terça-feira, 30 de novembro de 2010

Pó-de-arroz, com sal a gosto



Sim, o Fluminense é a equipe que está mais próxima do título de 2010. É verdade, trata-se do clube que há mais tempo está na liderança da competição. Não há dúvidas de que tem um bom elenco, e um treinador conceituado. O time foi capaz de superar até mesmo a sucessão de lesões e de más partidas de suas estrelas. De fato, há 26 anos que o tricolor das Laranjeiras não se sagra vencedor do Campeonato Brasileiro. Mas estes elementos são pretextos suficientes para um aumento exorbitante dos ingressos?

As entradas dos setores do Engenhão (à venda a partir de amanhã) custarão entre R$ 60 e R$ 150. Os preço dos lugares mais baratos - setores Norte e Sul, que são atrás dos gols - tiveram aumento de 100%. Um ingresso da arquibancada superior, que geralmente custa R$ 40, sairá por R$ 80. E para o tricolor que quiser ver a última partida de seu clube de coração no Brasileirão na cadeira especial, em vez de R$ 60, terá de desembolsar a quantia de R$ 150 por entrada (aumento de 150%).

Por mais que se trate de uma partida com ares de final de Campeonato Brasileiro - uma vitória sobre o já rebaixado Guarani leva o Fluminense ao posto de campeão nacional de 2010 - não é justo que haja uma disparidade tão grande de preços. Está certo, o jogo decisivo garante a boa presença de torcedores, só arriscar tamanho aumento, amparado pela certeza de que a torcida não mede esforços financeiros para estar ao lado de seu clube, chega a ser uma atitude sórdida.

Talvez fosse mais interessante para a receita do Fluminense que o preço fosse em conta (ou, no máximo, custasse 10 reais a mais do que os preços convencionais do Engenhão), para tornar mais provável a lotação completa do estádio - coisa que raramente foi vista desde que o time das Laranjeiras passou a mandar seus jogos no Engenho de Dentro. Mas, as filas que já começaram um dia antes da bilheteria abrir comprovam: o tricolor não se importa de digerir um ingresso do pó-de-arroz, com muito sal a gosto. As torcidas cariocas precisarão digerir preços tão salgados para assistirem a decisões envolvendo clubes do Rio? Que esta receita indigesta não se torne comum no cenário carioca.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Com o coração no bico da chuteira, o QUATRO LINHAS traz para você mais um DEBATEBOLA!



A comunicação está no ar!

O QUATRO LINHAS está na área, com mais um DEBATEBOLA. Essa bola que não para, e passeia pelo gramado com:

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- A vitória que aproxima o Fluminense do título
- O Botafogo, que ainda sonha com a vaga no G-4
- A derrota do Vasco que deixa o Corínthians ponto a ponto com o Fluminense
- O fim do risco de rebaixamento do Flamengo

A ÚLTIMA RODADA DA SÉRIE B

FUTEBOL INTERNACIONAL

- A final da Copa Sul-Americana
- Campeonato Inglês
- Campeonato Italiano
- Campeonato Espanhol

... E AS RESPOSTAS AOS INTERNAUTAS-COMENTARISTAS


Com os meia-armadores FERNANDO DINIZ E VINÍCIUS FAUSTINI.

A partida começa quando você dá o PLAY!



Para ouvir em seu PC, CELULAR, IPHONE E IPOD, faça o download em:

http://bit.ly/hWMQQK

Duração: 98 minutos.

domingo, 28 de novembro de 2010

Para o ano não acabar



Análise de jogo - Corínthians 2 x 0 Vasco (17h, Pacaembu)

Corínthians e Vasco apresentaram no Pacaembu o contraste da reta final do Campeonato Brasileiro. Enquanto os corintianos, apoiados por mais de 33 mil torcedores, tentavam manter as chances de título, poucos foram acompanhar a equipe vascaína, para quem as perspectivas de algum título ficaram adiadas para 2011.

Mas suas deficiências devem ser corrigidas urgentemente. Com uma formação usada para atuar no contra-ataque, escalando os jovens volantes Rômulo, Renato Augusto e Allan, o time de Paulo César Gusmão depende de boas atuações de Carlos Alberto, Éder Luís e Zé Roberto. Só que, se nenhum deles encontra velocidade para atacar, o poder ofensivo do Vasco se perde completamente.

Foi assim que o Corínthians se sobressaiu na partida. Aos poucos, o alvinegro paulista foi se acertando em campo e encontrando oportunidades. A primeira foi aos seis minutos (um minuto depois do alto-falante anunciar que o Palmeiras fez 1 a 0 sobre o Fluminense, time que briga diretamente com o Corínthians pela conquista do Brasileirão de 2010), em jogada de bola parada de Bruno César que passou por Dentinho, livre na área. Depois, vieram chutes de Roberto Carlos e Jucilei que pararam em defesas de Fernando Prass.

Com o passar dos minutos, o calor do Pacaembu fez a partida ficar morna. O Corínthians parecia não ter pernas para dar continuidade às jogadas, enquanto o Vasco se limitava a fortalecer sua marcação. Mas seu setor defensivo acabou favorecendo o ímpeto corintiano (que tentava aumentar, mesmo com o anúncio de que o Fluminense empatara a partida com o Palmeiras na Arena Barueri). O chute de fora da área de Bruno César desviou na canela do zagueiro Dedé e passou por baixo das pernas do goleiro Fernando Prass. 1 a 0 Corínthians, aos 39 minutos. Vantagem que prosseguiu até o fim do primeiro tempo.

Para o segundo tempo, Paulo César Gusmão trouxe um Vasco mais ofensivo. O volante Allan deu lugar ao meia Fumagalli, que entraria para ajudar Carlos Alberto na criação de jogadas. A alteração melhorou a equipe vascaína. À exceção de um chute de Danilo defendido por Fernando Prass, a pressão vascaína foi constante nos primeiros 10 minutos. Entretanto, o fraco poder de fogo comprometeu mais uma vez a atuação da equipe carioca. Apenas Zé Roberto chutou ao gol, e a bola passou longe do gol de Júlio César.

O Timão voltou ao ataque aos 12 minutos. E de maneira eficaz. Roberto Carlos recebeu passe na esquerda e entrou na área. Em vez de chutar ao gol, o lateral deu um cruzamento para a direita, que encontrou a cabeça de Danilo. O meia colocou a bola no fundo da rede. Corínthians 2 a 0. Mas, apesar da soberania corintiana em campo, ela não era suficiente para deixar os paulistas na liderança. No minuto seguinte ao segundo gol, o Fluminense virou para 2 a 1 o jogo com o Palmeiras na Arena Barueri.

No restante do jogo, os corintianos ficaram apenas em função de administrar o resultado - a nova alteração de Tite veio só a cinco minutos do fim, com a troca de Bruno César por Defederico.. Àquela altura, o esforço do Vasco para evitar uma derrota parecia mesmo restrito à entrada de Fumagalli no intervalo. As outras duas alterações de PC Gusmão foram nas laterais - Fágner saiu para a entrada de Irrazábal, e Ramón (que voltava à equipe após meses contundido) foi substituído por Diogo.

A equipe carioca ainda ficou mais fraca em seu poder ofensivo, quando Zé Roberto foi expulso por Márcio Chagas da Silva. O meia fez quatro faltas em sequência no segundo tempo. E, a rigor, a única oportunidade vascaína nos 45 minutos finais foi com Éder Luís, que chutou cruzado para defesa de Júlio César.

O time de São Januário dava a impressão de meramente fazer um amistoso de luxo, a duas rodadas do final do Campeonato Brasileiro. E o empenho parecia restrito ao goleiro Fernando Prass e à defesa. Em especial por jovens que se firmaram durante a competição, casos do zagueiro Dedé e do volante Rômulo, ou que na reta final tiveram oportunidade no time titular, como o estreante zagueiro Douglas e o volante Renato Augusto. De resto, uma acomodação melancólica de um Vasco que termina 2010 sem título e agora parece guardar seu futebol para quando 2011 chegar.

O calendário de 2010 do futebol corintiano ainda tem mais uma semana. E, mesmo com a possibilidade de nova frustração no ano de seu centenário (além de vencer o Goiás no Serra Dourada, o time precisa de um tropeço do Fluminense contra o Guarani, no Engenhão, para ser campeão brasileiro), não se pode negar que sua equipe se empenhou até a última rodada. Talvez por isto, o "bando de loucos" do Corínthians ainda anseia para que o dia 5 de dezembro de 2010 seja mais uma data importante na lista de conquistas do clube.

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CORÍNTHIANS 2 x 0 VASCO

Estádio: Pacaembu (São Paulo / SP)

Público: 33.487 pagantes / Renda: R$ 1.190.821,50.

Árbitro: Márcio Chagas da Silva (RS) / Auxiliares: Carlos Berenbrock (FIFA-RS) e Marcelo Barison (RS).

Gols: Bruno César, aos 39 minutos do primeiro tempo. Danilo, aos 12 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Renato Augusto e Zé Roberto (Vasco).

Expulsão: Zé Roberto (Vasco).

CORÍNTHIANS - Júlio César, Alessandro, Chicão e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Danilo e Bruno César (Defederico); Jorge Henrique e Dentinho (Iarley). Técnico: Tite.

