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sábado, 28 de maio de 2011

Recordações e mais nada



O que chamou a atenção em Guarani e Sport foi o extremo entre o presente e o passado no Brinco de Ouro da Princesa. O Bugre, que no intervalo deu a Medalha do Centenário a Evair e Amoroso, achou um gol aos 15 minutos, em cabeçada de Fernandão após cruzamento de Chiquinho, na única boa jogada do time na etapa inicial. No mais, a equipe de Vilson Taddei ficou perdida, prejudicada pelas más atuações do lateral Carlinhos, do meia Felipe e do atacante Fabinho. O Sport entrou de luto pelo falecimento de Haroldo Praça, ex-camisa 7 e autor do primeiro gol da Ilha do Retiro. Entretanto, o ataque ficou em segundo plano por Hélio dos Anjos. Com três na zaga e muita rispidez, o Leão foi para cima apenas quando esteve em desvantagem. Após empatar, em contra-ataque puxado por Marcelinho Paraíba e finalizado com o gol de Paulista aos nove do segundo tempo, o time esperou o tempo passar.

Para o Sport, o 1 a 1 pareceu mais importante do que atacar e alcançar na segunda rodada a liderança isolada da Série B. Realmente, o sabor de derrota ficou em Campinas. Não só pelo Guarani de novo abrir o placar e ceder o empate. O mais triste para os bugrinos foi ver que o gramado pelo qual vieram bons momentos nestes 100 anos de vida, hoje é mero cenário de uma equipe que ainda luta para se encontrar.

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Com esta crônica, O tempo e o placar... volta a colocar crônicas no ar. Tanto em reprodução das crônicas deste que vos escreve para o blogue de Ledio Carmona, quanto textos próprios e mais enxutos. Espero que este novo formato agrade a vocês, leitores.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ladeira sem fim



Partidas pífias, maus resultados, decepção e vaias da torcida, e um panorama no qual só se pode prever o pior. Isto era o Sport Recife no Campeonato Brasileiro de 2009, quando acabou rebaixado em último lugar no torneio. Mas isto condiz com a realidade do Sport Recife em 2010, durante a campanha do Campeonato Brasileiro da Série B.

Nem mesmo a manutenção da hegemonia em Pernambuco, quando conquistou seu pentacampeonato estadual, fortaleceu o Sport para a competição nacional. Talvez pela euforia recente da conquista do título pernambucano (a decisão contra o Náutico foi numa quarta-feira e a estreia na Série B, com derrota para o Brasiliense, no sábado) fizeram com que o time apresentasse quatro partidas pífias, e depois de um empate e três derrotas, uma delas por goleada de 4 a 1 para o ASA, Givanildo Oliveira foi mandado embora.



Em seu lugar, entrou Toninho Cerezo, que depois de cinco anos no futebol árabe (onde comandou os times Al-Hilal, Al-Shabab e Al-Ain) queria retornar ao Brasil. A torcida rubro-negra respirou aliviada com a vitória sobre o Paraná, e passou a ficar confiante com a goleada por 5 a 0 no América de Natal, em jogo no Rio Grande do Norte. Na volta depois da parada da Copa do Mundo, outra vitória como visitante, um 3 a 1 sobre o Ipatinga.

Mas, o insucesso voltou a aparecer também com o comando de Cerezo. Depois de quatro jogos com dois empates e duas derrotas (uma delas para o Duque de Caxias, time que não tinha vencido ainda no Brasileirão da Série B e estava em último lugar), a diretoria resolveu demiti-lo, mesmo com o retrospecto teoricamente favorável de três vitórias, dois empates e duas derrotas.

A impaciência da diretoria do Sport fica ainda mais agravada porque nem Givanildo e nem Cerezo conseguiram tirar dos jogadores rubro-negros todo o favoritismo ao qual eles foram elevados (em especial por causa do nível técnico inferior de boa parte dos adversários da Segunda Divisão). Bons jogadores como o lateral-esquerda Dutra, o meia Daniel Paulista e os atacantes Eduardo Ramos e Ciro parecem ter deixado seu futebol restrito ao Campeonato Pernambucano. Tanto que o empate com o Náutico, sábado nos Aflitos, foi considerado um resultado desastroso, mesmo sendo fora de casa.



