segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Feliz Natal e um Ano Novo de bom futebol brasileiro!



O tempo e o placar... chega hoje ao final de sua temporada de 2010. Este que vos escreve espera que, neste ano, o blogue tenha sido ainda mais abrangente na sua meta de fazer um panorama sobre o futebol brasileiro.

Em 2010, o Brasil foi apresentado ao fascínio do futebol dos novos Meninos da Vila. As jovens revelações do Santos, que, sob o comando de Dorival Júnior, se tornaram sinônimo de gols e de graça, da graça que o país tanto pedia nos gramados. O meia Paulo Henrique Ganso e o atacante Neymar foram dignos do clamor popular às vésperas da Copa do Mundo. Só que eles não foram.

Dunga preferiu manter a "coerência" com sua Seleção Brasileira, e o "comprometimento" que almejou durante quatro anos acabou comprometendo a atuação do Brasil na Copa da África do Sul. Os jogadores aplicados taticamente não resistiram às suas limitações criativas e à dependência extrema do meia Kaká - que chegava ao torneio ainda sob efeito de uma lesão. Nas quartas-de-final, o sonho do sexto título foi derrubado pelos pés da Holanda de Sneidjer. O Brasil voltou para casa, com as críticas ainda mais acentuadas, pois o outrora futebol-arte brasileiro agora estava nos pés da Espanha, vencedora da competição.

Inchados, deficitários, com pouca audiência e insucesso de crítica e público. Os campeonatos estaduais tiveram mais uma vez edições com pouquíssimas emoções. De Norte a Sul, a lógica se sobrepôs a possíveis zebras, e não deu margem para novidades. Os feitos mais marcantes foram o Santo André vendendo caro o título paulista para o Santos, o modesto Santa Helena chegando à final contra o Atlético Goianiense, o surpreendente Comercial conquistando seu primeiro título piauiense, e o Botafogo quebrando a supremacia do Flamengo após três derrotas consecutivas em finais.

2010 foi um ano amargo para os dois atacantes de maior destaque no atual cenário brasileiro. Adriano chegava a esta temporada consagrado por levar o Flamengo ao título brasileiro de 2009, e a dupla com Vágner Love prometia dar muitas alegrias aos flamenguistas. Mas a instabilidade emocional do Imperador, além de indisciplina e problemas extracampo, fizeram com que seu primeiro semestre fosse frustrante. Derrota no Estadual, eliminação na Taça Libertadores da América e partida para a Itália, refugiado no Roma. Ídolo de outra grande torcida, Ronaldo ficou encarregado de ser o personagem mais importante do centenário do Corínthians. Só que o ano de títulos se esvaiu em insucessos no Paulistão, na Libertadores e num Campeonato Brasileiro decepcionante - restou a piada do "sem ter nada".

A Libertadores teve desfecho feliz apenas para o Internacional, que se revelou o melhor elenco do segundo semestre. Um time bem armado, encaixado, copeiro, digno de ser o melhor da América do Sul. Mas que se mostrou falível no momento em que todos esperavam sua vitória - o sonho da segunda conquista do Mundial de Clubes caiu diante do Mazembe, representante africano no torneio de Abu Dhabi. Aos guerreiros colorados, restou vencer o Seongnam para conquistar o terceiro lugar.

Porque guerreiros, de fato, se revelaram mesmo no Brasileirão deste ano. Os mesmos guerreiros que conseguiram uma arrancada milagrosa ao final do Campeonato Brasileiro de 2009 encontraram seu caminho para o título. Sob o comando de Muricy Ramalho, o Fluminense não teve só um emaranhado de bons jogadores. O tricolor conseguiu um time, time de qualidade digna para fazer jus ao "tantas vezes campeão" que está presente em seu hino, feito por Lamartine Babo. Após um início de ano desanimador, as três cores pintaram a melhor equipe do Brasileirão no ano.

296 postagens depois, O tempo e o placar... se despede de 2010, na expectativa de que tenha sido um bom espaço para reflexões, debates e centro de opiniões sobre toda bola que rola nas quatro linhas do futebol brasileiro. E que em 2011 tenhamos outros grandes jogadores, grandes treinadores, grandes clubes e muitas histórias para contar.

MUITO OBRIGADO POR SUA AUDIÊNCIA E ATÉ A PRÓXIMA!

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O tempo e o placar... inicia suas postagens de 2011 no dia 10 de janeiro.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Reduto de rejeitados



Foram seis temporadas de angústia longe da elite do futebol brasileiro, até que em 2010, a terceira colocação no Campeonato Brasileiro da Série B deu o credenciamento para o Bahia voltar à Primeira Divisão em 2011. Mas, com o reforço financeiro limitado (por ser um clube com pouca credibilidade para retorno da aposta de patrocinadores) e sem muitos atrativos para jogadores de qualidade, a alternativa para a próxima temporada vem sendo contratar atletas que estavam encostados em times de maior expressão.

Do Corínthians, vieram o zagueiro William, o lateral-esquerda Dodô, o volante Boquita e o atacante Souza. Do Vasco, o goleiro Tiago, o meia Magno e o atacante Bruno Paulo. Ex-treinador do Flamengo, Rogério Lourenço assumiu o comando do clube baiano. A maior aposta do Bahia é que durante o Campeonato Brasileiro eles queiram mostrar para seus clubes anteriores e para a torcida brasileira que mereciam ser mais valorizados - em especial porque os reforços são tecnicamente superiores ao restante do elenco.

Entretanto, fazer do clube um reduto de rejeitados não parece o melhor caminho. Por mais motivação que eles encontrem (e mesmo que se destaquem no Bahia), jogadores que são emprestados ou usados como moeda de troca não costumam ter tanta qualidade quanto o resto do elenco dos clubes que se desfizeram dele. E o fato de estes jogadores terem em seu currículo passagem por times grandes pode fazer com que eles exijam regalias nos treinamentos e até imponham suas escalações.

O Bahia não pode contratar aleatoriamente quem está encostado num clube de tradição. O time baiano precisa de atletas interessados em um projeto de reconstrução de sua identidade futebolística. Jogadores que estejam dispostos a fazer história, e não a apenas se mostrarem para conseguirem a valorização de seus respectivos passes.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sombras do passado



Primeira contratação do Flamengo no ano, o goleiro Felipe (que estava no Braga, de Portugal) faz parte de um grupo de jogadores marcado por fatos que aconteceram em seu passado. Desde briga com namorada, passando por problemas de indisciplina e chegando até a problemas policiais, muitos nomes ficam estigmatizados pelos gritos da torcida adversária e, principalmente, pela mídia.

Dois fatos são levantados pela imprensa quando se referem ao novo goleiro flamenguista. O primeiro, de dentro de campo. Na partida entre Corínthians e Flamengo, pela reta final do Campeonato Brasileiro de 2009, houve um pênalti marcado contra o time corintiano. Na cobrança de Léo Moura, Felipe apenas ficou olhando a bola entrar no gol, sem esboçar nenhuma defesa. Como a derrota do Corínthians atrapalhava os rivais Palmeiras e São Paulo na disputa pelo título, algumas pessoas convencionaram que ele facilitou as coisas para comprometer a conquista de um clube paulista.

Já na época em que estava atuando no futebol português, Felipe teve um problema fora de campo. Em outubro deste ano, sua namorada, Letícia Carlos, acusou o goleiro de agressão. A evidência deste caso fica ainda mais oportuna para a mídia, pois a camisa 1 do Flamengo foi vestida recentemente por Bruno, que está passando por um julgamento sobre o desaparecimento e a suposta morte da ex-amante e mãe de seu filho, Eliza Samúdio.

Esta tendência a "rememorar" os casos envolvendo Felipe acontece também por sua conduta. O goleiro tem fama de bad boy e saiu do Corínthians por causa de desavenças com a diretoria do clube. Devido a estes incidentes, o fato do contrato do jogador ter uma cláusula que fala em punição caso ele prejudique a imagem rubro-negra foi tão supervalorizado (por mais que seja uma postura do clube, acentuada depois dos episódios envolvendo seus atletas em 2010).

A cobrança sobre a atuação de Felipe no gol do Flamengo nunca será resumida ao que ele fizer dentro de campo. Por todos os lados, haverá a expectativa de um atrito no clube ou de algum incidente envolvendo o goleiro na noite carioca. As sombras do passado continuarão a perseguir Felipe, que novamente tem a responsabilidade de defender um clube brasileiro que desperta tamanha paixão.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Últimos minutos do DEBATEBOLA QUATRO LINHAS em 2010!




Últimos momentos de 2010...

... é o programa QUATRO LINHAS chegando à sua última partida da temporada. No DEBATEBOLA de hoje:

A ELIMINAÇÃO DO INTERNACIONAL DA FINAL DO MUNDIAL DE CLUBES

A POLÊMICA UNIFICAÇÃO DOS TÍTULOS

UMA RETROSPECTIVA 2010 DOS QUATRO GRANDES DO RIO DE JANEIRO

OS CONFRONTOS DA COPA DO BRASIL DE 2011


Na tabela entre FERNANDO DINIZ E VINÍCIUS FAUSTINI.

O jogo tem início na hora de dar o PLAY.



Duração: 104 minutos.

Faça o download para seu CELULAR, IPHONE, IPOD e COMPUTADOR no link:

http://bit.ly/dR65s0

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Riscos repetidos



A capa da edição de hoje do Lance! no Rio de Janeiro destaca a terceira contratação do Vasco para a temporada de 2011. A reportagem mostra que ele é o único grande clube carioca que se reforçou até o momento. Entretanto, a rapidez vascaína segue com os mesmos riscos do final de 2009, quando quis montar sua base para 2010.

Antes mesmo da chegada da nova temporada, o Vasco trouxe um pacote de contratações para o ano em que buscava se reafirmar na Primeira Divisão. Teoria lógica, pois o nível dos campeonatos seria bem maior. Mas a ideia não foi acompanhada com sucesso nos primeiros meses de 2010. Os nomes apresentados após a pré-temporada foram Élder Granja, Márcio Careca, Gustavo, Léo Gago, Jumar, Rafael Carioca, Geovanne Maranhão, Rafael Coelho e o grande reforço era o atacante Dodô - que, além de ter 36 anos, passara por dois anos de suspensão por uso de doping. No lugar de Dorival Júnior, entrou Vágner Mancini, técnico que chegou com ares de promissor comandante de futebol.