VASCO - Fernando Prass, Fagner (Irrazábal), Dedé, Douglas e Ramón (Diogo); Rômulo, Renato Augusto, Allan (Fumagalli) e Carlos Alberto; Zé Roberto e Éder Luís. Técnico: Paulo César Gusmão.

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RODADA 37 - RESULTADOS

Domingo, 17h

Atlético Goianiense 1 x 1 São Paulo (Serra Dourada)
Internacional 1 x 1 Vitória da Bahia (Beira-Rio)
Atlético Mineiro 3 x 1 Goiás (Arena do Jacaré)
Avaí 3 x 2 Santos (Ressacada)
Guarani 0 x 3 Grêmio (Brinco de Ouro da Princesa)
Ceará 1 x 1 Atlético Paranaense (Castelão)
Botafogo 3 x 1 Grêmio Prudente (Engenhão)
Flamengo 1 x 2 Cruzeiro (Raulino de Oliveira)
Corínthians 2 x 0 Vasco (Pacaembu)
Palmeiras 1 x 2 Fluminense (Arena Barueri)

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O tempo e o placar... escolhe o que houve de melhor e de pior na penúltima rodada do Brasileirão.

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O CHUTAÇO

A trinca da frente FLUMINENSE, CORÍNTHIANS e CRUZEIRO honrou seu favoritismo e segue soberana na disputa pelo título brasileiro. O momento de liderança é tricolor, mas corintianos e cruzeirenses continuam à espreita.

A FURADA

O assunto da ENTREGA que cercou a semana anterior ao confronto do Palmeiras com o Fluminense foi um dos mais lamentáveis do Campeonato Brasileiro. A reta final de 2010 comprova: o Campeonato Brasileiro tem de fazer valer o bom futebol, e não a rivalidade em primeiro lugar.

sábado, 27 de novembro de 2010

O novo meteoro do futebol brasileiro




Não foi uma campanha digna de colocar a faixa de campeão no peito. Mas, certamente, a trajetória do América Mineiro nos últimos dois anos foi uma grande conquista. A equipe, que em 2009 foi campeã da Terceira Divisão, termina 2010 credenciada para voltar à elite do futebol nacional na próxima temporada.

A aposta do time mineiro para o Campeonato Brasileiro da Série B foi bastante arriscada. O elenco deu espaço a jogadores experientes, alguns deles pouco valorizados como Wellington Paulo, Irênio e Joãozinho, e outros de qualidade, mas que a idade poderia pesar - como os atacantes Euller e Fábio Júnior.

Mas o grande mérito do América foi não se restringir a colocar veteranos nos campos da Segunda Divisão. O clube manteve a base campeã da Série C e contratou um treinador que mostrou cacife para conseguir o objetivo americana.

Com o técnico Mauro Fernandes, o Atlético Goianiense foi campeão da Terceira Divisão em 2008 e, no ano passado, chegou à Série A. Uma temporada depois, Fernandes conseguiu repetir o feito, e com algumas coincidências em relação ao acesso do time goiano.

Assim como o Atlético, o América conseguiu a quarta vaga da Segunda Divisão, deixando em quinto lugar a Portuguesa. Tanto goianos quanto mineiros tiveram boa colocação mesmo tendo 13 derrotas após as 38 rodadas na competição. E o time de Minas Gerais também é o que, dentre os quatro clubes, há mais tempo estava longe da Primeira Divisão - a última edição que disputou foi a de 2001.

Mas, depois da ascensão meteórica semelhante ao Atlético Goianiense, o América Mineiro não pode repetir os defeitos que tornaram a campanha do rubro-negro goiano no Brasileirão de 2010 uma estrela cadente. O Coelho de Minas formou uma boa base, que superou duas divisões intermediárias, mas ela não é suficiente para manter a equipe na Primeira Divisão.

A chegada de reforços de melhor qualidade é fundamental. Fábio Júnior é um bom jogador, mas não é nem rascunho do atacante que um dia fez a Roma, da Itália, desembolsar milhões por seu passe. Euller segue tendo talento, mas não tem fôlego suficiente para terminar 2011 - ele anunciou primeiramente que ia encerrar a carreira em 2010, mas já disse que vai pendurar as chuteiras no meio do próximo ano.

O momento é de festa para um time que caiu para a Segunda e a Terceira Divisão, e em 2007 chegou a amargar um ano sem disputar o Campeonato Brasileiro. Só que 2011 já se vislumbra como o desafio de mostrar que não é somente um meteoro repentino no futebol brasileiro.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O espírito do futebol



"Quem ganha e perde as partidas é a alma". A frase de Nelson Rodrigues se eterniza a cada derrota definitiva, que tira de um time de futebol a possibilidade de conquistar um campeonato. Com ela, vêm símbolos da decepção e da amargura, que não aparecem com tanta força dentro de campo (afinal, a cada temporada jogadores têm presença mais fugaz num clube). A fidelidade fica na arquibancada, e parece que chega com mais força nos momentos de tristeza das equipes.

A tristeza mais recente foi a de ontem, com a eliminação do Palmeiras da Copa Sul-Americana. A imagem da capa da edição paulista do Lance! trazendo o garoto chorando, incrédulo com a derrota por 2 a 1 para o Goiás no Pacaembu, mostrou o verdadeiro retrato da frustração palmeirense. Como lembrou a Folha de S. Paulo na edição de hoje de seu caderno de esportes, a equipe do Palestra Itália encerrou de maneira melancólica uma década marcada por um rebaixamento e poucos títulos (o Campeonato Brasileiro da Série B de 2003 e o Campeonato Paulista de 2008).

Chegar à final da competição internacional era a última oportunidade do time deixar uma boa lembrança dos anos 2000. Traria a certeza de que a tradição palmeirense superaria até mesmo o elenco limitadíssimo entregue às mãos de Luiz Felipe Scolari. Só que o futebol pune o deslumbre causado por um favoritismo exagerado, até mesmo contra equipes consideradas inferiores, como foi o caso do Goiás.

Quando o favoritismo cai por terra depois de 90 minutos, a derrota fica ainda mais dolorosa. Afinal, o orgulho fomentado pela crítica esportiva é ferido de maneira brutal, pois, num esporte no qual a derrota faz parte do jogo, o torcedor ainda mantém a crença de que seu clube de coração é imbatível.



Foi o caso da Seleção Brasileira de 1982. O Brasil chegou à Copa do Mundo com uma equipe que representaria o "futebol-arte", digna de trazer o título depois de 12 anos sem conquistas. Mas o time de Júnior, Falcão, Zico e Sócrates acabou eliminado por uma Itália que priorizava o pragmatismo e a força para ser vitoriosa (e assim foi campeã na Espanha).

Acima da dimensão de crítica e público, que tornou o Brasil de 1982 um dos últimos times que mantinham a arte em seu futebol, uma imagem da arquibancada representou a decepção brasileira. Na capa do Jornal da Tarde de 6 de julho de 1982, um menino chorando com a camisa da Seleção Brasileira simbolizou a repercussão do fim de um sonho de título na Copa do Mundo que parecia tão certo.

Acima da paixão dos torcedores, que, como o nome indica, "torce" a realidade futebolística de acordo com a certeza de supremacia do clube de coração, o futebol sobrevive graças à alma das arquibancadas. Almas que explodem de alegria nas vitórias ou desabam prantos nas derrotas, sem qualquer pudor. Porque, mesmo que o espírito esportivo queira acalmar os ânimos com frases como "é só um jogo", o espírito do futebol se mantém irriquieto, e está presente desde os primeiros anos de vida como torcedor.

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Devido à onda de violência no Rio de Janeiro, O tempo e o placar... hoje não pôde apresentar o DEBATEBOLA QUATRO LINHAS. Este blogue espera que tudo se estabilize a tempo de apresentarmos uma edição na próxima segunda-feira.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O dois a um do Pacaembu



Análise de quarta - Palmeiras 1 x 2 Goiás (21h50, Pacaembu)

O placar de 2 a 1 para a equipe visitante parece ser a tônica das grandes surpresas que cercam os estádios brasileiros. Por 2 a 1 foi a vitória do Uruguai sobre o Brasil no Maracanã, na decisão da Copa do Mundo de 1950. Também em 2 a 1 terminou a vitória do argentino Estudiantes sobre o Cruzeiro, no Mineirão, pela final da Taça Libertadores da América de 2009. E em 2010, o Pacaembu foi palco de um jogo com contornos bem próximos a estas duas partidas. Um estádio repleto de torcedores do time da casa, eufóricos com a vantagem de um resultado (no caso, bastava um empate) sobre um adversário que vinha desacreditado. Mas, depois de 90 minutos, o Goiás - time que começou a semana rebaixado para a Segunda Divisão de 2011 com uma rodada de antecedência - conquistou uma inacreditável vaga para a final da Copa Sul-Americana. Com uma vitória por 2 a 1 sobre o anfitrião Palmeiras.

Os mais de 34 mil palmeirense que foram ao Pacaembu na noite de quarta-feira levaram para a arquibancada a confiança de que a batalha mais difícil havia ficado para trás. Com o gol de Marcos Assunção que sacramentou a vitória por 1 a 0 no Serra Dourada na semana anterior, o time goiano não teria força nem técnica suficientes para superar um Palmeiras que durante a semana anunciou concentração máxima na conquista da Copa Sul-Americana (ao ponto de escalar os reservas nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro).

