segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Próxima parada... VITÓRIA



Amigos, estou envolvido com o próximo lançamento do meu livro. Será dia primeiro de outubro, em Vitória.

Agradeço a compreensão de todos nesta minha primeira empreitada literária.

Vinícius Faustini

sábado, 19 de setembro de 2009

Todos convidados...



... Diário de um salafrário pede passagem. A todos que quiserem ir hoje ao lançamento, eu agradeço.

Será das 20h às 21h30, no estande da Litteris Editora. Pavilhão Verde, Rua Q, Estande 17.

Obrigado aos amigos blogueiros e futebolistas,

Vinícius Faustini

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Com sobras



O discurso do futebol brasileiro quando decidiu colocar as duas primeiras divisões do campeonato foi de tornar as duas competições mais atraentes - afinal, se o Campeonato Brasileiro da Série A tinha muitos desmandos, a Segunda Divisão estava em situação calamitosa. A medida deixou a Série B interessantíssima (e deixou de ser uma tragédia a queda de grandes clubes, como Palmeiras, Atlético Mineiro, Grêmio, Corínthians e recentemente o Vasco), só que ainda não foi incorporada por inteiro: em alguns aspectos, o torneio vira uma "sobra" dos desmandos da Série A.

O zagueiro Domingos recentemente foi afastado do Santos, após uma botinada afastar dos campos seu companheiro de Santos, o goleiro Rafael. Onde é que ele foi parar? No Fortaleza. Ele será mais um dos jogadores a tentar tirar o tricolor do Ceará do buraco nesta desastrosa campanha da equipe. Afinal, pontapé pode na Segundona.

Muitos árbitros com atuações desastrosas, afetando até resultados das rodadas do Campeonato Brasileiro recebem uma punição. Geladeira? Não! Eles são escalados para apitar jogos da Segunda Divisão. E em boa parte das partidas, os juízes se destacam negativamente, errando lances capitais e, em especial, deixando a pancadaria acontecer.

Sim, a Série B evoluiu muito de lá para cá e, com o advento de times de tradição participando delas, ganhou ainda mais visibilidade. Mas ainda falta muito para que a Segunda Divisão deixe de ter meras sobras do que a Série A apresenta.

*****

Amanhã, das 20h às 21h30, este que vos escreve lança seu primeiro livro. O lançamento de Diário de um salafrário acontecerá durante a Bienal do Livro, no Riocentro. O estande da Litteris Editora fica no Pavilhão Verde, Rua Q, Estande 17.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Análise de quarta - Os dois rumos da vitória



Jogo de hoje: Botafogo 3 x 2 Atlético Paranaense (Engenhão, pela Copa Sul-Americana)

Foram 45 dias de agonia, e finalmente o Botafogo saiu de campo com a boa notícia de uma vitória. A notícia desagradável é que o jogo vale pela Copa Sul-Americana, e foi sobre um Atlético Paranaense que, além de ser bem limitado, poupou quatro titulares. O triunfo por 3 a 2 foi fundamental para o time de Estevam Soares (pela primeira vez saindo como vencedor de uma partida como treinador alvinegro), e agora tem o desafio de lidar com o fato de ter passado de fase no torneio internacional.

O primeiro tempo do Engenhão parecia trazer um roteiro típico do Botafogo no Campeonato Brasileiro. Lampejos de futebol de ambos os lados, até que a limitação técnica botafoguense fez a diferença aos 32 minutos. Wesley passou com tranquilidade por Alessandro e deu um belo chute para abrir o placar. A vantagem rubro-negra parecia consolidada na primeira etapa quando, numa das muitas tentativas atabalhoadas do ataque do Botafogo, Reinaldo sofreu pênalti de Bruno Costa. Lúcio Flávio converteu a cobrança, no minuto final.

O empate fez o Botafogo voltar melhor no segundo tempo, ainda mais que o empate com gols classificava o Atlético Paranaense. Depois de algumas jogadas "atrapalhadas" pelas limitações de André Lima e pela visível falta de condições de jogo de Reinaldo, o gol da virada alvinegra aconteceu. Em um bate e rebate na área, a bola sobrou para Gabriel. O chute do lateral saiu mascado, e a bola entrou mansamente no gol de Gallatto, aos 14 minutos.

Mais uma vez, o time botafoguense se encolheu, ansiando pela possibilidade de finalmente sair de campo com uma vitória. A defesa parecia eficiente (em especial pelas limitações do ataque atleticano). Mas a nove minutos do fim, veio uma das "coisas que só acontecem ao Botafogo". Um chute fraco de Nei na direita entrou no gol em falha clamorosa do goleiro uruguaio Castillo, empatando novamente a partida.

Mas, dois minutos depois, Wellington encerrou este calvário alvinegro, desviando de cabeça para o gol uma falta cobrada por Lúcio Flávio. A vitória por 3 a 2 não só classifica o Botafogo para jogar contra o uruguaio Emelec na próxima fase, como também promete tirar um peso dos ombros dos 11 atletas que vestem a camisa da Estrela Solitária.