Três anos depois, Geninho volta ao clube com a missão de conseguir o mesmo que conseguira em 2007, mas quando fez o Sport escapar do rebaixamento para a Segunda Divisão. O objetivo é o mesmo - escapar do rebaixamento - mas o contexto é outro. Parar um time desgovernado, que um ano depois de disputar a Taça Libertadores da América se vê ameaçado de ser rebaixado para a Série C, requer o paradoxo de encontrar sangue frio e brios suficientes para mudar tamanha situação.

domingo, 2 de maio de 2010

Lições de gente grande



SANTOS, CAMPEÃO ESTADUAL DE SÃO PAULO DE 2010

A primeira parte da temporada de 2010 fez a torcida brasileira se fascinar com o Santos. A nova geração dos "meninos da Vila" foi simbolo do futebol bonito - marcado por dribles, goleadas e até comemorações irreverentes. Mas, na final do Campeonato Paulista, todos estes detalhes ficaram de fora do Pacaembu. Os meninos deixaram o papel de moleques e aprenderam uma lição de gente grande: até mesmo os favoritos têm de suar para conquistar um título.

Mesmo perdendo por 3 a 2 para o Santo André, o Santos sagrou-se campeão paulista de 2010. Como o alvinegro praiano tinha a melhor campanha do torneio, ele tinha vantagem de poder perder por um gol de diferença, por causa da vitória por 3 a 2 na primeira partida.

Além dos dois gols de diferença para tirar, o Santo André entrou em campo no mesmo papel inglório que deram à Itália em 1982 (a vitória da seleção italiana sobre o Brasil é definida por muitos como o triunfo do futebol violento sobre o "futebol-arte"). Mas precisou de apenas 35 segundos de partida para mostrar que seu futebol também é vistoso, sem burocracias. Cicinho recebeu bola de Branquinho, driblou Felipe e chutou. A bola resvalou no joelho de Nunes, que abriu o placar. Primeira lição santista: os primeiros e os últimos cinco minutos de cada partida são os momentos nos quais os jogadores estão mais desatentos. E a desatenção dos zagueiros permitiu que a vantagem ficasse mais limitada para o Santos.

Cerca de sete minutos depois, Neymar recebeu passe de Robinho e, em mais uma de suas jogadas de talento, passou por três jogadores do Santo André antes de empatar o jogo. Mas o Santos tem seus dois setores dignos do futebol de outrora. Ao mesmo tempo que o ataque é sobrecarregado de categoria e não se contenta com poucos gols, a defesa falha constantemente, e permite as chances adversárias. Foram três chances consecutivas do Ramalhão - numa delas, aos 17, Carlinhos cruzou e Rodriguinho, de cabeça, colocou a bola no fundo da rede de Felipe. Mas a bandeirinha Maria Eliza Barbosa, erradamente, assinalou impedimento. Até que, aos 19, depois de uma cobrança de escanteio, Alê desviou de cabeça e colocou o time azul em vantagem novamente.

Três minutos depois, os meninos santistas tiveram mais uma lição: a de que não se pode cair na provocação de um jogador de outro time. Alê fez falta em Neymar e os jogadores do Santo André foram para cima do juiz Sálvio Spinola. Paulo Henrique Ganso foi discutir com o zagueiro Alê e, as duas equipes começaram uma confusão generalizada. Ao final, foi expulso um jogador de cada lado: o zagueiro santista Léo e o atacante Nunes, do Ramalhão.