O panorama do primeiro tempo não diferiu muito da expectativa da torcida. O Palmeiras apresentou mais volume de jogo, cercando a área do Goiás com jogadas criadas por Tinga e Lincoln. Vieram algumas oportunidades, com Danilo e num chute de Tinga que foi desviado com os dedos por Harlei e parou na trave. Nem mesmo a ausência de oportunidades vindas dos pés de Luan e Kléber parecia suficiente para que a bola entrasse na rede.

A postura do Goiás contribuía para o domínio palmeirense. Além de um trio de zaga, a equipe apresentava muitos jogadores de qualidade duvidosa, como os laterais Douglas e Wellington Saci e o meia Marcelo Costa. No entanto, depois da pressão inicial, o Esmeraldino aos poucos foi conseguindo ameaçar o gol de Deola com sua dupla Otacílio Neto e Rafael Moura. O último acertou um belo chute que bateu no travessão do Palmeiras.

Se a bola de Rafael Moura teve como destino o travessão, aos 33 minutos o alviverde paulista teve mais pontaria. Após receber um lançamento de Edinho, Luan avançou até a área, desviou-se de um zagueiro e chutou. A bola ainda resvalou nos dedos de Harlei antes de parar no fundo da rede. Palmeiras 1 a 0.

Os palmeirenses seguiam à risca o verso do hino do clube que aparecia num mosaico - "Torcida que canta e vibra" - e faziam festa no Pacaembu. Dentro de campo, o time de Luiz Felipe Scolari demonstrava serenidade para manter a vantagem. Mas, nos acréscimos, o Goiás reencontrou-se com a possibilidade de chegar à final da Copa Sul-Americana. Primeiro, com uma cobrança de falta de Marcelo Costa que parou no travessão. A zaga rechaçou, mas Rafael Moura recuperou a bola e fez um cruzamento. A jogada terminou numa cabeçada de Carlos Alberto que desviou em Tinga antes de entrar no fundo da rede de Deola. Aos 47 minutos, Palmeiras e Goiás iam para o intervalo com o empate em 1 a 1.

Na volta para o segundo tempo, o Palmeiras sentiu. Não a alteração do treinador do Goiás, Artur Neto, que tirou o lateral-direita Douglas para colocar em campo o atacante Felipe. Mas lidou com o empate do Esmeraldino no último momento da primeira etapa como se fosse algo inesperado, inimaginável. E a sensação de que seu favoritismo estava ainda mais ameaçado (se sofresse um gol, estaria desclassificado da Copa Sul-Americana pelo critério "gol marcado fora de casa") atou os pés dos jogadores palmeirenses.

Os chutes a gol ficaram cada vez mais escassos, e quando vieram, como nos dois chutes de Kléber, saíram sem qualquer direção. Enquanto isto, os goianos se apresentavam com mais frequência, graças aos contra-ataques originados por erros palmeirenses. Por duas vezes, Otacílio Neto chutou ao gol, e obrigou Deola a fazer grande defesa.

Luiz Felipe Scolari tentou dar mais poder ofensivo à equipe, trocando o meia Lincoln pelo atacante Dinei. Mas a substituição revelou-se equivocada. Sem Lincoln, o Palmeiras perdia um pouco do seu poder de armar jogadas, e Dinei apenas se juntava a Luan e Kléber na esperança de chegarem novas oportunidades de gol.

O Palmeiras errava. E um erro foi crucial aos 38 minutos. Márcio Araújo se atrapalhou na defesa e permitiu que Marcão avançasse pela lateral. Da linha de fundo, o jogador cruzou para a área. Rafael Moura conseguiu cabecear para o lado onde estava Ernando. Livre de marcação, o zagueiro desviou a bola de cabeça para o fundo da rede. O "azarão" da noite colocava em xeque o favoritismo palmeirense, com o mesmo placar de 2 a 1 que passou por outros grandes estádios brasileiros.

Com a mudança no placar, os treinadores agiram de acordo com o contexto de cada equipe. Artur Neto tirou o atacante Otacílio Neto e reforçou o setor defensivo do Goiás, colocando em campo o volante Jonílson. Felipão trocou o meia Tinga pelo meia-atacante Ewerthon. Mas a serenidade em verde e branco agora estava do lado do time goiano, que se encolheu bem na defesa e deixou o Palmeiras ser derrotado por seu próprio desespero.

Desespero que culminou numa grande frustração para a torcida do alviverde paulista - e não só por ver a vaga para a final da Copa Sul-Americana escorrer pelos dedos. O Palmeiras termina de maneira melancólica um ano que começou com uma campanha pífia no Campeonato Paulista, teve uma eliminação lamentável na Copa do Brasil (diante do Atlético Goianiense, nos pênaltis, após desperdiçar quatro de uma série de cinco penalidades máximas) e passou bem longe do título do Campeonato Brasileiro. A ironia final pode acontecer no domingo: caso a equipe vença o Fluminense na Arena Barueri e o Corínthians derrote o Vasco no Pacaembu, os arquirrivais corintianos se aproximarão da conquista do Brasileirão de 2010.

Além da raça, da dedicação e da seriedade, a equipe do Goiás mostrou o desejo de reescrever sua história. Com a trajetória maculada por um rebaixamento para a Série B, o Esmeraldino agora cria forças para chegar a grandes sonhos dos clubes nacionais. O primeiro deles é conquistar a Copa Sul-Americana, que seria seu primeiro grande título internacional - seu adversário na decisão será o vitorioso do duelo entre o argentino Independiente e o equatoriano LDU (a LDU venceu o primeiro jogo, em Quito, por 3 a 2). O segundo é conseguir uma vaga na Taça Libertadores da América, que a Sul-Americana dará a seu campeão.

Mas o Goiás que enfrentou o Palmeiras em 24 de novembro de 2010 já ficou marcado na história. Graças a ele, o Pacaembu teve seu episódio de um time favorito ser derrubado com uma derrota por 2 a 1. E mais um estádio brasileiro se tornou pano de fundo da grande lição do futebol: favoritismos existem para serem derrubados.


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PALMEIRAS 1 x 2 GOIÁS

Estádio: Pacaembu (São Paulo / SP).

Público: 34.296 presentes / Renda: R$ 711.429,00.

Árbitro: Héber Roberto Lopes (BRA) / Auxiliares: Altemir Hausmann (BRA) e Alessandro Rocha (BRA).

Gols: Luan, aos 33 minutos, e Carlos Alberto, aos 47 minutos do primeiro tempo. Ernando, aos 38 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Douglas, Marcão e Carlos Alberto (Goiás).

PALMEIRAS - Deola, Márcio Araújo, Danilo, Maurício Ramos e Gabriel Silva; Edinho, Marcos Assunção, Tinga (Ewerthon) e Lincoln (Dinei); Luan e Kléber. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

GOIÁS - Harlei, Rafael Tolói, Ernando e Marcão; Douglas (Felipe), Carlos Alberto, Amaral, Marcelo Costa e Wellington Saci; Otacílio Neto (Jonílson) e Rafael Moura. Técnico: Artur Neto.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Jobson, um atacante fora de seu tempo



Jobson passou o ano de 2010 recebendo chances de voltar a jogar futebol. Primeiro, foi o Superior Tribunal de Justiça Desportiva que decidiu reduzir sua pena de dois anos fora dos gramados devido ao uso de uma substância ilícita. Depois, o Botafogo acolheu o jogador, confiando em seu talento para ajudar a equipe carioca a fazer uma boa campanha no Campeonato Brasileiro. Em retribuição, o atacante apresentou uma sequência de inconvenientes que não têm mais espaço no futebol nacional - nem para atletas que demonstram qualidade em campo.

Mostrar o bumbum para torcedores não é mais um gesto irreverente. Falta em treino é considerado um erro grave, mesmo que se trate de um jogador que é sinônimo de gols. Diretorias não fazem mais vista grossa para estas atitudes, tanto pela pressão que sofrem de parte da torcida (torcedores empenhados em ver o clube respeitado pelos jogadores que defendem suas cores) quanto pelo desejo de mostrarem pulso firme com os subordinados.

O esforço que o Botafogo fez para reintegrar Jobson ao seu elenco fez com que o jogador se sentisse superestimado. Diante de tanto esforço do alvinegro para acabar com a punição por doping, o atacante achou que seu poder na equipe seria ilimitado.

Jobson parou no tempo. Não percebeu que no futebol de hoje não há mais jogadores insubstituíveis. Não viu que os treinadores de clubes grandes preferem formar uma boa equipe a deixá-la à mercê de um jogador que se ache no direito de resolver tudo sozinho. E, passado todo o retrocesso que apresentou em 2010, Jobson agora precisa comprovar que sabe viver em função do novo contexto do futebol. Senão, sua trajetória será abreviada por deslizes tão cruéis quanto o uso de drogas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

TEXTO DE CONVIDADO - Bendito o homem que sofreu



O tempo e o placar... hoje estende seu espaço para um escritor convidado, que em seu sangue tricolor traz uma coincidência com outro grande cronista da história do Fluminense. Em suas crônicas esportivas, Nelson Rodrigues colocava em evidência clubes e jogadores.