A equipe alvinegra chega, então, ao dilema desta vitória. Sim, a autoestima parece ter voltado aos ares de General Severiano, e o time de Estevam Soares pode ter uma expectativa bem maior para o decorrer das rodadas do Campeonato Brasileiro. No entanto, o fato de conseguir vencer novamente não pode deixar os jogadores deslumbrados, na crença de que nas próximas partidas as vitórias acontecerão facilmente. Passada a agonia, a hora é de manter os pés no chão e controlar a euforia para se manter na Série A do Campeonato Brasileiro.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Ofensa à memória



Foi indiscutível a melhora do Flamengo no último fim de semana. A vitória por 3 a 0 sobre o Sport no Maracanã serviu para o rubro-negro voltar a ter a autoestima para tentar ao menos encerrar o Campeonato Brasileiro entre os quatro primeiros e, em especial, para Adriano tentar na Gávea jogar o que deixou de jogar na Seleção Brasileira na quarta-feira passada. Mas a declaração de Léo Moura foi um assombro em meio aos festejos de uma vitória do time.



O lateral afirmou que a atual equipe do Flamengo se assemelha ao que foi nos anos 80 - década na qual o time de Zico, Nunes, Júnior e de tantos jogadores ganhou os títulos mais importantes da Gávea. Francamente, chega a ser uma ofensa para os esquadrões da tradição rubro-negra.

Sim, o Flamengo teve seus eventuais tropeços naquela década, não venceu tudo o que disputou. Mas daí a passar pelas situações que a atual equipe vem mostrando em campo - muitos jogadores de nível técnico duvidoso vestindo a camisa, alguns fazendo o que bem entendem e jogando quando querem por terem aparente imunidade aos olhos da torcidae e, em especial a irregularidade até mesmo nos jogos do Maracanã - não são coisas do futebol de outrora.

Não é saudosismo. É apenas bom senso. Quem acredita que um Adriano visivelmente fora de sua forma física pode ser a única esperança de gols em um clube? Ou depender das boas atuações de Petkovic, que, apesar de seu talento inquestionável (mostrado tanto no Flamengo quanto em outros clubes brasileiros) já sente os desgastes naturais de seus 37 anos.

Enquanto o futebol do Rio tiver sua ausência de parâmetros, times como o Flamengo ficarão cercados de ilusões e vão acreditar nas balelas de seus próprios jogadores. Léo Moura tem em seu passado recente um histórico de ter xingado alguns flamenguistas. E agora simplesmente xingou a memória rubro-negra.

*****

Nestes últimos dias eu não pude atualizar em virtude dos preparativos para o lançamento de Diário de um salafrário. É no sábado, na Bienal do Livro, no estande da Litteris Editora (Pavilhão Verde, Rua Q, Estande 17).

sábado, 12 de setembro de 2009

Diário de um salafrário




Aos leitores de O tempo e o placar...
,

falta exatamente UMA SEMANA para que este que vos escreve lance seu primeiro livro, intitulado Diário de um salafrário. Minha primeira empreitada literária vai reunir alguns contos publicados no blogue de mesmo nome, em um livro publicado pela Litteris Editora.

O lançamento ocorrerá no dia 19 de setembro, durante a XIV Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Das 20h às 21h30, vou autografar no estande da Litteris, que fica no Pavilhão 4 (VERDE), Rua Q, Estande 17.

Como prévia, deixo neste post um dos contos presentes no Diário de um salafrário. Nada mais condizente com o blogue que apresento aqui. Trata-se de um conto que fala de futebol, desta paixão que faz parte da minha vida e também da minha escrita.

A todos os que moram ou que estiverem no Rio de Janeiro, faço o convite para irem à Bienal no próximo sábado. Aguardo vocês!

Obrigado a todos,

Vinícius Faustini

*****

90 MINUTOS

Tiro a camisa do armário. Assim que eu a vestir, começarei minha transformação. Passarei a ser mais um, um dos muitos que representam uma paixão, um ideal, uma sensação... Ou, em termos mais técnicos, um dos muitos a representar 11 jogadores que vão correr atrás de uma bola. Saio de casa, caminho alheio às provocações de torcedores adversários, sorrio aos que aderem e incentivam minha nova face.

É sempre assim. Todo domingo eu deixo de estar só e me torno "mais um". Uma situação que acontece pouco a pouco. Adentro o vagão do metrô, me sento num lugar vazio, e
calmamente vou esperando que o povo chegue. Passa uma estação, chegam mais dois com a mesma camisa que eu. Sorrio.

Vem mais um, mais outro, mais aquele outro, até ter uma boa quantidade de pessoas que seguem um mesmo ideal.

Na mudança da linha 1 para a linha 2, os primeiros gritos da torcida aparecem, e a ansiedade para que venha de uma vez abaldeação do metrô fica ainda maior quando o cântico ganha mais corpo, deixa de ser formado por gritos esporádicos pelo
meu time . Agora, ele se torna aquela canção que a torcida e que a imprensa promoveram a hino décadas atrás.

Uma pessoa faz sinal de positivo. Retribuo beijando o escudo da minha camisa. Enfim, chega a estação onde vamos descer. Aquela multidão sorridente, esperançosa, cantando, gritando, sorrindo.

