brasileira pouco chutava a gol, e seus chutes chegavam sem força, facilmente defendidos pelo goleiro Villar. Mas, a cinco minutos do fim do primeiro tempo, veio outra certeza brasileira no Arruda. Se Dunga estava em dúvida entre Maicon e Daniel Alves para a lateral-direita, certamente ela se dissipou no cruzamento de Daniel para a pequena área. Robinho soube aproveitar e, quase sem ângulo, empatou o jogo.

Com Luís Fabiano suspenso, o treinador também tinha dúvida em quem seria o titular para o jogo contra o Paraguai. As certezas e incertezas pairaram nos primeiros 45 minutos, mas aos cinco da segunda etapa Nilmar respondeu a Dunga. Numa boa jogada na grande área, o camisa 9 apareceu e, mesmo prensado por um zagueiro, colocou a bola no fundo das redes.

A 15 minutos do fim, Alexandre Pato (a outra opção para a posição) entrou no jogo no lugar de Nilmar. Ele pareceu disperso, se limitando a tentativas - frustradas - de tabelas. Pato talvez rendesse melhor se jogasse no meio-de-campo, ao lado de Kaká, seu companheiro no Milan.

Segunda-feira o Brasil começa sua trajetória na Copa das Confederações, diante do Egito. Espera-se que, ao final do torneio, Dunga traga novas certezas de bom futebol para a Seleção Brasileira.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O grito de gol do silêncio



Mais do que enfrentar um adversário direto, que briga pelo primeiro lugar das Eliminatórias da Copa do Mundo, o jogo de hoje diante do Paraguai pode silenciar boa parte da imprensa brasileira. Contestado desde sua chegada ao comando da Seleção Brasileira, o técnico Dunga tem hoje a possibilidade de praticamente classificá-la para a Copa do Mundo do ano que vem, na África do Sul.

Questionado por ter chegado ao cargo de treinador mais importante do país sem a menor experiência em outros clubes, Dunga convive com a falta de credibilidade de uma Seleção que vem alternando bons e maus momentos. E, em 13 jogos pelo torneio, com a goleada por 4 a 0 sobre o Uruguai conseguiu a primeira "sequência" de dois jogos com vitórias (a anterior foi um 3 a 0 diante do Peru). O retrospecto traz seis vitórias, seis empates (dentre eles, três 0 a 0 contra Argentina, Colômbia e Bolívia em território brasileiro) e uma derrota - justamente para o Paraguai, adversário de hoje em Recife.

O que mais espanta é que uma campanha tão oscilante esteja na primeira posição dentre as seleções da América do Sul - outrora celeiro de confrontos dificílimos - mesmo com o aparente "fortalecimento" recente de seleções como a Bolívia e o Equador. Mas não importa a maneira. Aos trancos e barrancos, a Seleção Brasileira promete chegar a mais uma Copa do Mundo.

Dunga tem para o jogo de hoje e para as partidas de 2010 um forte aliado: toda vez que a Seleção Brasileira vai para o exterior contestada, retorna ao Brasil com mais um título mundial na bagagem. O treinador espera que as contestações continuem, para a "Era Dunga" se consolidar também no banco de reservas e a cada jogo silenciar mais uma vez a imprensa esportiva.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Os caminhos da experiência



A expulsão de Luís Fabiano contra o Uruguai acabou levantando uma dúvida na escalação da Seleção Brasileira para o jogo de amanhã. O técnico Dunga faz mistério para decidir quem será o companheiro de Robinho no ataque - Nilmar ou Alexandre Pato. Mas o critério de desempate pode vir da experiência. Resta saber qual tipo de experiente Dunga valorizará dentre seus titulares no jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo, contra o Paraguai.

Nilmar é o mais velho dos dois - em julho fará 25 anos - e já vestiu a camisa de três clubes. O atacante despontou no Internacional e logo foi contratado pelo Lyon, da França. No entanto, teve uma fraca passagem no clube francês e acabou retornando ao Brasil para defender o Corínthians, onde foi campeão brasileiro em 2005. No ano seguinte, uma contusão no joelho e um atrito com a diretoria corintiana o afastaram do clube.

