terça-feira, 18 de maio de 2010

Cara de interino



Há poucas horas, o Vasco se tornou um dos primeiro clubes do Campeonato Brasileiro de 2010 a trocar de técnico (o outro foi o Palmeiras, que demitiu Antônio Carlos Zago também hoje). Gaúcho foi afastado do comando do clube depois de uma derrota para o Atlético Mineiro e um empate com o Palmeiras no Campeonato Brasileiro.

O grave problema de seu curto período à frente da equipe foi que em nenhum momento o Vasco deixou de ter cara de time em processo de montagem. Sua equipe era um emaranhado de jogadores que se revezavam como titulares. Às vezes, a sensação era de que a formação em campo nunca tinha treinado junto.

Gaúcho não tinha pulso firme para o comando de uma equipe grande. Quando armava o time, geralmente era de maneira covarde, cercado de volantes. Suas substituições aconteciam de maneira tardia, quando não trocava seis por meia dúzia.

E o Vasco seguia por este caminho. Por um caminho interino. Gaúcho no fundo sabia que não duraria muito no cargo, e ia levando jogo a jogo como se fosse o último com a designação de treinador vascaíno. Isto trazia como consequência um time sem estabilidade emocional, sem confiança, porque tudo poderia mudar de uma hora para a outra. Mas em Campeonato Brasileiro, um time de tradição como o Vasco não pode se dar ao luxo de ser um interino da elite do futebol brasileiro. A volta à Segunda Divisão em 2011 é algo que a torcida não cogita em nenhum momento.



Encarregado de melhorar o panorama de crise que paira São Januário, Celso Roth tem chance de mostrar que sua passagem anterior pelo clube de São Januário foi atrapalhada pelo ex-presidente Eurico Miranda. Na época, Romário estava com o projeto de chegar ao milésimo gol, e Eurico exigia que o atacante fosse escalado em todas as partidas. Em 2010, Romário saiu, Eurico Miranda também.

A contratação de Celso Roth foi um acerto da diretoria vascaína, uma prova de que o time quer mudar de postura e não ser interino nem figurante no Campeonato Brasileiro de 2010. Mas é só o primeiro passo. Agora, o Vasco tem de arregaçar as mangas e correr atrás de reforços de nível de Primeira Divisão. E, principalmente, reforços que estejam dispostos a jogar de verdade, e não a ser titulares apenas por causa do nome.

Nenhum comentário: