sábado, 29 de maio de 2010
Fim de uma era de sobrevivência
Durou cinco meses a permanência de Jorge Fossati como treinador do Internacional. No calendário, pouco tempo, mas que pareceu muito, diante da situação pela qual o uruguaio passou no clube gaúcho. Afinal, cada 90 minutos do time colorado pareciam uma eternidade para um técnico sempre contestado ,e que passou a maior parte de seu trabalho na iminência de perder o emprego.
Fossati chegou em um time que ficou em segundo lugar do Campeonato Brasileiro de 2009 e, com isto, chegava a 2010 trazendo um elenco acima da média, à espera de um treinador especialista em competições sul-americanas. Diante de tal panorama, nada melhor do que contratar um homem com boa experiência no assunto - e o uruguaio tinha levado a LDU ao título da Copa Sul-Americana do ano anterior.
No entanto, desde que começou no Inter, o treinador ficou marcado por uma incompatibilidade com torcida e direção coloradas. O time demorou a encontrar um padrão de jogo, em especial porque no Campeonato Gaúcho entravam em campo os reservas. As vitórias não muito convincentes dos titulares na Taça Libertadores da América ficavam ainda mais agravadas pelo insucesso no primeiro turno do Gauchão - onde Fossati poupou seus titulares numa semifinal e a equipe foi derrotada pelo Novo Hamburgo.
Mesmo assim, o uruguaio foi sobrevivendo, partida por partida, com a conquista do segundo turno do Gauchão e uma melhora nas atuações da Libertadores. As coisas pareciam mais calmas para o técnico. Veio a perda do Campeonato Gaúcho para o Grêmio (na qual, mais uma vez, ele teve de voltar atrás depois da decisão de escalar reservas em pleno Gre-Nal decisivo), mas a classificação para as oitavas-de-final da competição sul-americana amenizaram as coisas no Beira-Rio.
Dois argentinos ficaram pelo meio do caminho na Taça Libertadores da América - o Banfield e o campeão do torneio do ano passado, Estudiantes - e tudo parecia resolvido pelo menos até as semifinais da competição. Mas, eis que o pensamento imediatista surgiu como adversário implacável.
Uma vitória, três derrotas (a mais recente após começar vencendo por 2 a 0 e, no segundo tempo, permitir a virada do Vasco para 3 a 2) e as últimas colocações no início do Campeonato Brasileiro foram peso suficiente para desequilibrar Jorge Fossati nesta corda bamba. E assim foi sacramentada a injustiça do Internacional, que desde o primeiro mês quis ver o trabalho de Fossati apenas com maus olhos.
Com a queda de Jorge Fossati, chega ao fim uma era de sobrevivência no Internacional. Virá um novo treinador, que terá três jogos do Campeonato Brasileiro pela frente antes da parada da Copa do Mundo. No fim de julho, o colorado volta suas atenções para as semifinais da Taça Libertadores da América, em duas partidas contra o São Paulo. Mas depois desta instabilidade toda, o time vai encontrar resistência para uma sobrevida dentro de campo?
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