Os resultados não vieram, a troca de treinadores foi constante e, pouco a pouco, os reforços foram saindo de São Januário. No saldo do primeiro semestre, a quarta colocação no Campeonato Estadual (sem fazer sombra a Botafogo, Flamengo e Fluminense) e uma eliminação nas quartas-de-final para o Vitória da Bahia na Copa do Brasil. O segundo semestre começou com o prenúncio de uma catástrofe - desempenho pífio em campo e nenhuma perspectiva de melhora. Antes da parada para a Copa do Mundo, o Vasco ocupava o penúltimo lugar do Campeonato Brasileiro, com uma vitória em sete jogos, e deixara como última lembrança antes da Copa uma derrota por 4 a 0 para o Santos de Dorival Júnior.

Somente no intervalo da temporada, com o pensamento finalmente mais voltado para a disputa da elite do futebol brasileiro, é que o Vasco passou a contratar jogadores de maior qualidade. O veterano Felipe e os atacantes Zé Roberto e Éder Luís ajudaram o clube a terminar na décima-primeira colocação. Pouco, mas ao menos espantou o fantasma de voltar a amargar um rebaixamento.

A gestão do clube parecia ter aprendido com seus erros. Até chegar dezembro, após o fim da temporada do futebol de 2010. A urgência de reforços se transformou em ansiedade, e o Vasco já contratou três jogadores com o mesmo perfil do mau início de temporada do ano que vai acabando.

Para amenizar a ausência de um centroavante fixo dentro da área (o maior problema do time no Brasileirão), foi contratado Marcel, jogador que teve pouco destaque neste ano com a camisa do Santos. Além de poucos gols, o atacante apareceu na mídia por ser o pivô de um atrito no elenco, quando, nas brincadeiras que os jogadores estavam fazendo com o aniversariante Zé Love, passou dos limites e chegou a jogar terra no companheiro de clube. Atitude que teve a repreensão de Neymar, atleta com conduta bastante questionada nos últimos meses.



Os outros dois jogadores seguem o padrão de reforços para os setores deficientes do Vasco. Mas ambos não passam de jovens que foram promovidas a apostas vascaínas. O zagueiro Anderson Martins vem como destaque do Vitória da Bahia na competição - e no campeonato em que o clube terminou rebaixado para a Segunda Divisão de 2011. O reforço mais recente é o de Misael, que vem do Ceará (a pedido de Paulo César Gusmão, que foi seu treinador no Vovô). Embora tenha feito uma campanha satisfatória em sua volta à elite, o Ceará foi o pior ataque do Campeonato Brasileiro. Vale a pena investir num atacante de um clube com este estigma?

O Vasco parece confundir a ideia de compor um elenco bom com trazer um emaranhado de jogadores para ver quem se firma. Pelo panorama apresentado inicialmente, a torcida terá de ficar na expectativa de que a única consequência grave seja muito dinheiro investido em atletas que não mereciam. Porque dentro de campo as consequências das temporadas mais recentes não foram das mais agradáveis para os torcedores.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Onde há vaga?



O mercado do futebol carioca continua com a mania de formar a cada ano uma equipe cercada de jogadores que já eram conhecidos de suas torcidas. Nomes como Lúcio Flávio, Edmundo, Romário e Adriano foram alguns dos que fizeram o caminho de volta para os clubes nos quais tiveram bons momentos em passagens anteriores. E mais um jogador entra em pauta nesta rotina do mercado.

Thiago Neves se destacou no Fluminense durante a campanha da Taça Libertadores da América de 2008, e se transferiu para a Europa nos braços da torcida. Após um insucesso em 2009 no Hamburgo, da Alemanha, ele voltou a ser acolhido pelo tricolor das Laranjeiras, que viu nele a expectativa de um meio-de-campo poderoso ao lado de Darío Conca. Mas desta vez, o resultado foi abaixo do esperado. Na primeira proposta da Arábia Saudita, ele se transferiu para o Al-Hilal.

Apesar disto, o time campeão brasileiro novamente quer integrar Thiago Neves em seu elenco. Na primeira vez, ele conseguiu seu espaço graças ao bom desempenho dentro de campo. Na segunda passagem, nem a fama foi um argumento suficiente para que o tricolor continuasse a investir em seu futebol. E agora, o Fluminense terá espaço para Thiago Neves?

Conca é o titular unânime do Fluminense. Deco ainda não disse a que veio, mas seu nome e o alto salário pago pela Unimed certamente penderão para que ele continue como titular. O ataque, com Emerson e Fred, é imbatível. Thiago Neves se contentaria com a ideia de ser um décimo-segundo jogador? A Unimed pode se dar ao luxo de desembolsar um alto salário para um reserva? E a torcida do tricolor, que tanta gratidão tem a ele, vai aceitar que o meia não seja titular?

Ironicamente, a resposta para todas as questões pode estar em outro clube do Rio de Janeiro. Segundo as especulações recentes, o Flamengo também demonstrou interesse no meia. Por mais que o horizonte rubro-negro não seja tão animador quanto o do Fluminense em 2011, Thiago Neves chegaria para ser o camisa 10, com o status de um jogador de qualidade em meio a outros que estão em descrédito com a torcida.

O meia teria um desafio a mais: ganhar a confiança dos torcedores, anos após a provocação que ele fez aos flamenguistas - na vitória por 4 a 1 do Fluminense sobre o Flamengo, em 10 de fevereiro de 2008 pela Taça Guanabara, Thiago Neves fez três gols, e na comemoração fez a coreografia do Créu, dança de funk que soou como ofensa para rubro-negros. Só que esta não é a única "paixão" que pode descartar sua ida para o clube flamenguista. A mulher dele é torcedora do Fluminense, e já teria dito que o marido tem de ir para lá.

Após o período pelo futebol árabe, o futebol carioca abre dois desafios para Thiago Neves. Nas Laranjeiras, a volta ao clube que o projetou para o exterior e a tentativa de reafirmação num elenco de estrelas muito bem entrosado depois da conquista do Campeonato Brasileiro. Na Gávea, a chegada como esperança de dias melhores para o meio-de-campo rubro-negro. Qual vaga é a mais provável para que o jogador preencha?

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O mundo do futebol não se resume a América do Sul e Europa



Há 50 anos, o calendário do futebol se acostumou a ter sua maior competição de nível internacional no fim do ano. O confronto entre o maior vencedor da América do Sul e o grande campeão da Europa ganhou tanta dimensão que o duelo de continentes passou a ser chamado de Mundial Interclubes. Este formato durou de 1960, quando o Real Madrid venceu o uruguaio Peñarol, até 2004, ano em que o Porto superou nos pênaltis o Once Caldas, da Colômbia. A única diferença foi na maneira como passou a surgir o "campeão do mundo" depois da edição de 1980: em vez de cada time fazer um jogo como mandante (e, em algumas vezes, ser necessário de uma terceira partida como desempate), ganhava a taça quem vencia um jogo realizado no Japão - disputado ou em Tóquio ou em Yokohama.

Após um embrião questionado no ano 2000, no qual pela primeira e única vez dois times do mesmo país disputaram uma decisão (com o triunfo do Corínthians, representante do Brasil por ser o campeão brasileiro de 1999, sobre o Vasco, campeão da Libertadores de 1998, na disputa de pênaltis do Maracanã), a partir de 2005 o torneio finalmente fez jus ao título de Mundial de Clubes. Além do vencedor sul-americano e do campeão europeu, a competição agregou campeões da África, da Ásia, da Concacaf (Américas Central e do Norte, além do Caribe), da Oceania e uma vaga para o país-sede, que nas últimas duas edições deixou de ser o Japão para dar lugar aos Emirados Árabes. Só que, mesmo com a reunião dos teoricamente "melhores do mundo", a disputa Mundial de Clubes continuava a se resumir ao embate entre o melhor da América do Sul e o grande clube da Europa no ano.

Talvez por isto, a imprensa mundial tenha começado a apontar o favoritismo destes centros de futebol. E a história jornalística se repetiu em 2010. Desde as primeiras coberturas sobre a competição, o mundo resumiu o embate do ano ao confronto entre os homônimos - o brasileiro Internacional e a italiana Internazionale de Milão.

Até o dia 14 de dezembro de 2010. Nem mesmo a boa atuação na vitória por 1 a 0 do Mazembe sobre o mexicano Pachuca nas quartas-de-final fez com que as pessoas ficassem menos eufóricas com a possibilidade do Internacional voltar a decidir um Mundial de Clubes - quatro anos depois de sua primeira conquista. À equipe da República do Congo sobraram praticamente linhas com palavras de méritos, que diziam que "os africanos conseguiram o grande feito de chegar à semifinal do Mundial". Todas acompanhadas pelo "mas", que descrevia a superioridade de um Inter com um elenco estelar, de nomes como Kléber, Tinga, D'Alessandro, Alecsandro, Rafael Sóbis, e que se dava ao luxo de ter um reserva de qualidade como o promissor Giuliano - que foi o artilheiro da equipe na Taça Libertadores da América deste ano.

Só que aí vieram os primeiros 90 minutos do Internacional em Abu Dhabi. Kléber se omitiu na partida. De Tinga se viu só o resquício de toda a garra que seu futebol apresentava. O argentino D'Alessandro se resumiu a figurar em cobranças de bola parada. O ataque com Alecsandro e Rafael Sóbis pouco foi acionado. Nem o talismã Giuliano pôde ajudar nos poucos minutos que teve em campo.

De tudo isto, restou uma derrota por 2 a 0. Com a atuação segura do goleiro Kidiaba, com a organização tática de uma equipe com nomes que enrolam a língua dos brasileiros e que entortaram os representantes do país do futebol no Mundial de Clubes. E, principalmente, com o oportunismo de Kabangu e Kaluytuika, que aproveitaram deslizes da zaga Bolívar e Índio (aliada à insegurança constante do goleiro Renan) para comprovarem a grande certeza que esta competição tentava achar desde 2005.