Aos 31 minutos, veio mais um lampejo de bom futebol santista. Robinho tocou para Paulo Henrique Ganso que, de calcanhar, deixou Neymar livre para marcar seu segundo gol. Mas o recreio acabou logo depois: o meia Branquinho arrancava pela esquerda quando Marquinhos deu um carrinho violento no jogador. Carrinho por trás e desnecessário (por ser na linha que divide o gramado e terem outros marcadores santistas por perto) é cartão vermelho na certa. E, graças a Marquinhos, o Santos terminava o primeiro tempo com um jogador a menos.

A um minuto do fim do tempo regulamentar, a zaga do Santos deu mais uma aula de desatenção e praticamente assistiu ao passe de Bruno César para Branquinho marcar o terceiro gol. O primeiro tempo terminou em 3 a 2 para o Santo André, mesmo resultado que o Santos teve no primeiro jogo, domingo passado.

No segundo tempo, o Santos comprovou sua disposição para nunca abdicar do ataque e, mesmo com nove jogadores em campo, buscou o empate. Mas, na marra, a defesa teve de aprender a segurar as pontas quando o time vai para frente. Aos cinco minutos, Bruno César deu mais um lindo passe que encontrou Rodriguinho na área. Livre, o atacante driblou Felipe e chutou. O volante Arouca salvou no limite, colocando a bola para escanteio.

Aos poucos, o Santo André começou a perder o fôlego, e muitas das jogadas da equipe do ABC paulista eram facilmente neutralizadas. Com a troca de Robinho por André, o atacante contribuiu para que o Santos prendesse mais a bola na área adversária. E, fugindo dos princípios da equipe no ano, o alvinegro praiano estava presente no campo do Ramalhão, mas sem ameaçá-lo de maneira ofensiva.

Se o time do Santos vinha tendo lições de gente grande, o técnico Dorival Júnior ainda fez questão de deixar as coisas mais difíceis para seus jogadores. Aos 32 minutos, Dorival lembrou seu passado recente como treinador do Vasco e fez uma substituição defensiva no time santista. Neymar deu lugar a Roberto Brum. E o que era chance de receber pressão do Santo André se tornou concreto minutos depois. Roberto Brum fez um carrinho violento no meia Pio, e, assim como Marquinhos no primeiro tempo, foi expulso de campo direto, sem levar um cartão amarelo antes. O Santos ficava com oito jogadores em campo.

O treinador santista estava prestes a cair em outro erro, e fazer uma substituição que deixava o Santos ainda mais encolhido, quando viu o "discípulo" superar o "professor". Dorival Júnior anunciou a Paulo Henrique Ganso que ele ia sair de campo, mas o jogador disse que não, que estava disposto a continuar na partida. Dominado pelo nervosismo, Dorival acabou tirando de campo André (que entrara no segundo tempo) para, em seu lugar, entrar o zagueiro Bruno Aguiar.

O Santos se resumia então a tentar prender a bola em qualquer lugar do gramado - como, em geral, fazem times experientes que estão em vantagem de resultado. Ao Santo André, coube a luta por tentar um resultado histórico para o time. Seus jogadores abandonaram o estigma de ser "um time pequeno numa final de campeonato" e tentaram o tempo todo. No último lance de perigo, Rodriguinho chutou da marca do pênalti e, com o goleiro batido, viu acabar na trave a chance do quarto gol do Santo André

Ao final da partida, o Santos pôde dar a volta olímpica com a certeza de que sua campanha fez por merecer a conquista do Campeonato Paulista. Sem dúvida, foi a melhor equipe da temporada de estaduais de 2010. Mas, graças a um Santo André guerreiro que tiveram como adversário (e que, certamente, fará um bom Campeonato Brasileiro da Série B), os "meninos da Vila" aprenderam uma lição de gente grande: time que quer ser campeão precisa de, além do talento, ter muito jogo de cintura diante da catimba do adversário e da pressão de torcedores. Resta saber se, no decorrer do ano, o Santos terá mais possibilidades de apresentar sua maturidade na prática.

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BOLA PRO MATO



A surpreendente arrancada do Sport Recife no primeiro jogo da final do Campeonato Pernambucano pode ter sido positiva para o time do Náutico. Após abrir 3 a 0 dentro dos Aflitos, o Timbu se acomodou e deixou o rubro-negro marcar dois gols nos últimos 22 minutos.