O retorno ao Inter em 2007 fez com que o atacante voltasse a ter não só boas atuações como também voltasse a encontrar o caminho dos gols. Um destes caminhos, feito de maneira fantástica na vitória do colorado contra seu ex-clube em jogo pelo Campeonato Brasileiro de 2009, foi o fator decisivo para que Dunga o convocasse - numa rara convocação na qual o treinador priorizou quem estava vivendo um bom momento em gramados brasileiros.

Alexandre Pato também começou no Internacional e ajudou a equipe gaúcha a chegar à sua segunda Taça Libertadores da América e ao primeiro título do Mundial de Clubes em 2006. No ano seguinte, já estava vendido ao Milan, onde conseguiu ser vice-artilheiro da temporada 2007/2008, mesmo com o esquema retranqueiro do ex-técnico da equipe italiana, Carlo Ancelotti.

Apesar de ter somente 20 anos, Pato tem maior carisma da torcida e já foi convocado muitas vezes por Dunga. Neste caso, a "experiência relativa" (de, mesmo com pouca idade, já ter vestido a camisa da Seleção Brasileira e fazer parte do plantel de Dunga) faria com que ele estivesse em vantagem na briga pela titularidade no Brasil.

Com possibilidades de experiência diferentes em seus atacantes, o técnico Dunga agora quer experimentar mais uma vitória para o Brasil no torneio - ainda mais porque um resultado positivo no Recife praticamente selará a ida da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. A torcida brasileira tem até amanhã à noite para descobrir qual será o caminho da experiência que Dunga priorizará no jogo contra o Paraguai.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Páreo duro



Um campeonato de pontos corridos sempre traz a discussão sobre quais são os times verdadeiramente preparados para a briga pelo título e os que figuram como meros "cavalos paraguaios". No entanto, já na quinta rodada do Campeonato Brasileiro um outro páreo apresenta uma disputa bem dura: com os times que se arrastam nas últimas colocações e parecem que vão brigar o tempo todo para fugir da Segunda Divisão de 2010.

Cinco clubes ainda não venceram neste Campeonato Brasileiro e, diante do futebol mostrado na rodada, não inspiram aos seus torcedores a confiança de que podem achar o caminho da vitória. Avaí, Botafogo, Barueri e os paranaenses Atlético e Coritiba prometem seguir a duras penas o trajeto do Brasileirão.



Nesta rodada, o Barueri foi o time mais próximo de conquistar três pontos. Conseguia heroica vitória sobre o Goiás no Serra Dourada, mas, ao final cedeu o empate em 2 a 2 para o clube goiano. Seu companheiro de ascensão à Primeira Divisão, o Avaí, conseguiu um empate sem gols diante do São Paulo, e deve ao goleiro Eduardo Martini o ponto conquistado na Ressacada.



Em jogo de nível técnico baixíssimo, o lampejo de craque fez a diferença no "Clássico Vovô". Fluminense e Botafogo caminhavam para um modorrento 0 a 0 quando Fred deu um chapéu no goleiro Renan e deu números finais à partida a um minuto e meio do final. O Maracanã merecia um espetáculo melhor, e a torcida botafoguense merece consideração dos dirigentes, porque, com este time, a queda é iminente.

E a dupla paranaense segue o seu calvário nas duas últimas colocações do Campeonato Brasileiro. O Coritiba se tornou o adversário ideal para catapultar Souza e Douglas, jogadores que eram questionados no Corínthians mas conseguiram voltar a balançar as redes no sábado, na vitória por 2 a 0 em São Paulo.

Enquanto isto, o rubro-negro do Paraná segue seu período vexatório. Mais uma vez a Arena da Baixada foi palco de uma goleada. Adversária. No confronto dos dois Atléticos, o time de Minas saiu de campo com uma goleada por 4 a 0 e a vice-liderança no Campeonato Brasileiro. A quarta derrota no torneio fez o técnico Geninho ser demitido do Atlético Paranaense. Uma atitude imediata, mas que não parece garantir a volta de bons resultados. A equipe mineira foi beneficiada pelo tropeço do Vitória, da Bahia, que chegou a estar vencendo por 1 a 0 mas permitiu a virada por 2 a 1 do Palmeiras.