A certeza de que o mundo do futebol não se resume ao embate entre América do Sul e Europa. Para ser campeão do mundo, um time não pode se deixar levar pela própria tensão, em especial se ela vem porque o adversário de suposta qualidade inferior não demonstrava que seria abatido facilmente. O Internacional perde a chance título. Mas o futebol mundial agora reconhece, de uma vez por todas, a importância no continente africano em seu cenário.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A simplificação complexa do futebol brasileiro



"Não é justo que grandes jogadores, como o Pelé, não tenham um Brasileiro". A frase do presidente do Santos, Luís Álvaro Ribeiro, foi uma das premissas surgidas no debate para considerar as conquistas da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (ou Taça de Prata) títulos nacionais. A primeira competição durou entre 1959 e 1968, envolvendo campeões estaduais de todo o país. Originalmente, a segunda envolvia apenas clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo, mas, entre 1967 e 1970, começou a agregar equipes de outros estados. Ambos os torneios têm o mérito de serem precursores do Campeonato Brasileiro, que veio a ser disputado a partir de 1971.


Após a solicitação dos campeões destes torneios, a Confederação Brasileira de Futebol está inclinada a considerar estes títulos como campeonatos brasileiros. De acordo com Marcelo Guimarães, presidente do Bahia (campeão da Taça Brasil de 1959), "é apenas uma questão de legitimidade". Esta frase comprova uma tendência lamentável do povo brasileiro, até mesmo em relação ao seu futebol. O fato da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa já terem sido extintos do calendário nacional fez com que as competições fossem relegadas a momentos de glórias que criam teias de aranha na sala de troféus dos respectivos vencedores.

O desprestígio a estes torneios acabou gerando o desejo de reconhecimento dos campeões, e a CBF decidiu usar a equivalência da Taça Brasil e do Torneio Gomes Pedrosa ao atual Campeonato Brasileiro. Só que, em vez de ter um efeito retroativo, a iniciativa da Confederação Brasileira de Futebol pasteurizou a história do futebol nacional. Assemelhar o Brasileirão às demais taças é tirar a relevância que as competições precursoras tiveram para a história da nacionalização da competição.

O Brasil não precisaria de uma unificação se concebesse que, antes do Internacional da década de 1970 e do Flamengo dos anos 80, houve um Santos de Pelé e um Cruzeiro de Tostão com qualidade e visibilidade nacional. E não seria necessário equivaler títulos para a torcida do Bahia confirmar que, antes da conquista do Campeonato Brasileiro de 1988, o clube teve reconhecimento do país afora com o título da Taça Brasil de 1959.

A atitude abre espaço para outras duas polêmicas. A primeira é a eterna rixa da CBF com o Flamengo, sobre o título da Copa União de 1987. Se a entidade agora tornou válidas conquistas que antes renegava, por que a vitória rubro-negra é deixada de lado? A outra questão é sobre a equivalência contraditória. As duas últimas edições da Taça Brasil foram no mesmo ano em que as primeiras competições nacionais do Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Na primeira, o Palmeiras foi campeão. Se há apenas um campeão brasileiro por ano, o time palmeirense pode ser considerado bicampeão no mesmo ano (pois venceu a Taça Brasil e o Robertão de 1967)?

Na tentativa de não perder o apoio de Bahia, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense, a Confederação Brasileira de Futebol promete criar uma confusão sem precedentes para a história do futebol nacional. E pior do que torcidas que esquecem ou desmerecem momentos históricos, é ver uma CBF que decide adequar o passado ao seu presente, como se fosse um favor de sua entidade igualar os campeões do Brasileirão pós-1971 aos campeões de outras décadas.

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Taça Brasil



1959 - Bahia
1960 - Palmeiras
1961 a 1965 - Santos
1966 - Cruzeiro
1967 - Palmeiras
1968 - Botafogo

Torneio Roberto Gomes Pedrosa



1967 - Palmeiras
1968 - Santos
1969 - Palmeiras
1970 - Fluminense

domingo, 12 de dezembro de 2010

Persistência no erro



Além do futebol que encheu os olhos dos torcedores, Neymar apresentou no ano de 2010 um episódio lamentável de insubordinação - no qual seu bate-boca com o então treinador do Santos, Dorival Júnior, culminou na demissão do técnico. A imprensa foi unânime ao questionar as regalias que o atacante tem na Vila Belmiro. Meses depois, Neymar novamente tem uma regalia - e desta vez, na Seleção Brasileira Sub-20.

Em vez de se apresentar amanhã, como o restante do elenco, o jogador chegará a Teresópolis apenas no dia 26 de dezembro. O motivo oficial é de que Neymar esteve na equipe principal do Santos durante toda a temporada. Mas o fato de o atacante ser destaque entre os profissionais pode sacrificar a preparação do Sub-20 num campeonato tão importante? O Campeonato Sul-Americano, que a partir de janeiro será disputado no Peru, classifica seleções para o Mundial Sub-20 (no ano que vem, na Colômbia) e para os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres.

A atitude da comissão técnica da Seleção Brasileira Sub-20 marginaliza os atletas que ainda não foram aproveitados entre as equipes principais de seus respectivos clubes, e de maneira desnecessária. Afinal, a temporada para o Santos acabou em 5 de dezembro deste ano, no jogo contra o Flamengo, válido pela última rodada do Campeonato Brasileiro. O ritmo de jogo do atacante pode, inclusive, ser decisivo no Sul-Americano, não só por sua habilidade como também pela boa sequência que teve entre os profissionais em 2010.

Quando Neymar gerou as primeiras confusões internas no Santos, René Simões afirmou que a mídia "criou um monstro". O jogador foi "castigado" por Mano Menezes com a não-convocação para um amistoso da Seleção Brasileira principal, e melhorou sua postura em campo e fora dos gramados. E agora, com o privilégio de se apresentar à Seleção Sub-20 duas semanas depois do restante do grupo, o jogador será maduro o suficiente para não se achar superior aos demais contemporâneos do Brasil? A Seleção Brasileira Sub-20 persistiu num erro. Agora, Neymar ganhou a possibilidade de novamente errar.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Epílogo do amadorismo



O histórico de desorganização do Campeonato Brasileiro parecia relegado a um passado distante desde o início do formato dos pontos corridos. Entretanto, após o fim da edição de 2010, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva deu um exemplo lamentável ao burlar a própria lei, e comprometer até mesmo o título do Fluminense.

Com a possibilidade de um jogador poder trocar de clube durante a competição (desde que tenha feito, no máximo, seis partidas pelo time anterior), foi estipulado que os cartões amarelos levados nos jogos por uma equipe continuariam valendo pelo outro clube. Foi o caso do jogador Leandro Chaves, que, após um cartão amarelo recebido pelo Ipatinga, deveria cumprir suspensão automática depois de dois cartões recebidos pelo Duque de Caxias. Só que o jogador não ficou de fora da partida seguinte, ele só ficou suspenso depois do terceiro cartão pelo time da Baixada Fluminense.

Pela regra, o Duque de Caxias teria de perder três pontos - mas o STJD absolveu a equipe carioca. Ao renegar a própria lei, a Justiça Desportiva considerou como legítima a atitude equivocada do time da Série B do Campeonato Brasileiro, e comprometeu quem tinha agido da maneira combinada anteriormente.

Comprometeu, inclusive, o Fluminense. Da primeira vez que o atacante Tartá foi suspenso por três cartões amarelos, o time do Rio de Janeiro contou com o que ele recebeu por seu antigo clube, o Atlético Paranaense. No novo precedente, Tartá ficaria suspenso apenas após o terceiro cartão amarelo recebido pelo tricolor das Laranjeiras - e não poderia jogar contra o Goiás, no Engenhão. Como punição, o Fluminense teria de perder três pontos desta partida, que fariam com que a equipe fosse ultrapassada pelo Cruzeiro em número de pontos e perdesse o título conquistado.

A infelicidade do STJD só não ficou mais intensa porque o Cruzeiro decidiu não pleitear o título brasileiro no "tapetão". E a Confederação Brasileira não amargou mais uma derrota para a falta de ordem e parece, até o momento, isenta de voltar àqueles tempos em que o futebol era definido de maneira jurídica.

Por toda a campanha feita nas 38 rodadas, o Fluminense é digno de ser o campeão brasileiro no ano de 2010. E retirar a taça de campeão das mãos dos tricolores seria uma derrota também para o futebol nacional, novamente sacrificado pelo amadorismo na hora de organizar o campeonato.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O QUATRO LINHAS não cumpre tabela e traz mais um DEBATEBOLA com muita informação pra você!



Satisfação!

Sem firula, o DEBATEBOLA QUATRO LINHAS fala pra você sobre tudo que rola no futebol do Brasil e do mundo. E hoje:

AS DECLARAÇÕES DE RONALDO NO FOOTECON

A FINAL DA COPA SUL-AMERICANA

A EXPECTATIVA DO MUNDIAL DE CLUBES

AS PARTIDAS DA CHAMPIONS LEAGUE

E AS PRIMEIRAS NEGOCIAÇÕES DO FUTEBOL CARIOCA


Com a parceria entre FERNANDO DINIZ E VINÍCIUS FAUSTINI.

Basta dar o PLAY que a comunicação está no ar!



Duração: 73 minutos.

Faça o download em seu PC, CELULAR, IPHONE e IPOD no link:

http://bit.ly/gJxe6N

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Os imponderáveis



INDEPENDIENTE, DA ARGENTINA, CAMPEÃO DA COPA SUL-AMERICANA DE 2010

Análise de quarta - Independiente (ARG) 3 x 1 Goiás (nos pênaltis, Independiente 5 a 3)

O Goiás ter conseguido chegar à decisão da Copa Sul-Americana era um feito imponderável para seu futebol - tanto por sua falta de tradição em competições internacionais quanto por sua ascensão acontecer numa temporada em que o clube terminou rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. Só que os feitos imponderáveis nem sempre são favoráveis a equipes que surpreendem numa competição. Na noite de 8 de dezembro, os acasos futebolísticos favoreceram os argentinos do Independiente a se sagrarem campeões da Sul-Americana.

Não foi nenhuma surpresa o Independiente se lançar ao ataque desde os primeiros minutos, em especial por jogadas pelas laterais, que tentavam encontrar a dupla Parra e Rodríguez livre na área. No entanto, o trio de zaga formado por Rafael Tolói, Ernando e Marcão conseguia defender com eficiência a equipe goiana. Foram necessários 19 minutos e uma jogada de bola parada para que o time argentino ficasse em vantagem diante do Goiás. Fredes lançou para a área e, livre, Matheu chutou forte. Após defesa de Harlei, Velásquez, sem marcação, colocou a bola no fundo da rede. Independiente 1 a 0.