E um jogador tornou-se o personagem da crônica de DIEGO BACHINI LIMA, estudante de Engenharia de 19 anos que mora em Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro. Trata-se do Coração Valente, WASHINGTON, dono da camisa 99 do Fluminense, que passa por má fase dentro do gramado.

Segue seu texto, para apreciação de todos os tricolores de coração e de todos os torcedores que frequentam este blogue. Fiquem à vontade para comentar.

Vinícius Faustini

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BENDITO O HOMEM QUE SOFREU

Na vitória de apertar o coração, de quase matar tricolores, não é a brilhante atuação de Conca após o segundo gol, o gol de Fred depois da lesão, o gol de Gum no melhor "estilo Gum", ou o profissionalismo de um São Paulo que jogou sério. Nada disso chama mais atenção, e nem merece mais atenção do que Washington.

Passando por todas as provações da alma, W99 sofre a cada lance perdido. A tensão explode em seu corpo, e o transfigura, não permitindo a marcação do esperado tento. Já são 14 jogos...

Washington, que se desculpou ao perder o gol mais feito de toda sua carreira. Desculpou-se, com a humildade de um menino.

O atacante vem caminhando a duras penas, e com muito sofrimento. Vem em busca de um título. Um título que ele sonha. Sonha conquistar com esta camisa que veste.

Washington lutou contra seu próprio corpo, contra seu problema de coração. Lutou contra a dor da perda da Libertadores de 2008, na luta contra o rebaixamento no mesmo ano, contra a perda do espaço no São Paulo no primeiro semestre de 2010, contra as suspeitas da torcida de sua volta ao Fluminense e de ser reserva de Fred. E agora luta há 1260 minutos. Luta por um gol.

Mas Washington, num momento iluminado antes do jogo, declarou que 'tem alguma coisa boa guardada'.

E ao ver tanta luta e sofrimento Washington faz lembrar de uma passagem: Bendito o homem que sofreu... Porque encontrou A VIDA.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O QUATRO LINHAS desfaz o nó tático do futebol e avança rumo à área adversária com mais um DEBATEBOLA!




Satisfação!

O DEBATEBOLA QUATRO LINHAS está na área, com a rodada do fim de semana. Entram em campo:

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- A vitória que levou o Fluminense à liderança
- A vitória que deixou o Flamengo distante da zona de rebaixamento
- As derrotas de Botafogo e Vasco

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

A FINAL DA SÉRIE C

FUTEBOL INTERNACIONAL

- As semifinais da Copa Sul-Americana
- Campeonato Inglês
- Campeonato Espanhol
- Campeonato Italiano


Sob o comando de FERNANDO DINIZ E VINÍCIUS FAUSTINI.

Dê o PLAY que a partida começa!



Duração: 98 minutos.

Para armazenar em seu PC, CELULAR, IPOD ou IPHONE, faça o DOWNLOAD no link:

http://bit.ly/atlv1y

A comunicação está no ar!

domingo, 21 de novembro de 2010

Sob discussão



Enquanto a reta final da Primeira Divisão fica às voltas com acusações de "mala branca" para que equipes que não estão na disputa do título do Campeonato Brasileiro atrapalhem a trajetória de quem ainda tem chance de ser campeão, a Série B agora promete ter uma polêmica em sua parte de baixo da tabela. Ao final da partida do Vila Nova com o Náutico, o volante Adílson, que atua no clube goiano, afirmou que havia um "acordo" entre goianos e pernambucanos para que o resultado fosse um empate. Mas ele não se concretizou no campo, pois o Náutico venceu por 4 a 1.

A declaração do jogador do Vila Nova torna ainda mais suspeita a maneira como os atletas goianos lidaram com a desvantagem no placar. Muitos deles mostraram uma postura violenta depois que o Náutico virou a partida. Das cinco expulsões do jogo, três foram do Vila Nova. A primeira, por falta dura de Jorge Henrique. A segunda, num desentendimento de Mimica com o adversário Erick Flores. E a terceira, numa falta grave de David em Jeff Silva. Na confusão, o alvirrubro que sofreu a agressão também foi expulso pelo árbitro catarinense Paulo Godoy Bezerra.

A questão da "mala branca" da elite do futebol nacional ficava apenas na discussão sobre ética e valores morais - pois, no fim das contas, os jogadores recebem mesmo dinheiro para jogar. Mas uma combinação de resultados levanta questões ainda mais graves.

O torcedor vai ao estádio com a expectativa de que, depois de 90 minutos, seu clube de coração saia de campo vitorioso. E a graça do imprevisível do futebol se perde com a manipulação de um resultado. As equipes que brigam diretamente para sair do rebaixamento para a Terceira Divisão (para ficar no contexto de campeonato de Vila Nova e Náutico) têm de ficar na expectativa do apito final do juiz. E não para acompanhar o jogo apenas como praxe, sabendo qual desfecho vai acontecer.

É por acusações como esta que tantas pessoas deixam de acompanhar as partidas de futebol. Talvez seja hora de o Superior Tribunal de Justiça fazer jus ao seu poder e mostrar que pode ser útil em assuntos delicados como este. Ao menos para evitar que um resultado fique sob desconfiança dos torcedores pelos próximos anos.

sábado, 20 de novembro de 2010

Jovem responsabilidade



Análise de jogo: Flamengo 2 x 1 Guarani (19h30, Engenhão)

Na semana que antecedeu a partida com o Guarani, o treinador Vanderlei Luxemburgo declarou que, para levar o Flamengo a um bom resultado no confronto com a equipe campineira, era hora de jogadores veteranos como Léo Moura, Ronaldo Angelim e Kleberson chamarem a responsabilidade. Mas, em meio a tanta experiência, quem se destacou no Engenhão foi o atacante Diego Maurício, de apenas 19 anos. Graças a ele, o rubro-negro se vê mais distante do risco de rebaixamento para a Série B.

Apoiado por mais de 39 mil torcedores, o Flamengo começou a partida pressionando, e obrigou o Guarani a parar as jogadas com faltas. Numa delas, Renato Abreu cobrou da intermediária, a bola encobriu Emerson e parou no fundo da rede bugrina. 1 a 0 Flamengo, aos dois minutos.

Com o alívio de logo conseguir a vantagem do placar, o rubro-negro passou a administrar a vantagem, na espera de que a situação desesperadora comprometesse a atuação do Guarani - o time campineiro está com 37 pontos, na zona de rebaixamento. Mas, com o passar dos minutos, ficou evidenciado um grave defeito da equipe de Vanderlei Luxemburgo. Quando partia para o ataque, o Flamengo contava com o lateral Léo Moura e o meia Kleberson pela direita e o meia Renato Abreu e o lateral Juan na esquerda. Mas, como Kleberson fazia uma péssima partida, o time ficava muito exposto em seu lado direito, e dava espaços para o Guarani chegar em alta velocidade.

E foi pelo lado direito que o Guarani chegou ao empate. Mazola iniciou jogada mas foi derrubado por Welinton. Na cobrança, o chute de Baiano quicou na frente de Marcelo Lomba, que permitiu o gol do Guarani. 1 a 1, aos 12 minutos. O gol sofrido deixou os jogadores rubro-negros sob tensão. A torcida passou a demonstrar sinais de impaciência - a ponto de alguns gritarem o nome do goleiro Bruno, preso sob acusação do assassinato de Eliza Samúdio - e, em campo, uma sucessão de boas oportunidades se transformavam em chutes sem direção, como os de Kleberson e Renato Abreu.

O Guarani tentou surpreender o Flamengo novamente, mas esbarrava no erro crucial que compromete as atuações do time de Vágner Mancini. Por ter em seu elenco um cobrador de faltas com qualidade (Baiano), os jogadores tendem a forçar faltas próximas à área em vez de arriscar bons ataques - e ainda padece da ausência de um atacante fixo na área, pois Mazola e Geovane atuam pelas pontas.

Mas o destino flamenguista começou a ser traçado aos 21 minutos. Com uma torção no tornozelo, Deivid pediu para ser substituído. Em seu lugar, entrou Diego Maurício. Sim, ele ainda teria mais de 45 minutos para mostrar serviço a Luxemburgo. Só que o panorama era bem mais difícil do que a obrigação de ganhar que havia antes da bola rolar. O atacante entraria no contexto de um Flamengo que esteve em vantagem por alguns minutos, mas sofrera um gol e sofria com a impaciência dos torcedores.

E, em meio a tantos passes mal-sucedidos, Diego Maurício chamou a responsabilidade de levar o Flamengo à frente aos 33 minutos. Diogo iniciou uma jogada no meio-de-campo, mas foi desarmado por Preto. O desarme para trás levou a bola até o atacante flamenguista, que superou a zaga adversária e chutou, na saída de Emerson. 2 a 1 Flamengo.

Com mais tranquilidade, a equipe carioca ainda teve uma tentativa com Renato Abreu. Ao Guarani, restava apenas a apatia dos jogadores e a impaciência de Vágner Mancini, que reclamou da lentidão dos gandulas a devolver a bola para o jogo. Havia pouco a se mudar àquela altura do primeiro tempo.

