domingo, 31 de maio de 2009

Um Imperador e vários holofotes



Passada a turbulência pessoal dos últimos meses (na qual chegou a acenar com a possibilidade de interromper a carreira por tempo indeterminado), o atacante Adriano tem marcada para hoje sua reestreia no futebol brasileiro. Às 16h, ele atuará no Maracanã, no confronto do Flamengo com o Atlético Paranaense.

O rubro-negro do Paraná parece ser o adversário ideal para seu retorno: trata-se do penúltimo colocado no Campeonato Brasileiro, que em três jogos teve um empate e duas derrotas. Além disto, Adriano terá a companhia da torcida flamenguista, que provavelmente comparecerá em bom número para prestigiá-lo.

No entanto, desta vez o contexto será diferente do início de carreira do jogador. Em sua primeira passagem pela Gávea, Adriano era "mais um" a vestir a camisa e a tentar ajudar o Flamengo com gols. Suas atuações não eram consideradas tão fundamentais, num time que tinha Petkovic e Edílson como os atletas de destaque.

Após a consagração na Itália (que lhe presenteou com o apelido de "Imperador"), o atacante retorna ao Brasil tendo de mostrar a todos que seu futebol não perdeu em qualidade e é capaz de arcar com uma grande responsabilidade na equipe rubro-negra. Desde o início do ano, o Flamengo tem sérios problemas no ataque, que conseguiu algumas sequências de jogos sem marcar gols.

Agora chamado de "Imperador", Adriano começa hoje, contra o Atlético Paranaense, a saga de um homem que quer mostrar sua soberania em campo. Mas, ao contrário de alguns imperadores conhecidos por serem sanguinários, o atacante quer dar seu próprio sangue em busca das vitórias.

sábado, 30 de maio de 2009

Fim de festa



Quando um clube não prima pela tradição em sua história, uma ascensão repentina acaba sendo um grande risco se os planos são interrompidos bruscamente. O Sport Recife sentiu todos os malefícios do deslumbre e da ansiedade pela consagração quando foi eliminado pelo Palmeiras nas oitavas-de-final da Taça Libertadores da América. O sentimento de fim de festa fez a primeira vítima no time pernambucano. A propósito, a vítima que é mais fácil de ser eliminada em casos como este.

O técnico Nelsinho Baptista pediu demissão cerca de um ano depois de levar o time à competição sul-americana, com a conquista da Copa do Brasil. Para 2009, o Sport manteve boa parte de seus jogadores e se reforçou de nomes experientes, como o meia Paulo Baier. O início de ano foi promissor, com mais um título estadual e uma boa campanha na fase classificatória da Libertadores.

Entretanto, após dois jogos duríssimos, a equipe pernambucana foi derrotada nos pênaltis, em plena Ilha do Retiro, e as mãos de "São" Marcos roubaram o sonho da Taça Libertadores da América. Em vez de a boa trajetória de uma equipe considerada "surpresa" no torneio servir como incentivo, o Sport agora parece estar se desmantelando.

Depois da saída de Nelsinho, quem está perto de ir embora (e pela porta dos fundos) é Paulo Baier. O líder do time neste primeiro semestre pediu para se afastar do clube depois de ser considerado pela imprensa como o motivo do técnico ter ido embora da Ilha do Retiro. Segundo Baier, o ex-técnico falou que ele estava "fazendo corpo mole", o que o meia entendeu como humilhação, por ter sido dito na frente dos outros jogadores. O jogador disse que a irritação de Baptista se estendeu a Jonas, que foi aconselhado a ir embora, e ao atacante Ciro, que teria sido chamado de "mulherzinha".

O mal-estar no time pernambucano vem fazendo efeito nas três primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro - o Sport está em 18º lugar (na zona de rebaixamento), com um empate e duas derrotas. Nem mesmo a Ilha do Retiro jogou a favor da equipe neste início de campeonato. Na estreia, o time não passou de um empate em 1 a 1 contra o iniciante Barueri e, na rodada passada, os pernambucanos sofreram uma derrota por 3 a 2 para o Atlético Mineiro.

O sentimento que paira na Ilha do Retiro é de um "fim de festa" melancólico. Passada a ressaca do fim do sonho da Libertadores, a torcida do Leão agora fica apreensiva, com receio de que a melancolia se torne ainda maior no final de ano do rubro-negro.

*****

BOLA PRO MATO

O treinador Dorival Júnior coloca em campo hoje, na partida contra o Paraná, uma equipe recheada de reservas. A intenção é poupar os jogadores do Vasco para a partida contra o Corínthians, em São Paulo, na próxima quarta. Uma atitude preventiva, mas bem controversa. Afinal, a competição mais importante do ano para o clube é a Série B. É bem verdade que a equipe tem de usar a força máxima numa semifinal de Copa do Brasil. Entretanto, os três pontos no Durival de Brito são importantíssimos, tanto por matemática rumo à Primeira Divisão quanto pela vitória do Guarani por 3 a 2 ontem diante do Bragantino. Com uma vitória hoje, o Vasco ultrapassa o Bugre no saldo de gols e permanece em primeiro lugar na competição.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O "estepe" do Brasil




Dois cortes deixaram a Seleção Brasileira que jogará em junho partidas das Eliminatórias e da Copa das Confederações um pouco mais brasileiras. O zagueiro Alex, do Chelsea, e o meia Ânderson, do Manchester United, não poderão fazer parte da equipe de Dunga no mês que vem. Ambos se apresentaram com contusões e não irão se recuperar a tempo dos jogos. Com os jogadores machucados, o técnico acabou tendo de recorrer aos gramados brasileiros para encontrar substitutos.

Os escolhidos para o "estepe" do Brasil foram Miranda, do São Paulo, e Kléberson, do Flamengo. Os nomes indicados para compor a Seleção Brasileira mostram como Dunga tem lidado com as suas convocações: o técnico prioriza alguns nomes, mas, se eles não podem se apresentar, aí sim ele recorre a jogadores que estejam em bom momento.

Desde o ano passado o zagueiro Miranda se destaca no tricolor paulista, e merecia estar presente entre os escolhidos para defender o país. Após atravessar um mau momento em campo, Kléberson voltou a conseguir boas atuações pelo Flamengo, e hoje carrega nas costas as possibilidades de jogadas no meio-de-campo rubro-negro.

É bem provável que ambos não façam parte da equipe titular do Brasil - afinal, Dunga insiste na zaga formada por Lúcio e Juan e prefere que o meio tenha Gilberto Silva e Felipe Melo (uma coisa inexplicável). Mas saber que em algum momento o treinador sabe convocar jogadores de acordo com os momentos que estão vivendo nos gramados já traz um alento para o país, em especial quando o Brasil fica ainda mais cercado de jogadores brasileiros. Pelo menos o "estepe" é bem avaliado na engenharia da Seleção Brasileira.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

As semifinais das ausências



O favoritismo entrou em campo nas duas semifinais da Copa do Brasil e deixou em vantagem as duas equipes aclamadas como "melhores do país" no momento. No duelo do Sudeste, o Corínthians empatou em 1 a 1 com o Vasco no Maracanã e joga pelo 0 a 0 em casa. No Sul, o Internacional venceu o Coritiba por 3 a 1, e pode perder até por um gol de diferença em gramados paranaenses. Os dois confrontos da noite de quarta tiveram características semelhantes e curiosas: tanto no Rio de Janeiro quanto no Rio Grande do Sul, os times tiveram de superar ausências de jogadores importantes - e a falta deles pesou no placar final das partidas.

O "Coxa" até surpreendeu no início de partida, quando Marcos Aurélio recebeu bola de Márcio Gabriel e abriu o placar para o Coritiba. Sete minutos depois, o Internacional empatou a partida, em ótima triangulação de D'Alessandro, Nilmar e Taison na qual o último colocou a bola para o fundo das redes. Nem mesmo a saída de Nilmar, contundido, fez com que o colorado ficasse aquém de qualidade. No segundo tempo, seu substituto Alecsandro colocou o Inter em vantagem. A dois minutos do fim, Andrezinho (o herói das quartas-de-final) deu números finais à partida.



O Maracanã recebeu uma grande festa da torcida do Vasco para o confronto do time diante do Corínthians. Mas no primeiro tempo o que os torcedores viram foi uma equipe sem vida no meio-de-campo, praticamente assistindo ao toque de bola da equipe corintiana. O alvinegro paulista abriu o placar com um gol de Dentinho. Foi preciso Dorival Júnior tirar o volante Nílton e o meia Jéferson para que o Vasco tivesse mais gás rumo ao gol.

O jogo teve um novo panorama, o time começou a ter chances e, numa delas, Rodrigo Pimpão conseguiu colocar a bola para o fundo das redes. A partida ficou equilibrada, mas o placar final foi mesmo o 1 a 1. Outros detalhes sobre o jogo estão na crônica feita por este que vos escreve para a página eletrônica Almanaque Virtual:

http://almanaquevirtual.uol.com.br/ler.php?id=19000&O+GRANDE+DERROTADO+DO+MARACANA

Os resultados das partidas seguiram a tendência de quem mais sentiu os desfalques na primeira rodada das semifinais. Sem Marcelinho Paraíba (cumprindo suspensão automática), o Coritiba se viu sem a menor inspiração para conseguir boas jogadas na partida do Beira-Rio, e não soube administrar a vantagem conseguida no início do jogo. A ausência de Guiñazu (também suspenso) não foi tão sentida pelo colorado, pois o técnico Tite dispõe de bons jogadores nas demais posições da equipe.

No Maracanã, a suspensão de Carlos Alberto foi bastante sentida no meio-de-campo vascaíno. Sem poder confiar no futebol de Enrico, Dorival Júnior optou por escalar Jéferson mesmo depois de ele passar cerca de dois meses parado. Além de carência na criação de jogadas, o Vasco se viu dominado pelo Corínthians na primeira etapa da partida. Do lado corintiano, a ausência de Ronaldo, contundido, só foi sentida pelos fãs que queriam vê-lo em campo. O ataque formado por Souza, Jorge Henrique e Dentinho deu trabalho constante à zaga do Vasco e, aproveitando a péssima noite de Gian e Vílson, chegou muitas vezes ao gol de Fernando Prass.

Para a próxima quarta-feira, todos eles estarão presentes nos jogos decisivos para o país conhecer os finalistas do torneio. Serão mais 90 minutos para ver quem estará presente na decisão da Copa do Brasil de 2009.

*****

BOLA PRO MATO

Ao final do jogo do Mineirão, o Cruzeiro demonstrou sua superioridade atual e venceu o São Paulo por 2 a 1 na primeira partida das quartas-de-final da Taça Libertadores da América. O Grêmio conseguiu boa vantagem ao sair da Venezuela com um empate em 1 a 1 diante do Caracas. Só falta o Palmeiras ir bem hoje contra o uruguaio Nacional para manter o futebol brasileiro em peso entre os melhores da América (ainda mais agora, que, infelizmente, o perdedor do encontro entre São Paulo e Cruzeiro irá sair do torneio sul-americano).