Apoiados por cerca de 40 mil torcedores, os argentinos passaram a apoiar com mais intensidade, à espera de mais um gol que igualasse o saldo da final (no primeiro jogo, os goianos venceram por 2 a 0 no Serra Dourada). Só que a iniciativa de jogadas ofensivas foi surpreendida por um erro no meio-de-campo. Wellington Saci conseguiu roubar a bola do adversário e, com fôlego, subiu pela esquerda. No cruzamento para a área, Rafael Moura desviou de cabeça para empatar. 1 a 1, aos 22 minutos.

O Goiás contava com seu ímpeto para superar o adversário na final. Só não contava com mais um fato imponderável capaz de atrapalhar sua partida decisiva em Avellaneda. Quatro minutos depois do gol sofrido, Ernando foi rechaçar uma tentativa de cruzamento. A bola bateu no calcanhar de Parra e partiu em destino ao fundo da rede de Harlei. Independiente 2 a 1.

Mas o acaso ainda seguia como forte adversário do Esmeraldino. Num cruzamento da direita, Marcão dividiu a jogada com Parra. Caído, o atacante conseguiu chutar, e o lance foi concluído com Harlei buscando a bola no fundo de sua rede. 3 a 1 Independiente, aos 34 minutos. Placar que, ao final do primeiro tempo, encaminhava a decisão para uma prorrogação de 30 minutos.

Na volta do intervalo, as equipes continuaram a atuar da forma apresentada no primeiro tempo. Forte pressão do Independiente (com poucas oportunidades claras para marcar) e o Goiás se defendendo intensamente. O que tornou o jogo diferente foi o equilíbrio que o time goiano conseguiu dar à partida.

Além de evitar que os jogadores adversários tivessem muitas oportunidades - as duas chances foram com Parra, uma com boa defesa de Harlei e outra quando o atacante errou num cruzamento e quase surpreendeu o goleiro - o Esmeraldino dominou o jogo, graças ao seu preparo físico superior. Nem com as duas alterações que o técnico Antonio Mohamed fez (Gómez e Gracian em lugares de Martinez e Rodriguez) "El Rojo" encontrou forças para segurar o empenho adversário.

O Goiás teve várias oportunidades, e numa delas chegou a marcar, mas o gol foi anulado por impedimento de Otacílio Neto, mas desperdiçou todas elas. Em duas chances com Rafael Moura, o time foi derrotado pelo imponderável. Num lance, o atacante dois zagueiros, mas foi travado pelo goleiro Navarro na hora do chute. Em outro, diante do arqueiro adversário, a opção de dominar a bola antes de arriscar fez com que seu chute fosse para fora. Aos 46 minutos, Oscar Ruiz encerrou o tempo regulamentar, e o mistério do título da Sul-Americana duraria ao menos mais 30 minutos de prorrogação.

Prorrogação na qual o Goiás foi soberano, em empenho e em velocidade. Com a entrada de Éverton Santos no lugar de Carlos Alberto e, principalmente, pela partida sensacional que Felipe (substituto de Otacílio Neto) vinha fazendo desde os 30 minutos do segundo tempo, o time goiano parecia cada vez mais próximo do gol.

Só que os grandes momentos do Goiás pararam no imponderável do futebol. A um minuto, um cruzamento de Rafael Moura passou por toda a área e parou na cabeça de Rafael Tolói. O zagueiro, sozinho, desviou de cabeça, e a bola bateu na trave. Três minutos depois, uma cobrança de escanteio chegou até Marcão, que cabeceou. Navarro defendeu e, na volta, Marcão colocou a bola no fundo da rede. Mais um gol anulado por impedimento.

Os últimos minutos mostraram um contraste atípico em jogos decisivos de futebol. O visitante Goiás passava os minutos se impondo, arriscando jogadas e tentando o gol, alheio aos 40 mil torcedores de Avellaneda. Era o mandante Independiente que se portava como time que atua fora de casa, ansioso a ponto de não conseguir trocar passes e associando a decisão por pênaltis a um momento de alívio. O indício era de que o melhor preparo físico e a pressão psicológica do adversário favorecessem o alviverde goiano na decisão por pênaltis da Copa Sul-Americana.

Vieram as cobranças. Velázquez abriu o placar para o Independiente. Rafael Tolói empatou. Parra fez o segundo do time argentino. Éverton Santos marcou o segundo dos goianos. Gracián fez 3 a 2 para a equipe de Avellaneda.

E na disputa de penalidades máximas, novamente o imponderável surgiu de maneira decisiva. O atacante Felipe, que passou da esperança de gols do Goiás no Campeonato Brasileiro de 2010 a um jogador relegado ao banco de reservas, entrara bem na decisão da Copa Sul-Americana e, agora, nos pênaltis, poderia ser ainda mais importante para a história do alviverde goiano. Poderia. Se sua cobrança rasteira não parasse na trave.

Matheu fez o quarto gol do Independiente. Rafael Moura ainda diminuiu a diferença argentina, mas a cobrança do lateral Tuzzio deu o título a "El Rojo" - que se vestira de azul neste jogo de Avellaneda, para sua sorte então mudar, a ponto de ser o primeiro clube campeão da Copa Sul-Americana credenciado para disputar a Taça Libertadores da América do ano seguinte. O grande vencedor do principal campeonato da América do Sul tentará em 2011 seu oitavo título - além da busca por resgatar a tradição perdida nas últimas décadas (sua conquista mais recente na Libertadores foi em 1984).

Passada a campanha surpreendente na Copa Sul-Americana, o Goiás agora volta à amarga realidade de um time que passará 2011 disputando a Série B do Campeonato Brasileiro. Restam o ímpeto e a certeza de que a equipe batalhou até o fim para superar até mesmo a adversidade de todo ano de 2010. Mas fica a lição de que nem sempre o imponderável triunfa no futebol. E, com o título do Independiente, a sexta vaga brasileira na Taça Libertadores da América de 2011 fica para o Grêmio, quarto colocado no Campeonato Brasileiro deste ano, que fez uma campanha digna de reconhecimento dentro do campo. Mais digna do que o penúltimo lugar do Esmeraldino no Brasileirão.

*****

INDEPENDIENTE (ARG) 3 x 1 GOIÁS (nos pênaltis, Independiente 5 a 3)

Estádio: Libertadores de America (Avellaneda, Argentina)

Árbitro: Oscar Ruiz (COL) / Auxiliares: Abraham González (COL) e Humberto Clavijo (COL).

Gols: Velázquez, aos 19, Rafael Moura, aos 21 e Parra, aos 24 e aos 34 minutos do primeiro tempo.

Disputa de pênaltis: Velázquez, Parra, Gracián, Matheu e Tuzzio marcaram para o Independiente. Rafael Tolói, Éverton Santos e Rafael Moura marcaram para o Goiás. Felipe, do Goiás, desperdiçou sua cobrança.

Cartões amarelos: Tuzzio, Matheu, Velázquez, Navarro (Independiente), Otacílio Neto, Rafael Moura e Rafael Tolói (Goiás).

INDEPENDIENTE - Navarro, Tuzzio, Matheu, Velázquez e Mareque; Cabrera, Battion, Fredes (Maxi Velázquez) e Martinez (Gomez); Rodriguez (Gracián) e Parra. Técnico: Antonio Mohamed.

GOIÁS - Harlei, Rafael Tolói, Ernando e Marcão; Douglas (Éverton Santos), Amaral, Carlos Alberto, Marcelo Costa e Wellington Saci; Otacílio Neto (Felipe) e Rafael Moura. Técnico: Artur Neto.

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Com este texto, O tempo e o placar... chega às suas 500 postagens. Marca emocionante para quem começou o sonho de mostrar seu ponto de vista esportivo no ano passado. Muito obrigado a todos vocês!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Certificado de qualidade



Não é apenas no padrão de jogo ou no formato de competição que o futebol brasileiro vem se assemelhando com a bola que rola nos demais países. O Brasil agora aderiu de vez à globalização do mercado, e vem abrindo suas portas para jogadores de outra nacionalidade.

Com a grande contribuição de Darío Conca ao título do Fluminense, e os destaques de Montillo no Cruzeiro e D'Alessandro no Internacional, a Argentina vem surgindo como o Eldorado dos clubes brasileiros. A espera por novos jogadores habilidosos que tenham potencial suficiente para se tornarem ídolos promete aumentar a busca por jogadores desta nacionalidade nas próximas temporadas do Brasil.

O mercado nacional aponta para uma inversão de valores. O Brasil, que outrora exportava seus jogadores de ponta para o mercado europeu (e cada vez mais cedo), agora surge como reduto para apostas argentinas. A iniciativa é válida? Se a trinca de meio-campistas deu certo, jogadores como Defederico e Maxi não corresponderam às expectativas dos clubes que defenderam. Valeria à pena esta presença constante de argentinos no mercado brasileiro?

Não há dúvida de que a Argentina é um dos grandes centros do futebol mundial - sua tradição internacional comprova isto. Mas este investimento constante em jogadores argentinos pode fazer mal tanto para a imagem do país quanto para o futebol do Brasil. O risco de o país seguir o caminho das seleções da Itália ou da Inglaterra, que abriram tanto espaço para estrangeiros que inibiram o surgimento de craques em seus respectivos países. Argentinos (e jogadores de todas as nacionalidades) serão sempre bem-vindos. Desde que melhorem o conceito do futebol jogado no Brasil.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Telhado de vidro



O futebol brasileiro tem em sua história muitos episódios nos quais cartolas foram os centros das atenções em suas competições - coisas que, felizmente, vêm rareando com o passar das décadas e a modernização no calendário brasileiro. Entretanto, estes fatos continuam em debate, mas não por provocações entre torcedores.

A ironia vem de cima, por parte dos cartolas, que agem como integrantes de torcida até mesmo para desmerecerem a conquista alheia. Foi o caso do presidente do Corínthians, Andrés Sanchez. Durante a cerimônia em homenagem aos Craques do Brasileirão 2010, ele parabenizou o campeão brasileiro Fluminense, mas fez uma ironia em seu discurso: "O meu clube também foi rebaixado e sei como é doloroso. Mas é muito bom voltar pela porta da frente, com honra".

