segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Quatro linhas, 21 de dezembro de 2009





Satisfação!

O programa Quatro linhas está na área para sua última jogada no ano de 2009. E no debate de hoje, teremos:

ESPECULAÇÕES DO MERCADO DA BOLA

RETROSPECTIVA DO 2009 DO FUTEBOL DO RIO DE JANEIRO

O DOPING DE JOBSON

PUNIÇÃO AO CORITIBA

A DECISÃO DO MUNDIAL DE CLUBES


Apresentação: FLÁVIO DE SÁ.

Comentários: FERNANDO QUARESMA e VINÍCIUS FAUSTINI.

Basta dar o PLAY que a comunicação está no ar.

Duração: aproximadamente 107 minutos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Quatro linhas, 14 de dezembro de 2009


Satisfação!



O ano do futebol brasileiro acabou, mas o Quatro linhas entra em campo em plena pré-temporada, trazendo toda a perspectiva para os gramados do ano de 2010. No programa de hoje:


O CALENDÁRIO DO FUTEBOL BRASILEIRO PARA 2010

AS ESPECULAÇÕES DO MERCADO DA BOLA

OS PRINCIPAIS CAMPEONATOS INTERNACIONAIS

MUNDIAL DE CLUBES


Basta dar o PLAY que o programa ataca na sua Internet.

Apresentação: FLÁVIO DE SÁ.

Comentários: FERNANDO QUARESMA e VINÍCIUS FAUSTINI.

Duração: aproximadamente 90 minutos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Quatro linhas, 7 de dezembro de 2009





Satisfação!

O Quatro linhas de hoje parte para o ataque, e fala sobre toda a bola que rolou no CAMPEONATO BRASILEIRO DA SÉRIE A. Uma cobertura detalhada sobre cada uma das 20 equipes do torneio de pontos corridos mais competitivo do mundo.

E também temos O SORTEIO DOS GRUPOS DA COPA DO MUNDO, a ELEIÇÃO DO MELHOR JOGADOR DO MUNDO e OS PRINCIPAIS CAMPEONATOS INTERNACIONAIS. Um debate com opinião e sem intervenção.

Basta dar o PLAY e começar e escutar.

Apresentação: FLÁVIO DE SÁ.

Comentários: WILLON FRAGOSO, FERNANDO QUARESMA e VINÍCIUS FAUSTINI.

Duração: aproximadamente 90 minutos.

Na foto, a equipe Quatro linhas ao lado de Alex Escobar. Da esquerda pra direita: Diego Fortes, Pedro Marques, Willon Fragoso, Fernando Quaresma, Vinícius Faustini e Flávio de Sá.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Quatro linhas, 4 de dezembro de 2009





Satisfação!

Hoje é sexta-feira, dia de mais um debate do Quatro linhas. A bola não para neste fim de ano, e o novo jornalismo esportivo brasileiro está na área, debatendo sobre:

FINAL DA COPA SUL-AMERICANA

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

REVIRAVOLTA NA SÉRIE B

SORTEIO DOS GRUPOS DA COPA DO MUNDO


É só dar o PLAY que a comunicação está no ar.

Apresentação: FLÁVIO DE SÁ.

Comentários: WILLON FRAGOSO e VINÍCIUS FAUSTINI.

Duração: aproximadamente 73 minutos.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Quatro linhas, 30 de novembro de 2009





Satisfação!

Na reta final da temporada do futebol brasileiro, a bola não para. O programa Quatro linhas está na área, com mais um debate para vocês. Hoje, temos:

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

A ÚLTIMA RODADA DO BRASILEIRÃO DA SÉRIE B

OS PRINCIPAIS CAMPEONATOS INTERNACIONAIS


Na tabelinha entre FLÁVIO DE SÁ e VINÍCIUS FAUSTINI.

É só dar o PLAY que a comunicação está no ar!

Duração: aproximadamente 49 minutos.

Na foto, o nosso comunicador Flávio de Sá, em visita à Rádio Globo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Quatro linhas, 27 de novembro de 2009





Pontapé inicial!

A bola rola e entra em campo mais uma edição do Quatro linhas. O novo jornalismo esportivo brasileiro ataca na Internet, e traz um bom papo sobre:

DECISÃO DA COPA SUL-AMERICANA

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

ELEIÇÃO DOS CRAQUES DO BRASILEIRÃO

LIGA DOS CAMPEÕES E PRINCIPAIS CAMPEONATOS INTERNACIONAIS


Com a dupla de ataque VINÍCIUS FAUSTINI e DIEGO FORTES.

É só dar o PLAY e escutar.

Duração: aproximadamente 78 minutos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Quatro linhas, 23 de novembro de 2009





A bola não para!

Entra em campo mais uma edição do Quatro linhas. O novo jornalismo esportivo brasileiro ataca na Internet, para falar sobre:

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

PRINCIPAIS CAMPEONATOS INTERNACIONAIS


Com apresentação de FLÁVIO DE SÁ.

Comentários de WILLON FRAGOSO e VINÍCIUS FAUSTINI.

É só dar o PLAY que a comunicação está no ar.

Duração: aproximadamente 82 minutos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Quatro linhas, 20 de novembro de 2009.






A comunicação está no ar!

Em pleno dia de Consciência Negra, a bola não para e o Quatro linhas entra em campo para falar sobre tudo o que rola no futebol do Brasil e do mundo. Hoje, os assuntos são:

AMISTOSO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

COPA SUL-AMERICANA

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

COPA DO MUNDO DE FUTEBOL DE AREIA

RETA FINAL DAS ELIMINATÓRIAS DA COPA DO MUNDO


É só dar o PLAY para escutar.

Apresentação: FLÁVIO DE SÁ.

Comentários: DIEGO FORTES e VINÍCIUS FAUSTINI.

Duração: aproximadamente 73 minutos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Quatro linhas





Como anunciamos ontem, aqui está o programa Quatro linhas desta semana. FLÁVIO DE SÁ e VINÍCIUS FAUSTINI falaram sobre:

AMISTOSO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

ELIMINATÓRIAS DA COPA DO MUNDO

AMISTOSOS INTERNACIONAIS


Basta dar o PLAY e escutar. A comunicação está no ar!

Duração: aproximadamente 76 minutos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Armas para a guerra



Não pode-se dizer que houve uma "batalha dos Aflitos" (termo que se tornou corriqueiro em partidas envolvendo o Náutico desde a decisão do Campeonato Brasileiro da Série B de 2005, contra o Grêmio). Mas, certamente, os três pontos que o Flamengo conquistou neste domingo foram fundamentais para o time entrar de vez na briga pelo título do Brasileirão de 2009 - com gols de Petkovic e Adriano.

Como o roteiro previa, o Náutico tomou a iniciativa da partida - a torcida a favor poderia ajudar o time a conseguir preciosos três pontos que o fariam ainda sonhar com a Primeira Divisão. Mas, com a criação das jogadas exclusivamente a cargo de Irênio, as jogas mal chegavam à área flamenguista. E, nos chutes da intermediária, Bruno garantia o gol rubro-negro.

O time de Andrade recorria a esperar o erro do adversário para atacar. E, mais uma vez, começou a conseguir aos 16 minutos do primeiro tempo. A jogada de Adriano culminou em belo passe para Léo Moura. Gledson espalmou e, no rebote, Petkovic abriu o placar em um gol chorado.

O Timbu passou a tentar novas oportunidades, mas o nervosismo com a situação do clube no campeonato e a "falta de sorte" de estar na iminência da Segunda Divisão foram fortes adversários em Recife. A tensão ficou ainda maior quando Cláudio Luiz aproveitou rebote de Bruno em chute de Michel. O gol, bem anulado por impedimento, gerou protestos da equipe e a desestabilizou ainda mais. No apagar das luzes do primeiro tempo, veio mais um golpe para o Náutico: em passe de Zé Roberto, Adriano colocou a bola no fundo da rede de Gledson.

O técnico Geninho trouxe o Náutico no segundo tempo com uma substituição e uma mudança tática: o zagueiro Asprilla saiu para a entrada do meia Juliano. A mudança melhorou o toque de bola da equipe alvirrubra, e deu ao time chances de tirar a vantagem flamenguista.

Com Petkovic cansado e Zé Roberto em uma atuação instável ("coroada" por um gol perdido de maneira incrível, quando, sem goleiro e debaixo da trave, isolou a bola), a equipe pernambucana ganhou espaço no meio-de-campo e acuou o Flamengo. O Náutico ficou ainda mais ofensivo depois das entradas dos atacantes Anderson Lessa e Tuta nos lugares do lateral Aílton e do meia Irênio, respectivamente. Mas o Náutico tropeçava em sua própria ansiedade e também nas boas defesas de Bruno.

Mesmo sem tanta batalha, o Flamengo saiu vitorioso nos Aflitos e conseguiu mais três pontos no seu armamento de guerra. Com o tropeço do Palmeiras diante do Sport no meio da semana, a equipe chegou a 60 pontos, dois a menos que o líder São Paulo. O equilíbrio constante do Campeonato Brasileiro mostra que cada revés em uma batalha pode ser fatal nesta guerra esportiva.