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Baderneiros organizados



Quando aconteceu a criação de O tempo e o placar..., este que vos escreve tinha a intenção de colocar em debate coisas que acontecem nas quatro linhas do futebol brasileiro. É com pesar que hoje as linhas do blogue vão discutir sobre um espetáculo lamentável gerado por pessoas que cada vez mais inflamam a rivalidade e o temor no esporte bretão.

Ontem, a torcida do Fluminense entrou no treino do time das Laranjeiras (com o conhecimento de seguranças do clube) para fazer um protesto pelos maus resultados das últimas rodadas. Só que as cobranças não ficaram restritas a gritos e faixas da arquibancada. Alguns torcedores invadiram o gramado e foram agredir atletas do tricolor carioca. Um dos alvos acabou sendo o meia Diguinho. Contratado no início do ano pela ótima temporada no Botafogo em 2008, o jogador não repetiu boas atuações do ano anterior, e conviveu, inclusive, com uma suspeita de tuberculose.

Sua má fase culminou em um soco recebido de um torcedor de uma facção tricolor e houve a necessidade do jogador correr para não sofrer novas agressões. As atitudes dos baderneiros que passaram a tarde nas Laranjeiras levantam um debate: até quando a torcida pode ter benefícios no clube?

Sim, os torcedores ajudam uma equipe, pagando ingressos dos jogos, se tornando sócios e indo ao estádio para apoiar o time. A torcida tem o direito de protestar quando a equipe vai mal ou quando os jogadores e o técnico não correspondem às expectativas. Mas isto não dá o direito de o torcedor se achar o "pai" do clube e achar que os atletas vão melhorar seu rendimento na "base da porrada".

Outra atitude questionável vem da parte dos dirigentes, que permitem que um grupo de torcedores vá aos treinamentos para conversar com os jogadores. Oficialmente, o atleta tem de dar satisfações somente a seu patrão, o clube. A torcida é somente espectadora. Mas no Brasil esta troca de papéis já acontece há muito tempo. Como as pessoas já sabem do fanatismo que beira a baderna em algumas torcidas organizadas, por que aumentar a possibilidade de incidentes como o de ontem no Fluminense?

Ontem, aconteceu no tricolor carioca. Mas isto já ocorreu em clubes como Flamengo e Corínthians e, no ano passado, alguns torcedores do Vasco foram até a casa do meia Morais para insultar e ameçar o jogador se não melhorasse suas atuações com a camisa cruzmaltina. E, como bem apontou o jornalista Lédio Carmona em seu blogue, não acontece nada, não há revolta, ninguém se indigna, e quem acaba exposto é o jogador de futebol. Porque, por mais que alguns deles tenham um nível inferior, não se justifica um grupo chegar às três da tarde de uma terça-feira com o propósito de bater em atletas que treinam para aprimorar suas condições de jogo.

A existência desta "baderna organizada", muitas vezes escondida pela alcunha de torcida, afasta ainda mais o futebol do conceito de ser um espetáculo público. Não, não chegaria a ter um esvaziamento dos espectadores nos estádios. Mas ações como a de ontem nas Laranjeiras cada vez mais inflam o fanatismo em uma diversão esportiva. Não é à toa que o futebol brasileiro hoje é tomado por treinadores que mandam bater, jogadores botinudos e pela retranca que renuncia à vitória somente pelo desejo de não perder.

*****

BOLA PRO MATO

Ah, sim. Hoje tem promessa de bom futebol. Duelo brasileiro entre Cruzeiro e São Paulo na Taça Libertadores da América e a primeira rodada das semifinais da Copa do Brasil. E que venha bom espetáculo na torcida e nas quatro linhas.

terça-feira, 26 de maio de 2009

O novo trabalho de Luxemburgo




Responsável por formar excelentes times desde o início da década de 1990 (como o Bragantino, campeão paulista de 1990, o Guarani que seria vice-campeão brasileiro de 1991 e o Palmeiras que foi o melhor do Brasil nos anos de 1993 e 1994), o técnico Vanderlei Luxemburgo vem se caracterizando nos últimos anos também por transformar jogadores questionados pela torcida e pela imprensa a nomes de destaque no cenário do futebol brasileiro. Os casos mais recentes foram os do volante Rodrigo Souto e do meia Léo Lima.

Caracterizado por suas limitações em campo (e, em trocadilho com seu nome, apelidado de "Rodrigo Preso") desde seu início no Vasco, Rodrigo Souto veio do Figueirense e se destacou no Santos que foi campeão paulista de 2007. Ele esteve em destaque enquanto Luxemburgo comandava a equipe santista, e estava prestes a ser negociado quando foi flagrado num exame antidoping e pegou dois anos de suspensão.

No ano seguinte, Vanderlei fez outra "recuperação" de um atleta, desta vez no Palmeiras. O alviverde contratou Léo Lima, que vinha de uma péssima fase no Flamengo. O meia não só se recuperou como também se tornou um dos destaques do Campeonato Brasileiro do ano passado.

E neste 2009, Vanderlei Luxemburgo encontrou um novo desafio como treinador. Ontem, o Palmeiras anunciou a contratação do atacante Obina, ex-xodó do Flamengo e que passava por maus bocados este ano na Gávea. São cinco meses (17 partidas) sem fazer gol, além de duas cobranças de pênalti desperdiçadas. A idolatria (que chegava a ser folclórica por parte da torcida) se transformou em vaias e ofensas, como as mostradas no confronto com o Santo André, no domingo.

A aposta em Obina feita pela diretoria palmeirense também é bastante contestada. Para a posição, a equipe já tem o atacante Keirrison, outro que vive um mau momento mas tem um futebol superior. Alguns creem que o ex-flamenguista chegou para suprir o ataque numa possível venda do K9 - afinal, com a "janela" e a sedução do futebol europeu, as revelações estão saindo do Brasil cada vez mais cedo.

Pelo momento que vive, Obina não parece a solução mais indicada para nenhum dos clubes brasileiros - pela qualidade duvidosa e pela má fase que atravessa. No entanto, com Vanderlei Luxemburgo sendo seu "professor", a torcida palmeirense pode esperar uma agradável surpresa nas quatro linhas. A resposta para a nova incógnita e para a nova tentativa de "milagre" de Luxemburgo será dita somente nas próximas partidas do Palmeiras.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Casas desarrumadas



O terceiro fim de semana com partidas do Campeonato Brasileiro vem desmentindo mais um mito da "lógica" do futebol brasileiro: a de que "jogar em casa" contribui para a equipe sair vitoriosa depois dos 90 minutos. Dos oito times que saíram de campo com três pontos, cinco estavam jogando no gramado adversário.

O resultado mais surpreendente veio do Sul do país. Pela segunda vez, o Atlético Paranaense perdeu em plena Arena da Baixada, desta vez por excesso de confiança. O time abriu 2 a 0 sobre o Náutico e acreditou que a segunda etapa seria mera cordialidade. Mas os pernambucanos mostraram empenho, não se intimidaram com o fato de serem "visitantes" e, no finzinho do jogo, conseguiram a virada para 3 a 2. Apesar da imprensa esportiva torcer o nariz pelo fato do time nordestino estar em segundo lugar na classificação (acreditando que se trata de um dos muitos "cavalos paraguaios" que aparecerão em 2009), os bons resultados de início de campeonato podem garantir que, ao menos, o Náutico esteja no ano que vem dentre os 20 melhores do país.

O outro pernambucano da Série A também teve seu jogo terminado em 3 a 2. Só que o Sport, na Ilha do Retiro, foi mais uma vítima da desarrumação de sua casa. O visitante importuno foi o Atlético Mineiro, que no primeiro tempo chegou a abrir a vantagem de 3 a 0, em dia inspirado do atacante Éder Luís. Na segunda etapa, o Leão da Ilha pressionou e conseguiu chegar perto da vantagem atleticana, mas mais uma vez saiu de campo derrotado. Ao que parece, os pernambucanos ainda estão jogando traumatizados pela eliminação na Taça Libertadores da América.

Arquirrival do Atlético, o Cruzeiro manteve sua boa fase no sábado, ao vencer o Vitória por 2 a 0, em grande atuação de Kléber. Ao lado do Corínthians (que venceu por 2 a 1 seu companheiro de estado, o Barueri) e do Grêmio (que ganhou por 2 a 0 de um Botafogo totalmente perdido depois que Maicosuel saiu definitivamente da equipe), a Raposa também não aceitou que a visita baiana fizesse festa no Mineirão.

No outro grande palco do país - o Maracanã - o Santos apresentou o outro artilheiro do Campeonato Brasileiro. Foi preciso o Fluminense estar com nove jogadores para que Kléber Pereira conseguisse balançar as redes tricolores por duas vezes. Sim, é bem verdade que o time da Vila Belmiro já havia conseguido virar o placar. No entanto, a entrada de Neymar (colocado na reserva para "não ser exposto") foi decisiva para que o Santos goleasse por 4 a 1 um Fluminense sem zaga e com deficiências em ambas as laterais.

No outro confronto entre cariocas e paulistas, o Rio de Janeiro conseguiu sua vitória. Após três jogos em branco, o Flamengo conseguiu encontrar dois gols, marcados por um atacante (posição crítica no time rubro-negro) - Josiel, considerado por alguns torcedores como "o Messias da Gávea". O texto da vitória do Flamengo sobre o Santo André, por 2 a 1, está na página eletrônica Almanaque Virtual:

http://almanaquevirtual.uol.com.br/ler.php?id=18933&O+ESCOLHIDO+RUBRO-NEGRO+

O primeiro clássico paulista do Campeonato Brasileiro acabou sendo o diferencial da rodada. Não só pelo empate sem gols entre Palmeiras e São Paulo, mas também porque no duelo quem brilhou mesmo foram os goleiros Marcos e Dênis. As mãos de "São" Marcos já foram exaltadas inúmeras vezes na imprensa, mas foi bom para a torcida são-paulina ver que o terceiro goleiro de seu time não sentiu a responsabilidade (caída no colo porque os dois goleiros, Rogério Ceni e Bosco, estão contundidos) e fechou o gol num jogo com tamanha rivalidade.

Pela terceira vez em três rodadas, o empate foi o resultado que o Avaí conseguiu no Campeonato Brasileiro - desta vez, diante do Coritiba, no Estádio Ressacada. No 2 a 2, o único "vencedor" foi mesmo Marcelinho Paraíba, que se juntou aos dois Kléber (o Kléber cruzeirense e o santista Kléber Pereira) na liderança da artilharia, com três gols marcados.