Milhares de pessoas deixarão de existir por 90 minutos (fora os acréscimos e o intervalo). Assim que passarem os ingressos pela roleta, eles vão deixar do lado de fora suas dores, suas amarguras, o aluguel que venceu, o casamento que vai mal, a
penúria, as culpas e as desculpas que encontraram pra cada uma das situações que eles vivem neste momento.

Meu ingresso passa pela catraca. De uma vez por todas, está de lado tudo o que me incomoda nesta vida. Não preciso mais ser tímido. Deixo de lado minha figura solitária de corpo e alma.

Saem de cena as preocupações habituais e as eventuais. Centenas, milhares de pessoas deixam de ser "eu" para só se referirem a elas mesmas como "nós".

Agora, a vida depende de 11 pessoas. De 22 chuteiras. Das duas mãos do goleiro, essa posição ingrata, escolhida para abafar o êxtase maior desta disputa, ele que cala uma torcida e dá o suspiro de alívio à outra. Do árbitro e de seus assistentes, que
com seus erros podem sacrificar meses de trabalho, tornando um resultado injusto aos olhos do povo.

Chego à arquibancada. Estou no mesmo lugar de sempre, o mítico lugar que me faz companhia desde os primeiros jogos no estádio. Entoo os gritos que as torcidas "organizadas" cantam, a plenos pulmões e na companhia de bumbos (tocados
perfeitamente ou não). Minha mente de uma vez por todas está limpa. Minhas direções estão centradas para o que vai acontecer naquele palco que tem tapete de grama.

O placar eletrônico dá seus primeiros sinais de vida. Um torcedor comenta o que o radinho de pilha denunciou. Outro lamenta a ausência de um jogador. Um velhinho diz que bons tempos eram os anteriores, que o time de hoje não é nem sombra daquele que outrora defendeu as nossas cores. Aquele que tem uma faixa na cabeça extravasa, dizendo que sai preso se o resultado de hoje não for uma vitória. O de camiseta comenta que o árbitro escalado já nos prejudicou em outras oportunidades. Um leva fé e faz as contas, lendo a classificação do campeonato.

O alto-falante anuncia as escalações dos clubes. A torcida aplaude jogador por jogador, grita os nomes daqueles aos quais todos nós entregamos nosso sentimento, nossa razão de euforia, nossa vontade de matar ou de morrer, nossa vontade de extravasar sentimentos de amor e ódio. Alguns deles têm cantos próprios, e
agradecem à torcida quando são homenageados pelo coral. Por um coral que, apesar de não estar com chuteiras em campo, segue atento a tudo o que acontece na partida.

Entra em campo a equipe adversária. Vaias, hostilidades, ofensas. Tudo para amedrontar aqueles que podem fazer nossa tropa cair no campo de batalha. Por mais que os analistas de futebol digam que eles são superiores a nós, todos eles são
desprezados pela torcida. O goleiro vira mero "frangueiro", a zaga vira "peneira", o meio-de-campo é composto por "perebas" e o ataque é formado por um bando de "pernas-de-pau".

Vai começar o jogo. O mundo se resume às próximas horas vividas no estádio. Somos o povo! E queremos a "alegria do povo", definida no dicionário em uma palavra só: FUTEBOL.

Começou. Primeira jogada malsucedida, a torcida uníssona grita "uuuhhh", com direito a eu fazer meu "solo" nesse coro, mandando o autor do lance ir para um lugar não muito agradável.

Eu, o contido, o educado, o gentil, o cavalheiro, me transformo. Viro o ansioso. Quero a vitória. Exijo o gol. Almejo o meu sonho de ver a minha paixão culminar na grande felicidade de ver a bola passando pela rede.

Distribuo palavrões com a zaga que deixou o jogador adversário chutar e quase fazer o gol, com o juiz que não marcou uma falta clara para nós, com o artilheiro que não faz gol há semanas e mantém o tabu depois desse chute bisonho cara a cara com o goleiro. Peço, imploro para que os representantes da minha alegria corram, batalhem, lutem, mostrem raça e, principalmente, pontaria nos passes e nos chutes.

O time persiste na defensiva, acuado, e dá chutões para o alto ou para onde o nariz aponta. Eu berro, com um copo de refrigerante na mão - mas, apesar de ser proibida bebida alcoólica nos estádios, continuo embriagado de vontade de voltar pra casa
com a vida em paz.

Intervalo. E eu sou mais um. Em meio a todos aqueles que vestidos com a camisa das mesmas cores e com o mesmo estampado que a minha camisa tem, permaneço ansioso. Descontando minha raiva no ouvido dos pobres torcedores que tiveram a infeliz coincidência de ver o jogo próximo de mim.

Com eles eu não preciso ser o que sou diante dos olhares discriminativos da sociedade. Sou desbocado e falo em tons que minha voz jamais chegaria na minha rotina. Converso com eles como se fôssemos velhos conhecidos - e somos. Afinal, torcer pelo mesmo time acaba fazendo com que eu tenha milhões de amigos unidos para apoiar a equipe ou para xingar quando os jogadores não conseguem ir bem durante o jogo.

Os times voltam do intervalo. Vai começar o segundo tempo. O último quadro antes do juízo final. Desse juízo que tem sua graciosidade - nem sempre o mais forte, o superior ou o mais favorecido financeiramente se torna o vitorioso no final.
O treinador fez boas alterações. Colocou o time mais ofensivo. "Esse jogador não pode nunca ficar no banco". São os comentários que os companheiros dizem depois dos primeiros minutos de segunda etapa.