Na volta para a segunda etapa, o treinador bugrino realizou sua primeira alteração, tirando o meia Barboza para colocar o atacante Mário Lúcio. De nada adiantou. Mesmo com um novo atacante, o Guarani continuava a errar passes, e facilitava a marcação rubro-negra. Só que os erros também continuavam na saída de bola rubro-negra, proporcionando discussões ríspidas, como a do lateral-esquerda Juan com o meia Renato Abreu.

Vanderlei Luxemburgo decidiu fazer sua segunda alteração, tirando o disperso Kleberson para colocar Marquinhos, jogador com qualidade no passe e com muita movimentação. No mesmo momento, Vágner Mancini também fazia sua segunda alteração, trocando Preto por Paulinho. Uma substituição defensiva, que pouco acrescentou à tentativa de empate da equipe campineira.

Após a entrada de Petkovic no lugar do atacante Diogo, o Flamengo é que pareceu mais próximo de chegar ao gol. Logo em sua primeira tentativa, o camisa 10 rubro-negro passou por vários adversários até chegar frente a frente com Emerson na grande da área. Mas, na hora de chutar, Ailsan fez o desarme.

Com Baiano visivelmente cansado, o Guarani pouco pressionava, pois a bola sempre chegava com dificuldades ao ataque. Vágner Mancini decidiu então substituir seu jogador que entrara no intervalo - Mário Lúcio deu lugar ao jovem Pablo. O garoto de 17 anos até tentou dar um pouco de gás ao lado ofensivo da equipe, mas suas alternativas sempre culminavam na mesma jogada: cair próximo à área para cavar falta. Numa delas, veio a única oportunidade do clube campineiro no segundo tempo. Na cobrança de falta de Baiano, Ailson desviou de cabeça, e a bola passou bem perto do gol de Marcelo Lomba.

De resto, o que a torcida viu no Engenhão foi grandes oportunidades de gol do Flamengo, com Renato Abreu, Marquinhos e Ronaldo Angelim, todas sem sucesso. De qualquer forma, o placar de 2 a 1 foi suficiente para levar o rubro-negro aos 43 pontos, praticamente fora do risco de rebaixamento ao qual sua instabilidade levou no Campeonato Brasileiro. Ao final da partida, provavelmente o técnico Vanderlei Luxemburgo já tenha percebido que deve seguir por um caminho diferente. Talvez a experiência não seja o trajeto ideal para manter o equilíbrio de uma equipe. A coragem para renovar, e dar a responsabilidade para jogadores com maturidade como Diego Maurício também pode levar um time a ser vitorioso.

*****

FLAMENGO 2 x 1 GUARANI

Local: Engenhão (Rio de Janeiro / RJ).

Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (DF). / Auxiliares: César Augusto de Oliveira Vaz (DF) e João Antônio de Paula Neto (DF).

Público: 34.932 pagantes (39.720 presentes) / Renda: R$ 387.940,00.

Cartões amarelos: Léo Moura, Juan, Williams, Diego Maurício (Flamengo), Preto e Geovane (Guarani).

Gols: Renato Abreu, aos dois, Baiano, aos 12, e Diego Maurício, aos 33 minutos do primeiro tempo.

FLAMENGO - Marcelo Lomba, Léo Moura, Welinton, Ronaldo Angelim e Juan; Maldonado, Williams, Kleberson (Marquinhos) e Renato Abreu; Diogo (Petkovic) e Deivid (Diego Maurício). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

GUARANI - Emerson, Apodi, Aislan, Ailson e Marcio Careca; Maycon, Baiano, Preto (Paulinho) e Barboza (Mário Lúcio, depois Pablo); Mazola e Geovane. Técnico: Vágner Mancini.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O QUATRO LINHAS mata a polêmica no peito e leva para o fundo da rede mais um DEBATEBOLA!



Essa bola que não para!

O novo jornalismo esportivo brasileiro está na área. É o QUATRO LINHAS atacando na Internet, em mais uma partida do nosso DEBATEBOLA. No gramado:

O AMISTOSO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- A expectativa dos jogos de Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco.

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

AS SEMIFINAIS DA COPA SUL-AMERICANA

OS PRINCIPAIS AMISTOSOS DAS SELEÇÕES INTERNACIONAIS


Nos dois toques de FERNANDO DINIZ E VINÍCIUS FAUSTINI.

E você inicia a partida com um PLAY!



Duração: 86 minutos.

Ouça o DEBATEBOLA QUATRO LINHAS em seu CELULAR, PC, IPHONE e IPOD, fazendo o download no link abaixo:

http://bit.ly/bLUvM2

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O pé da experiência



Em meio a tantos passos e passes errados do Palmeiras no ano de 2010, pelo menos um pé acertou em cheio na equipe. O veterano Marcos Assunção se tornou o grande jogador da temporada palmeirense, graças a suas cobranças de falta fantásticas e a bons lances de bola parada que geraram gols do time do Palestra Itália.

Desde a frustração de não chegar à Taça Libertadores da América após liderar o Brasileiro de 2009 por muitas rodadas, o Palmeiras parecia desencontrado, em especial depois da saída de Muricy Ramalho e da questionável passagem de Antônio Carlos Zago.

Depois, a tábua da salvação atendia pelo nome de Luiz Felipe Scolari. Felipão chegou, mas os resultados continuaram a vir de maneira minguada. Até Marcos Assunção chamar a responsabilidade e, honrando sua experiência, contribuir para que o Palmeiras ao menos tivesse um fim de ano sem grandes dissabores.

E, contra o Goiás, mais uma vez, o volante foi decisivo para que o Palmeiras prossiga sua caminhada na Copa Sul-Americana. Com a vitória por 1 a 0 no Serra Dourada, o alviverde paulista joga em São Paulo com mais tranquilidade, contra um time que tecnicamente é mais fraco e que não tem a seu lado as boas oportunidades dadas por cobranças de falta de Marcos Assunção.

Por mais que reclamem da idade avançada de alguns jogadores, há atletas que sabem fazer valer sua idade em prol da equipe que estão atuando. É o caso de Marcos Assunção, que em 2010 fez uma temporada bem mais importante do que muitos jovens que passaram pelo Palmeiras.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Hora de começar a rever conceitos



Caso o empate persistisse na partida em Doha, certamente muitos exaltariam a continuação da invencibilidade, e enxergariam pontos positivos no amistoso entre Brasil e Argentina. Mas, com a bela jogada de Messi que terminou num golaço aos 46 minutos do segundo tempo, talvez comecem a ter uma visão crítica sobre a Seleção Brasileira de Mano Menezes.

O grande defeito do amistoso no Qatar foi a indolência. Entra e sai treinador, e o panorama do Brasil em partidas amistosas segue o mesmo. Um futebol preguiçoso, que levou o embate com a Argentina (primeira equipe considerada grande que passou pela seleção de Mano) como um treino de luxo.

Mas também começam a ser questionadas as presenças de alguns jogadores. O meio-de-campo brasileiro fica convincente com trio de volante - por mais que Lucas, Ramires e Elias tenham habilidade? Enquanto Neymar estiver atuando em função do estilo "cai-cai", vale a pena tê-lo no ataque? E o jogador mais preocupante: Robinho, que durante 90 minutos ficou entregue a um futebol modorrento, apático, merece ser convocado? E ainda mais, merece ser o capitão de uma Seleção Brasileira?

Alguns jogadores vão se firmando, como a dupla de zaga David Luiz e Thiago Silva. Ronaldinho Gaúcho, que voltou à seleção depois de 1 ano e 7 meses, teve uma boa atuação, apresentando um desempenho bem mais promissor do que nas Eliminatórias da Copa do Mundo. Só que ainda é pouco, muito pouco para uma Seleção Brasileira que chega com o rótulo de "resgate do futebol-arte canarinho".

Sim, um amistoso serve para ter avaliações. Mas é bom que estas avaliações façam Mano Menezes rever alguns conceitos desde seus primeiros passos como técnico. A equipe está em formação, mas não pode começar a se formar de maneira equivocada.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um Brasileirão perdido



Quando foi anunciado que Sandro Meira Ricci seria o árbitro do confronto decisivo entre Corínthians e Cruzeiro, na trigésima-quinta rodada do Campeonato Brasileiro, o consenso foi elogiar sua escalação. Meira Ricci se destacara na competição por arbitragens seguras. Cogitava-se até que ele seria o próximo a figurar no quadro de árbitros da FIFA. Mas, aos 42 minutos do segundo tempo da partida do Pacaembu, todo o seu bom campeonato foi perdido.

Num cruzamento para a área, o zagueiro Gil e o atacante Ronaldo se chocaram, e o camisa 9 caiu na área. Sem hesitar, Sandro Meira Ricci marcou pênalti. Ronaldo cobrou e confirmou a vitória que daria liderança à equipe corintiana - beneficiada pelo tropeço do Fluminense, que empatou em 1 a 1 com o penúltimo colocado, o Goiás, no Engenhão.