Tendo meramente a vantagem do empate, e sabendo do poder de fogo que tem seu adversário, o alvirrubro de Recife vai entrar em campo na Ilha do Retiro com mais atenção e, também, querendo partir para o ataque. Ainda mais que o Náutico tem grandes chances de impedir o pentacampeonato pernambucano do Sport Recife.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A sina dos retirantes



A saga de fiascos do Sport Recife parece não ter fim no Campeonato Brasileiro. Ontem, na estreia do técnico Péricles Chamusca, a equipe saiu do Beira-Rio com mais uma derrota - desta vez para o Internacional, por 3 a 0. Os pernambucanos se consolidam como os últimos colocados na competição, tendo 11 derrotas nas primeiras 18 rodadas.

Passada a busca pelo título da Taça Libertadores da América no primeiro semestre (encerrada com uma derrota nos pênaltis para o Palmeiras), o time agora parece se adequar ao cenário de uma equipe fadada a disputar a Segunda Divisão no ano seguinte. Já teve uma troca de técnicos, perdeu uma de suas referências em campo (o jogador Paulo Baier, hoje no Atlético Paranaense) e deixou de ser temido até mesmo em seu estádio, a Ilha do Retiro.

Há pouco tempo considerado um "caldeirão" para seus adversários, o estádio hoje é uma arena onde borbulham farpas, acusações e uma sucessiva perda de forças da equipe pernambucana a cada partida. E o pior é que nem o principal argumento que os torcedores do Leão usam pode ter alguma credibilidade. Afinal, a eliminação da competição sul-americana aconteceu há alguns meses, e suas consequências já deveriam ter sido digeridas.

Os rubro-negros agora se apoiam na chegada de Péricles Chamusca - solução vinda do futebol japonês - para ao menos conseguirem terminar 2009 entre os 20 melhores do Brasil. Entretanto, com a atual equipe, os retirantes da Ilha do Retiro ainda prometem passar por uma grave sina. A de ficar com uma lanterna e não ter nenhuma luz no fim do túnel.

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BOLA PRO MATO

Sim, é bem verdade que o Vitória teve uma queda de qualidade (e de posições) nas últimas rodadas. Mas demitir Paulo César Carpegiani por o time não vencer há quatro jogos foi uma imaturidade, digna de um clube que não sabe se estruturar para ficar entre os primeiros lugares de um Campeonato Brasileiro.

sábado, 30 de maio de 2009

Fim de festa



Quando um clube não prima pela tradição em sua história, uma ascensão repentina acaba sendo um grande risco se os planos são interrompidos bruscamente. O Sport Recife sentiu todos os malefícios do deslumbre e da ansiedade pela consagração quando foi eliminado pelo Palmeiras nas oitavas-de-final da Taça Libertadores da América. O sentimento de fim de festa fez a primeira vítima no time pernambucano. A propósito, a vítima que é mais fácil de ser eliminada em casos como este.

O técnico Nelsinho Baptista pediu demissão cerca de um ano depois de levar o time à competição sul-americana, com a conquista da Copa do Brasil. Para 2009, o Sport manteve boa parte de seus jogadores e se reforçou de nomes experientes, como o meia Paulo Baier. O início de ano foi promissor, com mais um título estadual e uma boa campanha na fase classificatória da Libertadores.

Entretanto, após dois jogos duríssimos, a equipe pernambucana foi derrotada nos pênaltis, em plena Ilha do Retiro, e as mãos de "São" Marcos roubaram o sonho da Taça Libertadores da América. Em vez de a boa trajetória de uma equipe considerada "surpresa" no torneio servir como incentivo, o Sport agora parece estar se desmantelando.

