domingo, 28 de fevereiro de 2010

Fora de foco



As primeiras notícias do São Paulo em 2010 não vêm sendo das mais agradáveis para seus torcedores. Não bastava a equipe demorar a se entrosar em campo, o time ainda não sabe como agir nas competições que está disputando.

Cerca de um mês antes de entrar em campo na Taça Libertadores da América, os titulares são-paulinos já vinham sendo "resguardados" pelo técnico Ricardo Gomes nos jogos do Campeonato Paulista. O resultado no Paulistão é uma campanha aos trancos e barrancos, que deixa o time em quinto lugar, a oito pontos do líder Santos.

A notícia de hoje da página eletrônica GloboEsporte.com soa ainda mais contraditória aos olhos da torcida do São Paulo: o time enfrenta o Monte Azul na tentativa de entrar no "G-4" que vai para as semifinais do Campeonato Paulista. No entanto, serão poupados os meias Jorge Wagner e Marcelinho Paraíba e o atacante Washington.

Se a intenção é ficar entre os quatro primeiros, por que abrir mão de atletas importantes para o time? Ainda mais se o São Paulo, além da vitória, precisa torcer por um tropeço do Corínthians no confronto com o Santos na Vila Belmiro. Caso o argumento seja a prioridade dada à Libertadores, a situação fica ainda mais complicada: os são-paulinos só voltam a campo no dia 11 de março, diante do Nacional do Paraguai.

Ainda se recuperando de um Acidente Vascular Cerebral (embora faça a preleção de antes da partida, ele não comandará o time no banco de reservas), o técnico Ricardo Gomes tem muito o que adequar nesta temporada do São Paulo. Depois da frustração da perda do Campeonato Brasileiro de 2009, a torcida quer ao menos saber onde o time vai colocar seu foco neste 2010.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sem exageros



A expectativa de estar na final do Campeonato Carioca se tornou frustração com a perda da Taça Guanabara, e o insucesso causou muitos males ao time vascaíno. Outrora acolhido pela torcida, outrora considerado a sensação do Rio de Janeiro, o Vasco virou motivo de descrédito dos torcedores que tanto o acolheram. E esta falta de credibilidade deu chance a um espetáculo lamentável na partida de quinta-feira, contra o Sousa da Paraíba.

Muitos argumentam que a razão disto é uma nova derrota em final de campeonato (o "estigma" de vice que começou a ser construído no ano de 1999 e passou por 2000, 2001, 2004 e 2006). Uma injustiça, afinal, o time que foi derrotado pelos botafoguenses no domingo não tem nenhum remanescente dos anos anteriores. A história é outra, e está aí pra ser reescrita.

Gritos como "a paciência acabou" e o esdrúxulo "é mais um ano sem gritar é campeão" em pleno fevereiro só fazem a equipe ficar ainda mais nervosa e apresentar partidas ridículas, como foi o jogo diante dos paraibanos do Sousa (digno mesmo de um empate sem gols e de um público de 593 pagantes). Por mais que haja uma série de insucessos em decisões, analisando friamente, o jogo contra o Botafogo foi uma decisão de turno. Há pela frente o segundo turno - no qual o Vasco estreia amanhã, contra o Volta Redonda, em São Januário - e a chance de fazer a finalíssima.

Os torcedores também estão cometendo uma injustiça com o atacante Dodô. O esquema anterior do Vasco não favorecia o jogador, que ficava isolado entre os zagueiros, enquanto seu companheiro de ataque Philippe Coutinho, ciscava feito um doido em torno da grande área, preferindo sempre as firulas a dar passes decisivos. Talvez a entrada de Élton ou de Rafael Coelho como seu parceiro de ataque seja mais benéfico para a equipe - e para o camisa 10 do Vasco, que em seu "histórico" tende a ficar deprimido com vaias da torcida. Ainda mais com ele aos 35 anos, voltando depois de dois anos afastado por doping.

Sim, o técnico Vágner Mancini precisa fazer algumas mudanças no time. Alguns jogadores estão rendendo abaixo do esperado também. Agora, daí a chamar de "burro" o treinador e ficar por 90 minutos cantando músicas contrárias a alguns jogadores parece um exagero para o time que sofreu sua primeira derrota no ano.

O Campeonato Estadual não é parâmetro e o time do Vasco ainda está se ajustando para 2010. A torcida não vai ajudar muito se continuar a virar suas costas para o campo. Ou os vascaínos ficarão marcados como torcedores que só aparecem quando a equipe ganha - feito algumas torcidas espalhadas pelo país.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

DEBATEBOLA Quatro Linhas, 26 de fevereiro de 2010





Satisfação!

O programa Quatro Linhas traz mais um DEBATEBOLA, passando por todos os gramados do Brasil e do mundo. No programa de hoje:

A VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS

OS BRASILEIROS NA TAÇA LIBERTADORES DA AMÉRICA

DESTAQUES DA COPA DO BRASIL

E OS DESTAQUES DO FUTEBOL INTERNACIONAL


Com o trio de ataque FLÁVIO DE SÁ, WILLON FRAGOSO e VINÍCIUS FAUSTINI.

Basta dar o PLAY que a comunicação está no ar.

Duração: aproximadamente 93 minutos.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Jogo de luzes



A vitória do Flamengo na estreia da Taça Libertadores da América mostrou que nem sempre um time precisa fazer por inteiro uma partida brilhante. O placar de 2 a 0 (com gols de Léo Moura e Adriano) foi a visão mais lógica do que aconteceu no Maracanã diante dos chilenos do Universidad Católica.

A luz vermelha parecia acesa no Maracanã quando logo com um minuto o volante Willians deu uma cotovelada infantil em Martinez. As baterias flamenguistas hesitavam no jogo quando o lateral Léo Moura (que há algum tempo fazia atuações apagadas pelo time da Gávea) achou o caminho para a vitória numa cobrança de falta sem chances para Garcés.

O momento de iluminação foi a única dissonância da equipe num primeiro tempo sem energia. Com um a menos em boa parte dos primeiros 45 minutos, o Flamengo se recuava a ponto de Vágner Love surgir como um volante a mais no setor defensivo. O Universidad Católica se arriscava em chutes de longa distância, e levava perigo com o meia Mirosevic. Mas a quatro minutos do fim, o jogador deu um pisão no volante Toró e acabou expulso.