A bola cruza nossa área. O zagueiro salva em cima da linha. Apreensão ao extremo, e medo de que todo aquele sonho vivido nas horas mais recentes caia por terra através de um pé de um jogador que não veste a mesma camisa que a nossa. O jogo permanece truncado. Boas defesas de ambos os goleiros. Um jogador nosso cai na área. Pênalti claro, mas que passa batido aos olhares do árbitro. E o coro, em uníssono, entoa outro grito: "Ladrão, ladrão...", agora com variados "solos", com ofensas à
virilidade ou à pobre mãe do juiz.

O cronômetro vai passando. O locutor diz que o jogo está bom, uma bela partida das duas equipes. Milhares de pessoas de ambos os lados sofrem a agonia que passa o confronto entre 22 jogadores. Alguns deles que jogam bola, outros que brigam com
a bola, outros que brigam com os outros, e até os que brigam entre eles.

O nosso camisa 10 pega a bola na intermediária. Passa pelo zagueiro e deixa o atacante cara a cara com o goleiro. Uma puxada para a direita e o arqueiro fica imóvel no chão. Com toda a calma, o atacante coloca a bola por cima do goleiro batido. E a palavra que tem três letras ecoa em uma das partes da torcida: GOL!

Uma palavra pequena e decisiva. Ela define quem venceu e quem perdeu. E, a poucos minutos do fim, o gol veio do nosso lado. Euforia, sorrisos, gritos, cantos de alegria e também de provocação ao adversário.

E apreensão pelos minutos finais. O juiz deu muitos minutos de acréscimo. O time está recuado, cada vez mais acuado, praticamente tem 11 jogadores na pequena área. O zagueiro prende a bola, passa pro lateral, que consegue cavar uma falta.

O jogo continua, a partida fica nervosa, um time querendo evitar o suspiro de alívio do adversário, o outro não querendo, em hipótese alguma, sair de campo derrotado.
Mas não adianta. É fim de jogo. Vencemos! Os jogadores vêm para o nosso lado. Eles são nossos heróis, e vibram junto com aqueles tantos que vieram ao campo para zelar por eles, por seu bem-estar e por suas boas jogadas... Na nossa torcida, só
abraços, sorrisos, felicidades.

E uma ida para casa cantando, assobiando em glória. Todos ostentando a camisa que simboliza o time que saiu de campo vitorioso. Em calma, todos saem do estádio. Desço a rampa do estádio. Passo pelo portão. Lá, reencontro a companhia da minha
solidão.

Ela vai me levar para casa. Cuidar de mim. Apresentar de novo cada nuance de meu dia a dia, tão difícil, tão confuso, tão triste. Tão só. Mas sabendo que, no próximo domingo, vou estar bem acompanhado. Lado a lado com as várias solidões que,
durante 90 minutos, ansiarão por uma alegria repentina e por algo que amenize a ausência de felicidade no dia a dia.

*****

Mas vão ter outros, dos mais variados temas, das mais variadas histórias. Cliquem na foto acima, lá tem o convite de lançamento. Ah, ontem o Edson Mauro deu um apoio durante o jogo entre Vasco e Paraná. Aos nove minutos do segundo tempo, ele recomendou aos ouvintes da Rádio Globo. BOTA AMIZADE NISSO!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Descanso para as canelas



O técnico Vanderlei Luxemburgo fez um grande favor para o futebol brasileiro ao afastar o zagueiro Domingos. Durante os treinos, o jogador deu uma entrada violenta que machucou o goleiro santista Rafael.

Por mais que o Santos não esteja bem no Campeonato Brasileiro, Vanderlei mostrou superioridade em relação às atitudes de Vágner Mancini. Na semifinal do Campeonato Paulista, o técnico fez Domingos entrar em campo somente com a intenção de expulsar o jogador Diego Souza, do Palmeiras. O zagueiro provocou o meia palmeirense e os dois trocaram socos e pontapés, manchando o que seria uma partida emocionante.

Em vez de reservar vaga para botinudos em seu time, Vanderlei poupou as canelas de seus atletas e dos demais jogadores do país. Lamentavelmente, por um motivo bem crucial: quando Luxemburgo sentiu na própria carne as consequências de empregar Domingos. Foi preciso machucar seu próprio atleta para perceber os males de um zagueiro com tamanha ausência de bom senso no futebol.

A esperança fica para que jogadores como Domingos saiam de cena gradativamente no futebol brasileiro. Será um benefício para torcedores e, em especial, para os jogadores.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ANÁLISE DE QUARTA - Festa completa



Jogo de hoje: Brasil 4 x 2 Chile (Pituaçu, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo)

O Estádio Pituaçu foi cenário de uma festa completa da Seleção Brasileira. Durante os 90 minutos, passaram pelo estádio festejos do povo baiano, bela exibição do Brasil e até a participação de jogadores que destoaram e quiseram estragar a festa. No fim das contas, vieram mais três pontos para o time de Dunga.

O início foi preocupante. Classificado antecipadamente para a Copa do Mundo de 2010, o Brasil abusava das tentativas de fazer estripulias para a plateia baiana. Muito toque de calcanhar, muito drible que ligava o nada ao lugar nenhum. E alguns sustos do (bom) time chileno.

Quando a seriedade decidiu entrar em campo, a Seleção Brasileira fez dois gols. O primeiro quando Nilmar aproveitou com um chute certeiro o cruzamento de Daniel Alves (surpreendentemente, escalado no meio-de-campo), aos 31 minutos. E o segundo aos 40, quando Nilmar roubou a bola de um defensor chileno e entregou para Daniel Alves. Ele achou Júlio Baptista livre para marcar.

O placar parecia confirmado quando dois jogadores decidiram deixar a festa verde e amarela mais emocionante. André Santos permitiu a passagem de Sanchez na área e Felipe Melo cometeu um pênalti bobo. Suazo converteu a cobrança e diminuiu a vantagem brasileira.

Mas o temor do Brasil ficaria ainda pior no início do segundo tempo. O mesmo Felipe Melo deu uma entrada desleal em Sanchez e deixou o Brasil em desvantagem numérica aos quatro minutos. Aos sete, Suazo acertou belíssimo chute para fazer o gol de empate.

Os chilenos pareciam mais próximos da virada quando Nilmar decidiu garantir que a festa seria brasileira - e por duas vezes. Em ambas, aproveitando jogadas de Maicon (um cruzamento no terceiro gol e um rebote do goleiro Bravo no último). Com três dos quatro gols da Seleção Brasileira, o jogador do Villareal mostrou que tem futebol para uma Copa do Mundo. E, neste momento, tem chance até de barrar Robinho. Seu companheiro de ataque, Adriano, é que ainda tem muito o que mostrar para merecer uma convocação.

O 4 a 2 sobre o Chile garantiu a primeira colocação nas Eliminatórias da Copa do Mundo. Mas comprovou que a festa brasileira só vai acontecer quando o Brasil resolver jogar com seriedade.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Bola pra frente





Apesar de a imprensa especular que a partida contra o Chile hoje se esvaziou com a classificação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2010, para a dupla de ataque a partida em Salvador será decisiva. Com as ausências de Robinho (contundido) e Luís Fabiano (suspenso pelo terceiro cartão amarelo), a dupla de ataque formada por Nilmar e Adriano tem hoje a chance de pelo menos garantir presença dentre os convocados do ano que vem.

Cada um tem de conquistar a vaga por um caminho diferente. Depois de muitos altos e baixos na carreira, o Imperador precisa mostrar a Dunga que tanto ele quanto seu futebol voltaram e são dignos de uma Seleção Brasileira. Um dos grandes craques do país, Nilmar ainda não teve tão boas atuações com a camisa amarela. Hoje é uma grande chance para despontar, afinal, em um ataque com Luís Fabiano e Robinho, quando virá uma nova chance de ser titular?

O jogo fica mais atrativo porque o Chile não está classificado matematicamente para a Copa do Mundo, e certamente daria moral para a seleção chilena terminar as eliminatórias à frente do Brasil. Em especial depois que a Seleção Brasileira derrotou os chilenos por 3 a 0 em Santiago.

Para Nilmar e Adriano, serão 90 minutos de decisão. Então, bola pra frente, e que venha uma boa vitória do Brasil logo mais.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Mais do que estepes



Novamente, Dunga só olha para os jogadores brasileiros em caso de emergência na lista de sua seleção. Não podendo contar com Lúcio, Kaká, Ramires e Luís Fabiano, suspensos, e Robinho, contundido , o treinador garimpou em clubes brasileiros seus reservas imediatos. O zagueiro André Dias (do São Paulo), os meias Cleiton Xavier e Diego Souza (ambos do Palmeiras) e o atacante Diego Tardelli (do Atlético Mineiro) chegaram à Seleção Brasileira obviamente porque eles estão no momento mais perto do que as apostas mirabolantes achadas no exterior.

Provavelmente, nenhum deles terá chance de ser avaliado suficientemente com a camisa da Seleção Brasileira na partida contra o Chile. Os reservas imediatos das posições são o zagueiro Juan, o meia Júlio Baptista e a dupla de ataque formada por Nilmar e Adriano. Para que, então, tirar atletas das equipes que estão nos primeiros lugares do Campeonato Brasileiro se eles só irão para Salvador porque a Seleção Brasileira precisa ter reservas em seu banco?

Se Dunga quer tanto aproveitar o fato de o Brasil já estar na Copa do Mundo de 2010 para experimentar alguns jogadores, talvez fosse hora de dar espaço também para o futebol jogado em gramados nacionais. Em especial depois que um titular evidente que atuava em clube brasileiro (o meia Kléberson, do Flamengo) se contundiu quando defendia as cores da própria Seleção Brasileira.

O quarteto de reservas de última hora provavelmente não chamará tanta atenção dos torcedores em Salvador. Uma pena, pois os titulares dos clubes brasileiros merecem muito mais do que jogar poucos minutos em uma partida de Eliminatórias da Copa do Mundo ppr nossa seleção.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Os extremos aumentam




Nesta vigésima-terceira rodada do Campeonato Brasileiro, os resultados tornaram os dois lados da tabela ainda mais extremos. Enquanto os primeiros vão somando pontos, os que estão na parte de baixo de classificação têm de se apegar aos pontos conquistados nas primeiras rodadas como critério de desempate.

Dentre os quatro primeiros colocados, só o Goiás teve um tropeço na rodada. O empate em 2 a 2 com o Coritiba no Serra Dourada fez o Atlético Mineiro se aproximar depois da virada por 2 a 1 sobre o Santo André.



Também de virada foi o placar construído pelo São Paulo no Mineirão, diante de um Cruzeiro cambaleante na competição. Os são-paulinos seguem em terceiro lugar, ficando atrás somente do Internacional (que conseguiu vencer o surpreendente Avaí por 2 a 0, mesmo com dois jogadores a menos no Ressacada) e do líder Palmeiras, que em novo jogo de camisa azul venceu o Barueri no Parque Antarctica por 2 a 1. A partida marcou a reestreia de Vágner Love, autor de um dos gols da equipe, marcado de pênalti. O outro duelo paulista teve vitória corintiana, por 2 a 1 sobre o Santos no Pacaembu na quarta-feira.



Fazendo companhia ao Santo André seguem dois cariocas e um pernambucano. No confronto de desesperados, o Sport levou a melhor sobre o Botafogo. O alvinegro carioca novamente entrou em campo desconcentrado e levou dois gols em sete minutos. Nem mesmo o gol de Juninho, de falta no início do segundo tempo, serviu para melhorar a atuação do time na Ilha do Retiro. Mesmo com a vitória, o Leão prossegue em penúltimo lugar.



O rubro-negro de Recife só não é pior do que o Fluminense, que na estreia de Cuca, mostrou o futebol com mesmos erros que teve com os técnicos anteriores. Em pleno Maracanã, o time não saiu de um modorrento 1 a 1, que fez com que o Náutico saísse da zona de rebaixamento até a próxima rodada.

Se os extremos aumentaram, a zona de "classificação para a Sul-Americana" (prêmio de consolo para times que apresentam futebol de médio porte) não saiu de um empate. O Grêmio escapou da derrota graças ao gol de Jonas a quatro minutos do fim - depois de Neto Beirola ter aberto o placar no primeiro tempo do Olímpico. E na Arena da Baixada, o futebol passou longe no empate sem gols entre Atlético Paranaense e Flamengo. Comentários sobre este jogo na coluna deste que vos escreve na página eletrônica Almanaque Virtual:

http://almanaquevirtual.uol.com.br/ler.php?id=21019&BRASILEIRAO+%E2%80%93+ATLETICO-PR+X+FLAMENGO:+POBRE+ARENA

Aos poucos, o Campeonato Brasileiro vai mostrando ares de previsibilidade para as próximas rodadas. Resta aos times que estão nas últimas colocações tentarem as superações diante dos extremos da competição.

*****

O tempo e o placar... traz o que houve de melhor e de pior na vigésima-terceira rodada do Campeonato Brasileiro.

O CHUTAÇO

O lindo gol de ARIEL fez o Coritiba escapar de uma derrota e ficar a dois pontos da zona de rebaixamento. Pelo jeito, ele é o único argentino que saiu de campo satisfeito neste fim de semana.

A FURADA

Sim, é bem verdade que os dois estão mais furados do que queijo suíço pelos comentários de O tempo e o placar... Mas FLUMINENSE e BOTAFOGO não aprendem, e continuam a perder para eles mesmos rodada por rodada. Os dois cariocas seguem firmes rumo à Segunda Divisão de 2010.

*****

MENÇÃO HONROSA

EVANDRO ROMAN, pelo conjunto da obra na partida do Atlético Goianiense com o Vasco no estádio Serra Dourada. Sua atuação desastrosa prejudicou os vascaínos, com não-marcação de pênalti, permitir sucessivas botinadas do rubro-negro de Goiânia e aceitar passivamente o antijogo do goleiro Márcio. Por mais que o jogo tenha sido pela Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, ele não poderia ficar de fora da análise da rodada.

domingo, 6 de setembro de 2009

Ponte aérea rumo à África do Sul



O Brasil fez o feitiço de Maradona se virar contra a seleção argentina neste sábado. As provocações dos jogadores e a transferência da partida para Rosário não adiantaram em nada para a Argentina conseguir uma vitória que deixasse a situação menos delicada nas Eliminatórias da Copa do Mundo e desse um pouco de gás para o técnico e seus comandados.

O diferencial da Seleção Brasileira foi mesmo a defesa. Os argentinos se lançaram para o jogo, mas sempre eram neutralizados por Lúcio e Luisão na hora da conclusão. E Luisão ainda deu uma alegria digna dos atacantes, ao aproveitar a cobrança de falta de Elano para colocar a bola no fundo da rede de Abondanzieri, aos 23.

Sete minutos depois, o mesmo Elano foi mais infeliz ao cobrar uma falta, mas quis o destino que ela caísse nos pés de Kaká. O camisa 10 foi até a linha de fundo e Maicon chutou. No rebote do goleiro, Luís Fabiano deixou o Brasil com dois gols de vantagem. O caldeirão de apoio à Argentina se transformou em vaias. O Brasil soube administrar o resultado no restante da primeira etapa.

No segundo tempo, o panorama ganhou ainda mais extremos (parecia ataque contra defesa em determinados momentos), com requintes de dramaticidade. Até Dátolo arriscar de fora da área e jogar a bola à esquerda do goleiro Júlio César aos 20 minutos.

Dois minutos depois, Kaká fez uma boa jogada no meio-de-campo e lançou Luís Fabiano na intermediária. O camisa 9 ganhou na corrida do zagueiro argentino e tocou na saída de Abondanzieri. Era o último gol da noite - 3 a 1.

Beneficiado pelas vitórias da Colômbia e do Peru, o Brasil ainda terminou a rodada classificado antecipadamente para a Copa do Mundo de 2010. Uma noite que começou em Rosário e fez a ponte aérea para o sonho de um novo título na África do Sul.

sábado, 5 de setembro de 2009

Sem olhar pelo retrovisor



A opção argentina em transferir o jogo com o Brasil para a cidade de Rosário não foi nada menos do que uma artimanha para intimidar a Seleção Brasileira, tanto pelo gramado quanto por todo o passado que o estádio traz ao time canarinho. A torcida fica muito mais perto dos torcedores do que em outros gramados da Argentina e também foi nesta cidade que as duas equipes se enfrentaram na Copa do Mundo de 1978.

Aquela partida, válida pela segunda fase da competição internacional, terminou com um empate em 0 a 0 e com um grave resultado para o futebol arte: o ataque brasileiro foi parado constantemente pelas botinas dos argentinos, com a conivência do árbitro húngaro Palotai. Na rodada seguinte, Rosário seria palco da duvidosa classificação dos argentinos para a final do campeonato: duas horas depois da vitória do Brasil por 3 a 1 sobre a Polônia, a seleção argentina goleou por 6 a 0 o Peru, em uma derrota com certa polêmica ao redor, e foi para a final contra a Holanda (para ganhar sua primeira Copa do Mundo).



Com os argentinos se arrastando na briga pela classificação nas Eliminatórias da Copa do Mundo (atualmente, estão em quinto lugar), a solução de Maradona e sua trupe foi transferir o jogo para Rosário recorrendo a um duvidoso artifício: a tradição. A esperança da Argentina é que seus jogadores entrem em campo de braços dados com o passado.

Cabe à Seleção Brasileira pisar em Rosário para o duelo contra a Argentina sem olhar pelo retrovisor. E, assim, permitir que o time de Kaká, Robinho e Luís Fabiano escreva uma nova história neste grande confronto do futebol internacional.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Em busca da devoção nacional



Às vésperas do confronto entre Argentina e Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, o jogo de Rosário chama atenção por um motivo que vai além das quatro linhas. A torcida brasileira mais uma vez parece inferior em relação à expectativa para o jogo.

A justificativa de os atletas estarem jogando fora do país não vale como critério de diferença - ambos os lados sofrem com a saída de atletas. O perigo pode ser ainda maior do que a catimba dos argentinos: o deslumbre nacional.

Com a Seleção Brasileira indo bem nas últimas partidas oficiais (ganhou o título da Copa das Confederações), a vitória parece ser mais próxima dos brasileiros, mesmo com o jogo sendo em território argentino. O Brasil é o atual líder do campeonato, e está a um passo de sua classificação da Copa do Mundo de 2010. A Argentina está em quinto lugar, e corre risco de não disputar o torneio mais importante do futebol. Uma vitória sobre os brasileiros daria uma força ao time e a Maradona no cargo.

O Brasil não está com sua classificação a perigo, e pode tentar se contentar com um empate. Jogando contra uma torcida maciçamente adversária, que apoia o time o tempo todo, os torcedores brasileiros podem tender a hostilizar seus próprios jogadores (ao contrário dos técnicos, a torcida nacional quer sempre o gol em verde e amarelo).

Em Argentina e Brasil, tudo pode acontecer. Mas a devoção nacional poderia começar a fazer diferença diante dos argentinos, não só no jogo de amanhã, como também nos próximos jogos deste clássico sul-americano.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ANÁLISE DE QUARTA - Time choco



Jogo de hoje: Internacional 3 x 0 Atlético Mineiro (Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro)

A profecia da imprensa esportiva segue a cada rodada se confirmando no Campeonato Brasileiro de 2009. Após um bom período na liderança do torneio, o Atlético Mineiro vai caindo de produção vertiginosamente.

O novo tropeço veio ontem, na realização do jogo contra o Internacional (adiado do primeiro turno, porque o time gaúcho atuou em partidas no exterior) no Beira-Rio. Os colorados não tomaram conhecimento do time mineiro, e fizeram 3 a 0, com direito a show de D'Alessandro. O meia argentino retornava após um longo tempo de suspensão, pela confusão que protagonizou durante o confronto com o Corínthians, ainda pela final da Copa do Brasil, e mostrou que pode ser muito útil no decorrer do campeonato.

Enquanto isto, o Internacional segue honrando o favoritismo construído no primeiro semestre, quando, após a conquista do Campeonato Gaúcho, se insinuou um dos melhores do país. O time está a um ponto do líder Palmeiras, e certamente pode tirar a briga dos favoritos paulistas - além do alviverde, São Paulo e Corínthians também estão na luta pelo Brasileirão. E, sem dúvida, ele tem mais chances de uma boa continuidade na competição do que o outro "intruso" na hegemonia paulista (o Goiás).

Parece que não será desta vez que Celso Roth vai conseguir se livrar de seu incômodo apelido. Muitos o chamam de "garrafa de dois litros", porque os times que ele treina no Campeonato Brasileiro ficam sem gás na metade da competição. E o gosto choco do Galo aumenta jogo a jogo, com um time tão limitado e dependente das boas atuações de Éder Luís e Diego Tardelli. É rezar para o sabor não ficar ainda mais amargo nas próximas rodadas do Brasileirão.

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BOLA PRO MATO

Quanto a Botafogo e Atlético Paranaense, pela Copa Sul-Americana, não teve análise por um simples motivo. Na Arena da Baixada não houve futebol nesta competição tão desprestigiada.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Disparidades para 2010



Mal o calendário chegou ao mês de setembro e dois clubes de tradição começam a se preparar para a próxima temporada. Entretanto, os motivos para Corínthians e Fluminense pensarem no ano de 2010 são bem diferentes.

O tricolor das Laranjeiras mudou de técnico ontem (Renato Gaúcho por Cuca) visando uma mudança geral em seu atual panorama. Afinal, o lanterna do Campeonato Brasileiro precisa de dias melhores, seja na Primeira Divisão ou na Série B, que está cada vez mais próxima - o time tem 93% de sair da elite do futebol brasileiro este ano.

O acerto com Cuca não parece o nome ideal, seja para tentar o milagre de se manter na Série A ou para batalhar no segundo grupo do futebol nacional. Suas passagens recentes por Botafogo, Flamengo e até no próprio tricolor no ano passado comprovam que ele não sabe lidar com times que estão no limite, precisando de uma reconstrução. Só que, diante do quadro apresentado nas Laranjeiras, nada pode ser melhor do que este período de 2009.

Enquanto o time carioca lida com o inferno, o Corínthians vai se organizando para o ano de seu centenário, ansiando por conquistas nas quais o céu é o limite. O alvinegro de São Paulo está credenciado para a Taça Libertadores da América e planeja um fim de ano em Dubai, para a disputa do Mundial Interclubes.

Jogadores como o meia argentino Defederico chegaram este ano com o advento da janela, mas devem ser mantidos no próximo ano. Passado o calvário do descenso em 2007 e a presença na Segunda Divisão em 2008, o time chegou a 2009 com a conquista do Campeonato Estadual e da Copa do Brasil. Uma ascensão que a equipe do Parque São Jorge tenta manter, mesmo com o atual desmanche causado pelo assédio dos clubes estrangeiros aos seus jogadores.

2010 já começou para estes dois times. Será que o pensamento a longo prazo vai prosseguir na virada de ano?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Figurinhas repetidas



Já entrou no cotidiano do futebol carioca a rotina de pelo menos dois clubes considerados "grandes" terem uma troca de técnico durante o ano. E, invariavelmente, os times com sucessivas mudanças de comando acabam a temporada com um castigo: sair de cena da elite do futebol brasileiro pelo menos por um ano.

Em 2002, o Botafogo teve seis treinadores. No ano passado, cinco técnicos estiveram no comando do Vasco da Gama. Nas três vezes consecutivas em que foi rebaixado, o Fluminense primou pela alternância na vaga de técnico: seis em 1996 e 1997, e cinco no ano de 1998.

11 anos depois de sua queda para a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro, o tricolor das Laranjeiras repete o roteiro de uma equipe ladeira abaixo. Foi anunciada hoje a demissão de Renato Gaúcho. Em seu lugar, o técnico Cuca assume o comando da equipe, para tentar fazer o que Renato, Vinícius Eutrópio, Carlos Alberto Parreira e René Simões não conseguiram em 2009: elevar o Fluminense.

Mas o que chama atenção no novo anúncio da diretoria nem é a troca de técnico (previsível). O problema é que os times cariocas sempre recorrem aos mesmos nomes em momentos de emergência. O torcedor tricolor que acessa a Internet hoje tem a sensação de que voltou no tempo.

Afinal, no ano de 2008 o treinador do Fluminense era Renato Gaúcho. Depois da perda do título da Taça Libertadores da América e dos insucessos constantes no Campeonato Brasileiro, ele foi demitido. E quem entrou em seu lugar? Cuca!

O novo (agora velho) comandante durou somente nove partidas, e teve apenas duas vitórias. Beirando a ida para a Série B, ele foi substituído por René Simões, que livrou definitiavamente o time da degola.

Um ano depois, os mesmos nomes passam pelo comando do Fluminense. E o pior: a tendência é de que os insucessos do tricolor no Campeonato Brasileiro continuem, sempre em grandes proporções. O returno vai ser bem longo para os tricolores.

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BOLA PRO MATO

Do outro lado do planeta, o técnico Joel Santana deve estar suspirando aliviado ao ver esta troca de técnicos do futebol carioca. Ou o leitor de O tempo e o placar... duvida que, se ele não estivesse comandando a África do Sul, certamente seria chamado para treinar algum dos grandes clubes do Rio de Janeiro?