O único profissional para o qual as pessoas não dão o direito do benefício da dúvida é o árbitro. Em especial se tiver ao seu redor uma grande expectativa sobre sua qualidade - como foi o caso de Ricci, que era bem quisto até pela diretoria cruzeirense. O árbitro mineiro radicado em Brasília agora precisará ter cabeça fria para não cair nos lugares-comuns que profissionais do apito às vezes têm depois de erros capitais.

Sandro Meira Ricci pode até ser deixado de lado da conspiração que insistem em fazer sobre um suposto esquema para beneficiar o Corínthians. Mas rótulos como árbitro que sente o peso da responsabilidade de apitar um jogo de grande importância e, na dúvida, marca lance favorável à equipe mandante, correm o risco de se perpetuar.

A discussão sobre a existência ou não do pênalti em Ronaldo promete ser interminável. Mas, graças a esta polêmica, o Brasileirão já foi perdido para Sandro Meira Ricci.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O QUATRO LINHAS traz a versatilidade de assuntos do Brasil e do mundo em seu DEBATEBOLA!




Satisfação!

O QUATRO LINHAS joga limpo com você e lança mais um DEBATEBOLA na área da Internet. Passam pelo gramado:

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- O empate do Botafogo
- A perspectiva dos jogos de Flamengo, Fluminense e Vasco no fim de semana

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

FUTEBOL INTERNACIONAL

- Copa Sul-Americana
- Expectativa do amistoso da Seleção Brasileira
- O sorteio da Copa América de 2011
... E um giro pelo futebol europeu


Com a dupla que joga nas onze FERNANDO DINIZ E VINÍCIUS FAUSTINI.

É só dar o PLAY que a partida começa:



Duração: 105 minutos.

Ouça o seu DEBATEBOLA QUATRO LINHAS, no PC, no IPOD, no CELULAR ou no IPHONE. Baixe no link:

http://bit.ly/cu3nCh

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Brasil em verde





A parte brasileira na Copa Sul-Americana ganhou um tom verde após os dois confrontos deste meio de semana. Em São Paulo, o Palmeiras eliminou o Atlético Mineiro com uma vitória por 2 a 0. No Ressacada, o Goiás surpreendeu o Avaí com uma vitória por 1 a 0, suficiente para prosseguir seu caminho na competição.

Como o campeão está classificado para a Taça Libertadores da América, ambas as equipes podem compensar um ano que se desenha como perdido. Com decepções que podem ser mais amargas para o time goiano, que se vê cada vez mais próximo da zona de rebaixamento.

O mau desempenho do Goiás teve início ainda no Campeonato Goiano, quando a equipe ficou por algumas rodadas em último lugar e, depois de se recuperar, caiu a ponto de não ir nem para a final contra o Atlético Goianiense. No Campeonato Brasileiro, o martírio se estende a cada rodada, mesmo com incessantes trocas de treinadores. E a derrota por 4 a 1 para o lanterna Grêmio Prudente ainda não foi suficiente para eliminar matematicamente o descenso. Mas, psicologicamente, a equipe sofreu um abalo emocional.

O Palmeiras também teve um Campeonato Paulista extremamente desanimador, com o período frustrante sob o comando de Muricy Ramalho e a incerteza de ter como técnico o inexperiente Antônio Carlos Zago. O clube abriu os cofres, trouxe de volta ao país o treinador Luiz Felipe Scolari e fez a torcida ficar à espera de novos e vitoriosos rumos. Entretanto, Felipão não teve à sua disposição um elenco de qualidade, o que comprometeu seu trabalho. No Brasileirão, os palmeirenses também brigam por uma vaga na Libertadores - mas ela parece estar bem mais próxima através da Copa Sul-Americana.

Diante de suas últimas fichas no ano de 2010, Palmeiras e Goiás prometem fazer um duelo de muito empenho, em busca de dar alegria a seus torcedores - tanto para este ano como na expectativa pela vaga na Taça Libertadores da América de 2011. Neste confronto de alviverdes, nenhum deles vai querer que o branco se sobressaia.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Conversa sem alça



O formato de pontos corridos do Campeonato Brasileiro vem sendo louvado por premiar a equipe que teve mais regularidade depois de 38 rodadas. Entretanto, o formato agora deu margem a uma nova polêmica que sempre se aproxima na reta final de suas edições: a existência de "mala branca".

O termo "mala branca" é usado para designar a atitude de uma equipe que está brigando pelas melhores vagas e, nos bastidores, oferece dinheiro a adversários de seus concorrentes diretos para que tenham mais empenho. Na teoria, a prática não é considerada ilícita, pois os jogadores já são pagos por seus próprios clubes para se empenharem em campo.

No entanto, a "mala branca" é vista como uma atitude antiética, pois os clubes que a utilizam estão aproveitando seu poder aquisitivo para tentar se sobressair aos demais competidores. Os jogadores também ficam cada vez mais rotulados de "mercenário", pois precisam deste tipo de motivação para terem empenho na reta final - o que deveria ser uma obrigação natural do trabalho de um jogador.

A quatro rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, seria mais interessante para os 20 clubes que todos se empenhassem da mesma forma, visando não só sua permanência no elenco na próxima temporada, como também momentos de alegria para amenizarem um desempenho insatisfatório na competição.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Recuperação em conta-gotas



Da enxurrada de sofrimento que passou pelo Couto Pereira em 6 de dezembro de 2009 (quando o clube caiu para a Segunda Divisão e ainda viu seu estádio se tornar palco de cenas lamentáveis de vandalismo) ao dia 9 de novembro deste ano, data em que a matematicamente garantiu seu retorno à Série A em 2011, o Coritiba passou por muito mais do que as 35 partidas do Brasileirão da Série B. Com a autoestima mergulhada em tanta amargura, o time ainda precisou lidar com sua recuperação com recursos que vieram em conta-gotas.

Por mais que seja uma das equipes que se sagraram campeãs na história do Campeonato Brasileiro, o Coritiba se apequenou com o passar dos anos graças a desmandos de sua diretoria, que não soube aproveitar o momento vitorioso para alavancar o nível de seu futebol. A consequência é sentida até hoje, quando mais um momento de descenso passou pelo Alto da Glória, e deixou o clube com menos visibilidade para contratar jogadores.

Mas, sob o comando de Ney Franco (que quis continuar no clube mesmo depois de o time cair para a Segunda Divisão), a equipe de 2010 foi se ajeitando e terminou o semestre com um bom prenúncio - a conquista do Campeonato Estadual do Paraná. Com o decorrer do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, a diretoria do Coxa conseguiu realizar boas tacadas, incorporando a seu elenco jogadores que não fizeram boa temporada em clubes de ponta do país, mas que tinham qualidade.

Assim, os meias Léo Gago e Enrico, ambos emprestados pelo Vasco, e Tcheco, que chegou após fraca passagem pelo Corínthians, se tornaram responsáveis diretos pela melhora da equipe na campanha da Segunda Divisão. E, através dos pés deste trio, o Coritiba chegou à vitória que sacramentou sua volta para a elite do futebol brasileiro - 3 a 2 sobre o Duque de Caxias, em São Januário.

25 anos depois de seu único título nacional, o Coritiba agora tem sua segunda chance para se afirmar como um dos grandes clubes do futebol brasileiro. Para isto, em 2011 o Coxa tem de apresentar muito mais qualidade do que a vista em sua trajetória pela Série B neste ano. A Série A não dá às suas equipes o luxo de contar seu planejamento com um conta-gotas.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Nas últimas emoções do Campeonato Brasileiro, o DEBATEBOLA QUATRO LINHAS ganha fôlego para levar você ao gramado da informação.


Pontapé inicial!

A rodada acabou, e é a vez do DEBATEBOLA QUATRO LINHAS entrar em campo e dar uma arrancada aos gramados do Brasil e do mundo. Passam por nossa mesa:

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A
- O empate do Botafogo
- A derrota do Flamengo
- A vitória do Fluminense sobre o Vasco

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

AS SEMIFINAIS DA SÉRIE C

A PRIMEIRA PARTIDA DA FINAL DA SÉRIE D

FUTEBOL INTERNACIONAL
- Copa Sul-Americana
- Campeonato Italiano
- Campeonato Espanhol
- Campeonato Inglês


Com a linha de passe entre FERNANDO DINIZ E VINÍCIUS FAUSTINI.

E a comunicação está no ar só com um PLAY.



Duração: 109 minutos.

LINK CORRIGIDO! Faça o download do DEBATEBOLA QUATRO LINHAS, e ouça em seu PC, CELULAR, IPHONE e IPOD:

http://bit.ly/cshXlt

domingo, 7 de novembro de 2010

É o fim do caminho?



Cinco pontos separam o quarto colocado (o Botafogo) da trinca de frente no Campeonato Brasileiro - o líder Fluminense e a dupla Corínthians e Cruzeiro, que tem o mesmo número de pontos mas desempatam no critério de saldo de gols. Tropeços acontecem em qualquer partida dentre as 38 rodadas da competição. Mas, diante do panorama desenhado nesta rodada, pode-se dizer que é o fim do caminho para as demais equipes?

Os clubes que surgem em seguida ao trio de frente do Brasileirão não só brigam entre si pela quarta vaga, como precisam ter suas atenções voltadas para outra competição - a Copa Sul-Americana - na expectativa de que uma campeã vinda do Brasil não reduza o G-4 a um G-3.