O Flamengo retornou para o segundo tempo em luz baixa, esperando o adversário chegar. No entanto, mais uma vez os holofotes brilharam sobre Léo Moura. Numa roubada de bola, o lateral-direito lançou e o até então apagado Adriano recebeu chance de brilhar. Com a luz e a tranquilidade de sempre, o Imperador passou por um zagueiro e marcou o segundo gol da equipe.

Com dois gols de vantagem, o rubro-negro tentou cadenciar um pouco a partida, e foi beneficiado pelo pouco poder de fogo do Universidad Católica. Vez ou outra, algum jogador se arriscava em uma tentativa individual, mas acabava se atrapalhando por querer todas as luzes em cima dele.

A dez minutos do fim, mais uma vez Adriano mostrou seu brilho fugaz e eficiente. Ele se desfez de um zagueiro e encontrou na área Vágner Love. O atacante foi derrubado dentro da área. Pênalti. E, em solidariedade, o camisa 10 deu a seu parceiro flamenguista a chance de receber as luzes do palco. Mas sua cobrança de pênalti virou facho de luz quando passou por cima do travessão.

Nada que fosse capaz de apagar a vitória flamenguista no primeiro jogo do time na Libertadores. Afinal, a noite mostrou que o Flamengo tem jogadores que sabem gastar energia quando necessário e, principalmente, não esbanjam tanto a ponto de cegar a torcida com goleadas dignas de deslumbre.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Os diferenciais



Cera, catimba e uma equipe completamente fechada pela frente. Nem mesmo com um adversário considerado mais fraco, o roteiro da estreia do Internacional foi diferente de um jogo de Taça Libertadores da América. O que alterou a rota mesmo foi o final: pela primeira vez em oito estreias na competição, o Colorado saiu de campo com a vitória. De virada, o time venceu o Emelec por 2 a 1.

Se vencer em uma Libertadores é difícil, vencer com um futebol pouco inspirado fica muito mais complicado. Os primeiros 45 minutos mostraram um Inter tocando muito para os lados, perdido em campo, sem achar o caminho do gol. E, quando achava, viam chances que mal davam trabalho ao goleiro Elizaga. Mais uma vez, o meia Giuliano rendeu abaixo de seu talento, assim como o lateral Kléber, que merecia um tempo na reserva.

Mas como fica o orgulho gaúcho se Giuliano é uma cria do Colorado? E a rixa da diretoria do Internacional, que afasta o bom ex-vascaíno Ramon para deixar Kléber repetindo seus erros jogo a jogo?

Menos mal que Jorge Fossati dispõe de um bom elenco. E foi a ele que o Internacional recorreu para conseguir os três pontos no Beira-Rio logo depois do susto da segunda etapa - aos três minutos, Quirós aproveitou o contra-ataque e tocou na saída de Bondanzieri. O belo gol do lateral Nei quatro minutos depois tornou as coisas menos difíceis, mas eram insuficientes com o time que estava em campo.

A entrada de Walter no lugar de Edu e a ousadíssima substituição de Nei pelo atacante Taison tornou o jogo muito mais interessante do que o morno primeiro tempo. A troca de Giuliano por Andrezinho deu mais categoria ao meio-de-campo.

E a categoria derrubou o muro equatoriano. A dois minutos do fim, uma jogada que passou de pé em pé e terminou num passe de Walter para Alecsandro tocar com o gol vazio. Ao contrário do Emelec, o Internacional tinha chance de um lampejo para chegar ao caminho do gol.

Os gaúchos abriram muito bem o caminho dos brasileiros na Taça Libertadores da América - e mostraram todos os altos e baixos que virão na competição internacional. Além disto, veio a certeza de que talento com os pés e um elenco bastante confiável podem ser os diferenciais na disputa.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Não há vaga



Uma relação promissora entre clube e atleta foi desfeita no futebol paulista. Após um bom Campeonato Brasileiro da Série B pela Portuguesa em 2009, o meia-atacante Edno chegou ao Corínthians no ano do centenário do clube, e num momento em que o Timão irá buscar o inédito título da Taça Libertadores da América.

Entretanto, Edno foi mais um jogador a se deixar levar pela imaturidade na tentativa de ganhar uma vaga dentre os titulares corintianos. Além de reclamar que nunca atuou 90 minutos em campo (no máximo 60, segundo ele), o meia-atacante atribuiu às poucas oportunidades a falta de ritmo de jogo, que fazia com que ele perdesse a noção de espaço, de chute e de drible, e não rendesse o esperado em campo.

A declaração soou ainda mais infeliz por ele fazer parte do Corínthians. No meio-de-campo, Mano Menezes tem Tcheco, Danilo, Defederico e Morais, e no ataque, há a luxuosa opção de Ronaldo, além dos nomes de Jorge Henrique, Dentinho, Iarley e Souza. Com tantos nomes de destaque num elenco, Edno precisaria trabalhar muito nos treinos para buscar seu espaço dentre os titulares. O melhor seria evitar criar atrito, pois se tratava de um jogador de relativo destaque vindo de um clube de menor expressão de São Paulo.

Com serenidade, Mano Menezes foi pelo caminho mais óbvio: retirou o jogador da lista dos 25 atletas que defenderão o Corínthians na Taça Libertadores da América. Edno (que tem contrato de quatro anos com o Timão) pode ser emprestado para algum clube - o destino mais provável é o Botafogo.

O que interessa é que em sua próxima casa Edno tenha um pouco mais de calma para conseguir suas oportunidades, e não se traia com a ideia de querer reclamar na imprensa por uma chance como titular. Caso contrário, será uma porta a menos para seu futebol bater em busca de um espaço.

*****

BOLA PRO MATO

Os reservas decepcionaram contra o Novo Hamburgo na semifinal da Taça Fernando de Carvalho (primeiro turno do Gauchão). Agora é a vez do Internacional mostrar contra o Emelec que valeu a pena ter poupado sua equipe titular para estrear bem na Taça Libertadores da América.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Emaranhado de repetições



A final da Taça Guanabara chamou atenção da torcida carioca por trazer um emaranhado de repetições e algumas surpresas para os torcedores de Vasco e Botafogo. A maior delas favoreceu os botafoguenses: pela segunda vez consecutiva, a equipe foi campeã do primeiro turno, após uma vitória por 2 a 0 (com gols de Fábio Ferreira e de Loco Abreu).