Depois da saída de Nelsinho, quem está perto de ir embora (e pela porta dos fundos) é Paulo Baier. O líder do time neste primeiro semestre pediu para se afastar do clube depois de ser considerado pela imprensa como o motivo do técnico ter ido embora da Ilha do Retiro. Segundo Baier, o ex-técnico falou que ele estava "fazendo corpo mole", o que o meia entendeu como humilhação, por ter sido dito na frente dos outros jogadores. O jogador disse que a irritação de Baptista se estendeu a Jonas, que foi aconselhado a ir embora, e ao atacante Ciro, que teria sido chamado de "mulherzinha".

O mal-estar no time pernambucano vem fazendo efeito nas três primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro - o Sport está em 18º lugar (na zona de rebaixamento), com um empate e duas derrotas. Nem mesmo a Ilha do Retiro jogou a favor da equipe neste início de campeonato. Na estreia, o time não passou de um empate em 1 a 1 contra o iniciante Barueri e, na rodada passada, os pernambucanos sofreram uma derrota por 3 a 2 para o Atlético Mineiro.

O sentimento que paira na Ilha do Retiro é de um "fim de festa" melancólico. Passada a ressaca do fim do sonho da Libertadores, a torcida do Leão agora fica apreensiva, com receio de que a melancolia se torne ainda maior no final de ano do rubro-negro.

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BOLA PRO MATO

O treinador Dorival Júnior coloca em campo hoje, na partida contra o Paraná, uma equipe recheada de reservas. A intenção é poupar os jogadores do Vasco para a partida contra o Corínthians, em São Paulo, na próxima quarta. Uma atitude preventiva, mas bem controversa. Afinal, a competição mais importante do ano para o clube é a Série B. É bem verdade que a equipe tem de usar a força máxima numa semifinal de Copa do Brasil. Entretanto, os três pontos no Durival de Brito são importantíssimos, tanto por matemática rumo à Primeira Divisão quanto pela vitória do Guarani por 3 a 2 ontem diante do Bragantino. Com uma vitória hoje, o Vasco ultrapassa o Bugre no saldo de gols e permanece em primeiro lugar na competição.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

As mãos santas



Sim, quando um time sucumbe nos pênaltis, os comentaristas sempre caem no clichê de que "pênalti é loteria". Mas se o goleiro do time vencedor após a cobrança de penalidades máximas atende pelo nome de Marcos, o placar da disputa vai muito além de sorte do goleiro ou falta de sorte de quem bateu o pênalti. Somam-se à disputa a palavra eficiência e, alguns dizem, até milagre.

Mesmo diante de uma Ilha do Retiro tomada pelo vermelho e preto e em êxtase depois de, a nove minutos do fim, o Sport conseguir o gol que dava sobrevida ao time nas oitavas-de-final da Taça Libertadores da América, as mãos santas de Marcos continuavam firmes na tentativa de não deixar a vaga do Palmeiras escorrer pelos dedos. E a atuação do camisa 12 palmeirense não ficou restrita aos minutos finais da partida, pois a equipe de Recife pressionou do início ao fim, principalmente com seu líder nato, o experiente Paulo Baier. Ex-companheiro de Marcos no Palmeiras entre 2006 e 2007, o meia viu nada menos que três chances pararem em defesas de seu agora adversário.

Mas, apesar da superioridade do rubro-negro, o Palmeiras fez valer o gol "cacheado" de Ortigoza na partida de ida em São Paulo para que o gol de Wilson fosse insuficiente na classificação direta do Sport. O tira-teima entre a sensação da Libertadores e a equipe que passou de fase aos trancos e barrancos merecia ir para a imprevisível disputa de pênaltis, pelo bem do futebol brasileiro.

E o raio caiu mais uma vez no mesmo lugar. Ou melhor, foi lançado mais uma vez, pelo mesmo milagreiro. Na série de cobranças, Marcos defendeu os pênaltis de Luciano Henrique, Fumagalli e Dutra, e o Palmeiras saiu de campo com uma vitória por 3 a 1 no pós-jogo. Uma classificação com todos os méritos, diante de um rival que atuou bem e valorizou ainda mais a conquista da vaga às quartas-de-final.