Mas a maior frustração acontecida no domingo veio na Ilha do Retiro. No duelo de rubro-negros, o Flamengo (que estava de branco) abriu 2 a 0 nos primeiros minutos e permitiu, ainda no primeiro tempo, que o Sport virasse a partida para 4 a 2. Em nove minutos, a zaga rubro-negra desfez uma vitória que caminhava para uma goleada, e o time de Cuca segue sua sina de desperdiçar pontos em partidas que não são tão difíceis. A equipe pernambucana conseguiu seus primeiros três pontos e, momentaneamente, escapou das quatro últimas posições.

A liderança permanece com o Internacional, que ontem jogou pela primeira vez com sua equipe titular (sem Kléber e Nilmar, que estão na Seleção Brasileira) e arrancou um empate em 1 a 1 com o Cruzeiro no Mineirão. Este jogo também se tornou frustrante, pois o bom futebol escorreu em lambanças das quatro linhas.

Aos poucos, os clubes vão se afastando uns dos outros na tabela, demonstrando qual papel cada um deles irá representar no Campeonato Brasileiro de 2009. O torcedor pode começar a ver em qual páreo terá de acompanhar seu time de coração.

*****

O tempo e o placar... elege o melhor e o pior da quinta rodada do Campeonato Brasileiro.

O CHUTAÇO

O atacante Weldon marcou três gols na vitória por 4 a 2 de seu Sport diante do Flamengo. Além de ser o primeiro jogador a conseguir esta proeza no Campeonato Brasileiro, ele deu um chutaço que pode espantar a crise no time da Ilha do Retiro.

A FURADA

Lamentável um jogo como Cruzeiro e Internacional acabar numa partida sem lei. O primeiro embate entre dois dos melhores times do Brasil foi maculado pela ausência de autoridade do árbitro Antônio Hora Filho, por uma série de jogadas ríspidas de atletas dos dois lados e pelo deprimente atrito entre o atacante cruzeirense Kléber e o goleiro Lauro. Nem mesmo o cartão vermelho para os dois jogadores fez com que o futebol retornasse ao Mineirão. Este que vos escreve falou detalhadamente sobre Cruzeiro e Inter na crônica Jogo sem lei, para a página eletrônica Almanaque Virtual. Segue o link:

http://almanaquevirtual.uol.com.br/ler.php?id=19217&JOGO+SEM+LEI

domingo, 7 de junho de 2009

Hora de quebrar tabus



11 minutos. Foi o tempo suficiente para que a tranquilidade de mandante do Uruguai se transformasse no desespero de uma seleção prestes a perder para um visitante indigesto. A falha do goleiro Viera em chute do lateral Daniel Alves proporcionou ao Brasil uma goleada por 4 a 0 em pleno Estádio Centenário e a liderança nas Eliminatórias da Copa do Mundo - depois do Paraguai ser surpreendido pelo Chile em Assunção com uma derrota por 2 a 0.

A sonora goleada parece um pouco exagerada pelas oportunidades do jogo. Sim, a Seleção Brasileira mostrou um futebol superior durante os 90 minutos, em especial porque, com o gol sofrido logo no início, o Uruguai passou a ter como adversária sua tensão. Entretanto, a Celeste chegava com perigo na área brasileira, com chutes de fora da área e em cobranças de escanteio - muitas delas rechaçadas por mais um dia inspirado do goleiro Júlio César.

Quis o acaso do futebol que um córner gerasse o segundo gol brasileiro, ainda no primeiro tempo. A cobrança de Elano chegou perfeita para a cabeçada de Juan, e, aproveitando que Viera saiu mal, o zagueiro colocou a bola no fundo das redes uruguaias.

No segundo tempo, o treinador Oscar Tabárez ainda tentou um esquema ousado de três atacantes, com a entrada de "El Loco" Abreu para fazer companhia no ataque a Forlán e Suarez. Mas aos seis minutos o esquema uruguaio caiu por terra, num chutaço de Luís Fabiano. Infelizmente, o camisa 9 desfalcará o Brasil na próxima partida. O atacante levou seu terceiro cartão amarelo em falta marcada erroneamente pelo argentino Saúl Laverni, e foi expulso porque o juiz achou que ele tentou simular um pênalti quando caiu na área após dividida com Viera.