A possibilidade de repetição da goleada por 6 a 0 do Vasco (ocorrida na fase classificatória) logo foi rechaçada nos primeiros minutos. A partida pareceu bem mais equilibrada e nervosa - fato que comprova a ideia do Botafogo jogar melhor no Maracanã do que no Engenhão. Assim, ficava mais saborosa a ansiedade sobre quem repetiria o sucesso da semifinal e se sagraria campeão do turno do Campeonato Estadual.

O Vasco repetia as tentativas de toque de bola perto da área, e conseguia mais volume de jogo, graças a Philipe Coutinho e Carlos Alberto. No entanto, o menino de 17 anos elevado a gênio insistia em dois erros que comprometeriam as chances vascaínas: por várias vezes, vinham dribles sem objetividade, e sua insistência em jogar demais pelas laterais o deixava distante do companheiro de ataque Dodô.

Do lado botafoguense, o esquema de Joel Santana era seguido à risca. Equipe bem postada na defesa e lançamentos para a dupla de ataque Herrera e Loco Abreu tentar superar a defesa do Vasco. Uma forma de amenizar a carência de meio-de-campo que o Botafogo vive desde a saída de Maicosuel.

Entre altos e baixos, boas jogadas e pontapés, o estádio assistia ao equilíbrio (muitas vezes nivelado por baixo) do jogo. Até que uma surpresa fez a diferença. Na tão repetida jogada de bola parada numa cobrança de escanteio, o jogador mais confiável do Vasco da Gama hesitou. Fernando Prass saiu em falso e o zagueiro Fábio Ferreira subiu mais que o zagueiro Fernando para marcar o primeiro gol do Botafogo, aos 25.

A falha do camisa 1 vascaíno pareceu comprometer o restante da equipe. Logo em seguida, a "surpresa de sempre" Caio fez uma jogada no meio-de-campo e o volante Nílton exibiu a trava das chuteiras na perna do atacante. Cartão vermelho direto, e Vágner Mancini teve de rever o conceito de uma substituição constante dos jogos do Vasco - Magno, que havia entrado no lugar de Léo Gago, saiu para dar lugar a Rodrigo Pimpão.

Em vantagem no placar, o "Fogão" cozinhava o jogo em banho-maria e arranjava uma ou outra chance de gol. Até que a história se repetiu no clássico. Aos 38 minutos, mais uma bola alçada na área, mas o desfecho foi diferente. No meio do caminho, Titi puxou a camisa de Loco Abreu e o árbitro Marcelo de Lima Henrique (tão questionado por sua arbitragem na final da Taça Guanabara de 2008, o célebre 2 a 1 do Flamengo sobre o Botafogo que ficou marcado como "o clássico do chororô") marcou pênalti. O uruguaio Loco Abreu enlouqueceu ainda mais a torcida alvinegra.

Os botafoguenses, pela quinta vez consecutiva, farão parte da decisão do Campeonato Estadual (nos quatro anos anteriores, o time conseguiu uma conquista e três vice-campeonatos consecutivos). E Joel Santana tem a chance de repetir a tradição de, como treinador, ganhar um Campeonato Estadual.

Ainda há pela frente um segundo turno inteiro. Resta saber se o Botafogo repetirá a atitude do ano passado (ao permitir que algum adversário vença o segundo turno e faça a final do torneio contra ele) ou terá folego para repetir a conquista e logo apresentar ao Rio de Janeiro seu vencedor de 2010.

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BOLA PRO MATO

A atitude do Internacional de colocar um time completamente reserva nas semifinais da Taça Fernando de Carvalho (comentada no post de ontem em O tempo e o placar...) decretou uma surpresa no primeiro turno do Campeonato Gaúcho. O Novo Hamburgo venceu os colorados de virada por 2 a 1 - com um belíssimo gol de Chicão nos acréscimos da segunda etapa - e agora enfrenta os gremistas na final. Será que Silas vai pensar em poupar jogadores?

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Estadual dos céus



É impressionante como alguns campeonatos estaduais podem ser benéficos mesmo para times que estão hesitantes ou que não colocam o pé no acelerador. O Campeonato Gaúcho traz como exemplo destas atitudes as suas duas grandes equipes agindo da mesma forma.

Após um primeiro turno estranhíssimo - quando, no confronto com os adversários da outra chave somou apenas 17 pontos (estaria em quinto se jogasse no grupo do Internacional) e abriu nove pontos de diferença sobre o segundo colocado - o Grêmio precisou de poucos minutos para chegar à final da Taça Fernando de Carvalho. Foram três gols em seis minutos no primeiro tempo para garantir o domínio sobre o modestíssimo Internacional de Santa Maria.

A classificação após a vitória por 4 a 1 no Olímpico certamente deixou para trás as vaias a alguns jogadores (como Ferdinando e Fábio Rochemback) e a hostilidade que o treinador Silas vinha recebendo nos últimos jogos. Independente da maneira como agiu no primeiro turno, o técnico levou os gremistas a uma final. É este o argumento (frágil, tão frágil quanto os demais times gaúchos) no qual a diretoria e até o próprio Silas vão se basear daqui pra frente. Melhor também para o atacante Borges, que chegou à marca de onze gols em onze jogos.



Na semifinal de hoje, o técnico Jorge Fossati vai se dar ao luxo de escalar o Internacional com uma equipe completamente reserva. Afinal, terça-feira a equipe estreia na Taça Libertadores da América, diante do equatoriano Emelec, no Beira-Rio. Mas, certamente, esta não seria a postura do treinador caso tivesse no domingo um Gre-Nal. Como o adversário é o Novo Hamburgo (que somou apenas oito pontos em oito jogos, com duas vitórias, dois empates e quatro derrotas), o time B do Colorado pode resolver a questão para o Internacional.