Alheio aos tropeços dos adversários, o Internacional no sábado já tinha mantido o seu primeiro lugar, usando a mesma estratégia de fazer com que seus titulares sejam reservas de luxo nas rodadas iniciais do Campeonato Brasileiro. Inter e Goiás faziam uma partida truncada até o atacante Taison entrar em campo e, em uma jogada de oportunismo, fazer o gol da vitória colorada no Serra Dourada.

Ao final da terceira rodada do campeonato, o Internacional é o único que ainda não teve sua casa desarrumada em nenhuma das partidas. Resta saber se o colorado terá fôlego para não se tornar mais um dos "cavalos paraguaios" que passeram em todos estes anos de Brasileirão com pontos corridos.

*****

O tempo e o placar... elege o que houve de melhor e de pior nesta rodada.

O CHUTAÇO

A grata surpresa do Náutico. Treinado por Waldemar Lemos, o time pernambucano vem mostrando muita disposição e, principalmente, não teme o favoritismo de seus adversários. Nesta rodada, a seriedade dos jogadores foi capaz de virar um jogo diante de uma Arena da Baixada toda em rubro-negro no Paraná.

A FURADA

A entrada criminosa de Eduardo Ratinho em Neymar no jogo entre Fluminense e Santos. A atitude do lateral simbolizou o descompasso no qual está o tricolor das Laranjeiras, desde o goleiro Fernando Henrique (que, sem trocadilho, troca as mãos pelos pés na hora de defender) até o meia Thiago Neves (a cada dia mais disperso nos jogos). Único jogador lúcido na equipe, Conca não consegue fazer com que a bola chegue a Maicon e Fred no ataque. Carlos Alberto Parreira terá muito trabalho.

domingo, 24 de maio de 2009

A engenharia do futebol brasileiro



O futebol brasileiro vem a cada dia mudando de táticas, de nível de seus jogadores, de regulamento de seus campeonatos (além das constantes ascensões e quedas de equipes no campeonato que afirmam ser o mais equilibrado do mundo). Com estas mudanças surgem novas expressões usadas exaustivamente por treinadores, jogadores e comentaristas esportivos. A mais constante do futebol atual é a expressão "peças de reposição".

Num Campeonato Brasileiro que dura cerca de oito meses, a cada ano os clubes veem a necessidade de formar um grande elenco, com seus reservas tão bons (ou perto) quanto seus titulares. Afinal, não só a rotina de jogos é cansativa, também há a possibilidade de algum olheiro estrangeiro fazer com que uma equipe do exterior resolva desembolsar alguns dólares em troca das recentes revelações do Campeonato Brasileiro.

O caso mais recente disto é o Botafogo. O time agora se vê da noite para o dia sem seu jogador principal - o meia Maicosuel - que está de malas prontas para o futebol alemão. Sem ele, o alvinegro carioca perde boa parte de sua qualidade, arriscando-se a ser um dos times que irá brigar pela fuga do descenso para a Série B de 2010.

Times que vêm sendo consagrados pelo país, Cruzeiro e Internacional também não estão isentos de passar por desmanches em seus elencos. O primeiro já terá um desfalque em breve, com a ida do volante Ramires para o futebol português. Não será surpresa se algum destaque do Inter for pelo mesmo caminho até o fim do ano (ou, quem sabe, até o fim do semestre).

Uma das soluções atuais de dirigentes brasileiros é a tentativa de "repatriar" jogadores. Um atleta que foi tentar a sorte no exterior e não vive um bom momento por lá deseja ansiosamente voltar para sua terra natal (ou, talvez, por pura saudade). Faz-se um acordo entre clube e jogador, e ele volta a vestir a camisa de um time brasileiro. Independente de se ele tenha ou não qualidade (quando atuava no Brasil ou em sua temporada em outros países).

Numa engenharia tão confusa do futebol brasileiro deste início de terceiro milênio, sobra para os treinadores a responsabilidade de fazer sua equipe funcionar durante o torneio. E, caso o quebra-cabeça não seja colocado a tempo, a culpa ao técnico é a saída mais fácil para todos. Ao que parece, os comandantes de equipe são os verdadeiros estruturadores dos alicerces do futebol brasileiro.

sábado, 23 de maio de 2009

O tamanho do caldeirão



Por mais que o Vasco mantenha suas atenções neste sábado para o terceiro jogo pelo Campeonato Brasileiro da Série B (diante do Atlético Goianiense, em São Januário), as atenções de torcida e jogadores desviaram para as semifinais da Copa do Brasil. Na próxima quarta, o time enfrenta o Corínthians nos primeiros 90 minutos do "mata-mata". Mas o assunto que fica em questão às vésperas desta fase decisiva não vem de dentro de campo. Na verdade, a dúvida é com relação ao tamanho do campo no qual os dois times irão se enfrentar.

Mandante do primeiro jogo, o Vasco vem usando o estádio de São Januário em todos os confrontos contra equipes de fora do Rio de Janeiro (e também as pequenas do estado fluminense). No entanto, para o jogo contra o alvinegro paulista, a direção decidiu que a partida carioca será realizada no Maracanã. O técnico Dorival Júnior e alguns jogadores vascaínos - como o meia Léo Lima - demonstraram preferência por São Januário, que deveria ser elevado a "caldeirão", como diz o grito da torcida. Léo Lima chegou a afirmar que no Maracanã o Vasco passa a jogar em "campo neutro".

De fato, São Januário vem se revelando um reduto no qual a torcida vascaína, jogo a jogo, apoia a equipe, fazendo festas nas arquibancadas - coisa que não seria diferente agora, numa semifinal de Copa do Brasil, na qual o adversário tem em campo o atacante Ronaldo. Só que a escolha do Maracanã como estádio para a primeira partida foi uma vitória do bom senso do presidente Roberto Dinamite.

O Estádio Vasco da Gama não tem uma localização tão boa quanto a do Maracanã, e a entrada e a saída de lá gera alguns tumultos (principalmente em jogos de grande público). Muitas pessoas ficam de fora, coisa que poderia acontecer também com a torcida corintiana, e tanto a Força Jovem quanto a Gaviões da Fiel têm fama de que não levam desaforo para casa. Num eventual incidente de fora do estádio, o Maraca dá margem à saída de torcedores com mais facilidade.

Outra vantagem beneficia a própria torcida do Vasco. De acordo com o Corpo de Bombeiros, São Januário tem capacidade para 18 mil pessoas, enquanto o Maracanã cabe quatro vezes mais do que isto. Com os torcedores vascaínos comparecendo em massa, o apoio aos jogadores ficaria ainda maior - independente do número da torcida do Corínthians (que é uma das maiores do Brasil) no jogo de quarta-feira.

As estatísticas no estádio também favorecem o time carioca. Além de campeonatos estaduais, três dos quatro títulos brasileiros da equipe aconteceram no Maracanã. É uma tradição que não pode ser deixada de lado somente por causa do interesse em transformar o próprio estádio num "alçapão", feito é a Vila Belmiro do Santos. São Januário tem sua importância na história vascaína, e ele não pode ficar em risco de ter sua tradição manchada por inconsequências da diretoria.

Vasco e Corínthians é um clássico interestadual que merece um palco como o Maracanã. Este que vos escreve não está desmerecendo São Januário, mas a história dos dois clubes, com seus encontros e seus jogadores de ontem e de hoje merecem um "caldeirão" maior para a acomodação de torcedores de ambas as equipes. E, se a torcida cruzmaltina mantiver o panorama atual de presença no estádio, irá apoiar mais uma vez o Vasco, jogue onde ele jogar.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

O Brasil de volta ao Brasil



Conhecido pela insistência (e quase teimosia) em convocar jogadores de qualidade duvidosa, o técnico Dunga surpreendeu o país na nova convocação da Seleção Brasileira. Às vésperas de duas partidas dificílimas pelas Eliminatórias da Copa do Mundo (diante de Uruguai e do líder Paraguai) e da disputa da Copa das Confederações, o treinador decidiu voltar os olhos para a pátria em chuteiras e encontrou jogadores para fazerem parte dos 23 atletas a representarem o Brasil no mês que vem.

Além de Kléber (lateral-esquerda do Internacional), que vinha figurando nas convocações anteriores, outros três jogadores que atuam em gramados brasileiros foram lembrados para as próximas partidas. O goleiro Victor, do Grêmio, o lateral-esquerda André Santos, do Corínthians, o meia Ramires, do Cruzeiro, e o atacante Nilmar, companheiro de time de Kléber, farão parte das novas empreitadas do Brasil.

Enfim, Dunga faz justiça com os jogadores que despontam por aqui, o que mostra que de vez em quando ele desvia o olhar para os campeonatos nacionais e, principalmente, valoriza alguns jogadores que estão em destaque no momento. Ao que parece,o "vestibular" para a Seleção Brasileira fica mais afunilado entre jogadores nacionais, pois todos que estão na lista já estavam jogando bem há muito tempo e eram preferidos dos críticos esportivos.

Infelizmente, muitos deles não devem ter oportunidades com a camisa amarela. É o caso de Victor. O goleiro vem contribuindo muito para a caminhada do Grêmio na Taça Libertadores da América, mas Júlio César é, indiscutivelmente, o melhor na posição. Além do camisa 1, Gomes tem algumas convocações de vantagem sobre o arqueiro do tricolor gaúcho, e deve ser o reserva imediato.

O equilíbrio ficará maior na lateral-esquerda, pois lá há a certeza de um "brasileiro" em campo. Kléber leva vantagem, pois concorre com um "estreante" na Seleção Brasileira. Mas tanto ele quanto André Santos prometem fazer bons serviços no lado esquerdo brasileiro.

Num olhar superficial, Ramires é o jogador com mais chances de se destacar na Seleção Brasileira. O meia é infinitamente superior a Felipe Melo e, se repetir as atuações que tem feito no Cruzeiro, vai encher os olhos da torcida brasileira. Outro fator que pode ajudar a chamar atenção de seu futebol é negativo para os torcedores. Em julho, Ramires se tornará mais um "estrangeiro". Está certa a contratação dele pelo Benfica, de Portugal.

Nilmar retornou às boas atuações do início de carreira, mas fica muito difícil ganhar uma vaga num ataque formado por Luís Fabiano e Robinho. Não só pelo talento dos dois, como também pelo reserva imediato ser Alexandre Pato. Mas, pelo menos, a torcida sabe que na frente a dor de cabeça ficará restrita a Dunga, diante de boas opções.

Aliás, nesta convocação o treinador poupou uma dor de cabeça, ao deixar de fora Ronaldinho Gaúcho. Há tempos seu futebol caiu de qualidade, principalmente em atuações pela Seleção Brasileira. Pior do que jogar com o nome, era estar jogando mal e manchar o nome de um atleta consagrado. A solução é que ele se recupere em campo. Assim como Ronaldo, que, apesar de estar melhor com a camisa do Corínthians, ainda seria prematura sua convocação.