Mesmo com dez jogadores, o Brasil segurou a pressão uruguaia (em especial no jogo aéreo, quando chegou à incrível marca de 30 tentativas desta forma) e ainda conseguiu mais um gol. Kaká - que não vinha bem na partida - cobrou pênalti que ele mesmo sofreu e deu números finais ao jogo no Centenário.

O 4 a 0 mostrou que um bom período de treinos pode fazer o grupo de Dunga ter um entrosamento bom ao ponto de dar bons resultados para a Seleção Brasileira. Agora, a torcida espera que na partida contra o Paraguai (também pelas Eliminatórias) e na Copa das Confederações, o Brasil acabe de uma vez com este estigma de "futebol vagalume" marcante na "Era Dunga".

No jogo de ontem, o Brasil foi capaz de quebrar um tabu de 33 anos (desde 1976, a Seleção não vencia o Uruguai em território uruguaio), e de maneira convincente. Agora, é a vez da Seleção Brasileira quebrar o tabu da oscilação entre boas e más atuações nas próximas partidas, e confirmar a crítica e público que é capaz de dar alegria constante aos torcedores.

*****

Futebol sem oscilações é o nome da análise que este que vos escreve fez para a página eletrônica Almanaque Virtual. O link é:

http://almanaquevirtual.uol.com.br/ler.php?id=19181&FUTEBOL+SEM+OSCILACOES

sábado, 6 de junho de 2009

Grande pátria desimportante



A Seleção Brasileira tem hoje um desafio para suas pretensões na Copa do Mundo. O Brasil entra em campo às 16h (horário de Brasília) no Estádio Centenário, em Montevidéu, para enfrentar o Uruguai. Partida difícil, pois os uruguaios sempre são "pedreiras" quando jogam em casa, e o resultado pode comprometer a classificação brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo. No entanto, a cada jogo a torcida vê com descaso os jogos do Brasil, e por alguns motivos.

O primeiro deles vem da lista de convocados. A maioria dos jogadores designados para servir à Seleção Brasileira joga no exterior, e os que estão no Brasil são atletas prestes a sair, na primeira brecha que conseguirem. Não há mais a identificação, que fazia com que o torcedor preferisse determinado jogador somente porque estava vestindo as cores do seu clube. Mesmo porque, com as constantes idas e vindas do futebol brasileiro, amanhã ele pode vestir a camisa do adversário.

Em seguida, vem o calendário do futebol nacional. O sistema de pontos corridos e em 38 rodadas acarreta na necessidade de ter jogos todo final de semana (e às vezes no meio de semana também). Com isto, as rodadas se espremem em até três dias - quando os jogo da Seleção Brasileira são no domingo e na quarta, as partidas são distribuidas em terça, quinta e sábado. O torcedor que quer acompanhar o Campeonato Brasileiro precisa dar uma pausa psicológica no meio da semana. A sensação é de uma overdose de futebol, que desmerece o evento que deveria ser mais importante - o "jogo do Brasil".

O outro motivo vem da autoconfiança da torcida brasileira. Por mais que o futebol da América do Sul esteja nivelado, os torcedores tendem a achar que não é necessário ansiar na frente da televisão pelos 90 minutos de cada jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo. Afinal, "o Brasil sempre se classifica no fim". Muitas pessoas costumam acompanhar mesmo a Seleção Brasileira somente na Copa do Mundo - desprestigiando até torneios que têm suas devidas importâncias, como a Copa América e a Copa das Confederações (também disputada neste mês de junho).

A Seleção Brasileira enfrenta hoje o Uruguai e outros empecilhos que fizeram a torcida desmerecer a "pátria em chuteiras". Diante de tantas adversidades, a vitória contra os uruguaios no Centenário parece até mais fácil do que a torcida voltar a achar importante acompanhar um jogo do Brasil.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Os espremidos da rodada



Rodada que antecede um fim de semana de jogo da Seleção Brasileira sempre tem jogos sacrificados em dias e horas atípicos para os torcedores. Foi o caso da noite de ontem, quando duas partidas foram jogadas para uma quinta-feira. Mas, mesmo fora de hora, fizeram uma boa abertura da quinta rodada do Campeonato Brasileiro.