Sanchez se referiu à trajetória recente do Corínthians - que em 2007 caiu para a Segunda Divisão, mas voltou à elite do futebol brasileiro ao final do ano seguinte. como campeão da Série B - e colocou como parâmetro a manobra contraditória que deu ao Fluminense o direito de estar na Primeira Divisão no início da década. Durante a segunda metade da década de 1990, o tricolor das Laranjeiras passou por vários momentos nos quais teve apoio do "tapetão" para continuar no grupo dos melhores do país.

Após ser rebaixado em 1996, o clube foi poupado, graças a uma "virada de mesa", e jogou o Campeonato Brasileiro de 1997. Entretanto, o time novamente terminou o ano rebaixado. No ano seguinte, o Fluminense disputou a Série B mas, ao final dela, sofreu um novo rebaixamento. Em 1999, o tricolor disputou a Série C e foi campeão dela. Pela ordem natural das competições, estaria credenciado a disputar a Segundona no outro ano. No entanto, com a realização da Copa João Havelange em lugar do Campeonato Brasileiro de 2000, houve nova manobra, que permitiu a ascensão de alguns clubes das divisões intermediárias ao Módulo Azul (equivalente à Série A) - dentre eles, o Fluminense, "convidado" por ser um dos fundadores do Clube dos 13, que era o organizador da Copa JH.

Sim, de fato uma atitude questionável, que se torna um dos grandes momentos do triunfo da política sobre o futebol. Só que a Copa João Havelange não teve apenas o Fluminense beneficiado - Bahia (rebaixado em 1997), América Mineiro (que caiu em 1998) e Juventude (que terminou na zona de rebaixamento em 1999) também tiveram o direito de disputar a Primeira Divisão.

E, ao final de 2000, outros clubes foram beneficiados na história das competições nacionais. No fim da primeira fase da Copa João Havelange, o Santa Cruz terminou em último lugar e, na penúltima colocação, ficou o Corínthians. Pela ordem natural, ambos cairiam para a Série B no ano seguinte. Se não fosse a ação da Confederação Brasileira de Futebol, que decidiu não só manter os 25 clubes da Copa JH, como também acabou promovendo os dois primeiros do Módulo Amarelo (a Segunda Divisão de 2000), Paraná e São Caetano, e o Botafogo de Ribeirão Preto, que caíra em 1999. Graças à atitude da CBF, o time corintiano não passou pela vergonha de ser rebaixado no ano seguinte a ter sido vencedor do Brasileirão.

As desordens do Campeonato Brasileiro devem sempre ser relembradas por clubes e pela imprensa esportiva, mas para que sejam usadas como exemplos negativos e não voltem a imperar no cenário do futebol nacional. A declaração de Andrés Sanchez não conteve nenhuma mentira, mas, além de ter sido usada como provocação, veio de um Corínthians que tem em sua história um episódio no qual foi beneficiado pelo "tapetão". E, se os historiadores pesquisarem de maneira aprofundada a história do Brasileirão, talvez não sobre nenhum clube de qualquer divisão que seja completamente idôneo diante dos regulamentos de cada uma das edições.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Debatebola Quatro Linhas - ESPECIAL BRASILEIRÃO 2010!



A bola não para!

O Campeonato Brasileiro chegou à sua última rodada neste domingo. Mas ele prossegue aqui, no DEBATEBOLA QUATRO LINHAS. Ouça sobre:

O TÍTULO DO FLUMINENSE

A CLASSIFICAÇÃO DE BOTAFOGO, VASCO E FLAMENGO PARA A COPA SUL-AMERICANA

A ELEIÇÃO DOS CRAQUES DO BRASILEIRÃO

A ELEIÇÃO DOS DESASTRES DO BRASILEIRÃO


Com o trio de frente FERNANDO DINIZ, FERNANDO QUARESMA E VINÍCIUS FAUSTINI.

No PLAY, a partida começa!



Duração: 109 minutos.

Para ouvir em seu PC, CELULAR, IPHONE E IPOD, faça o download em:

http://bit.ly/hIgEx7

domingo, 5 de dezembro de 2010

Fluminense, épico em 38 atos



FLUMINENSE, CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2010

Reverência deste autor que vos escreve ao estilo de crônica do dramaturgo e torcedor do Fluminense NELSON RODRIGUES.

O coração tricolor se multiplicou por exatos 40.905 presentes no Engenhão. Corações Valentes, que saltaram pela boca aos 17 minutos do segundo tempo. No momento em que Emerson fez sua soberania de Sheik e sua qualidade de atacante superarem o arqueiro do Guarani. Goleiro também de nome Emerson, mas agora mero coadjuvante de um gol que mais tarde seria louvado como decisivo.

O clube tantas vezes campeão chegou a mais uma conquista. Para muitos, sua segunda. Mas para a torcida do Fluminense, tão empenhada em registrar sua história, a terceira conquista nacional - além dos títulos de 1984 e de 2010, o clube pleiteia o reconhecimento do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, de 1970, como título brasileiro (pois era no mesmo formato do Campeonato Brasileiro disputado a partir de 1971).

O Fluminense fascinou pela sua disciplina. Disciplina imposta pelo técnico Muricy Ramalho, que deu a um elenco cheio de estrelas o ímpeto digno de uma equipe vencedora. O Fluminense que dominou, em todos os setores do campo, com um futebol seguro defensivamente, veloz em seus contra-ataques e ferino quando estava cara a cara com os goleiros adversários. Um Fluminense que teve amor ao tricolor, amor simbolizado por Darío Conca, o grande líder que não se deixou abater e esteve presente nas 38 rodadas do Campeonato Brasileiro.

Salve o querido pavilhão! Ricardo Berna, Mariano, Gum, Leandro Eusébio e Carlinhos; Diguinho, Valencia, Júlio César (Washington) e Conca; Emerson (Rodriguinho) e Fred (Fernando Bob). Pavilhão formado por outros tantos jogadores que vestiram sua camisa durante a competição - desde pratas-da-casa, como Fernando Henrique e Tartá, passando por medalhões como Belletti e Deco. A camisa com três cores que traduzem tradição. Que, mesmo com um elenco tão numeroso e cercado de talentos, encontrou a paz. Dela, surgiu a esperança, consolidada a cada vitória. A cada três pontos, que deixavam a equipe mais unida e forte.

Pelo esporte, várias pessoas tiraram e tirarão de seus armários a camisa tricolor. Ela, que tem o verde da esperança, numa espera que foi alcançada após um hiato de 26 anos entre a final contra o Vasco em 1984 e o jogo decisivo de 2010 contra o Guarani. Ela, que traz cor encarnada, com o sangue dado pelos jogadores que as arquibancadas definiram como "time de guerreiros". E que, depois do apito final de Carlos Eugênio Simon, passou a comemorar em harmonia, na harmonia de tom branco que define sua camisa como tricolor, a paz de chegar a um título justíssimo.

O sol do amanhã, como a luz de um refletor, brilhará com as três cores e os sorrisos de vários tricolores que começaram a comemorar no início da noite de domingo. Todos vibrando com a emoção de quem voltou a gritar "é campeão".



"O Fluminense nasceu com a vocação da eternidade. Tudo pode passar, mas o tricolor não passará jamais. Quem o diz é o óbvio ululante".

Nelson Rodrigues

Chega de humildade! - Pedindo permissão ao mestre



De Diego Bachini Lima

Amigos, a humildade acaba aqui. Desde hoje o Fluminense é o campeão do Brasil. No maior de todos os tempos, o tricolor conquistou a sua mais bela vitória. E foi também o grande dia do Estádio Olíimpico João Havelange. A massa “pó-de-arroz” teve o sentimento do triunfo. Aconteceu, então, o seguinte: — vivos e mortos subiram as rampas. Os vivos saíram de suas casas e os mortos de suas tumbas. E, diante da plateia colossal, Fluminense e Guarani fizeram uma dessas partidas imortais.

Daqui a duzentos anos a cidade dirá, mordida de nostalgia: — “Aquele jogo!”. Ah, quem não viu o jogo no Estádio Olímpico João Havelange não viveu. E o Fluminense fez uma exibição digna de sua história, sofrida e suada. Lutou com a alma indomável do campeão. Ninguém conquista o título num único dia, numa única tarde. Não. Um título é todo sangue, todo suor e todo lágrimas de um campeonato inteiro.

Acreditem: — o Fluminense começou a ser campeão muito antes. Sim, quando saiu do caos para a liderança. “Do caos para a liderança”, repito, foi a nossa viagem maravilhosa. Lembro-me do primeiro domingo em que ficamos sozinhos na ponta. As esquinas e os botecos faziam a piada cruel: — “Líder por uma semana”. Daí para a frente, o Fluminense era sempre o líder por uma semana.

Olhem para trás. Da rodada inaugural até ontem, não houve time mais regular, mais constante, de uma batida mais harmoniosa. Mas foi engraçado: — por muito tempo, ninguém acreditou no Fluminense, ninguém. Um dia, Emerson veio das Arábias. Era o ponta-de-lança mais esperado que um Moisés. Queríamos um goleador. E nunca mais se interrompeu a ascensão para o título.

O curioso é que, há muito tempo, aqui mesmo desta coluna, fez-se o vaticínio de que o campeonato teria a sua decisão num lance de Washington. Foram autores de tal profecia, primeiro, o próprio jogador; em seguida, a minha amiga Wannessa Lima, um e outro tricolor. O que ambos não sabiam é que já estava escrito há seis mil anos que o campeão seria o Fluminense num passe de cabeça do Coração Valente. E vou citar um outro oráculo: Fred. Quando o tricolor parecia uma piada no fim do último ano: — “Este é o ano do Fluminense!”. E do seu olhar vazava luz.

Amigos, o que se viu hoje no Estádio Olímpico João Havelange foi espantoso. Primeiro, a tempestade de bandeiras, de pó-de-arroz, o mosaico tricolor.

E que formidável partida! O Fluminense acuado não conseguia jogar no primeiro tempo, mas o Goiás marcou. O Fluminense nervoso e o Corínthians empata. E foi preciso que Emerson, o goleador do Fluminense, marcasse aquele que seria o gol da vitória, da doce e santa vitória. E o Corínthians, no Planalto Central, não desempatou mais, nunca mais. Era a vitória, era o título.

Agora a pergunta: — e o personagem da semana? Podia ser Emerson, que fez uma exibição magistral e, inclusive, o gol do título. Podia ser Leandro Euzébio, que volta a ser o o melhor zagueiro do campeonato e um dos maiores jogadores brasileiros de defesa. Penso também em Dario Conca, que, a princípio nervosíssimo, teve intervenções sensacionais. Podia ser também Muricy, que, sóbrio, modesto, trouxe a equipe do caos para o título. Mas entendo que desta vez o personagem deve ser o time. Do goleiro ao ponta-esquerda. Todos, todos mostraram uma alma, uma paixão, um ímpeto inexcedíveis.

Pelo amor de Deus, não me venham dizer que, após o gol, o Guarani desanimou. O Bugre cresceu com a desvantagem no placar, lançou-se todo para a frente. Eram fanáticos dispostos a vencer ou perecer. O Guarani teve ontem um dos grandes momentos de sua história.

Mas, dizia eu no começo que a nossa humildade para aqui. Passamos toda a jornada com um passarinho em cada ombro e as duras e feias sandálias nos pés. Mas o Fluminense é o campeão. Erguendo-me das cinzas da humildade, anuncio: — “Vamos tratar do tetra”.

O título como redenção



Das três equipes que estão brigando hoje pelo título do Campeonato Brasileiro de 2010, duas entrarão em campo com oportunidade de entrar para a história da competição. Não que a conquista seja inédita para qualquer uma delas, mas para Fluminense e Corínthians a faixa de campeão será um momento de redenção.

Caso um deles vença o Campeonato Brasileiro, será o primeiro campeão da Série A após sofrer com rebaixamento em sua trajetória (o Cruzeiro, que graças ao seu grande futebol é hoje o terceiro time na disputa do título de 2010, nunca foi rebaixado na competição). Título que, certamente, pareceu bem distante na época em que passaram por crise.

Na segunda metade da década de 1990, o Fluminense passou por uma sequência de fiascos no cenário nacional. Em 1996, o time terminou a competição rebaixado. Graças a uma virada de mesa, no ano seguinte continuou na Série A, mas ficou entre os últimos lugares novamente. No ano de 1998, o clube caiu da Segunda para a Terceira Divisão. Em 1999, houve o primeiro alento: a conquista da Série C que, graças à realização da Copa João Havelange, fez com que o clube voltasse diretamente para a Primeira Divisão. A conquista de hoje comprova de uma vez por todas que, apesar desta maneira discutível de voltar à elite do futebol, o tricolor das Laranjeiras está no lugar certo.

Dono de uma das maiores torcidas do país, o Corínthians foi rebaixado ao final do Campeonato Brasileiro de 2007, duas edições depois de ter sido campeão brasileiro pela quarta vez. O desmantelamento acentuou sua falta de organização e uma série de erros de dentro de campo. Após ser campeão da Série B de 2008 e conseguir títulos do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil de 2009, os corintianos agora querem uma nova redenção: ganhar o Campeonato Brasileiro, como forma de amenizar a eliminação da Taça Libertadores da América, seu grande projeto do ano do centenário.

Tricolores e corintianos entram em campo no capítulo final pela corrida da redenção. Mas, sem dúvida, a boa campanha que fizeram até agora no Campeonato Brasileiro de 2010 mostra a grandiosidade que tiveram nesta temporada.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Amargo contexto





Enquanto a emocionante briga pelo título entre Fluminense, Corínthians e Cruzeiro tem seu último ato, o Campeonato Brasileiro de 2010 apresentará uma decisão com muito menos brilho. Dois rubro-negros terão sua última oportunidade para manterem seus respectivos clubes na Primeira Divisão do futebol nacional.

Vitória da Bahia e Atlético Goianiense querem a todo custo evitar que um ano promissor termine em uma trágica história para 2011. Em especial, porque as duas equipes tiveram um primeiro semestre de muita festa e bastante promissor para o restante do ano.

As duas equipes foram campeãs estaduais e chegaram à semifinal da Copa do Brasil. Vitória e Atlético se cruzaram, e o time baiano ganhou o direito de chegar à final da competição. Apesar da perda do título para o Santos, o rubro-negro da Bahia se orgulhou da campanha, em especial porque na última partida, realizada no Barradão, a equipe venceu o jogo por 2 a 1 (após perder a primeira por 2 a 0, na Vila Belmiro).

A má sequência de Atlético Goianiense e Vitória no Brasileirão coloca em xeque outro campeonato. Já faz alguns anos que os campeonatos estaduais são desprezados, considerados uma pré-temporada de luxo. Será que a Copa do Brasil também está indo pelo mesmo caminho?

O bom desempenho nas duas competições, aliado à falta de peças de reposição e à falta de uma regularidade suficiente para que o Campeonato Brasileiro transcorresse de maneira satisfatória, causaram este reencontro numa situação bem distante da outra decisão pela qual os rubro-negros passaram em 2010. Da chance de ser uma surpresa ao risco de uma frustração, segue um semestre de amargura pelo qual Atlético Goianiense e Vitória da Bahia se deixaram levar.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O QUATRO LINHAS escapa da marcação e traz mais um DEBATEBOLA!



Essa bola que não para!

E é uma satisfação estar com o DEBATEBOLA QUATRO LINHAS para você, amigo internauta. No programa de hoje:

A ÚLTIMA RODADA DO CAMPEONATO BRASILEIRO DA SÉRIE A

- A expectativa do grito de "É campeão!" do Fluminense
- O Botafogo, a uma vitória de conquistar a quarta vaga
- Flamengo e Vasco, na luta para chegar à Copa Sul-Americana

A FINAL DA COPA SUL-AMERICANA

A GOLEADA DO BARCELONA SOBRE O REAL MADRID

... E A ESCOLHA DAS SEDES DAS COPAS DE 2018 E 2022


Com os dribles de FERNANDO DINIZ e as botinadas de VINÍCIUS FAUSTINI.

No PLAY, a comunicação está no ar!



Duração: 85 minutos.

Para armazenar em seu PC, CELULAR, IPOD ou IPHONE, faça o download no link:

http://bit.ly/hK3L6p

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Extremos guerreiros



Análise de jogo: Goiás 2 x 0 Independiente (ARG) (22h, Serra Dourada)

O Goiás pisou no gramado do Serra Dourada em busca de muito mais do que ultrapassar novos limites da superação internacional ,depois de um grande insucesso no Campeonato Brasileiro de 2010. Os jogadores precisavam dar uma boa resposta aos mais de 35 mil torcedores que ocuparam as arquibancadas com uma festa que teve direito ao "maior mosaico para um clube no Centro-Oeste brasileiro". Também ansiavam por responder à crítica esportiva, que além de passar a semana questionando a postura que tomaria o time goiano contra o tradicional Independiente, ainda se esforçava para entender como uma equipe tão fraca chegara à final da Copa Sul-Americana.

As respostas vieram com bastante clareza no primeiro tempo. Aos sedentos por tática, o técnico Artur Neto apresentou um 3-5-2, considerado defensivo, em especial porque o Goiás traz um trio de zaga acima da média, com Rafael Tolói, Ernando e Marcão. Mas que levou o time à frente pela maneira como o jogo se desenhou. O time argentino se fechou na defesa, amparado também pelo 3-5-2, mas disposto a gastar o tempo para deixar a torcida goiana impaciente.

Só que os torcedores esmeraldinos tiveram como resposta mais motivos para comemorar. Um zagueiro tentou rechaçar uma tentativa adversária, mas a bola explodiu no pé de Carlos Alberto. Na sobra, Rafael Moura, com oportunismo, chutou sem chance para Navarro. Goiás 1 a 0, aos 14 minutos.

Em vantagem no placar e com o adversário ainda atônito, o Goiás continuou sua pressão, capitaneada pelo meia Marcelo Costa e pela dupla Otacílio Neto e Rafael Moura, mas em alguns momentos perdeu oportunidades pela ansiedade de seus jogadores. Num destes erros, Cabrera chutou e fez com que Harlei espalmasse a bola para escanteio.

Lance isolado, em meio a um grande duelo entre o ataque do Goiás e a defesa do Independiente. O embate teve mais um momento com supremacia alviverde aos 21 minutos. Após jogada iniciada por Marcelo Costa, Douglas desceu pelo lado direito. Ao tentar um drible, o adversário conseguiu cortar, mas, no rebote, Otacílio Neto estava livre para colocar a bola novamente no fundo da rede de Navarro. 2 a 0 Goiás

Dois gols que fizeram jus a tanto apoio vindo das arquibancadas. Embora nos últimos minutos sua equipe tenha jogado na base do chutão, o Goiás teve superioridade diante de um violento e praticamente inofensivo Independiente.

O técnico Antonio Mohamed alterou a postura defensiva da equipe argentina no intervalo. O volante Godoy saiu, para a entrada do meia Pato Rodríguez. Os goianos mantiveram o ritmo do primeiro tempo nos minutos iniciais da segunda etapa.

Mas, devido aos espaços deixados para a dupla de ataque Parra e Silvera, os esmeraldinos passaram a priorizar o desejo de evitar sofrer gols. Parecia que o Goiás desconhecia o regulamento da Sul-Americana - na decisão, o critério de "gol marcado fora de casa" não existe, o saldo de gols é o único diferencial. Basta o adversário conseguir uma vitória pela mesma diferença para forçar a prorrogação (e, no caso do empate persistir, o campeão será definido após uma disputa de pênaltis).

Nem mesmo a expulsão de Silvera - após cotovelada desleal em Rafael Tolói - fez com que o alviverde goiano tivesse sede para marcar o terceiro gol. Enquanto o Independiente chegava apenas em lances de bola parada, os guerreiros alviverdes partiam para o outro extremo de suas características. Do ataque constante, sobraram cautela e muita cadência na troca de passes.

Apesar do coro da torcida começar os gritos de "mais um", o resultado parecia satisfatório também para Artur Neto. O técnico mexeu no time apenas aos 34 minutos, para trocar um atacante por outro - o cansado Otacílio Neto por Éverton Santos. Felipe, atacante que teve seu nome gritado pelos torcedores, só entrou a três minutos do fim - em lugar do meia Marcelo Costa. Àquela altura, seus companheiros estavam cansados e o Independiente resumia sua ação a não sofrer uma goleada - seu treinador também mudou o time apenas nos minutos finais, colocando Matheu e Maxi Velásquez nos lugares de Cabrera e Fredes, respectivamente).

