segunda-feira, 10 de maio de 2010
Pontos de desequilíbrio
Análise de jogo - Atlético Mineiro 2 x 1 Vasco (16h, domingo Mineirão)
Numa estreia de Campeonato Brasileiro sem grandes exibições de ambos os lados, o Atlético Mineiro venceu o Vasco por 2 a 1 no Mineirão. Ricardinho e Muriqui marcaram os gols atleticanos no primeiro tempo, e Élton fez o gol vascaíno na segunda etapa. Um resultado justo na partida em que os pontos de desequilíbrio fizeram a diferença. Mas negativamente.
O Vasco, que entrou em campo disposto a escrever uma vida nova na elite do futebol brasileiro (após disputar o Brasileiro da Série B em 2009) mostrou o velho problema que levou o time ao rebaixamento no final de 2008: as falhas do setor defensivo, que em 2010 trazem o agravante de, além da qualidade técnica duvidosa, tende sempre a fazer a linha de impedimento. Aos nove minutos, Thiago Martinelli deu condições de jogo para Diego Tardelli. Ele desceu em velocidade até chegar na área vascaína e tocou a bola para Ricardinho. Martinelli cortou parcialmente, mas não impediu que ela voltasse no pé do jogador do Atlético, que abriu o placar.
O Atlético era soberano em campo, em especial porque a ligação entre os setores do Vasco acontecia com muita lentidão, e era neutralizada com facilidade. E aos 18 minutos, o time aumentou sua vantagem, em mais um desequilíbrio vascaíno. Aranha cobrou tiro de meta, a bola desviou na cabeça de Fabiano e encontrou Diego Tardelli livre, graças à desatenção da zaga adversária. O jogador avançou e tocou na saída de Fernando Prass. Muriqui desviou a bola com o gol vazio.
As chances vascaínas vieram somente a partir da segunda metade do primeiro tempo, e invariavelmente num ponto de desequilíbrio da defesa atleticana. A zaga formada por Werley e Jairo Campos não conseguia vencer nenhuma jogada aérea, e o Vasco tinha boas chances em cobranças de escanteio. No momento de maior perigo, Dedé cabeceou e o lateral Coelho salvou em cima da linha, com o goleiro Aranha batido. Mas o escape vascaíno tinha um só caminho: a esquerda, com Ramón. Na lateral-direita o técnico Gaúcho teve de improvisar o volante Paulinho, por causa da contusão de Fagner e Élder Granja, as duas opções para a lateral.
E foi num cruzamento para a área que o Vasco se animou no segundo tempo. Aos seis minutos, a tentativa de Ramón terminaria nas mãos de Aranha, mas o goleiro se embolou com o lateral-esquerda Leandro e a bola foi para escanteio. Os vascaínos poderiam seguir tentando este único caminho, em especial porque Philippe Coutinho se enrolava nos seus próprios dribles e Dodô só conseguia receber a bola quando estava bem marcado e de costas para o gol.
E, aos nove, saiu o gol do Vasco. Bola cruzada na área, Dedé cabeceou e, na sobra da defesa de Aranha, Élton desviou a bola para o fundo da rede. Os vascaínos cresceram na partida e conseguiram boas oportunidades, mas seus jogadores acabavam se afobando na hora da conclusão das jogadas. Talvez por desinteresse, o Atlético se resumia a esperar o erro do Vasco, e não se empenhava em fazer jogadas mais vibrantes.
Mas o Vasco também penava por outro ponto de desequilíbrio que preocupa sua torcida para o Campeonato Brasileiro de 2010. O time carece de boas opções no banco de reservas, e é obrigado até a mudar seu esquema tático por causa da falta de opções. No segundo tempo, Gaúcho trocou Magno, um meia ofensivo, por Léo Gago, um volante que tem poucas características ofensivas. O substituto de Dodô (que mais uma vez fez uma partida aquém do esperado) foi Caíque, que joga no meio-de-campo. Na reta final da partida, Philippe Coutinho foi mal deslocado para o ataque e, assim como Élton, não deu maiores problemas à zaga atleticana.
Do lado do Atlético, Vanderlei Luxemburgo comprovou que tem sua equipe nas mãos, e pode ter boas opções para um torneio de longa duração como o Campeonato Brasileiro. Substituto de Coelho, Evandro quase marcou o terceiro gol do time mineiro, mas a bola bateu no lado de fora da rede de Fernando Prass.
No jogo de abertura das campanhas de Atlético Mineiro e Vasco no Campeonato Brasileiro de 2010, os atleticanos não precisaram de muita coisa para sair de campo com os três pontos. Bastou ao Galo ter um pouco mais de sensatez, até menos para superar eventuais pontos de desequilíbrio que sua equipe ainda tem. O time vascaíno começa a campanha de retorno à elite movido pela incerteza da expectativa por bons reforços que supostamente estão por vir. E é bom que venham logo, para que o desfecho do ano não seja o mesmo do final de 2008.
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Além da análise de jogos, O tempo e o placar... fará a cada rodada do Campeonato Brasileiro uma análise sobre o que houve de melhor e de pior nos gramados do país.
O CHUTAÇO
Surpresa do ano passado, o AVAÍ teve um bom começo na sua tentativa de auto-afirmação. Mesmo com a debandada de muitos de seus destaques de 2009, o time iniciou 2010 com uma goleada por 6 a 1 sobre o Grêmio Prudente. A história do sexto lugar pode até não se repetir, mas, certamente, o Leão de Santa Catarina continua muito difícil de ser batido no estádio da Ressacada.
A FURADA
Não é de se espantar que a imprensa mundial tenha dado pouco destaque ao INÍCIO DO CAMPEONATO BRASILEIRO (segundo levantamento do blogue É muito pênalti, de Marcelo Barreto, somente o italiano Gazzetta Dello Sport, o espanhol Marca e o português Record) deram destaque a ele. Se algumas equipes resolvem desprestigiá-la colocando em campo times recheados de reservas, como ter algum atrativo relevante para crítica e público? Vai chegar o tempo em que as pessoas vão levar a sério somente a reta final do Brasileirão.
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RESULTADOS - PRIMEIRA RODADA
Sábado
Atlético Goianiense 0 x 0 Grêmio - Serra Dourada
Palmeiras 1 x 0 Vitória da Bahia - Palestra Itália
Botafogo 3 x 3 Santos - Engenhão
Domingo
Corínthians 2 x 1 Atlético Paranaense - Pacaembu
Atlético Mineiro 2 x 1 Vasco - Mineirão
Internacional 1 x 2 Cruzeiro - Beira-Rio
Flamengo 1 x 1 São Paulo - Maracanã
Avaí 6 x 1 Grêmio Prudente - Ressacada
Ceará 1 x 0 Fluminense - Castelão
Guarani 1 x 0 Goiás - Brinco de Ouro da Princesa
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