Decididamente, o Campeonato Gaúcho é um estadual que caiu dos céus para a dupla Gre-Nal. Mesmo que as atuações das duas equipes estejam muito aquém do esperado, mesmo que elas atuem até com o terceiro ou quarto time, nenhuma outra agremiação do Rio Grande do Sul demonstra um pouco de força para tirar a chance de decisão entre Grêmio e Internacional.

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BOLA PRO MATO

Botafogo e Vasco fazem hoje a "zebra" da final da Taça Guanabara. Afinal, no início do ano todos diziam que a parada do Campeonato Carioca seria decidida entre Flamengo e Fluminense - no papel, os dois melhores times do fim de ano de 2009 no Rio de Janeiro. Os próximos 90 minutos vão decidir qual torcida vai ter mais algum motivo para acreditar um pouco mais em seu time de coração para 2010.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Soberba amadora



A ironia de Vanderlei Luxemburgo direcionada ao presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Beluzzo, certamente ecoou pela arquibancada do Palestra Itália. Logo após o anúncio da demissão de Muricy Ramalho, o atual técnico do Atlético Mineiro disse que o presidente palmeirense "entende muito de futebol, enquanto eu e Muricy não entendemos nada". E a falta de senso mergulhou o alviverde paulista na crise deste início de ano.

Sempre designam o futebol carioca como "amador" em suas gestões. No entanto, os dirigentes dos grandes clubes paulistas vêm demonstrando alguns lampejos de amadorismo perigosos. Um amadorismo camuflado pela aparente credibilidade do futebol de São Paulo e pela dimensão dos nomes envolvidos nestas tramoias.

A maneira como a diretoria palmeirense agiu desde que cogitou a contratação de Muricy Ramalho foi uma iminência ao fracasso. O técnico acabara de ser demitido do arquirrival São Paulo (com três anos e meio bem sucedidos) e era um nome muito bom e muito caro para ficar de fora do mercado de treinadores do país. O Palmeiras exibiu seus cofres e logo o fez prosseguir no estado de São Paulo.

No entanto, o Palmeiras não vinha de uma campanha desastrosa no Campeonato Brasileiro - tanto que a demissão de Vanderlei Luxemburgo ocorreu por causa de rixas com Beluzzo - e os jogos bem-sucedidos continuavam com o auxiliar promovido a interino. Por que não apostar um pouco mais no trabalho de Jorginho?

Em vez disto, a diretoria palmeirense resolveu investir no passado recente de Muricy Ramalho para ter um "presente" vencedor - e os palmeirenses se gabariam de ter fundos para gastar 400 mil reais por mês. O final de 2009 todos conhecem: o líder de muitas rodadas caiu vertiginosamente, a ponto de não conseguir se classificar para a Taça Libertadores de América. E, como ironia do destino, viu ser campeão brasileiro o Flamengo, time que efetivara o auxiliar a treinador (opção que os paulistas poderiam seguir devido à boa campanha do interino Jorginho no intervalo entre Luxemburgo e Muricy).

Após uma campanha com 13 vitórias, 11 empates e 10 derrotas, Muricy Ramalho deixou o comando do Palmeiras para dar lugar a um treinador com pouca experiência: Antônio Carlos Zago. Mesmo trajeto que o São Paulo fez quando demitiu Muricy e se arriscou ao contratar Ricardo Gomes.

Nem mesmo com os são-paulinos também se atrapalhando no Brasileiro do ano passado e no Paulistão de 2010, a diretoria palmeirense decide aprender a lição. Talvez seja melhor pagar com derrotas e humilhações (como a derrota por 4 a 1 em casa para o São Caetano). Mesmo com o entra-e-sai de técnicos, Luiz Gonzaga Beluzzo tende mesmo a querer comandar o Palmeiras com uma soberba bem amadora.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Uma temporada



Não, você não se enganou. Este blogue é direcionado a falar sobre toda a bola que rola no futebol brasileiro. É que hoje se trata de um "jogo atípico" de O tempo e o placar... para celebrar um momento muito especial.

Há exatamente um ano, num dia 19 de fevereiro, O tempo e o placar... dava seu primeiro chute no gramado cibernético. Um mero jornalista formado apaixonado pelo esporte que é jogado no país decidiu arriscar algumas linhas na intenção de fazer deste espaço um registro para a posteridade de tudo o que viria a acontecer no cenário do futebol.

Uma intenção ínfima diante de todos os jornalistas que o influenciaram e influenciam - desde cronistas que já não estão entre nós, como Nelson Rodrigues e João Saldanha passando por mestres que ainda desfilam por aqui, como Armando Nogueira, Luiz Mendes e Fernando Calazans. Não para escrever uma história. E sim para passar a todos um pouco da sua história, como jornalista e apaixonado torcedor, de radinho, de TV e, mais tarde (depois de começar a morar no Rio de Janeiro) de arquibancada.

Mas o título, inspirado num bordão do locutor Jorge Cury ("atenção para o tempo e o placar..."), não veio apenas para definir a exatidão da hora em que aconteceram os acontecimentos ou os resultados deles. 26 anos de vida normal mostraram que este esporte não é uma ciência exata, nem o melhor taticamente, tecnicamente nem durante 90 minutos pode sair vencedor. E isto deixou meus modestos comentários mais intensos e instigantes.

Em seguida, vieram os comentários deixados a cada post, de tantos amigos que fico receoso de enumerá-los. Vieram parcerias com outros blogues. Veio uma especialização em Jornalismo Esportivo. Veio um programa de webrádio intitulado Quatro linhas, com outros amigos jornalistas que têm paixão por rádio e por futebol.

Felizmente, uma história construída por muitos. E enquanto muitos atletas e treinadores permanecem um ano inteiro presos a contratos com cláusulas penais absurdas, este que vos escreve anuncia hoje uma nota bombástica.

Após uma temporada, renovo meu contrato de escritor de O tempo e o placar..., por mais um ano e querendo renovar por muitos outros. Bom, ao menos enquanto os leitores daqui deixarem.

MUITO, MUITO OBRIGADO MESMO. E parabéns pra nós!

DEBATEBOLA - Quatro linhas, 19 de fevereiro de 2010




Pontapé inicial!

A bola rola e entra em campo mais uma edição do Quatro linhas em seu DEBATEBOLA. Nosso escrete desfila pelo gramado com os seguintes assuntos:

AS SEMIFINAIS E A DECISÃO DO PRIMEIRO TURNO DO CAMPEONATO CARIOCA

CAMPEONATO PAULISTA

CAMPEONATO MINEIRO

A RETA FINAL DO PRIMEIRO TURNO DO CAMPEONATO GAÚCHO

E OUTROS CAMPEONATOS ESTADUAIS

ALÉM DE UM GIRO PELO FUTEBOL INTERNACIONAL


Numa tabela entre o anjo capixaba VINÍCIUS FAUSTINI e o cronista da tática perfeita FERNANDO QUARESMA.

Basta dar o PLAY e escutar.

Duração: 70 minutos.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Deu zebra na apuração



O carnaval já havia passado mas a imprensa esportiva prosseguia com a ideia de fantasiar o Flamengo como o favorito na semifinal diante do Botafogo. Argumentos eram muitos: o rubro-negro manteve uma base campeã brasileira do ano anterior e ainda contratou Vagner Love para fazer dupla de ataque com Adriano. Do lado de General Severiano, vinha um time que quase acabou 2009 na Série B e que no início de 2010 assistiu a uma troca de treinadores, além de uma goleada por 6 a 0 sofrida para o Vasco.

Os times pareciam seguir o que suas fantasias mandavam. O Flamengo buscava o ataque nos pés de Vinícius Pacheco, a promessa que se destacara no início do ano e já vestia a fantasia de titular. Do samba dele com a bola vinha a tentativa de evolução rumo ao gol de Jefferson, onde a responsabilidade caía nos pés de Vágner Love e do aniversariante Adriano.

Após um leve improviso nos primeiros minutos, o Botafogo voltou a desempenhar o papel de "zebra". Joel Santana armou o time de maneira defensiva, e apostava em contra-ataques para que a bola chegasse aos pés de Herrera e à cabeça de Loco Abreu - afinal, os pés não são a especialidade do atacante.

O ritmo era previsível, mas a impressão era de que os jogadores rubro-negros jogavam com a certeza debaixo do braço. As chances se perdiam na frente de Jefferson, mas a qualquer hora o "favoritismo" e o "peso da camisa" dariam a vaga para a final da Taça Guanabara. A classificação parecia encaminhada a partir dos 25 minutos, quando uma jogada de Kleberson passou por Vágner Love e deixou Vinícius Pacheco na cara do gol para abrir o placar.

A desvantagem fez com que o Botafogo se arriscasse um pouco mais. Numa das tentativas, a bola encontrou a cabeça de Loco Abreu. O uruguaio fez valer sua indumentária de "boneco de Olinda" (sua altura é de 1,93m) e passou para Herrera chutar. No rebote de Bruno, Marcelo Cordeiro deu ao time da Estrela Solitária a fantasia de gigante. Que os botafoguenses merecem ostentar, apesar dos desmandos que acontecem há anos no clube.

Ainda na primeira etapa, o árbitro Luiz Antônio Silva dos Santos quase desafinou o desfile, quando oscilou entre o louco e o bobo da corte depois de um lance envolvendo o jogador Fahel. O camisa 8 do Botafogo entrou numa dividida com Juan e o árbitro deu falta e puxou cartão. Como era o segundo amarelo dele na partida, viria uma expulsão. Mas o "Índio" voltou atrás e puxou o amarelo para Antônio Carlos (que se acusou como autor da falta que nem existiu).

O segundo tempo apresentou as duas equipes novamente trajadas como as torcidas e a imprensa diziam. O Flamengo com seu manto imperial e muitas chances (duas claras com Vágner Love, que supria a pouca participação de seu parceiro Adriano) diante do gol alvinegro. O Botafogo seguia como ferrenho defensor e em alguns momentos se arriscava em ataques.

O rubro-negro parecia na corda bamba para matar o jogo e honrar seu favoritismo (ainda mais com a entrada de Petkovic a 20 minutos do fim) e os botafoguenses surgiam como acomodados, à espera do apito final e das penalidades máximas. Até que o pierrô alvinegro Caio, elevado a "arma da segunda etapa" de Joel Santana, inverteu os papéis do clássico. Aos 37 minutos, o atacante disputou uma bola na área e, no maior estilo do personagem carnavalesco, fez a bola entrar chorando à esquerda de Bruno.

A certeza de que em clássico não dá para travestir uma ou outra equipe de favorita se confirmou depois dos 90 minutos do Maracanã. Foi muita badalação sobre o Império do Amor, mas o time fantasiado de zebra ganhou na apuração da semifinal da Taça Guanabara. No dia seguinte ao desfile das campeãs das escolas de samba do Rio de Janeiro, Botafogo e Vasco decidirão quem vai sambar melhor na final da Taça Guanabara.

Evolução




A primeira brasa do Campeonato Carioca de 2010 foi pulada pelo Vasco no sábado de carnaval. Embora não tenha feito uma partida brilhante, a equipe de São Januário mostrou mais volume de jogo e comprovou que Vágner Mancini sabe armar bem o time que dirige. E, passado o período carnavalesco, hoje o Vasco assiste ao embate entre Flamengo e Botafogo para saber contra quem decidirá a final do primeiro turno do Estadual.

O placar em 0 a 0 no tempo normal refletiu o equilíbrio entre as duas equipes - possibilitado em especial pelas falhas do poder ofensivo de Vasco e de Fluminense. Do lado vascaíno, Carlos Alberto e Dodô não conseguiam boas jogadas, pelas atuações discretíssimas de Souza e Léo Gago e, principalmente, pela falta de objetividade (em muitos momentos) de Philipe Coutinho. O Fluminense também tinha um problema no seu ataque: a escalação de Bruno Veiga como titular não deu certo, e as tabelas entre Conca e Fred não aconteceram.

A leve desigualdade entre as duas equipes ficou guardada para o segundo tempo. Nos primeiros minutos, os vascaínos se encolheram na defesa, e o tricolor pecava em insistir nas jogadas na sua direita, enquanto Júlio César ficava sozinho na lateral-esquerda, onde Élder Granja dava muitos espaços quando partia para o ataque. As melhores chances do jogo vieram neste período - numa delas, Fred driblou Fernando Prass mas infantilmente preferiu cair na área e cavar um pênalti. Por um instante, o poder de confiança do artilheiro se esvaiu na tentadora boa chance da marca de cal.