Nem mesmo o bom início no torneio foi capaz de evitar que o Náutico fosse derrotado pelo Grêmio. Contando com o apoio de sua torcida no Olímpico, o tricolor gaúcho derrotou os pernambucanos por 3 a 0, com destaque para Joílson. O lateral entrou no segundo tempo em lugar de Rui e sua boa atuação foi coroada com o cruzamento para o gol de Maxi López (no entanto, o reserva colocou tudo a perder quando, ao final, foi expulso). Os outros dois gols foram marcados por Souza, mais uma vez comandante de uma vitória gremista. O Grêmio subiu para o sexto lugar e está a um ponto do Náutico, que perdeu pela primeira vez.



No outro jogo da quinta, um duelo paulista teve as emoções oscilantes no interior de São Paulo. No Estádio Bruno José Daniel, o Santos conseguiu a proeza de, por três vezes, ficar à frente do placar. E, em todas elas, o Santo André conseguiu buscar o empate. Seis gols marcados por cinco jogadores diferentes (Kléber Pereira, Madson e Fabão do lado santista e Nunes, duas vezes, e Élvis para o Ramalhão) e o terceiro empate de ambas as equipes no Campeonato Brasileiro. O Santos leva vantagem na tabela, está em terceiro lugar por ter duas vitórias em cinco jogos, enquanto o Santo André ganhou uma e perdeu outra.

Dois jogos de nove gols mereciam um atrativo melhor do que ser "abertura de rodada" para tapar buraco em meio de semana do Campeonato Brasileiro. Espera-se que o resultado do Brasil contra o Uruguai, amanhã em Montevidéu, seja digno de o torneio ter sido espremido mais uma vez.

*****

BOLA PRO MATO

Deplorável a pancadaria distribuída entre torcedores de Corínthians e Vasco em São Paulo na quarta-feira. Mas daí ao promotor culpar a torcida vascaína por ter ido ao jogo no Pacaembu é querer tapar o sol com a peneira. A ideia de fazer "jogos de uma torcida só" (proibindo torcida visitante nas partidas) também soa muito mal.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

No limite



Deu a aparente lógica no desfecho das semifinais da Copa do Brasil. Os favoritos Internacional e Corínthians farão a decisão, medindo forças para ver quem será o primeiro brasileiro credenciado a uma vaga na Taça Libertadores da América de 2010. Entretanto, as duas classificações foram conseguidas da mesma forma: no limite, favorecidas pelo regulamento.

Com a vantagem de 3 a 1 do primeiro jogo no Beira-Rio, o Internacional procurou o tempo todo tocar mais a bola, para esfriar a partida. A "tática" não deu muito certo, e a cerca de 15 minutos do fim, o "Coxa Branca" abriu o placar. Só assim o jogo pôde ficar aberto, mas os constantes cruzamentos para a área colorada (buscando Ariel, o autor do gol) não resultaram no gol da classificação curitibana. Embora o técnico Tite afirme que a classificação foi justa, o Inter cometeu o mesmo pecado de quando jogou contra o Flamengo no Maracanã, pelas quartas-de-final: o ataque pouco criou. A situação ainda fica mais preocupante porque, na próxima partida, o colorado gaúcho não conta com Nilmar, que está na Seleção Brasileira.



Na semifinal do Sudeste, o Corínthians usou o trunfo de ter feito gol na primeira partida (o empate em 1 a 1 no Maracanã) para se classificar. Os corintianos seguiram a cartilha do técnico Mano Menezes e ficaram esperando o Vasco para buscar os contra-ataques. A partida ficou aberta, e talvez pudesse ter outro resultado se não fossem os goleiros Felipe (do Corínthians) e Fernando Prass (do Vasco) e o árbitro Leonardo Gaciba marcasse pênalti sobre Élton. No empate em 0 a 0, os vascaínos também perderam a classificação para a falta de poder de fogo de seus atacantes. Este que vos escreve falou detalhadamente sobre o jogo em crônica na página Almanaque Virtual:

http://almanaquevirtual.uol.com.br/ler.php?id=19149&FOGO+BRANDO

No dia 17 de junho, Corínthians e Internacional começam a decidir quem será o primeiro campeão de nível nacional em 2009. Após as classificações conseguidas no limite, as equipes esperam não esbarrar mais em limitações para colocar a mão na taça da Copa do Brasil.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Leonardo, "mais um"?