Os fogos do Serra Dourada mostraram a explosão de um Goiás que chegou aos seus extremos em 90 minutos. O time de guerreiros apresentou uma postura ofensiva aliada a uma imensa cautela, conseguiu que sua tática defensiva ganhasse também um bom poder de ataque, e mostrou uma superioridade digna de uma vitória maiúscula, e não refletida no placar.

Apesar de estar com um futebol bem aquém de sua tradição (são sete títulos da Taça Libertadores da América, o maior vencedor da história da competição), "El Rojo" volta para a Argentina com a sensação de que seus guerreiros não tiveram um desempenho tão ruim com sua postura defensiva. Em Avellaneda, a tendência é de que o Independiente queira comandar as ofensivas da guerra. E o Goiás tem uma semana para saber qual faceta deve levar a Buenos Aires para a finalíssima da Copa Sul-Americana.

*****

GOIÁS 2 x 0 INDEPENDIENTE (ARG)

Estádio: Serra Dourada (Goiânia / GO)

Público: 35.500 pagantes. / Renda: R$ 912.940,00.

Árbitro: Carlos Torres (PAR). / Auxiliares: Nicolás Yegros (PAR) e Rodney Aquino (PAR).

Gols: Rafael Moura, aos 14, e Otacílio Neto, aos 21 minutos do primeiro tempo.

Cartões amarelos: Otacílio Neto, Carlos Alberto (Goiás), Velasquez e Galeano (Independiente).

Expulsão: Silvera (Independiente).

GOIÁS - Harlei, Rafael Tolói, Ernando e Marcão; Douglas, Carlos Alberto, Amaral, Marcelo Costa (Felipe) e Wellington Saci; Otacílio Neto (Éverton Santos) e Rafael Moura. Técnico: Artur Neto.

INDEPENDIENTE - Navarro, Velasquez, Tuzzio e Galeano; Cabrera (Matheu), Battion, Fredes (Maxi Velasquez), Godoy (Pato Rodríguez) e Mareque; Parra e Silvera. Técnico: Antonio Mohamed.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os parados dos pontos corridos



Enquanto algumas equipes ainda têm batalhas por resolver dentro de campo, outras que não acham motivos melhores do que suas colocações no Campeonato Brasileiro passam as últimas rodadas em discussões paralelas sobre o resto da competição. Além da ética da "mala branca" e da possibilidade de entregar ou não uma partida, para prejudicar um rival tradicional, outro assunto em questão é a motivação para a reta final de campeonato.

Recentemente, o jogador vascaíno Felipe declarou que a eliminação do Vasco faz com que ele não tenha mais motivação para as últimas rodadas. Mas seu salário alto não é suficiente para fazer com que ele se empenhe em campo?

Um título ou, no caso do Campeonato Brasileiro, o credenciamento para jogar a Taça Libertadores da América do ano que vem, dão margem para que o jogador tenha mais visibilidade. No entanto, se ele e seus companheiros não conseguem ter um desempenho digno destas conquistas, a torcida e o clube ao menos têm o direito de exigir uma colocação honrosa na competição. E a declaração de Felipe dá a entender de que ambos foram descartados por ele em seu fim de temporada.

O jogador de futebol ao menos precisa dar um retorno ao investimento do clube, e mostrar à torcida que ele merece sua confiança e, quem sabe, a condição de ídolo. Isto pode fazer com que seu passe seja valorizado, além da possibilidade de rendimento com mais cifras em seus contratos.

Num futebol que exige velocidade, a desmotivação fica no banco de reservas. Independente do contexto, o jogador tem de entrar bem em campo e apresentar seu melhor futebol. E, principalmente, o jogador tem de saber que já é uma grande conquista estar num clube de destaque do futebol nacional.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Pó-de-arroz, com sal a gosto



Sim, o Fluminense é a equipe que está mais próxima do título de 2010. É verdade, trata-se do clube que há mais tempo está na liderança da competição. Não há dúvidas de que tem um bom elenco, e um treinador conceituado. O time foi capaz de superar até mesmo a sucessão de lesões e de más partidas de suas estrelas. De fato, há 26 anos que o tricolor das Laranjeiras não se sagra vencedor do Campeonato Brasileiro. Mas estes elementos são pretextos suficientes para um aumento exorbitante dos ingressos?

As entradas dos setores do Engenhão (à venda a partir de amanhã) custarão entre R$ 60 e R$ 150. Os preço dos lugares mais baratos - setores Norte e Sul, que são atrás dos gols - tiveram aumento de 100%. Um ingresso da arquibancada superior, que geralmente custa R$ 40, sairá por R$ 80. E para o tricolor que quiser ver a última partida de seu clube de coração no Brasileirão na cadeira especial, em vez de R$ 60, terá de desembolsar a quantia de R$ 150 por entrada (aumento de 150%).

Por mais que se trate de uma partida com ares de final de Campeonato Brasileiro - uma vitória sobre o já rebaixado Guarani leva o Fluminense ao posto de campeão nacional de 2010 - não é justo que haja uma disparidade tão grande de preços. Está certo, o jogo decisivo garante a boa presença de torcedores, só arriscar tamanho aumento, amparado pela certeza de que a torcida não mede esforços financeiros para estar ao lado de seu clube, chega a ser uma atitude sórdida.

Talvez fosse mais interessante para a receita do Fluminense que o preço fosse em conta (ou, no máximo, custasse 10 reais a mais do que os preços convencionais do Engenhão), para tornar mais provável a lotação completa do estádio - coisa que raramente foi vista desde que o time das Laranjeiras passou a mandar seus jogos no Engenho de Dentro. Mas, as filas que já começaram um dia antes da bilheteria abrir comprovam: o tricolor não se importa de digerir um ingresso do pó-de-arroz, com muito sal a gosto. As torcidas cariocas precisarão digerir preços tão salgados para assistirem a decisões envolvendo clubes do Rio? Que esta receita indigesta não se torne comum no cenário carioca.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Com o coração no bico da chuteira, o QUATRO LINHAS traz para você mais um DEBATEBOLA!



A comunicação está no ar!

O QUATRO LINHAS está na área, com mais um DEBATEBOLA. Essa bola que não para, e passeia pelo gramado com:

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

- A vitória que aproxima o Fluminense do título
- O Botafogo, que ainda sonha com a vaga no G-4
- A derrota do Vasco que deixa o Corínthians ponto a ponto com o Fluminense
- O fim do risco de rebaixamento do Flamengo

A ÚLTIMA RODADA DA SÉRIE B

FUTEBOL INTERNACIONAL

- A final da Copa Sul-Americana
- Campeonato Inglês
- Campeonato Italiano
- Campeonato Espanhol

... E AS RESPOSTAS AOS INTERNAUTAS-COMENTARISTAS


Com os meia-armadores FERNANDO DINIZ E VINÍCIUS FAUSTINI.

A partida começa quando você dá o PLAY!



Para ouvir em seu PC, CELULAR, IPHONE E IPOD, faça o download em:

http://bit.ly/hWMQQK

Duração: 98 minutos.

domingo, 28 de novembro de 2010

Para o ano não acabar



Análise de jogo - Corínthians 2 x 0 Vasco (17h, Pacaembu)

Corínthians e Vasco apresentaram no Pacaembu o contraste da reta final do Campeonato Brasileiro. Enquanto os corintianos, apoiados por mais de 33 mil torcedores, tentavam manter as chances de título, poucos foram acompanhar a equipe vascaína, para quem as perspectivas de algum título ficaram adiadas para 2011.

Mas suas deficiências devem ser corrigidas urgentemente. Com uma formação usada para atuar no contra-ataque, escalando os jovens volantes Rômulo, Renato Augusto e Allan, o time de Paulo César Gusmão depende de boas atuações de Carlos Alberto, Éder Luís e Zé Roberto. Só que, se nenhum deles encontra velocidade para atacar, o poder ofensivo do Vasco se perde completamente.

Foi assim que o Corínthians se sobressaiu na partida. Aos poucos, o alvinegro paulista foi se acertando em campo e encontrando oportunidades. A primeira foi aos seis minutos (um minuto depois do alto-falante anunciar que o Palmeiras fez 1 a 0 sobre o Fluminense, time que briga diretamente com o Corínthians pela conquista do Brasileirão de 2010), em jogada de bola parada de Bruno César que passou por Dentinho, livre na área. Depois, vieram chutes de Roberto Carlos e Jucilei que pararam em defesas de Fernando Prass.

Com o passar dos minutos, o calor do Pacaembu fez a partida ficar morna. O Corínthians parecia não ter pernas para dar continuidade às jogadas, enquanto o Vasco se limitava a fortalecer sua marcação. Mas seu setor defensivo acabou favorecendo o ímpeto corintiano (que tentava aumentar, mesmo com o anúncio de que o Fluminense empatara a partida com o Palmeiras na Arena Barueri). O chute de fora da área de Bruno César desviou na canela do zagueiro Dedé e passou por baixo das pernas do goleiro Fernando Prass. 1 a 0 Corínthians, aos 39 minutos. Vantagem que prosseguiu até o fim do primeiro tempo.

Para o segundo tempo, Paulo César Gusmão trouxe um Vasco mais ofensivo. O volante Allan deu lugar ao meia Fumagalli, que entraria para ajudar Carlos Alberto na criação de jogadas. A alteração melhorou a equipe vascaína. À exceção de um chute de Danilo defendido por Fernando Prass, a pressão vascaína foi constante nos primeiros 10 minutos. Entretanto, o fraco poder de fogo comprometeu mais uma vez a atuação da equipe carioca. Apenas Zé Roberto chutou ao gol, e a bola passou longe do gol de Júlio César.

O Timão voltou ao ataque aos 12 minutos. E de maneira eficaz. Roberto Carlos recebeu passe na esquerda e entrou na área. Em vez de chutar ao gol, o lateral deu um cruzamento para a direita, que encontrou a cabeça de Danilo. O meia colocou a bola no fundo da rede. Corínthians 2 a 0. Mas, apesar da soberania corintiana em campo, ela não era suficiente para deixar os paulistas na liderança. No minuto seguinte ao segundo gol, o Fluminense virou para 2 a 1 o jogo com o Palmeiras na Arena Barueri.