O Vasco melhorou depois das entradas de Rafael Carioca e de Magno, respectivamente nos lugares de um Souza que estava visivelmente cansado e de um Léo Gago perdido em campo. No entanto, as duas sensações que passavam perto do gol de Rafael eram as de que só vinha bola quadrada para o "artilheiro da Colina" Dodô e de que colocar Philipe Coutinho como atacante pode ser prejudicial para a equipe vascaína. Não é só pela idade de Dodô, mas o camisa 10 do Vasco não ter um companheiro na área pode complicar numa partida em que ele esteja bem marcado.

Após 90 minutos de equilíbrio e de "empate técnico" entre as equipes - Vasco superior como equipe e Fluminense com mais chances de gol, cinco delas perdidas por Fred - os pênaltis acabaram sendo o quesito decisivo na apuração do primeiro finalista da Taça Guanabara. E o Maracanã assistiu a uma harmonia nas primeiras dez cobranças de pênalti: todos os cinco batedores de Vasco e Fluminense bateram com categoria, sem chance para os goleiros Fernando Prass e Rafael. Nílton prosseguiu no ritmo das penalidades com um chutaço, mas Alan desafinou e fez com que o sonho tricolor virasse cinza antes mesmo de botar o bloco na rua.

A bola no travessão foi o símbolo de mais uma frustração do tricolor das Laranjeiras, que sempre desponta como favorito e acaba esbarrando em seus próprios erros nas competições que disputa. No quesito evolução, o credenciamento para a final da Taça Guanabara pode não ser ainda parâmetro para o decisivo retorno à Primeira Divisão em 2010. Mas, certamente, o Vasco demonstra muito mais conjunto e competitividade do que apresentou na Série B de 2009.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Utilidade pública



Em virtude do carnaval, O tempo e o placar... volta a ser atualizado na Quarta-feira de Cinzas. O tema do próximo post será a classificação do Vasco para a final da Taça Guanabara.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

DEBATEBOLA Quatro linhas, 12 de fevereiro de 2010





Satisfação!

O Quatro linhas esquenta os tamborins e pede passagem para trazer cada ala desta alegoria chamada futebol. Na avenida, temos:

CONVOCAÇÃO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

TAÇA LIBERTADORES DA AMÉRICA

COPA DO BRASIL

SEMIFINAIS DO CAMPEONATO CARIOCA

GIRO PELOS ESTADUAIS

GIRO PELO FUTEBOL INTERNACIONAL


Na tabela entre o pierrô FLÁVIO DE SÁ e o anjo capixaba VINÍCIUS FAUSTINI. Basta dar o PLAY que a folia está no ar.

Duração: 93 minutos.

Futebol à altura



A estreia do Botafogo na Copa do Brasil pode não ter sido à altura da tradição do alvinegro do Rio de Janeiro. Mas altura mesmo faltou em outro quesito no Estádio Colosso do Tapajós. O campo do São Raimundo apresentou uma característica que já salta aos olhos dos paraenses há algum tempo, e pode ficar ainda mais alarmante caso o time de Santarém elimine os cariocas da competição.

As medidas das traves do "Barbalhão" estão abaixo do que estipulam as regras do futebol - um fator que pode justificar a boa atuação do goleiro Labilá, que se tornou um gigante mesmo medindo apenas 1,74m - e muitos torcedores do Pará atribuem o recente título do São Raimundo (o primeiro campeão da Série D do Campeonato Brasileiro, em 2009) a esta redução. Do lado da torcida do Pantera Negra, as unhas são afiadas para a ideia de que "as traves mais baixas atrapalham ou facilitam dos dois lados".

A foto do goleiro Diego (retirada do blogue Quarto Poder) foi tirada em março de 2009. Pelo visto, a mudança ainda não ocorreu - afinal, as torcidas de outros times como Paysandu e Remo ainda reclamam desta desvantagem ocorrida no Colosso do Tapajós.

É bem provável que o Botafogo consiga tirar a vantagem de 1 a 0 que o São Raimundo conquistou no primeiro jogo. No entanto, vai ser preciso um time de destaque jogar lá (e perder) para que o país atente em relação a esta irregularidade? Por mais que seja um estado longe de ter muito destaque, a Federação Paraense de Futebol poderia exigir que os times proporcionem um futebol à altura do que o espectador quer ver.

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O tempo e o placar... acredita que este post extra serve para contar um assunto relevante, mas pouco divulgado na mídia. Que venham mais investigações dos coleguinhas dos veículos de comunicação!

Tintas fortes



Os cronistas esportivos são unânimes em dizer que "árbitro bom é o que aparece discretamente nos jogos de futebol". Não parece ser a tendência das primeiras arbitragens do ano de 2010. Cada vez mais os juízes chamam atenção com suas marcações rigorosas, capazes de afetar o andamento de uma partida.

O Campeonato Estadual do Rio de Janeiro traz números alarmantes a cada súmula. Invariavelmente, o número de cartões amarelos das equipes que estão jogando é superior a uma dezena - por exemplo, na sua estreia contra o Tigres, em São Januário, só o Vasco recebeu oito cartões amarelos (além de um vermelho). A sucessão de cartões distribuídos por reclamação também aumentou consideravelmente em cada jogo.

Nesta semana, o pulso do juiz chamou atenção em outra competição. Na partida entre Vélez Sarsifield e Cruzeiro (realizada no estádio José Amalfitani) pela Taça Libertadores da América, o árbitro Martín Vasquez expulsou o meia Gilberto, do Cruzeiro, com dois minutos de partida. O jogador entrou numa dividida com o zagueiro Sebá Dominguez e sua expulsão prejudicou a equipe cruzeirense na derrota por 2 a 0 para os argentinos.

No retorno a Minas Gerais, Gilberto afirmou que o árbitro foi "rigoroso", e que "o lance era só para cartão amarelo". O atleta também declarou que não tinha visto o jogador adversário indo para a mesma jogada.