Elevado ao posto de dirigente do Milan depois de encerrar carreira lá, o ex-jogador Leonardo agora se apresenta em uma nova função no time italiano. Leonardo agora é o novo técnico da equipe de Milão, substituindo Carlo Ancelotti. Um grande desafio, afinal, o Milan não só é uma das mais tradicionais equipes italianas, como também é um dos times mais consagrados do mundo.

Suas duas passagens (de 1997 a 2001 e entre 2002 e 2003) bem sucedidas como jogador o tornaram querido entre os torcedores do Milan e também foram valorizados pelo comando do time italiano. Por isto, mesmo quando decidiu abandonar os gramados, ele acabou sendo convidado para continuar ligado ao clube. A maior vitória de Leonardo como "consultor de mercado do clube" foi ser o responsável por viabilizar a contratação do meia brasileiro Kaká.

Com uma série de serviços prestados em várias áreas (além de "consultor de mercado", também foi gerente executivo e diretor), agora ele decidiu se aventurar na função mais instável do futebol: a de técnico. Sim, os padrões de trabalho da Itália são diferentes do cotidiano brasileiro, que manda embora o treinador depois de três resultados negativos. O time do Milan, mesmo sem Kaká, tem bons jogadores, e Leonardo os conhece e tem prestígio com eles.

No entanto, o desafio (ao qual ele é corajoso de se aventurar, sem sombra de dúvida) tem risco de não ser positivo para o ex-jogador. Técnicos geralmente são os culpados mais fáceis aos olhos dos torcedores, e toda a credibilidade pode ir embora por estar no banco de reservas. Coisa que a inteligência que ele tem fora de campo não merece - em especial, pela corajosa entrevista que concedeu ao jornal O Globo neste ano, afirmando com conhecimento de causa que os clubes brasileiros têm de se tornar empresas e abandonar o paternalismo dos dirigentes.

Em sua primeira entrevista no cargo de técnico do Milan, Leonardo já demonstrou que quer ser um treinador com um trabalho diferente em relação ao atual panorama do futebol mundial. O novo técnico (este que vos escreve acha difícil ainda se referir a ele como treinador, mas vamos lá) disse se espelhar em Telê Santana e pretende deixar o time de Milão com o "futebol-arte" que seu mestre proporcionou através da Seleção Brasileira da Copa de 1982. Caso consiga, será um alento para as torcidas, hoje tão habituadas aos botinudos de todas as nacionalidades.

Fica a torcida de que sua carreira gloriosa no Milan se estenda ao banco de reservas, e Leonardo não se torne mais um dos muito treinadores brasileiros que vão para o exterior e acabam mal-sucedidos nos clubes que treinam. Leonardo merece ser o único, e não apenas "mais um".

*****

BOLA PRO MATO

O Lance! de hoje anuncia que o jogador Kaká é o novo reforço do Real Madrid. Seu preço é estipulado em 65 milhões de euros (a segunda maior negociação de todos os tempos no futebol mundial). É por estas e outras que, cada vez mais, o Brasil precisa conviver com a ausência de seus maiores valores em campo. Num tempo em que o dinheiro comanda o futebol, os clubes se tornaram reféns da possibilidade de um atleta voltar somente pela relação afetiva. E muitas vezes quando os jogadores estão em fim de carreira.

*****

BOLA NA ARQUIBANCADA

O tempo e o placar... hoje falou de futebol internacional, mas não se esquece do que acontece em território nacional. E hoje tem uma noite promissora para os amantes do futebol brasileiro. Nesta quarta, o Brasil conhece os finalistas da Copa do Brasil. E, como tem a possibilidade de desempate nas cobranças de pênalti, há uma considerável chance de que as emoções da "super-quarta" se estendam até a madrugada de quinta.