Os demais nomes são manjados na lista de Dunga, e trazem os altos e baixos comuns do técnico. É ótimo ver Kaká em boas condições de jogo, o meia se tornou um líder nato na Seleção. Na direita, seria melhor colocar Daniel Alves, por suas atuações anteriores pelo Brasil. A insistência em colocar Juan e Lúcio na zaga é irritante, bem como em convocar Luisão para ser reserva. Os dois primeiros já viveram momentos melhores, e o terceiro ainda não fez jus a convocações.

Jogador que também já viveu momentos melhores em campo, Gilberto Silva continua sendo relacionado por Dunga e, certamente, será titular ao lado de Josué ou Felipe Melo. Bom, mas se o comandante brasileiro voltou os olhos para atletas brasileiros, talvez haja alguma nova mudança surpreendente em próximas convocações até a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.

No Brasil, o fato de jogadores brasileiros estarem entre os convocados reacende uma polêmica. As partidas coincidirão com jogos decisivos na Copa do Brasil e na Taça Libertadores da América, e Dunga anunciou que não irá liberar os jogadores para as partidas de seus respectivos clubes (Internacional e Corínthians na Copa do Brasil e Grêmio e Cruzeiro na Libertadores), mesmo não tendo nenhum titular absoluto dentre os "brasileiros" presentes na lista. Como controlar o problema da coincidência de datas em novos períodos de convocação?

Independente do desfecho deste impasse entre Confederação Brasileira de Futebol, técnico da Seleção Brasileira e clubes, já é louvável a presença de novos nomes em ascensão pelo Brasil tendo chance no escrete canarinho. Pode ser um bom sinal do Brasil estar de volta ao Brasil.

****


CONVOCADOS

GOLEIROS
Julio Cesar (Inter de Milão / ITA)
Gomes (Tottenham / ING)
Víctor (Grêmio)

LATERAIS
Maicon (Inter de Milão / ITA)
Daniel Alves (Barcelona / ESP)
Kléber (Internacional)
André Santos (Corinthians)

ZAGUEIROS
Lúcio (Bayern de Munique / ALE)
Juan (Roma / ITA)
Luisão (Sporting / POR)
Alex (Chelsea / ING)

VOLANTES
Gilberto Silva (Panathinaikos / GRE)
Josué (Wolsfburg / ALE)
Felipe Melo (Fiorentina / ITA)
Anderson (Manchester United / ING)
Ramires (Cruzeiro)

MEIAS
Kaká (Milan / ITA)
Elano (Manchester City / ING)
Júlio Baptista (Roma / ITA)

ATACANTES
Robinho (Manchester City / ING)
Luís Fabiano (Sevilla / ESP)
Alexandre Pato (Milan / ITA)
Nilmar (Internacional)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Semifinais democráticas na Copa do Brasil



A probabilidade da semifinal da Copa do Brasil ser formada por maioria carioca foi por água abaixo depois dos 90 minutos das três partidas válidas pelas quartas-de-final de ontem. Somente o Vasco representará o Rio de Janeiro dentre os semifinalistas do "mata-mata" que leva à Libertadores.

Beneficiado pelo excelente placar de 4 a 0 feito no primeiro jogo, em São Januário, o Vasco entrou em campo com a única intenção de evitar que o Vitória fizesse gol na Bahia. A tarefa prometia ser árdua quando, a um minuto de jogo, um chute de longa distância de Neto Baiano passou por baixo dos braços do goleiro Fernando Prass. Mas, três minutos depois, Enrico fez jogada na esquerda e encontrou o atacante Élton no meio da área para empatar a partida - com o gol vascaíno, o time baiano era obrigado a fazer mais cinco gols para conseguir sua vaga.

No jogo do Barradão, o 1 a 1 comprovou que quantidade não é sinônimo de qualidade dentro das quatro linhas. Paulo César Carpegiani escalou nada menos que quatro atacantes (um deles chegou a jogar improvisado na lateral), mas não conseguiu nada além do que expor o time que comandava, além de abdicar de gente do meio-de-campo que pudesse fazer a ligação com o ataque.

Este que vos escreve fez uma análise completa do jogo na página eletrônica Almanaque Virtual. Abaixo, segue o link:

http://almanaquevirtual.uol.com.br/ler.php?id=18880&VASCO+FAZ+O+DEVER+DE+FORA+DE+CASA



Único time do Rio a decidir a vaga na Copa do Brasil em terras cariocas, o Fluminense decepcionou sua torcida ao não passar pelo Corínthians. Em desvantagem após a derrota por 1 a 0 em São Paulo, o tricolor viu sua missão ficar mais difícil quando o zagueiro Chicão cobrou uma falta e a bola passou entre Edcarlos e Fred antes de entrar nas redes de Fernando Henrique. Ainda no primeiro tempo, o Flu confiou na "linha burra" de impedimento e deixou Jorge Henrique fazer um gol com a coxa.

Foi preciso o técnico Carlos Alberto Parreira lançar o atacante Alan na segunda etapa para o Fluminense acordar. Foi ele que diminuiu o placar, ao aproveitar um rebote de chute de Dario Conca. O argentino deu o passe para Thiago Neves empatar a partida. Mas ainda faltavam dois gols para o tricolor conseguir a classificação, e o desespero não permitiu que o placar fosse mudado novamente. Com o 2 a 2, o Corínthians representa o estado de São Paulo no clássico "interestadual" diante do Vasco.



Na outra semifinal, o Flamengo não se intimidou com a pressão colorada no Beira-Rio e por pouco não saiu de Porto Alegre como o outro representante carioca na competição. Mas o time esbarrou em seus próprios erros - o mais clamoroso foi o de Juan, que, ao tentar recuar uma bola, permitiu que Nilmar desse uma arrancada e, da linha de fundo, achasse Taison livre para fazer 1 a 0 para o Internacional. Na segunda etapa, a pressão rubro-negra deu certo e Emerson (que saiu do banco de reservas) conseguiu fazer o 1 a 1 que classificaria a equipe. Mas o técnico Cuca foi castigado por recuar demais o Flamengo. E o castigo veio do banco de reservas. Aos 43 minutos do segundo tempo, o ex-flamenguista Andrezinho cobrou linda falta que entrou no lado direito de Bruno.

O 2 a 1 colocou o Rio Grande do Sul na disputa da Copa do Brasil, para fazer uma semifinal sulista no torneio. Gaúchos enfrentam os paranaenses do Coritiba nas próximas duas semanas.

É a democracia da Copa do Brasil apresentando quatro estados diferentes em busca do título. A única certeza desta disputa é que, ao final, mais uma vez Sudeste e Sul do país colocarão à prova suas hegemonias em território nacional.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Semifinalista com vitória "nas coxas"



O trocadilho infame foi a saída mais justa para comentar a classificação do Coritiba para a semifinal da Copa do Brasil. O primeiro time credenciado para a fase decisiva fez um magro 1 a 0 na Ponte Preta, com gol marcado por Ariel, e agora espera o vencedor de Internacional e Flamengo para saber qual seu próximo adversário no torneio.

Os primeiros 45 minutos mostraram um Coritiba abusando do direito de (como diz o clichê futebolístico) "ter o regulamento debaixo do braço". Com a vantagem dos empates em 0 a 0 e em 1 a 1, o "Coxa Branca" tendia a se recuar mas acabava esbarrando em tropeços de seus defensores, dando margem a chances da Macaca, através dos jogadores Tinga e Carlinhos Paraíba.

Na etapa final, o time da casa equilibrou o jogo, mas continuou refém da inoperância do ataque. Enquanto isto, a Ponte arriscava e trazia perigo para a zaga do "Coxa". Por três vezes, o meia Willian obrigou o goleiro Vanderlei a fazer defesas milagrosas.

Só que, graças a um dos acasos do futebol, o alviverde paranaense conseguiu selar sua classificação. A três minutos do fim, Marcelinho Paraíba (que, surpreendentemente, está sendo escalado no meio-de-campo da equipe curitibana) conseguiu chegar à linha de fundo e seu cruzamento encontrou a cabeçada de Ariel para a bola morrer no fundo das redes do goleiro Aranha.

Embora tenha sido o primeiro a figurar na semifinal do torneio, o Coritiba é considerado o "azarão" do confronto (independente de quem sejam os outros três classificados), não só pela falta de tradição no torneio, como também pelo futebol que apresentou no jogo de ontem. Considerado técnico de qualidade duvidosa, René Simões tem de mudar o panorama tático de sua equipe nas próximas partidas, pois não costuma ser tão fácil um time se sagrar campeão da Copa do Brasil com vitórias "nas coxas".

*****

BOLA PRO MATO

Desde sua criação, a Copa do Brasil se caracteriza por ser um torneio democrático no qual as equipes dependem somente de si mesmas para passarem por vários jogos do sistema "mata-mata". Então por que cargas d'água colocar três jogos de quartas-de-final no mesmo horário, se Vasco, Vitória, Internacional, Flamengo, Fluminense e Corínthians não dependem uns dos outros para se classificarem? Sobra para o torcedor, que para prestigiar o time de coração tem de ir para o estádio num jogo que vai começar às 21h50 e, caso haja disputa de pênaltis, a "Super-Quarta" acabe na madrugada de quinta.

*****

Na seção de esportes da página eletrônica Almanaque Virtual, este que vos escreve apresentará amanhã uma crônica sobre o jogo Vitória e Vasco, no Barradão. O endereço da página é www.almanaquevirtual.uol.com.br

terça-feira, 19 de maio de 2009

Autuori e a teoria em campo



Desde as décadas de 1980 e 1990, o futebol brasileiro vem sofrendo alterações consideráveis dentro de campo. Saltam aos olhos dos torcedores times com esquemas defensivos e a ascensão de zagueiros e volantes destinados a dar botinadas nos adversários - e, pasmem, estes jogadores bons são valorizados porque "anulam" craques. Mas as mudanças não ficam restritas às quatro linhas do futebol brasileiro. O banco de reservas também sofreu uma curiosa alteração.

Geralmente, os torcedores e dirigentes confiavam o comando de suas equipes a ex-jogadores, afinal, por eles já viverem o cotidiano dos gramados, seria mais fácil controlar um time e armar uma equipe em busca da vitória. O futebol só abria exceções a pessoas anteriormente ligadas a futebol, como foi o caso do preparador físico Carlos Alberto Parreira, que se consagraria em 1994, ao levar a Seleção Brasileira ao seu quarto título na Copa do Mundo.