Independente das suas verdadeiras intenções, Gilberto é mais um exemplo para que todos os jogadores estejam atentos com o rigor das arbitragens. Caso contrário, os juízes terão mais motivos para colocar tintas fortes nos jogos de futebol.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Incógnita de nível internacional



O fato de começar mais uma Taça Libertadores da América não foi mesmo um argumento suficiente. O São Paulo segue com seu futebol hesitante, como um time que joga para o gasto e traz um final imprevisível para torcedores acostumados com glórias.

A vitória por 2 a 0 sobre a equipe mista do mexicano Monterrey parece ter dado um gosto de "não fez mais do que a obrigação" aos que estiveram presentes no Morumbi. Embora Ricardo Gomes disponha de um elenco de qualidade, desde o Brasileiro de 2009 os jogadores parecem não encontrar a menor sintonia. E, para completar, a instabilidade de nomes como Hernanes, Jorge Wagner e Washington agora vem acompanhada de outros "mistérios" do atual futebol brasileiro - caso do meia Léo Lima, que tem em seu currículo a ampla e irrestrita instabilidade emocional e futebolística.

Jogar a responsabilidade das vitórias para Marcelinho Paraíba não parece uma boa saída para os são-paulinos. Por mais que ele tenha se revelado uma ótima opção da equipe nestes primeiros jogos, não dá para esperar uma sequência de jogos capaz de torná-lo um líder de um time.

Talvez por isto a diretoria esteja jogando tantos holofotes sobre a contratação de Cicinho. A expectativa de repetir a boa temporada de outrora (tanto como jogador quanto do São Paulo no qual ele esteve inserido) é tão latente que o lateral mal voltou ao Brasil e atuou por alguns minutos na estreia da Taça Libertadores da América.

A certeza da estrutura e do profissionalismo do São Paulo dá lugar à insegurança de ter um bom time para sua torcida. Se o "Jason" (apelido que o time paulista recebeu por demorar a ir bem nas competições, mas, quando chegar, vir com sede de título e de destruição dos seus adversários) está se guardando para a grandes conquistas, a piada atual da equipe dirigida por Ricardo Gomes parece de muito mau gosto.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A arapuca das prioridades



O início do calendário do futebol brasileiro mostra que ainda é cedo para a torcida levar a sério a escalação de algumas equipes. Não bastava a "pré-temporada de luxo" dos estaduais. Alguns clubes decidiram colocar em campo reservas na partida de estreia da Copa do Brasil.

Logo mais, o Vasco jogará contra o Sousa, da Paraíba, com 11 reservas. Segundo o treinador Vagner Mancini, a intenção é de que os titulares sejam poupados para a semifinal do sábado de Carnaval, contra o Fluminense.

A atitude de preservar seus jogadores é muito relevante, em especial porque a equipe chega a uma fase decisiva da Taça Guanabara. Entretanto, Mancini tomou esta iniciativa no ano passado, e isto custou caro para o Santos (equipe que ele treinava).

Tentando poupar os titulares santistas para a decisão contra o Corínthians, o técnico viu sua equipe ser eliminada pelo CSA, após um empate sem gols em Alagoas e uma derrota por 1 a 0 em plena Vila Belmiro. Embora seu trabalho tenha sido bem interessante para um Santos bastante limitado que ele tinha em mãos, sua atitude na Copa do Brasil acabou comprometendo a passagem pelo alvinegro praiano.

Vagner Mancini se encontra novamente numa arapuca das prioridades. De um lado, vem uma partida que pode levar o Vasco à decisão do primeiro turno do Campeonato Estadual. Mas... Qual a importância da hegemonia no estado diante de uma Copa do Brasil, que, de dois em dois jogos vai levando a equipe vencedora rumo à Taça Libertadores da América?

Colocar reservas em João Pessoa expõe também uma falha na competição mais democrática do futebol nacional. Devido à pouca tradição das equipes de determinados estados, as equipes de maior destaque não estreiam com sua força máxima. Afinal, independentemente do resultado no primeiro jogo, o regulamento dá uma segunda chance, diante de sua torcida.

De qualquer forma, o Sousa parece uma boa prova para jogadores que estão querendo uma vaga no time titular do Vasco - mas, até o momento, somente a zaga parece estar incerta na equipe vascaína. Caso algum jogador tenha boa apresentação na partida de hoje, pode até almejar uma vaga entre os titulares.



Assim, pode vir uma nova arapuca para Vagner Mancini: que jogador priorizar como titular do clube? É a vez de novos reforços e de velhos conhecidos (como o meia Jéferson e o atacante Élton) fazerem da estreia do Vasco na Copa do Brasil uma ótima atração.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Volta às mesmas origens



Para o amistoso do dia 2 de março, contra a Irlanda (último antes da convocação final para a Copa do Mundo de 2010), o técnico Dunga mostrou que sua Seleção Brasileira mantém a mesmice até na hora de improvisar jogadores. Com a instabilidade na lateral-esquerda (André Santos e Kléber não se firmaram e Filipe Luís teve uma contusão que o afastará dos gramados por alguns meses), o comandante da seleção apostou num jogador que não era convocado há algum tempo. E o mais curioso: há muitas partidas ele não joga na posição para a qual foi convocado.

Gilberto vem se destacando no Cruzeiro como o camisa 10 do time de Minas. Suas atuações no meio-de-campo renderam à equipe a vaga na Taça Libertadores da América. Entretanto, o jogador retorna à Seleção Brasileira graças às suas origens. No início de carreira, pelo Flamengo, e em outros clubes, como o próprio Cruzeiro e o Vasco, Gilberto vestia a camisa 6 e estava sempre jogando pelo lado esquerdo.

Em relação aos demais jogadores, Dunga não deu espaço a muitas novidades - desde titulares absolutos, como Júlio César, a dupla de zaga Juan e Lúcio, o meia Kaká e a dupla Nilmar e Luís Fabiano, passando pela incógnita da lateral-direita entre Maicon e Daniel Alves, até chegar às "sombras de luxo" de Júlio Baptista e dos "repatriados" Adriano e Robinho. E, infelizmente, há mais uma vez espaço para a qualidade duvidosa dos botinudos Gilberto Silva e Felipe Melo, que parecem ser sempre lembrados somente por estarem jogando na Europa.