De fato, a briga parece ainda mais interessante, pelo tropeço que o Botafogo teve diante do Avaí no Ressacada e pelas vitórias do Atlético Paranaense e do Grêmio nesta rodada. Entretanto, por mais que a emoção se alastre (briga pelo título, vagas na Libertadores e na Sul-Americana e briga para não cair), talvez seja frustrante para times que conseguiram um bom embalo na competição agora se perderem em suas limitações.

Na reta final do Campeonato Brasileiro, sobra também o desafio para motivar equipes que agora têm remotas chances de conquista do campeonato. E a grande conquista do fim do ano pode ser mesmo a certeza de que nunca achou o fim do caminho antes da hora.

sábado, 6 de novembro de 2010

A dupla face de um lanterna



A cinco rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, já está praticamente sacramentado o rebaixamento do Grêmio Prudente para a Segunda Divisão. A equipe não conseguiu repetir o desempenho que teve com o nome de Grêmio Barueri no Brasileirão de 2009, e é o único a estar abaixo de 30 pontos depois das 33 rodadas da competição.

E agora, com o destino traçado para um final de ano infeliz, o que esperar da postura do Grêmio Prudente? A expectativa mais natural é de que o atual lanterna jogue apenas para cumprir tabela, sem fazer muita frente aos adversários, pois o sonho que resta é remotíssimo.

Entretanto, o fato de estar em último lugar pode tornar as coisas mais traiçoeiras. Como o desfecho parece ser mesmo o pior, ao menos nas últimas cinco rodadas o time pode jogar sua vida. Há pelo menos duas razões para esta postura. A primeira, ao pensar na imagem do próprio clube. Como são as últimas partidas na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, o Grêmio Prudente vai querer se despedir levando uma lembrança um pouco melhor de sua passagem curta pela elite do futebol nacional.

A outra é direcionada aos jogadores. Com a queda para a Segunda Divisão, é provável que a diretoria do Grêmio Prudente precise cortar gastos, reduzir o elenco e visar à contratação de atletas com preço mais baixo. Sobram apenas cinco rodadas para que os prudentinos mostrem no gramado futebol suficiente para que empresários, diretores e torcedores se convençam que um deles tem qualidade para se manter na Série A.

Na reta final da competição, o Grêmio Prudente já é considerado por alguns cronistas esportivos o ponto de desequilíbrio de um Campeonato Brasileiro que prima por ser equilibrado. Mas, talvez por este descrédito, a equipe do interior paulista pode deixar as coisas ainda mais emboladas na competição.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Autoriza o árbitro, e o QUATRO LINHAS entra em campo com seu DEBATEBOLA!




Satisfação!

O futebol está na pauta, é o QUATRO LINHAS em alta com mais um DEBATEBOLA. No gramado:

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- Os empates de Fluminense e de Flamengo
- As vitórias do Botafogo e do Vasco

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

PITACOS SOBRE AS SEMIFINAIS DA SÉRIE C

AS DEFINIÇÕES DO REGULAMENTO DO CAMPEONATO CARIOCA DE 2011

... E UM GIRO PELOS RESULTADOS DA LIGA DOS CAMPEÕES


Com a formação ofensiva liderada por FERNANDO DINIZ E VINÍCIUS FAUSTINI.

Basta dar o PLAY que a comunicação está no ar!



Duração: 107 minutos.

Para ouvir em seu PC, CELULAR, IPHONE ou IPOD, faça o download no link:

http://bit.ly/dDhHnu

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Goleiros decisivos



Análise de jogo - Ceará 2 x 2 Flamengo (Castelão, 22h)

Diante do equilíbrio do futebol que apresentaram no duelo do Castelão, a partida entre Ceará e Flamengo terminar empatada não seria um resultado tão surpreendente. A surpresa para o torcedor foi ver os goleiros dos dois times terem falhas decisivas, que impossibilitaram que um deles saísse vitorioso do confronto.

O primeiro a falhar foi Michel Alves. Depois de escanteio cobrado por Renato Abreu, o goleiro do Ceará tentou segurar a bola, mas ela escapou de suas mãos. Na sobra, em meio a uma confusão na área, Wellinton chutou rasteiro, para o fundo da rede. Flamengo 1 a 0, aos dois minutos.

O Ceará, que entrou em campo contando com o trunfo de ter uma equipe bem organizada, se perdeu em muitos erros de passes e na atuação apagada de seu camisa 10 - o meia Geraldo. Tanto que o alvinegro cearense (que vestiu seus jogadores com seu terceiro uniforme, em listras azuis e pretas) demorou a aproveitar as deficiências do esquema do Flamengo. Novamente, Vanderlei Luxemburgo apostara no seu ataque 3D, formado por Diogo, Diego Maurício e Deivid. Mas todos eles estavam muito avançados, e ficavam à mercê de jogadas que vinham do meio-de-campo.

Aos poucos, o Vovô foi deixando para trás o abalo pelo gol sofrido (e por outras falhas de Michel Alves que quase aumentaram a desvantagem no placar) e passou a ter organização suficiente para fazer Williams e Corrêa se desdobrarem na marcação, e para forçar os laterais Léo Moura e Juan a ficarem na defesa. Vieram boas oportunidades, uma com Washington que Marcelo Lomba defendeu, e um chute rasteiro de Magno Alves que parou na trave.

Se o empate estava difícil de vir dos pés de seus próprios jogadores, era a vez do goleiro adversário falhar na partida. Depois de um cruzamento de Boiadeiro, Marcelo Lomba saiu mal, trombou com Wellinton e permitiu que a bola sobrasse para Magno Alves. O atacante deu um chutaço, que empatou em 1 a 1 o duelo no Castelão aos 27.

O panorama não mudou tanto. Um Flamengo perdido, sem capacidade de se lançar ao ataque, enquanto o Ceará crescia no jogo, graças às boas atuações do lateral Boiadeiro, do meia Geraldo e do atacante Magno Alves. Entretanto, o Vovô não ostenta a desonra de ser o pior ataque do Campeonato Brasileiro à toa. Apesar do maior volume de jogo, poucas vezes a bola chegou com perigo para Marcelo Lomba, e o resultado não mudou até o fim da primeira etapa.

Na volta para o segundo tempo, Luxemburgo surpreendeu por sua persistência. O técnico, que na maioria das partidas que o Flamengo jogava mal no primeiro tempo fazia alterações no intervalo, não mexeu na equipe. Somente 17 minutos depois é que ele decidiu reorganizar o time. Diego Maurício deu lugar ao meia Marquinhos, que recompôs o meio-de-campo. Diogo, que não fizera a função de jogar mais recuado e tabelar com Renato Abreu, foi trocado por Val Baiano, que atuaria dentro da área, enquanto Deivid jogaria como segundo atacante, pelas pontas. Em resposta, o treinador Dimas Filgueiras também fez uma mudança no ataque - Marcelo Nicácio substituiu Washington.

Entretanto, nem mesmo as mudanças foram capazes de fazer os homens de frente de Ceará e Flamengo serem decisivos. Foi preciso novamente um zagueiro para deixar uma das equipes em vantagem. No rebote de um escanteio, Renato Abreu cruzou na direita. Entre os zagueiros do Vovô, o cearense Ronaldo Angelim (que teve destaque em sua terra natal atuando pelo arquirrival do Ceará, o Fortaleza), desviou de cabeça. A bola parou no fundo da rede de Michel Alves. 2 a 1 Flamengo, aos 22 minutos.

Estar a frente no marcador deixou o rubro-negro carioca ainda mais disposto para se lançar ao ataque. O Flamengo apresentava boa posse de bola e criava oportunidades que a zaga do Ceará rechaçava a qualquer custo. Só que Vanderlei Luxemburgo acabou traído pelo desejo maior de segurar o resultado e confiar no meio-de-campo. Na sua última substituição, o atacante Deivid saiu para a entrada do volante Fernando.

Num primeiro momento, a troca não parecia ter influído no estilo de jogo flamenguista. As chances continuaram, como num cruzamento no qual Val Baiano não chegou a tempo, e numa boa oportunidade com Fernando. Após cobrança de escanteio, o volante cabeceou, a bola passou por Michel Alves, mas Eusébio salvou em cima da linha. No entanto, com o passar dos minutos, o Flamengo foi cedendo campo ao Ceará. Até que Marcelo Lomba voltou a ceder uma chance ao adversário. Boiadeiro chutou cruzado, e o goleiro rubro-negro espalmou para o meio da área. Na sobra, Magno Alves fez seu segundo gol no jogo. 2 a 2, aos 36 minutos.

Dimas Filgueiras fez uma alteração por cansaço, tirando Geraldo para colocar Wellington Amorim, e nos minutos finais deu ar ao seu setor defensivo, trocando Heleno por Reina. Mas a defesa quase traiu o Ceará. Nos acréscimos, a zaga permitiu que Corrêa entrasse livre na área. O volante deu um drible a mais e um zagueiro evitou parcialmente o chute. Eusébio impediu que a bola saísse em escanteio, mas ao rechaçar, acertou um adversário. Na sobra, Fabrício errou o chute, e deu a Renato Abreu a oportunidade da vitória - desperdiçada pelo camisa 11 com uma bomba, à esquerda do gol de Michel Alves.