Conforme declarou o jornalista Lédio Carmona em seu blogue (o link está dentre os favoritos de O tempo e o placar...), "Marcos é uma espécie de santo com poderes de super-herói. Quando ele resolve entrar em cena, a história sempre tem o mesmo fim". A torcida espera que no final dos próximos capítulos, os desfechos sejam felizes para o Palmeiras no caminho da Taça Libertadores da América.

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BOLA PRO MATO

Em São Paulo, Ronaldo enfrenta Fred no Corínthians e Fluminense. No Rio, o Flamengo coloca à prova o favoritismo do Internacional neste início de 2009. As quartas-de-final da Copa do Brasil começam bem interessantes nesta quarta-feira.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fuzarca nordestina



Após O tempo e o placar... apresentar no post anterior um campeão do Sul, hoje é a vez de mostrar mais um campeão estadual, desta vez do Nordeste. Pela quarta vez consecutiva, Pernambuco tem festa em vermelho e preto através do futebol do Sport Recife.

O time da Ilha do Retiro manteve sua supremacia no estado após 19 vitórias e 3 empates em 22 jogos - além da conquista dos dois turnos disputados neste 2009. A vitória coroa o trabalho de Nelsinho Baptista, que no ano passado ganhou território nacional (com a conquista da Copa do Brasil, em final emocionante diante do Corínthians) e agora se arrisca a alçar voos sul-americanos, na disputa pela Taça Libertadores da América.

Outrora "azarão" do Campeonato Brasileiro, o futebol nordestino já demonstrou sua força em relação aos demais centros futebolísticos brasileiros. Mas, agora, está prestes a surpreender os demais times da América do Sul, se classificando em um grupo formado por frequentadores assíduos do torneio - o compatriota Palmeiras, o chileno Colo-Colo, e o campeão da edição passada LDU, de Quito.

Num time que mescla a liderança de Paulo Baier com valores em ascensão como o meia Daniel Paulista e os atacantes Vandinho e Ciro, o tetracampeão pernambucano traz ótimos trunfos para sua torcida entoar ainda mais o "cazá, cazá". Principalmente, na certeza de que a fuzarca nordestina pode chegar aos ouvidos de várias regiões da América do Sul.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Libertadores, o Brasil em busca de fazer a América



Objeto de cobiça de todo clube sul-americano, a Taça Libertadores da América chega à sua edição de número 50, mantendo o mesmo charme que cerca a seleta competição há tanto tempo. São as melhores equipes de toda a América do Sul (e três equipes mexicanas) duelando jogo a jogo para ver quem é o melhor time do continente.

Desde que começou a ter cinco vagas por edição, o Brasil destina o direito de disputar a Libertadores aos quatro primeiros colocados do Campeonato Brasileiro e ao campeão da Copa do Brasil do ano anterior. Entretanto, o quarto colocado do Brasileirão passa por uma fase denominada "Pré-Libertadores", na qual disputa a vaga na fase inicial do torneio em dois jogos com equipe de outro país. Para o PALMEIRAS, a competição começou mais cedo. No dia 28 de janeiro, o alviverde paulista teve uma estreia incontestável - 5 a 1 sobre o boliviano Real Potosí, em São Paulo. No segundo jogo, em 5 de fevereiro, nova vitória palmeirense em terras bolivianas: 2 a 0.

Com isto, a equipe foi credenciada para fazer parte do Grupo 1 da competição, e logo em seu primeiro jogo teve o maior adversário deste 2009. Coube ao Palmeiras estrear na fase classificatória da Libertadores contra o campeão da edição de 2008 - o equatoriano LDU, que na final derrubara o Fluminense, com uma vitória por 4 a 2 em Quito e mesmo depois de uma derrota por 3 a 1 no tempo normal, conseguiu a vitória nos pênaltis e o título da taça, pelo placar de 3 a 1. Vindo de uma série invicta de jogos no Campeonato Paulista, os palmeirenses decepcionaram sua torcida ao estrearem na "fase de grupos" com uma derrota por 3 a 2. O primeiro passo da tentativa de repetir o feito de dez anos antes (em 1999, o Palmeiras foi campeão da Taça Libertadores) não foi dos melhores.