A ausência de Ronaldinho Gaúcho, divulgada pela imprensa com certa surpresa, no momento parece mais sensata. De jogadores instáveis em 2010 já basta Robinho (que precisou voltar ao Santos para tentar encontrar a origem de seu bom futebol).

Apesar de tamanha mesmice, a esperança da torcida brasileira é de que o futebol da seleção deixe de ficar "na mesma" do que apresentou na reta final das Eliminatórias da Copa do Mundo. De burocracia, já basta alguns nomes da lista de convocados.



GOLEIROS
Julio César (Inter de Milão)
Doni (Roma)

LATERAIS
Maicon (Inter de Milão)
Daniel Alves (Barcelona)
Gilberto (Cruzeiro)
Michel Bastos (Lyon)

ZAGUEIROS
Juan (Roma)
Lúcio (Inter de Milão)
Luisão (Benfica)
Thiago Silva (Milan)

MEIAS
Gilberto Silva (Panathinaikos)
Josué (Wolfsburg)
Felipe Melo (Juventus)
Kaká (Real Madrid)
Ramires (Benfica)
Elano (Galatasaray)
Julio Baptista (Roma)
Kleberson (Flamengo)

ATACANTES
Robinho (Santos)
Adriano (Flamengo)
Nilmar (Villarreal)
Luis Fabiano (Sevilla)

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O tempo e o placar... quer saber: quais os destaques da convocação da Seleção Brasileira?

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Primeiras letras de um recomeço



A imprensa esportiva tirou a segunda-feira para louvar o belo gol de letra de Robinho. Em sua reestreia ontem pelo Santos, o atacante decidiu o clássico diante do São Paulo com uma jogada digna de seus áureos tempos. Sem dúvida, um belo cartão de visitas que o futebol brasileiro e, principalmente, o jogador necessitava nesta nova etapa de sua carreira.

Há algum tempo Robinho era sombra do craque que despontou no gramado santista. Além de amargar a reserva no Manchester City, suas atuações na Seleção Brasileira durante a Copa das Confederações e as partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo no ano passado não foram das melhores.

A solução do jogador foi seguir os mesmos passos de atletas como Ronaldo, Fred, Adriano e Vágner Love: retornar ao Brasil na tentativa de ter de volta o prazer de jogar bola. E o esboço de seu retorno ao país foi celebrado com o gol de letra.

No entanto, a torcida brasileira sabe que esta primeira letra na folha da história de Robinho não pode ficar isolada. Em especial, por se tratar de um atacante que é muito bem alfabetizado na escola do futebol.

Para voltar a ter seu talento completamente reconhecido no nível de uma Seleção Brasileira, os pés de Robinho precisam ter boa caligrafia (ainda mais neste fascinante encontro de gerações que o Santos promove - Giovanni, ele e Neymar). Mas, sem dúvida, as primeiras letras mostradas no SanSão comprovam que o atacante pode fazer ótimas redações para o futebol nacional.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os afluentes do Campeonato Carioca



Considerado o estadual mais charmoso do país, o Campeonato Carioca vem recebendo algumas aberrações que, de alguma forma, acontecem graças a acordos com a Rede Globo. O primeiro deles veio na criação de um tempo técnico aos 20 minutos de cada etapa.

Sim, é válido que haja um tempo de descanso para os jogadores se recuperarem da estafa de atuar sob um sol de 40 graus (mesmo "sol das quatro horas" dos jogos das 17h no horário de verão). Entretanto, tentar disfarçar isto com recursos típicos de esportes como o vôlei ou o basquete são patéticos, e considerados ilegais aos olhos da FIFA - se algum time se sentir prejudicado por piorar na partida depois da "parada técnica", pode recorrer e anular o resultado do jogo.

Mas o dado curioso vem na ressalva a esta tentativa de inovação: o "tempo técnico" não pode acontecer em jogos transmitidos pela TV aberta. Como os horários das partidas são com o sol a pino, os times ironicamente são prejudicados pelas mesmas televisões que tanto auxiliam os clubes com suas cotas financeiras. Seria uma taxa de dez por cento das emissoras por cederem sua programação aos eventos futebolísticos?

Outra questão que salta aos olhos dos torcedores cariocas é a maneira como o regulamento é definido. Após a transmissão do empate em 2 a 2 entre Vasco e Madureira, o locutor Luís Roberto comunicou aos espectadores que, independentemente dos confrontos das semifinais, já está pré-definido que o Flamengo entrará em campo na Quarta-Feira de Cinzas. Resta aos outros dois semifinalistas o horário da tarde do Sábado de Carnaval.

Quais são as intenções em dar ares de privilégio para uma determinada equipe, em detrimento das outras que suaram a camisa para chegar à fase semifinal do Campeonato Carioca? Para uma emissora que se insinua imparcial, este tipo de atitude acaba sendo prejudicial à imagem dela e também à imagem do clube que é teoricamente ajudado.

Reclama-se muito do amadorismo do Campeonato Carioca (com razão, obviamente). Mas parece que a TV Globo quer manter a maneira amadora com a qual o futebol no Rio de Janeiro é conduzido - com direito a todas as picuinhas de fora de campo - para que o estado seja sempre desprezado em relação a outros centros de futebol. Os novos afluentes do Campeonato Carioca prometem desembocar numa sujeira bem pior do que a da Baía de Guanabara.

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Com este post, O tempo e o placar... volta às suas atualizações diárias em texto, na companhia de registros de debates do Quatro linhas. Fiquem à vontade para comentar.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Quatro linhas, primeiro de fevereiro de 2010





Pontapé inicial!

A bola rola e entra em campo mais um DEBATE-BOLA do programa Quatro linhas. A comunicação está no ar, e passeiam pelo nosso gramado:

CAMPEONATO CARIOCA

CAMPEONATO PAULISTA

CAMPEONATO MINEIRO

CAMPEONATO GAÚCHO

...E OUTROS CAMPEONATOS ESTADUAIS

OS PRINCIPAIS TORNEIOS INTERNACIONAIS

Basta dar o PLAY que a comunicação está no ar, na triangulação de VINÍCIUS FAUSTINI, FERNANDO QUARESMA E WILLON FRAGOSO.

Duração: 90 minutos.