Provavelmente, a carreira vitoriosa de Parreira tenha aberto espaço para uma vertente de treinadores que nunca usou chuteiras chegar ao comando de uma equipe. Alguns deles são acadêmicos, como o ex-aluno do curso Educação Física na Universidade de Caxias do Sul, Celso Roth, hoje treinador do Atlético Mineiro.

E como é o caso de Paulo Autuori, que passou a comandar o Grêmio ontem. Botafogo, Cruzeiro e São Paulo são os clubes brasileiros que conseguiram bons resultados sob o comando deste carioca formado em Educação Física e Administração Esportiva e que fez um Curso de Treinadores de Futebol pela UERJ.

Ontem, na segunda edição do programa Bate bola, na ESPN Brasil, os comentaristas chamaram a atenção para a felicidade com a qual a direção do tricolor gaúcho o anunciou como o novo técnico para o Campeonato Brasileiro. Eles ressaltaram que a reação positiva era impensável em outros momentos, pois costumava-se torcer o nariz para treinadores formados em "academia", por trazerem muitos aspectos teóricos para suas equipes.

O novo treinador gremista tem o grande desafio de colocar sua teoria em campo e fazer com que o Grêmio tenha a prática de boas vitórias, tanto no Brasileirão quanto na Taça Libertadores da América. Caso contrário, a direção do tricolor gaúcho deixará Paulo Autuori de recuperação (e como todo técnico no Brasil é interino, ela pode acontecer antes mesmo do final do ano).

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Os mistérios dos pontos corridos



As resenhas esportivas ainda questionam se o melhor formato para o Campeonato Brasileiro é o "mata-mata" de outrora ou o sistema de pontos corridos (a inovação do terceiro milênio para o torneio). Os defensores do modelo atual afirmam que o turno e returno tornam o Brasileirão ainda mais emocionante, pois o mistério não fica restrito ao vencedor do ano - e, em alguns anos, esta charada foi definida rodadas antes do campeonato acabar. A ansiedade permanece até a última rodada para o país saber quem serão os representantes brasileiros na Taça Libertadores da América, quais os times estarão credenciados para a Copa Sul-Americana e quais serão os quatro clubes que irão para a Segunda Divisão do futebol nacional. Mas a longa temporada brasileira incluiu há algum tempo um novo mistério: quando cada time começará a disputar, de fato, o Brasileirão.

Como se trata de um campeonato com 38 rodadas, as equipes costumam pensar no imediatismo das competições paralelas. O Brasileiro só será resolvido em dezembro, mas a Copa do Brasil e a Taça Libertadores terminam antes - e em suas fases decisivas apresentam jogos muito mais estafantes. Com isto, alguns times resolvem entrar em campo com equipes mistas ou até reservas, dando aos titulares o fim de semana para que no meio de semana todos estejam em boas condições de jogo. A atitude dos treinadores criou um mistério para a torcida: quando vale a pena ir ao estádio acompanhar um time disposto a ganhar e com capacidade de sair vitorioso na rodada?

Ontem, de última hora, a torcida corintiana soube que Ronaldo estaria em campo no empate com o Botafogo, no Engenhão. O Fluminense, adversário do alvinegro paulista nas quartas-de-final da Copa do Brasil, deu descanso a seis titulares no jogo contra o Barueri, no interior de São Paulo. Sim, são competições importantes para voos mais altos das equipes envolvidas. Mas num campeonato de pontos corridos cada vez mais nivelado como é o Brasileirão, uma equipe consegue calcular à risca os pontos que pode se dar ao luxo de perder?

Mal o Campeonato Brasileiro começou e os mistérios dos pontos corridos já começam a assombrar as torcidas de todo o país. E olha que a época da "janela" para o futebol europeu ainda está bem longe de chegar.

*****

O tempo e o placar... apresenta os dois extremos da segunda rodada do Campeonato Brasileiro.

O CHUTAÇO

O Internacional encontrou uma forma curiosa de jogar com cautela por causa das quartas-de-final da Copa do Brasil, mas sem deixar de lado a atenção do Campeonato Brasileiro. O técnico Tite colocou em campo os "reservas de luxo" Guiñazu, D'Alessandro e Nilmar durante algum tempo de partida, e isto ajudou o colorado a vencer o Palmeiras por 2 a 0 e conseguir sua segunda vitória e a atual liderança no Brasileirão (ao lado do Vitória, que também está com seis pontos).

A FURADA

A trinca do Rio de Janeiro não só deixou escapar as vitórias como também conseguiu a proeza de sair de campo sem balançar as redes. E Flamengo e Fluminense não saíram do 0 a 0 contra os estreantes Avaí e Barueri, respectivamente. No outro 0 a 0 carioca, o placar foi até "normal" para um jogo entre Botafogo e Corínthians. Mas ter em seu ataque um Victor Simões que só sabe ficar em impedimento foi de cortar o coração alvinegro.

domingo, 17 de maio de 2009

Fogo brando



Com o Brasil vendo seu futebol cada vez mais carente de craques, logo que uma promessa desponta em gramados brasileiros a tendência é de que todos fiquem cercando o jogador de cuidados para que ele não seja somente um fogo de palha. Primeiro ele atua no finzinho da partida, depois entra no segundo tempo, até, enfim, ser titular (e, quem sabe, titular absoluto). Foi este o caso de Neymar, que atualmente faz a dupla de ataque do Santos com Kléber Pereira.

Considerado um jogador promissor tanto com a camisa santista quanto para uma provável convocação para a Seleção Brasileira, o menino agora é cercado por um tipo de cuidado bem curioso no Santos. O treinador da equipe, Vágner Mancini, afirmou recentemente que Neymar vai voltar a ficar no banco de reservas, para preservar a imagem do jogador.

Sim, é válida a ideia de que os jogadores em início de carreira não podem ser "queimados" por receberem a responsabilidade de carregar um grande time nas costas. Mas no caso de Mancini, Neymar está sendo "punido" com a barração somente por que está sendo valorizado pela imprensa esportiva?

Muitos jogadores promissores precisaram sair das equipes nas quais foram reveladas para que tivessem seus valores reconhecidos. Não é o caso de Neymar, que desde o início vem enchendo os olhos dos torcedores do Santos com seu talento. O jogador imediato para sua vaga, Maicon Leite, tem futebol inferior a ele. Barrar Neymar não poderia ser uma forma de Vágner Mancini atrapalhar a própria equipe que treina?

Ao que parece, o técnico está tentando abrandar o fogo em torno da promessa santista. Mas, se Mancini não tomar cuidado, ele mesmo pode queimar seu filme e perder o cargo de treinador do Santos.

sábado, 16 de maio de 2009

Sem ressentimentos?





Devido à ausência de verba para conseguir jogadores de ponta em sua equipe, o Fluminense recorreu a uma antiga tática de equipes cariocas para o período do Campeonato Brasileiro. O tricolor voltou suas atenções para times do interior do estado e, de lá, contratou um atacante para seu elenco. Promessa lançada pelo Americano, Kieza, de 22 anos, é mais um a disputar vaga no ataque do Flu.

Apesar do bom Campeonato Estadual, o jogador chamou atenção da imprensa esportiva por um incidente ocorrido num confronto contra o seu atual clube. Na partida entre Americano e Fluminense, o goleiro tricolor Fernando Henrique deu um soco nas pernas de Kieza em um lance fora de disputa de bola. FH levou cartão amarelo pela atitude.

Passados três meses, agora os dois serão companheiros de clube, e ambos os jogadores minimizam o fato, atribuindo o que Fernando Henrique fez ao "calor da partida". Realmente, pode ter sido um destempero do goleiro. Mas, ele sabendo que o mundo do futebol cada vez mais dá voltas e que os jogadores trocam de time num espaço cada vez mais curto, devia saber que o adversário em campo mais tarde poderia vestir a mesma camisa que ele defende.

A torcida do Fluminense espera que não haja mais ressentimentos entre os dois. E que tanto Fernando Henrique quanto Kieza contribuam para que o tricolor das Laranjeiras tenha bons resultados no Brasileirão.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Escrete do banco



A literatura esportiva dedicou muitas linhas a atletas que foram além das grandes jogadas em campo e chegaram a ser mitos da nossa história. Também há espaço nas prateleiras de esporte a históricos, tabelas e registros de campeonatos do futebol de todos os campeonatos do mundo. Mas já há algum tempo faltava uma homenagem a aquelas pessoas que não entram em campo, mas por meio de treinamentos diários e de gritos à beira do campo, tornaram equipes campeãs.

Após um longo trabalho de pesquisa, o jornalista Maurício Noriega entra no campo literário para enumerar os 11 craques dos bancos de reservas do país. Em Os 11 maiores técnicos do futebol brasileiro (Editora Contexto, preço médio de R$ 35,00), o atual comentarista do canal a cabo Sportv "escalou" um escrete de grandes treinadores que marcaram a história do futebol por ajudarem um grupo de jogadores a chegarem a grandes glórias.

Logo no início do livro, Noriega coloca uma questão: "Atacante bom é aquele que faz gol. Goleiro bom é aquele que evita gol. E técnico bom, quem é? O grande estrategista, que domina as teorias? O paizão, que trata os jogadores como crianças crescidas e carentes, necessitadas de compreensão e apoio? O tático, capaz de virar o jogo no intervalo com alterações surpreendentes? O que revela jogadores? O que lida bem com estrelas? O que sabe "ler o jogo"? O que estuda os adversários? Ou, simplesmente, o vencedor?".

Num "pente fino" pela história dos gramados nacionais, o jornalista escolhe aqueles que ele considera os 11 melhores de todos os tempos, numa escalação irresistível. Oswaldo Brandão, Bela Gutman, Vicente Feola, Lula, Zagallo, Rubens Minelli, Ênio Andrade, Telê Santana, Luxemburgo, Felipão e Muricy Ramalho são os "escolhidos" de Maurício Noriega. Mas, em vez de somente colocar suas opiniões no livro, há algumas páginas dedicadas a entrevistas com pessoas do mundo do futebol que conviveram definitivamente com cada um dos treinadores.

Graças à conversa com Falcão, pode-se saber os motivos de a "boleirada" adorar Ênio Andrade. Com Müller, descobre-se as duas faces de Telê Santana, dentro e fora de campo. E o goleiro Rogério Ceni conta como Muricy Ramalho o incentivou a ser hoje o goleiro-artilheiro que é.

Mais um gol de placa da literatura futebolística no Brasil. E, desta vez, a favor dos artilheiros do banco de reservas, que sempre merecem nosso aplauso, para amenizar o número de vezes que os chamamos, no calor da partida, de "burro". Em Os 11 maiores técnicos do futebol brasileiro, desfila um time de inteligência à beira do gramado brasileiro.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Coadjuvante de luxo



Em noite de gala para as quartas-de-final da Copa do Brasil, quem roubou a cena dentre as partidas de ida do torneio foi o Vasco. Com uma ótima partida, o time derrotou o Vitória por 4 a 0 em São Januário e saiu de campo com a vantagem de conquistar a vaga mesmo se perder por três gols de diferença no jogo da Bahia.