Mesmo sendo mandante do jogo, o empate se tornou um resultado satisfatório para o Ceará, pelo contexto da partida. A equipe foi não se deixou abater com o gol sofrido no início (vindo de uma falha de seu goleiro), mostrou poder de se organizar bem e encontrou no veterano Magno Alves uma boa esperança para que a bola entrasse na rede com mais frequência. Segundo os matemáticos, o time ainda não está completamente salvo do risco de cair para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro - está a um ponto dos 45 que supostamente evitam que um clube caia na degola. Mas o desempenho e a luta apresentados no Castelão revelam que seus jogadores têm força para superar adversidades.

O dissabor do Flamengo não fica restrito a ver dois pontos escaparem depois de ficar por duas vezes na frente do placar. O motivo de lamento começa no gol - com as infelicidades de Marcelo Lomba durante o jogo (embora ele tenha crédito por grandes atuações durante o Brasileirão) - passa pelas limitações de um meio-de-campo que novamente se desencontrou quando o técnico tentou uma tática mais ofensiva, e chega ao ataque. Além do insucesso no esquema 4-3-3, é preocupante ver vestindo a camisa rubro-negra um trio ofensivo - além de um outro atacante que entrou no decorrer da partida - que não consegue dar um chute sequer durante 90 minutos.

O clube chegou aos 40 pontos e, devido aos resultados dos adversários que brigam para não cair, agora está na confortável situação de estar a cinco pontos da zona de rebaixamento. Só que, depois de ver no confronto com o Ceará um atleta que foi crucial para impedir os três pontos (e fez o time alcançar seu décimo-sexto empate, sendo o terceiro consecutivo), precisa agora fazer com que seus jogadores sejam capazes de levar o time ao caminho das vitórias.


*****

CEARÁ 2 x 2 FLAMENGO

Estádio: Castelão (Fortaleza / CE)

Árbitro: Paulo César Oliveira (FIFA-SP) / Auxiliares: Marcos Eustáquio (FIFA-MG) e Anderson José de Morais (SP).

Gols: Wellinton, aos dois, e Magno Alves, aos 27 minutos do primeiro tempo. Ronaldo Angelim, aos 22, e Magno Alves, aos 36 minutos do segundo tempo.


Cartões amarelos: Geraldo (Ceará) e Williams (Flamengo).

CEARÁ - Michel Alves, Boiadeiro, Diego Sacoman, Fabrício e Eusébio; Michel, Heleno (Reina, 43/2ºT), João Marcos e Geraldo (Welington Amorim, 37'/2ºT); Magno Alves e Washington (Marcelo Nicácio, 18'/2ºT). Técnico: Dimas Filgueiras.

FLAMENGO - Marcelo Lomba, Léo Moura, Welinton, Ronaldo Angelim e Juan; Willians, Corrêa e Renato Abreu; Diogo (Val Baiano, 17'/2ºT), Diego Maurício (Marquinhos, 17', 2ºT) e Deivid (Fernando, 30'/2ºT). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A primeira impressão



Boa parte da crítica esportiva vibrou quando o técnico Mano Menezes anunciou a convocação de Ronaldinho Gaúcho para o amistoso contra a Argentina, no dia 17, em Doha. No entanto, a primeira impressão pós-convocação que o jogador mostrou para o mundo não foi das mais agradáveis.

Na partida de seu clube, o Milan, com o Real Madrid (no Estádio San Siro, pela Champions League), o camisa 80 teve uma atuação apagadíssima. Ele aceitou passivamente a marcação madrilenha, e não conseguiu fazer nenhuma jogada objetiva para levar o rubro-negro italiano ao gol. Enquanto ele esteve em campo, o time madrilenho mandou no jogo e, por pouco, não conseguiu abrir uma goleada em plena Itália.

E outro dado da partida torna mais preocupante a iminência do confronto entre Brasil e Argentina. Enquanto Ronaldinho Gaúcho pouco fez pelo Milan, dois argentinos tiveram participação decisiva no primeiro gol do Real Madrid. Di Maria fez grande jogada para Higuaín colocar a bola no fundo da rede.

Além disto, uma coincidência chamou atenção para o futebol de Ronaldinho Gaúcho. Logo depois que foi substituído, o Milan, que perdia por 1 a 0, conseguiu virar para 2 a 1, e com dois gols de Inzaghi (o atacante que entrou no seu lugar). O Real Madrid ainda empataria no fim da partida, com Pedro León.

Se Ronaldinho Gaúcho não conseguia ter um desempenho na Seleção Brasileira que fosse tão bom quanto nos clubes em que jogava nos seus áureos tempos, o que esperar agora, quando ele tem atuações oscilantes no time pelo qual está atuando? Para ele, Brasil e Argentina tornou-se ainda mais decisivo, diante do pouco futebol apresentado na partida entre Milan e Real Madrid.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Os coadjuvantes que podem decidir




Vasco e São Paulo entraram na lista de clubes tradicionais do futebol nacional que fizeram um Campeonato Brasileiro abaixo do que sua história merece. Entretanto, as duas equipes vão se tornar importantes na reta final da competição, pois cruzarão o caminho de três times que estão na briga pelo título.

Os são-paulinos enfrentarão o Cruzeiro (no Parque do Sabiá), o Corínthians e o Fluminense (no Morumbi), times que também serão adversários do Vasco nas últimas rodadas. A equipe vascaína fará o clássico com o Fluminense no Engenhão e irá a Minas Gerais e a São Paulo para duelos com cruzeirenses e corintianos, respectivamente. Com este panorama, qual coadjuvante pode ser mais decisivo?

Num primeiro momento, o fato de jogar mais vezes como mandante promete fazer do São Paulo o responsável por tirar pontos do trio de cima da tabela. Em território paulistano, o tricolor paulista venceu nove dos 16 jogos na competição. Quem pode se beneficiar disto é o Cruzeiro, pois nas 16 partidas fora de seus domínios, os são-paulinos venceram apenas quatro partidas. Além disto, houve cinco empates e sete derrotas.

Enquanto isto, o Vasco apresenta uma campanha fraquíssima como visitante. Das 16 partidas fora do Rio, conseguiu sair vitorioso apenas em duas oportunidades. De resto, foram sete empates e sete derrotas. Neste contexto, quem pode se prejudicar é o Fluminense, que terá pela frente um clássico regional com os vascaínos.

O equilíbrio do Brasileirão torna ainda mais interessante a participação de clubes que, até o momento, não almejam mais nenhuma conquista relevante na competição. O desejo de uma participação honrosa no campeonato e a capacidade de ser superior no encontro com uma equipe que briga pelo título pode motivar um clube para a temporada seguinte. E, depois de tudo o que passaram em 2010, Vasco e São Paulo precisam demais desta motivação.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A hora e a vez de Darío Conca



Para muitos, trata-se de um jogador argentino que é digno de figurar até na Seleção Brasileira, devido à maneira como carrega o Fluminense nas costas. Para outros, é um jogador que, embora tenha boa qualidade, não tem maturidade para ser decisivo em situações mais delicadas que a equipe enfrenta. O Campeonato Brasileiro de 2010 se tornou o critério de desempate para confirmar ou não a consagração completa do argentino Darío Conca.

Os dois lados da opinião pública têm argumentos bastante pertinentes. Para reconhecer o talento do jogador tricolor, as pessoas ressaltam como Conca se desdobrou no meio-de-campo do Fluminense, e salvou a equipe de maus resultados através de boas jogadas e de gols decisivos. A lucidez do argentino compensou até mesmo os deslizes do resto do time e de esquemas sacrificantes, que o deixavam sobrecarregado na criação de jogadas ofensivas - vide a trajetória do clube no Campeonato Brasileiro deste ano.

O fato de estar sobrecarregado em campo foi também o pretexto para as críticas ao futebol de Conca. Na opinião de alguns críticos, o argentino só consegue fazer bem esta função diante de adversários de qualidade inferior ao Fluminense ou apenas rende bem em partidas que não valem nada. Em jogos decisivo, seu futebol seria apagado com facilidade. O argumento mais corriqueiro foi o Campeonato Brasileiro de 2009. A "arrancada" tricolor que fez o time sair da zona de rebaixamento começou a acontecer apenas com o retorno do atacante Fred aos gramados.

Por isto, mais do que a oportunidade de o Fluminense conquistar o Campeonato Brasileiro depois de 26 anos, 2010 surge como a hora e a vez de Darío Conca comprovar a grandiosidade de seu futebol. Devido às contusões que assolam a equipe tricolor - e fazem com que ele seja o único remanescente em campo do quarteto que formaria com o meia Deco e os atacantes Emerson e Fred - o argentino tem a chance de mostrar que pode arcar com a responsabilidade de ser a estrela em busca do maior título nacional.

Conca já fez muito pelo Fluminense nestas duas temporadas no meio-de-campo do clube. Agora, chegou o momento do camisa 11 tricolor mostrar que sua habilidade pode alcançar todo o território nacional. Contagem regressiva. Faltam seis rodadas.

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SEXTA-FEIRA, dia 5 de novembro, volta ao ar em O tempo e o placar... o DEBATEBOLA QUATRO LINHAS.