No restante do jogo, os corintianos ficaram apenas em função de administrar o resultado - a nova alteração de Tite veio só a cinco minutos do fim, com a troca de Bruno César por Defederico.. Àquela altura, o esforço do Vasco para evitar uma derrota parecia mesmo restrito à entrada de Fumagalli no intervalo. As outras duas alterações de PC Gusmão foram nas laterais - Fágner saiu para a entrada de Irrazábal, e Ramón (que voltava à equipe após meses contundido) foi substituído por Diogo.

A equipe carioca ainda ficou mais fraca em seu poder ofensivo, quando Zé Roberto foi expulso por Márcio Chagas da Silva. O meia fez quatro faltas em sequência no segundo tempo. E, a rigor, a única oportunidade vascaína nos 45 minutos finais foi com Éder Luís, que chutou cruzado para defesa de Júlio César.

O time de São Januário dava a impressão de meramente fazer um amistoso de luxo, a duas rodadas do final do Campeonato Brasileiro. E o empenho parecia restrito ao goleiro Fernando Prass e à defesa. Em especial por jovens que se firmaram durante a competição, casos do zagueiro Dedé e do volante Rômulo, ou que na reta final tiveram oportunidade no time titular, como o estreante zagueiro Douglas e o volante Renato Augusto. De resto, uma acomodação melancólica de um Vasco que termina 2010 sem título e agora parece guardar seu futebol para quando 2011 chegar.

O calendário de 2010 do futebol corintiano ainda tem mais uma semana. E, mesmo com a possibilidade de nova frustração no ano de seu centenário (além de vencer o Goiás no Serra Dourada, o time precisa de um tropeço do Fluminense contra o Guarani, no Engenhão, para ser campeão brasileiro), não se pode negar que sua equipe se empenhou até a última rodada. Talvez por isto, o "bando de loucos" do Corínthians ainda anseia para que o dia 5 de dezembro de 2010 seja mais uma data importante na lista de conquistas do clube.

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CORÍNTHIANS 2 x 0 VASCO

Estádio: Pacaembu (São Paulo / SP)

Público: 33.487 pagantes / Renda: R$ 1.190.821,50.

Árbitro: Márcio Chagas da Silva (RS) / Auxiliares: Carlos Berenbrock (FIFA-RS) e Marcelo Barison (RS).

Gols: Bruno César, aos 39 minutos do primeiro tempo. Danilo, aos 12 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Renato Augusto e Zé Roberto (Vasco).

Expulsão: Zé Roberto (Vasco).

CORÍNTHIANS - Júlio César, Alessandro, Chicão e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Danilo e Bruno César (Defederico); Jorge Henrique e Dentinho (Iarley). Técnico: Tite.

VASCO - Fernando Prass, Fagner (Irrazábal), Dedé, Douglas e Ramón (Diogo); Rômulo, Renato Augusto, Allan (Fumagalli) e Carlos Alberto; Zé Roberto e Éder Luís. Técnico: Paulo César Gusmão.

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RODADA 37 - RESULTADOS

Domingo, 17h

Atlético Goianiense 1 x 1 São Paulo (Serra Dourada)
Internacional 1 x 1 Vitória da Bahia (Beira-Rio)
Atlético Mineiro 3 x 1 Goiás (Arena do Jacaré)
Avaí 3 x 2 Santos (Ressacada)
Guarani 0 x 3 Grêmio (Brinco de Ouro da Princesa)
Ceará 1 x 1 Atlético Paranaense (Castelão)
Botafogo 3 x 1 Grêmio Prudente (Engenhão)
Flamengo 1 x 2 Cruzeiro (Raulino de Oliveira)
Corínthians 2 x 0 Vasco (Pacaembu)
Palmeiras 1 x 2 Fluminense (Arena Barueri)

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O tempo e o placar... escolhe o que houve de melhor e de pior na penúltima rodada do Brasileirão.

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O CHUTAÇO

A trinca da frente FLUMINENSE, CORÍNTHIANS e CRUZEIRO honrou seu favoritismo e segue soberana na disputa pelo título brasileiro. O momento de liderança é tricolor, mas corintianos e cruzeirenses continuam à espreita.

A FURADA

O assunto da ENTREGA que cercou a semana anterior ao confronto do Palmeiras com o Fluminense foi um dos mais lamentáveis do Campeonato Brasileiro. A reta final de 2010 comprova: o Campeonato Brasileiro tem de fazer valer o bom futebol, e não a rivalidade em primeiro lugar.

sábado, 27 de novembro de 2010

O novo meteoro do futebol brasileiro




Não foi uma campanha digna de colocar a faixa de campeão no peito. Mas, certamente, a trajetória do América Mineiro nos últimos dois anos foi uma grande conquista. A equipe, que em 2009 foi campeã da Terceira Divisão, termina 2010 credenciada para voltar à elite do futebol nacional na próxima temporada.

A aposta do time mineiro para o Campeonato Brasileiro da Série B foi bastante arriscada. O elenco deu espaço a jogadores experientes, alguns deles pouco valorizados como Wellington Paulo, Irênio e Joãozinho, e outros de qualidade, mas que a idade poderia pesar - como os atacantes Euller e Fábio Júnior.

Mas o grande mérito do América foi não se restringir a colocar veteranos nos campos da Segunda Divisão. O clube manteve a base campeã da Série C e contratou um treinador que mostrou cacife para conseguir o objetivo americana.

Com o técnico Mauro Fernandes, o Atlético Goianiense foi campeão da Terceira Divisão em 2008 e, no ano passado, chegou à Série A. Uma temporada depois, Fernandes conseguiu repetir o feito, e com algumas coincidências em relação ao acesso do time goiano.

Assim como o Atlético, o América conseguiu a quarta vaga da Segunda Divisão, deixando em quinto lugar a Portuguesa. Tanto goianos quanto mineiros tiveram boa colocação mesmo tendo 13 derrotas após as 38 rodadas na competição. E o time de Minas Gerais também é o que, dentre os quatro clubes, há mais tempo estava longe da Primeira Divisão - a última edição que disputou foi a de 2001.

Mas, depois da ascensão meteórica semelhante ao Atlético Goianiense, o América Mineiro não pode repetir os defeitos que tornaram a campanha do rubro-negro goiano no Brasileirão de 2010 uma estrela cadente. O Coelho de Minas formou uma boa base, que superou duas divisões intermediárias, mas ela não é suficiente para manter a equipe na Primeira Divisão.

A chegada de reforços de melhor qualidade é fundamental. Fábio Júnior é um bom jogador, mas não é nem rascunho do atacante que um dia fez a Roma, da Itália, desembolsar milhões por seu passe. Euller segue tendo talento, mas não tem fôlego suficiente para terminar 2011 - ele anunciou primeiramente que ia encerrar a carreira em 2010, mas já disse que vai pendurar as chuteiras no meio do próximo ano.

O momento é de festa para um time que caiu para a Segunda e a Terceira Divisão, e em 2007 chegou a amargar um ano sem disputar o Campeonato Brasileiro. Só que 2011 já se vislumbra como o desafio de mostrar que não é somente um meteoro repentino no futebol brasileiro.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O espírito do futebol



"Quem ganha e perde as partidas é a alma". A frase de Nelson Rodrigues se eterniza a cada derrota definitiva, que tira de um time de futebol a possibilidade de conquistar um campeonato. Com ela, vêm símbolos da decepção e da amargura, que não aparecem com tanta força dentro de campo (afinal, a cada temporada jogadores têm presença mais fugaz num clube). A fidelidade fica na arquibancada, e parece que chega com mais força nos momentos de tristeza das equipes.

A tristeza mais recente foi a de ontem, com a eliminação do Palmeiras da Copa Sul-Americana. A imagem da capa da edição paulista do Lance! trazendo o garoto chorando, incrédulo com a derrota por 2 a 1 para o Goiás no Pacaembu, mostrou o verdadeiro retrato da frustração palmeirense. Como lembrou a Folha de S. Paulo na edição de hoje de seu caderno de esportes, a equipe do Palestra Itália encerrou de maneira melancólica uma década marcada por um rebaixamento e poucos títulos (o Campeonato Brasileiro da Série B de 2003 e o Campeonato Paulista de 2008).

Chegar à final da competição internacional era a última oportunidade do time deixar uma boa lembrança dos anos 2000. Traria a certeza de que a tradição palmeirense superaria até mesmo o elenco limitadíssimo entregue às mãos de Luiz Felipe Scolari. Só que o futebol pune o deslumbre causado por um favoritismo exagerado, até mesmo contra equipes consideradas inferiores, como foi o caso do Goiás.

Quando o favoritismo cai por terra depois de 90 minutos, a derrota fica ainda mais dolorosa. Afinal, o orgulho fomentado pela crítica esportiva é ferido de maneira brutal, pois, num esporte no qual a derrota faz parte do jogo, o torcedor ainda mantém a crença de que seu clube de coração é imbatível.



Foi o caso da Seleção Brasileira de 1982. O Brasil chegou à Copa do Mundo com uma equipe que representaria o "futebol-arte", digna de trazer o título depois de 12 anos sem conquistas. Mas o time de Júnior, Falcão, Zico e Sócrates acabou eliminado por uma Itália que priorizava o pragmatismo e a força para ser vitoriosa (e assim foi campeã na Espanha).

Acima da dimensão de crítica e público, que tornou o Brasil de 1982 um dos últimos times que mantinham a arte em seu futebol, uma imagem da arquibancada representou a decepção brasileira. Na capa do Jornal da Tarde de 6 de julho de 1982, um menino chorando com a camisa da Seleção Brasileira simbolizou a repercussão do fim de um sonho de título na Copa do Mundo que parecia tão certo.

Acima da paixão dos torcedores, que, como o nome indica, "torce" a realidade futebolística de acordo com a certeza de supremacia do clube de coração, o futebol sobrevive graças à alma das arquibancadas. Almas que explodem de alegria nas vitórias ou desabam prantos nas derrotas, sem qualquer pudor. Porque, mesmo que o espírito esportivo queira acalmar os ânimos com frases como "é só um jogo", o espírito do futebol se mantém irriquieto, e está presente desde os primeiros anos de vida como torcedor.

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Devido à onda de violência no Rio de Janeiro, O tempo e o placar... hoje não pôde apresentar o DEBATEBOLA QUATRO LINHAS. Este blogue espera que tudo se estabilize a tempo de apresentarmos uma edição na próxima segunda-feira.