Novamente, a união vascaína ficou explícita no gramado, e acabou simbolizada pelos autores dos gols: todos eles foram marcados por jogadores diferentes. Carlos Alberto e Élton no primeiro tempo (ambos com oportunismo) e Paulo Sérgio e Nílton no segundo (ambos em cobranças de falta) escreveram a história de um jogo no qual se destacou também o nome do meia Léo Lima - que, do futebol displicente de temporadas anteriores, parece estar recuperando o senso futebolístico, graças a mais um bom trabalho do técnico Dorival Júnior.

Entretanto, por mais que a classificação esteja bem encaminhada, o Vitória faz bastante jus ao título de melhor da Bahia. Em todos os momentos a equipe criou chances diante da defesa do Vasco, em especial através dos pés do lateral Apodi (que, no segundo tempo, em alguns momentos jogou como ponta-de-lança). Mesmo com uma diferença bem grande para tirar, a equipe do técnico Paulo César Carpegiani não deve entregar fácil a vaga nas semifinais da Copa do Brasil, em especial com a torcida apoiando o rubro-negro no Barradão.

No confronto direto com o vencedor de Vasco e Vitória, outro coadjuvante chamou atenção dos torcedores. Enquanto corintianos e tricolores esperavam um bom embate entre Ronaldo e Fred, Dentinho entrou na área e marcou o gol da vitória do Corínthians sobre o Fluminense, por 1 a 0. O Fenômeno até tentou se destacar, mas esbarrou em ótima atuação do goleiro Fernando Henrique.

Na outra partida das quartas, Ponte Preta e Coritiba ficaram em igualdade no primeiro jogo, mas o 2 a 2 em Campinas deu um leve favoritismo ao "Coxa Branca", que se classifica com empate em 0 a 0 ou em 1 a 1. O adversário deste confronto também está muito em aberto.

Flamengo e Internacional tiveram um primeiro embate cheio de emoções. Do lado rubro-negro, uma série de gols perdidos, em especial nos chutes de Ibson e Kléberson. Da parte colorada, chamou atenção o bom esquema defensivo, como forma de amenizar as atuações apagadas de D'Alessandro e Nilmar. Por muito pouco, o clichê "quem não faz, leva" não foi usado para falar sobre a atuação do Flamengo. No último minuto, Bruno fez três defesas milagrosas (duas delas caído no chão) e garantiu pelo menos um 0 a 0 no placar do Maracanã.

Quarta que vem, a trajetória da Copa do Brasil continua. Resta definir quem vai roubar a cena e seguir em busca da caminhada rumo à Taça Libertadores da América.

*****

BOLA PRO MATO

Três brasileiros classificados para a próxima fase da Libertadores. Em campo, o Palmeiras eliminou o compatriota Sport graças às mãos de Marcos (citadas no post de ontem de O tempo e o placar...) e, ontem, o Grêmio confirmou sua classificação com um 2 a 0 diante do San Martin, no Olímpico. Do lado de fora, o São Paulo foi beneficiado pela gripe suína, e seu adversário mexicano decidiu sair do torneio. O importante ao tricolor paulista é ter saúde para continuar nesta maratona sul-americana.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

As mãos santas



Sim, quando um time sucumbe nos pênaltis, os comentaristas sempre caem no clichê de que "pênalti é loteria". Mas se o goleiro do time vencedor após a cobrança de penalidades máximas atende pelo nome de Marcos, o placar da disputa vai muito além de sorte do goleiro ou falta de sorte de quem bateu o pênalti. Somam-se à disputa a palavra eficiência e, alguns dizem, até milagre.

Mesmo diante de uma Ilha do Retiro tomada pelo vermelho e preto e em êxtase depois de, a nove minutos do fim, o Sport conseguir o gol que dava sobrevida ao time nas oitavas-de-final da Taça Libertadores da América, as mãos santas de Marcos continuavam firmes na tentativa de não deixar a vaga do Palmeiras escorrer pelos dedos. E a atuação do camisa 12 palmeirense não ficou restrita aos minutos finais da partida, pois a equipe de Recife pressionou do início ao fim, principalmente com seu líder nato, o experiente Paulo Baier. Ex-companheiro de Marcos no Palmeiras entre 2006 e 2007, o meia viu nada menos que três chances pararem em defesas de seu agora adversário.

Mas, apesar da superioridade do rubro-negro, o Palmeiras fez valer o gol "cacheado" de Ortigoza na partida de ida em São Paulo para que o gol de Wilson fosse insuficiente na classificação direta do Sport. O tira-teima entre a sensação da Libertadores e a equipe que passou de fase aos trancos e barrancos merecia ir para a imprevisível disputa de pênaltis, pelo bem do futebol brasileiro.

E o raio caiu mais uma vez no mesmo lugar. Ou melhor, foi lançado mais uma vez, pelo mesmo milagreiro. Na série de cobranças, Marcos defendeu os pênaltis de Luciano Henrique, Fumagalli e Dutra, e o Palmeiras saiu de campo com uma vitória por 3 a 1 no pós-jogo. Uma classificação com todos os méritos, diante de um rival que atuou bem e valorizou ainda mais a conquista da vaga às quartas-de-final.

Conforme declarou o jornalista Lédio Carmona em seu blogue (o link está dentre os favoritos de O tempo e o placar...), "Marcos é uma espécie de santo com poderes de super-herói. Quando ele resolve entrar em cena, a história sempre tem o mesmo fim". A torcida espera que no final dos próximos capítulos, os desfechos sejam felizes para o Palmeiras no caminho da Taça Libertadores da América.

*****

BOLA PRO MATO

Em São Paulo, Ronaldo enfrenta Fred no Corínthians e Fluminense. No Rio, o Flamengo coloca à prova o favoritismo do Internacional neste início de 2009. As quartas-de-final da Copa do Brasil começam bem interessantes nesta quarta-feira.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Escambos e protecionismo



Com o Campeonato Brasileiro ainda em seus primeiros passos, o Flamengo encontrou uma forma de se reforçar ao mesmo tempo que busca diminuir sua folha salarial e o problema crônico de jogadores contratados a peso de ouro e que em campo rendem muito abaixo do que o time e sua torcida esperam.

Foi o caso do meia Zé Roberto. Contratado no início do ano para ser o camisa 10 da Gávea, o jogador até começou bem, marcando alguns gols. Mas, no decorrer dos jogos, seguiu com o mesmo estigma dos demais atacantes rubro-negros: vieram pífias partidas, nas quais ele só era notado se o torcedor estivesse com um jornal e quisesse ver quem tinha entrado em campo. Ao que parece, dentre a lista de ataque que o Flamengo tem (os outros nomes são Obina, Josiel e Erick Flores), Zé Roberto será o escolhido para deixar o clube, agora que uma nova - nem tão nova assim com o uniforme vermelho e preto - esperança de gols chegou ao clube: Adriano.

Depois de se destacar na temporada de 2008, Zé Roberto tinha chegado na Gávea com um aval importantíssimo: ele era um dos comandados do técnico Cuca no Botafogo. Como seu primeiro semestre flamenguista não rendeu, ele agora virou moeda de troca da Gávea. Só que as possibilidades de chegada à Gávea encontram as mesmas características: temporadas bem sucedidas com a camisa alvinegra.



Uma das opções veio de terras mineiras. Artilheiro do Estadual de 2008, Wellington Paulista não honrou o investimento depositado nele, e atualmente vem ficando na reserva do Cruzeiro. Numa primeira tentativa, o jogador se esquivou da negociação, afirmando que sua família está bem instalada em Minas Gerais e ele não pensa em mudar de ares tão cedo.



Outro ex-jogador do Botafogo que está na mira do Flamengo parece ter uma negociação mais adiantada. Na página eletrônica GloboEsporte.com, hoje de manhã foi divulgado que o acordo entre o time rubro-negro e o meia Lúcio Flávio está bem próximo de acontecer. Desde que foi contratado pelo Santos, Lúcio não tem feito boas atuações, e o técnico Vágner Mancini confirmou que o jogador deveria procurar outro clube, pois "dentro de campo as coisas não acontecem".

Em 2009, as coisas não aconteceram para os ex-botafoguenses Zé Roberto, Wellington Paulista e Lúcio Flávio. Apesar disto, Cuca ainda investe no futebol deles, e, como fez com o atual camisa 10 rubro-negro, vai procurar dar uma chance flamenguista a outro (ou, quem sabe, outros) atleta que ele confiou no ano anterior.

Próximo de acontecer mais um "escambo" no futebol brasileiro, o Flamengo espera que o técnico Cuca esteja apostando num bom futebol. E que o time não seja um mero encosto de jogadores que outrora estiveram em boa fase, mas hoje defendem clubes somente por afinidade com um treinador.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Brasileirão - ATO 1, Prólogo



O ano do futebol brasileiro definitivamente começou neste fim de semana, com a primeira rodada do Campeonato Brasileiro. Após os modorrentos campeonatos estaduais e uma Copa do Brasil ainda nas primeiras fases (e sem muitas surpresas para os times tradicionais), o trabalho de 20 equipes do Brasil, enfim, será posto a prova.

Logo na primeira rodada, dois campeões do Sudeste mostraram suas armas. E o campeão mineiro, o Cruzeiro, derrotou o melhor do Rio de Janeiro, o Flamengo, num jogo que comprovou que poder ofensivo fará muita falta do lado rubro-negro. Foram muitos gols perdidos (inclusive um pênalti cobrado por Juan e defendido por Fábio) na derrota por 2 a 0 para os cruzeirenses. O duelo entre melhores de seus respectivos estados também aconteceu entre duas regiões diferentes. E o nordestino Vitória surpreendeu o Atlético Paranaense em plena Arena da Baixada, também ganhando por 2 a 0.

Seguindo o exemplo de Barueri e Avaí, o também recém-chegado à Primeira Divisão, Santo André, arrancou um empate em 1 a 1 com o Botafogo, mostrando que os "caçulas" da Série A podem não ser meros figurantes no Campeonato Brasileiro de 2009. 1 a 1 também foi o placar de Grêmio e Santos no Olímpico, no jogo mais franco desta rodada inicial do torneio mais importante do país (chances de gol para ambos os lados durante os 90 minutos). Numa rodada farta de gols - não houve nenhuma partida que tenha passado em branco - Goiás e Náutico cederam seis deles no empate em 3 a 3 no Serra Dourada. Melhor para os pernambucanos, que chegaram a estar perdendo por 3 a 1.