No mesmo grupo do Palmeiras está outro brasileiro. Credenciado com a vaga depois do título da Copa do Brasil, o SPORT RECIFE voltou à competição 21 anos depois de sua única participação no torneio. Em 1988, o time pernambucano conseguiu sua vaga em meio ao imbróglio envolvendo o Clube dos 13 e a CBF. No ano de 1987, o Clube dos 13 realizou a Copa União independentemente da Confederação Brasileira de Futebol. Mas a entidade desportiva definiu que, após o final da competição, Flamengo e Internacional, respectivos campeão e o vice do Módulo Verde (equivalente à primeira divisão) deveriam disputar um quadrangular com Sport e Guarani, o campeão e o vice do Módulo Amarelo (segunda divisão da Copa União). Flamengo e Internacional se recusaram a fazer o quadrangular e, com isto, a CBF levou os dois melhores do Módulo Amarelo para a Libertadores de 1988.

Em seu primeiro jogo do torneio de 2009, o clube de Recife conseguiu um ótimo resultado: vitória por 2 a 1 sobre o chileno Colo-Colo, no Chile. É uma boa estreia para a equipe que pretende se igualar às "companheiras de jornada" nesta Libertadores. Dos cinco times brasileiros que estão no torneio este ano, somente ele nunca foi o melhor da América.

Maior campeão brasileiro (com o título do ano anterior, conseguiu chegar ao posto de hexacampeão do certame, sendo que seus últimos três foram consecutivos) e equipe brasileira com mais títulos sul-americanos (1992, 1993 e 2005), o SÃO PAULO volta à Libertadores como um dos grandes favoritos ao título. No entanto, sua estreia no Grupo 4 não foi das mais animadoras: um modesto empate em 1 a 1 com o colombiano Independiente de Medellín, no Morumbi.

Campeão em 1976 e 1997, o CRUZEIRO voltou à Libertadores por ter sido o terceiro colocado no Brasileirão de 2008. O time teve bom desempenho nas duas primeiras rodadas do Grupo 5. Na sua primeira partida, a equipe mineira venceu facilmente o argentino Estudiantes, no Mineirão, pelo placar de 3 a 0. No segundo jogo, o empate em 1 a 1 com o boliviano Universitario de Sucre acabou sendo um bom resultado, diante da violência que seus jogadores sofreram durante toda a partida.

Vice-campeão brasileiro no ano passado, o GRÊMIO tenta repetir os sucessos de 1983 e 1995 iniciando sua trajetória no Grupo 7. Assim como o campeão brasileiro São Paulo, sua estreia foi decepcionante. Além do empate sem gols contra o Universidad de Chile, o Olímpico assistiu a um festival de gols perdidos do time gaúcho - foram 13 oportunidades, ora neutralizadas por defesas do goleiro, ora por zagueiros tirarem a bola em cima da linha, ora pela trave.

São jogos curiosos como este que dão ainda mais charme à Taça Libertadores da América - marcada por partidas acirradíssimas, cercadas de catimba e de histórias - e fazem com que ela seja tão atrativa para os loucos por futebol quanto para os clubes (os prêmios são milionários e o título dá ao campeão o direito de disputar o Mundial Interclubes no final do ano). Um dado curioso: se o torneio acaba com uma equipe mexicana vencedora, o vice-campeão é automaticamente designado para representar a América no Mundial. O México é somente convidado do torneio sul-americano.

São Paulo, Grêmio, Cruzeiro, Palmeiras e Sport Recife são as armas brasileiras nesta batalha pela América do Sul. Os melhores do Brasil no ano passado são os times que em 2009 tentarão fazer a América e, quem sabe, levar o país ao topo do mundo.