E se teve muito gol, certamente tinha de acontecer algum gol bonito. Um deles, nos acréscimos de Cruzeiro e Flamengo no Mineirão, quando Ramires recebeu bola na direita e, caprichosamente, passou por seus adversários até fazer o gol que decretava a vitória da Raposa. Nos outros dois jogos, curiosamente, o placar terminou em 1 a 0. No Fluminense e São Paulo disputado no Maracanã, o tricolor carioca logo aos dois minutos mostrou um bom cartão de visitas, com um belo chute de Maurício que bateu no travessão antes de entrar no gol de Bosco. Em São Paulo, o Internacional superou o Corínthians também pela diferença mínima, mas com um golaço que vale por muitos. Nilmar simplesmente passou por seis jogadores corintianos antes de colocar a bola no fundo das redes de Felipe.

Um bom prólogo para o primeiro ato do Campeonato Brasileiro de 2009. Resta saber se as próximas rodadas continuarão com suas emoções a cada jogo e, principalmente, qual equipe chegará bem até agosto, quando há o entreato da maldita "janela" do torneio. E que prossiga o espetáculo!

*****

Com o início do Campeonato Brasileiro, O tempo e o placar... apresentará uma nova seção, na qual aparecerão os dois extremos do futebol brasileiro em suas rodadas. Gols, atitudes de jogadores ou de equipes, estarão neste novo panorama. Naturalmente, todos os leitores fiquem à vontade para comentar o que é escrito aqui, além de trazer outros pontos de vista sobre a rodada do Brasileirão.

O CHUTAÇO

Os belíssimos gols de Nilmar, do Internacional, de Maurício, do Fluminense, e de Ramires, do Cruzeiro. Somente por estas pinturas já valeu a pena ter acompanhado a primeira rodada do Campeonato Brasileiro.

A FURADA

O treinador Mano Menezes poupar nove titulares para a rodada da Copa do Brasil de quarta-feira. Querer que jogadores importantes sejam poupados já é uma atitude meio duvidosa. Imagine entupir de reservas em uma estreia num campeonato de pontos corridos. São três pontos jogados fora, e que podem fazer diferença em dezembro.

domingo, 10 de maio de 2009

O matar ou morrer do Campeonato Brasileiro



Passada a pré-temporada de luxo dos Campeonatos Estaduais, agora começa, de fato, o ano do futebol brasileiro. Esta é a rodada de estreia do Campeonato Brasileiro, no qual 20 clubes se enfrentarão em 38 rodadas para, ao final, o país conhecer qual o grande vencedor do ano.

A princípio, são 19 times contra o São Paulo - afinal, o tricolor paulista vem de um fantástico tricampeonato consecutivo, que o tornou o maior vencedor do Brasileirão (desde que passou a ser jogado na fórmula como se mantém até os dias de hoje) - e os demais clubes não vão querer que ele se distancie ainda mais. Mas a tentativa de parar a hegemonia são-paulina é apenas um dos grandes ingredientes que o torneio promete.

O país voltará a ver jogadores consagrados em gramados europeus atuando em terras brasileiras - Ronaldo, no Corínthians, Fred, no Fluminense, e Adriano, no Flamengo. As equipes que tiveram bons inícios de ano nas competições estaduais terão suas provas de fogo, para comprovarem ao Brasil que não são somente equipes regionais - casos de Internacional e Cruzeiro, elevados ao posto de melhores times do início de 2009. Este ano também será uma temporada de desafios para o Corínthians: um ano depois de conseguir, em campo, a volta para a Série A, o alvinegro tem de mostrar que seu renascimento foi o suficiente para continuar figurando entre os 20 melhores do Brasil.

E dentre os que têm o direito de disputar a Primeira Divisão, o ano de 2009 apresenta novidades. Os paulistas Santo André e Barueri e o catarinense Avaí pela primeira vez fazem parte do seleto grupo intitulado "elite do futebol brasileiro". Os dois últimos estrearam ontem, e ambos com empates (o Barueri empatou em 1 a 1 com o Sport, em Pernambuco, e o Avaí, em Santa Catarina, chegou a estar vencendo o Atlético Mineiro por 2 a 0, mas ao final permitiu o 2 a 2 entre os dois times). Nesta temporada, eles enfrentarão o desafio de mostrar que a ascensão futebolística não foi mero acaso ou um lampejo de bom futebol.

Após discussões de fora de campo, o Campeonato Brasileiro se manteve no formato de dois turnos e disputa por pontos corridos. Além da briga pelo título, permanecem as brigas paralelas - quatro primeiros na Taça Libertadores da América, do quinto ao décimo-segundo se classificam para a Copa Sul-Americana, e os quatro últimos perdem o direito a, no ano seguinte, estar na Primeira Divisão. Atrativos um tanto quanto curiosos, aos quais o Brasil se acostumou nos últimos anos, quando se decidiu que o calendário iria abolir o sistema de "mata-mata".

Entretanto, o "mata-mata" continua. Com os 20 times sabendo que cada rodada do extenso Campeonato Brasileiro é um passo a mais para matar ou morrer, no caminho para a glória de ser o melhor do Brasil em 2009.

*****

BOLA PRO MATO

Diante de uma torcida em festa digna de final de campeonato, o Vasco estreou no Campeonato Brasileiro da Série B com uma vitória por 1 a 0 sobre o Brasiliense, em São Januário. A torcida vascaína terá se acostumar a resultados magros como o de ontem. Além da Segunda Divisão estar cada vez mais nivelada (provavelmente por baixo), a equipe vascaína demonstrou que está em campo com um time competitivo, deixando de lado o espetáculo do futebol e priorizando a conquista de três pontos a cada rodada.

sábado, 9 de maio de 2009

A hora da vidraça



Dentro de algumas horas, o Vasco entra em campo para dar seu primeiro passo numa das caminhadas mais difíceis de sua história. Acostumado a figurar entre os melhores do Brasil durante sua trajetória esportiva, o time agora luta para em 2010 voltar a disputar a Série A do Campeonato Brasileiro.

Dívidas, corrupção e algumas atitudes típicas do retrocesso do futebol brasileiro chamado Eurico Miranda levaram o clube ao fundo do poço. Cabe agora ao novo presidente, Roberto Dinamite, e à equipe que ele ajudou a montar dentro e fora das quatro linhas, a obrigação de tirar o Vasco da segunda safra de times do Brasil.

Após o rebaixamento ao final do ano passado, o clube agora respira fundo e estreia, diante do Brasiliense, nos braços da torcida, em São Januário. Na tentativa de erguer a cabeça e, no campo, voltar a viver bons dias nos gramados, o Vasco inicia a trajetória na qual vai ser a "vidraça".

No Campeonato Estadual que passou e na Copa do Brasil que ainda está jogando, o time veio desacreditado, considerado inferior aos adversários. E, por isso, surpreendeu. A partir de hoje, o Vasco entra em campo com superioridade na história e, aparentemente, com um time superior aos 19 adversários que entrarão em campo contra ele durante o resto do ano. Resta à equipe de Dorival Júnior se proteger bastante, para que sua vidraça não esteja tão exposta ao alvo dos participantes da Segunda Divisão.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A incógnita do Imperador



Cerca de um mês depois de ter anunciado a interrupção de sua carreira e de pedir o desligamento de seu clube, a Internazionale de Milão, o atacante Adriano saiu do ostracismo futebolístico para retornar a suas atividades nos gramados. Ontem, o jogador foi apresentado como o grande reforço do Flamengo para a disputa do Campeonato Brasileiro de 2009.

Mais do que uma contratação de impacto para o futebol brasileiro - a terceira no ano, num 2009 no qual o Brasil repatriou Ronaldo para o Corínthians e Fred para o Fluminense - Adriano volta para a Gávea com a incumbência de suprir a carência do ataque rubro-negro. Obina, Josiel, Zé Roberto, Emerson, Erick Flores e Everton foram alguns dos atacantes que tiveram participações ruins nas partidas do Flamengo pelo Estadual e pela Copa do Brasil nos primeiros meses de futebol.

No entanto, por mais que Adriano seja um jogador de destaque no cenário mundial, a contratação dele nada mais é do que uma aposta do Flamengo. Afinal, nos últimos anos o jogador oscilou entre gols e problemas de indisciplina e até depressão que afetaram seu desempenho em campo. Em sua apresentação, ele disse que agora se sente como o mesmo menino que iniciou sua trajetória com a camisa rubro-negra. Mas será que a identificação com o clube é suficiente para suportar também as limitações do panorama de desestruturação do futebol brasileiro?

Outra questão paira no ar sobre o novo passo na carreira de Adriano. Será que ele estava sendo sincero ao decidir parar de jogar por um tempo, ou foi mero pretexto para sair da Inter e retornar ao seu clube de coração?

São interrogações desta nova volta do Imperador aos gramados brasileiros. A única certeza do retorno de Adriano é que, com ele, o Campeonato Brasileiro tende a ganhar mais destaque - espera-se que dentro de campo. De resto, são apenas interrogações, como o ponto de interrogação que apareceu nas costas da camisa que Adriano vestiu ontem. Ela simboliza o recomeço da história de Adriano no futebol brasileiro, desta vez mostrando a nova incógnita do Imperador.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Vasco deixa zebra pelo caminho e está nas quartas da Copa do Brasil



Mostrando um futebol bem diferente do apresentado na semana passada no Rio de Janeiro, o Vasco eliminou o Icasa com uma goleada por 4 a 1 e se classificou para as quartas-de-final da Copa do Brasil. Com dois gols de Léo Lima (ambos de pênalti), um de Élton e um de Vilson (Leozinho, também de pênalti, descontou para a equipe de Juazeiro do Norte), o time conseguiu evitar que se repetisse a história de eliminações prematuras contra equipes de menor expressão no torneio - Baraúnas e XV de Novembro de Campo Bom foram alguns deles - e deixou pelo caminho uma zebra do interior do Ceará. Agora, o time de São Januário enfrentará o Vitória (que eliminou o Atlético Mineiro com uma vitória nos pênaltis por 5 a 4, após derrota por 3 a 0 para o Galo no tempo normal da partida do Mineirão).

Com a qualidade de sua equipe posta em dúvida depois do pífio empate em 1 a 1 contra o Icasa em São Januário, o Vasco precisava fazer gols (com o 1 a 1 da primeira partida, o empate em 0 a 0 classificaria o time cearense). Apesar de marcar a saída de bola do Icasa, o time vascaíno tinha menos posse bola do que os anfitriões. Num início de constantes passes errados, a primeira chance veio em cobrança de bola parada. Panda arriscou um chute forte, mas a bola passou longe do gol de Tiago, aos seis.

A primeira chance do Vasco veio somente aos 10 minutos. Élton recebeu bola de costas para a marcação e passou de calcanhar para Enrico, só que o meia adiantou e a zaga do Icasa afastou para escanteio. Na cobrança de Paulo Sérgio, Léo Lima subiu mais que os zagueiros, mas cabeceou para fora.

Aos poucos, o time de São Januário chegava ao ataque. Numa das investidas, Paulo Sérgio recebeu passe de Léo Lima em diagonal e foi derrubado por Joãozinho dentro da área. Pênalti. Léo Lima cobrou rasteiro, no canto esquerdo, deslocando Ari para o outro lado. Vasco 1 a 0.

Agora sem a vantagem do empate, o Icasa começou a pressionar o jogo, e aos 20 deu o primeiro susto na torcida vascaína. Leozinho passou pela zaga e arriscou num chute rasteiro. Tiago espalmou para o lado e Marco Vinícius aproveitou o rebote, mas a bola foi para fora. Três minutos depois, em nova pressão do time da casa, Leozinho foi derrubado perto da grande área. O próprio jogador cobrou, mas a bola passou à direita do gol de Tiago. Na jogada seguinte, Paulo Sérgio cruzou para defesa do goleiro Ari. O camisa 2 tentou mais uma vez cruzamento para a área em cobrança de falta, mas Vilson cabeceou para fora, aos 27.

Aos 29, Leozinho novamente assustou em cobrança de falta. Num jogo de muitas faltas, novamente o Vasco teve chance de ampliar a vantagem, em cobrança de falta de Paulo Sérgio, mas o goleiro Ari conseguiu segurar, aos 33.

Dois minutos depois, Rodrigo Pimpão recebeu bola perto da área, girou na frente do zagueiro e o goleiro Ari defendeu no meio do gol. No lance seguinte, o camisa 11 puxou um contra-ataque e arriscou da esquerda, mas o goleiro conseguiu jogar para escanteio.

O técnico Dorival Júnior pediu para o time voltar a pressionar a saída de bola do adversário. E numa das tentativas perto da área da equipe de Juazeiro, o Vasco chegou ao seu segundo gol. Rodrigo Pimpão entregou bola na direita para Paulo Sérgio e o lateral passou para Élton, com tranquilidade, colocar para o fundo das redes. Vasco 2 a 0, aos 42 minutos.

Com dois minutos de acréscimo, a primeira etapa terminou no Estádio Romeirão, e o Icasa foi para o vestiário com a consciência de que precisaria fazer pelo menos três gols para se classificar às quartas-de-final da Copa do Brasil. Por isto, o técnico Flávio Araújo realizou duas substituições logo no intervalo. Na lateral, Joãozinho saiu para a entrada de Gilberto Matuto. No ataque, Marciano (autor do gol do time cearense em São Januário) substituiu Moré.

Mas quem marcou no início de segunda etapa foi o Vasco. Aos quatro minutos, Ramón cobrou escanteio na esquerda. Vilson cabeceou, a bola resvalou no zagueiro do Icasa e enganou Ari. 3 a 0.

A equipe vascaína demonstrava mais tranquilidade, e teve outras duas chances de marcar. Uma, com Rodrigo Pimpão, que tentou fazer gol por cobertura mas o goleiro Ari evitou, e outra, em chute de Enrico que foi para fora. Aos 12 minutos, o Icasa fez sua última alteração: Esquerdinha saiu para dar lugar a Jeferson.

Aos 14, Leozinho passou por Gian e chutou para o gol, mas Tiago desviou com a ponta dos dedos. No minuto seguinte, insatisfeito com o rendimento de Enrico em campo, Dorival Júnior tirou o jogador para a entrada de Carlos Alberto, que retornava à equipe depois de um bom tempo afastado dos gramados por contusão.

Com 19 minutos da segunda etapa, Marciano tentou jogada perto da área e foi parado por Mateus. Como o jogador já tinha levado o cartão amarelo no primeiro tempo, o segundo amarelo puxado por Antônio Hora Filho fez com que o Vasco passasse a jogar com 10. Para recompor o time, Dorival Júnior realizou uma nova alteração: o atacante Élton foi substituído pelo meia Bruno Gallo, aos 25.

No minuto seguinte, Carlos Alberto cruzou para a esquerda, Ramón lançou para o meio com Rodrigo Pimpão, só que na hora de chutar, o atacante enfeitou demais e perdeu a chance de chute. Ele ainda tentou jogada com Bruno Gallo, mas o ataque foi desperdiçado. Aos 28, Amaral arriscou em cobrança de falta, mas pegou muito embaixo da bola.

Um minuto depois, Gilberto Matuto entrou livre na área e foi derrubado por Tiago. Pênalti. Leozinho deu uma paradinha e fez o gol, mas o árbitro mandou voltar por causa da invasão de área de um jogador do Icasa. Na segunda cobrança, novamente Leozinho fez uma paradinha antes de acertar o canto esquerdo do gol. 3 a 1 Vasco, aos 31.

Dois minutos depois, Paulo Sérgio cobrou falta e no rebote Rodrigo Pimpão chutou por cima. Aos 34, Bruno Gallo entrou na área e se chocou com Thiago. O juiz Antônio Hora Filho marcou pênalti. Léo Lima novamente cobrou no lado oposto de onde caiu o goleiro Ari. Vasco 4 a 1, aos 35.

A oito minutos do fim, o time carioca teve sua última substituição. Edgar entrou no lugar de Rodrigo Pimpão. Aos 39, Marco Vinícius cruzou para a área vascaína mas o zagueiro Thiago desperdiçou, com seu voleio, a oportunidade do segundo gol do Icasa.

Aos 41 minutos, o goleiro Tiago levou uma bolada no queixo e ficou caído no gramado por alguns instantes. Quando o jogo retornou, o Icasa teve três chances. Uma com Gilberto Matuto, em chute desviado por Léo Lima aos 42, uma tentativa de Marco Vinícius que foi por cima do gol, a um minuto do fim, e, no lance que foi mais próximo do gol, Alan chutou rasteiro perto da trave direita de Tiago, aos 47.

Aos 49 minutos, Antônio Hora Filho encerrou a partida. Classificado para as quartas-de-final da Copa do Brasil, o Vasco agora se concentra na disputa da Série B do Campeonato Brasileiro - a estreia acontece no sábado, contra o Brasiliense, em São Januário. Espantada a zebra cearense, o time cruzmaltino agora se prepara para um torneio no qual corre o risco de cruzar com novas zebras pelo caminho.

*****

ICASA (CE) 1x4 VASCO

Estádio: Romeirão (em Juazeiro do Norte).

Árbitro: Antônio Hora Filho (de Sergipe).

Gols: Léo Lima, aos 18, e Élton aos 42 minutos do primeiro tempo. Vilson, aos três, Leozinho, aos 31, e Léo Lima, aos 35 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Joãzinho, Thiago (Icasa), Mateus, Tiago (Vasco).

Expulsão: Mateus (Vasco).

ICASA - Ari, Alan, Panda e Thiago; Marco Vinícius; Jonas, Guto, Esquerdinha (Jeferson) e Joãozinho (Gilberto Matuto); Moré (Marciano) e Leozinho. Técnico: Flávio Araújo.

VASCO - Tiago, Paulo Sérgio, Vilson, Gian e Ramón; Amaral, Mateus, Enrico (Carlos Alberto) e Léo Lima; Rodrigo Pimpão e Élton (Bruno Gallo). Técnico: Dorival Júnior.

*****

BOLA PRO MATO

Outro time carioca conseguiu espantar uma zebra cearense no Nordeste. No duelo de tricampeões estaduais, o Flamengo (tricampeão carioca) derrotou o Fortaleza (tricampeão cearense) pelo placar de 3 a 0. Agora, o rubro-negro do Rio enfrentará o Internacional, que despontou como um dos melhores times do país neste início de campeonato.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Em Minas reluz um Cruzeiro



O Sudeste conheceu mais um campeão estadual no domingo. Das Minas Gerais o brilho ficou mais forte através do azul do Cruzeiro, que em todo o campeonato fez jus ao primeiro verso de seu hino escrito por Jadir Ambrósio - "existe um grande clube na cidade". O Mineirão foi palco da confirmação da conquista cruzeirense (de número 36 no torneio), vinda com um empate em 1 a 1, resultado de ótimo tamanho depois da goleada por 5 a 0 no primeiro embate contra o tradicional rival Atlético Mineiro.

Título invicto, com direito a uma acachapante vitória na decisão contra o maior adversário de seu estado. De fato, um estadual memorável para a torcida cruzeirense, que, diante do bom futebol apresentado nesta página heroica de sua nova conquista, pode almejar outras glórias - dentre elas, ser o melhor da América do Sul ao vencer a Taça Libertadores da América.

No entanto, ao consultar a trajetória do novo bicampeonato mineiro, o Cruzeiro tem de prestar atenção em como foi o panorama do estadual de 2009. O que era, anteriormente, uma duríssima disputa entre o time azul e o Atlético Mineiro para ser o melhor de Minas, nos dias de hoje vem caindo para uma soberania da Raposa - munida pela incompetência dos dirigentes atleticanos e pela sucessão de maus jogadores que vestem a camisa alvinegra mineira. Isto ficou evidente na sucessão de gols perdidos pelo Galo antes do time abrir o placar no Mineirão (com gol de Fabiano) na final de domingo. Por sorte, cinco minutos depois o Cruzeiro arrancou, em pênalti cobrado por Kléber, o empate que tornaria a batalha do rival ainda mais inglória.

Um espetáculo lamentável foi ver o técnico Emerson Leão mais uma vez atribuir à equipe de arbitragem e até à imprensa para culpar o vice-campeonato de sua equipe. Embora estivesse buscando um bom trabalho (estava, até dois dias atrás, quando saiu do clube e, em seu lugar, foi contratado Celso Roth), o treinador deveria admitir as tamanhas limitações pelas quais o Atlético Mineiro vem passando. E há muito tempo.

Felizmente, nem este incidente maculou a ótima campanha cruzeirense, consagrado mais uma vez o melhor time dos gramados de Minas Gerais. Em Minas reluz um Cruzeiro. E, se ele mantiver seu bom futebol nas demais competições, fará as estrelas de seu símbolo brilharem ainda mais em outras terras.

*****

BOLA PRO MATO



Em azul e branco também pintaram as cores do melhor time de Santa Catarina em 2009. Em uma decisão emocionante para os catarinenses, o Avaí sagrou-se campeão estadual vencendo por 3 a 1 a Chapecoense no tempo normal - e, por ter sofrido uma derrota pelo mesmo placar no primeiro jogo decisivo, forçou a uma prorrogação de 30 minutos. No tempo extra, novamente o time de coração do tenista Gustavo Kuerten confirmou seu melhor futebol, fazendo inconstestáveis 3 a 0 sobre o adversário. Após a ascensão à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro deste ano, o time treinado pelo ex-jogador Silas tem mais um motivo para chegar embalado e surpreender como estreante na Série A.