*****

O programa Quatro linhas está no ar. Basta clicar no blogue da rádio, que está lá um debate com FLÁVIO DE SÁ e VINÍCIUS FAUSTINI.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Quatro linhas, 13 de novembro de 2009





O panorama do futebol está no ar aqui, no Quatro linhas. O novo jornalismo esportivo brasileiro atacando na Internet. Basta dar um PLAY no link acima, que a comunicação está no ar, com os seguintes temas:

SELEÇÃO BRASILEIRA

COPA SUL-AMERICANA

POLÊMICAS DA ARBITRAGEM

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE A

CAMPEONATO BRASILEIRO, SÉRIE B

FUTEBOL INTERNACIONAL


Apresentação: FLÁVIO DE SÁ.

Comentários de DIEGO FORTES e VINÍCIUS FAUSTINI.

É só dar o PLAY, que a comunicação está no ar.

Duração: 72 minutos.

domingo, 8 de novembro de 2009

Utilidade pública



Amigos,

este que vos escreve pede desculpa pela falta de tempo e não poder atualizar diariamente O tempo e o placar... para vocês. Por enquanto, vou atualizando com os textos que faço semanalmente pro site Almanaque Virtual.

Eu cubro jogos cariocas do Campeonato Brasileiro da Série A para esta página eletrônica, mas, por ordens superiores, eles não permitem que eu faça jogos do Fluminense (não me perguntem o motivo, só cumpro ordens). Espero que os demais torcedores não se sintam discriminados com isto.

Convido todos para acessarem o blogue da Rádio Quatro Linhas, onde atualizamos um debate sobre futebol todas as segundas e sextas-feiras. Até a reta final do Campeonato Brasileiro, espero ter mais histórias para contar aqui, e todo dia.

Vinícius Faustini

Cheiro de pipoca



Num dos confrontos que surgem como "finais" para as equipes que buscam as primeiras colocações no Campeonato Brasileiro, o time que está embalado saiu do campo do Mineirão com três pontos. O Flamengo aproveitou a instabilidade da equipe do Atlético Mineiro e venceu a partida por 3 a 1, com gols de Petkovic, Maldonado e Adriano (Ricardinho descontou para os atleticanos).

Apoiado por mais de 60 mil torcedores, o Atlético prometia fazer uma partida avassaladora, apostando na dupla de ataque formada por Éder Luís e pelo artilheiro Diego Tardelli, e na boa fase do experiente meia Ricardinho. Entretanto, a experiência apareceu decisivamente do lado adversário. Aos nove minutos, Petkovic cobrou um escanteio com perfeição, e abriu o placar no Mineirão com um belíssimo gol olímpico.

O gol sofrido de maneira prematura fez com que a equipe mineira revelasse seu maior defeito no Campeonato Brasileiro: a falta de uma boa sequência de bons jogos, que muitos atribuem ao técnico Celso Roth. Alguns torcedores fazem a piada infame de que os times comandados por ele são como garrafas de refrigerante de dois litros, que perdem o gás logo na metade do campeonato. Os atleticanos mantinham um pouco do gás e seguiam apostando no seu trio de frente. Mas, com Ricardinho sobrecarregado na armação de jogadas, o ataque do Atlético era facilmente neutralizado.

O primeiro tempo chegava ao final de maneira previsível - Atlético Mineiro pressionando e Flamengo recuado - até que outro jogador estrangeiro decidiu roubar a cena. O "homem invisível" Maldonado (conhecido por fazer partidas muito seguras como volante, mas sem grandes jogadas aos olhos da torcida) chamou a atenção para si em grande jogada individual que encerrou com um chute no fundo da rede de Carini, aos 39.

Os dois gols de vantagem prometiam um pouco mais de tranquilidade para os flamenguistas. Mas aos cinco minutos, uma jogada de Thiago Feltri na direita terminou em gol de Ricardinho. A pressão atleticana ficou ainda mais forte, em especial com a entrada do jogador Evandro no lugar de Renan. Ao Flamengo, restava a tentativa de se retrair em torno do gol de Bruno, com raríssimos lampejos de contra-ataque.

Um destes lampejos castigou o Atlético Mineiro. De tantas tentativas frustradas na frente, a zaga permitiu que Fierro fizesse uma (rara em seu currículo rubro-negro) boa jogada, na qual Adriano desviou de cabeça. Uma vitória justa pelo que o Flamengo vem apresentando neste segundo turno e, em especial, pela falta de uma estabilidade emocional dos atleticanos.

A quatro rodadas do final do Campeonato Brasileiro de 2009, o embalo promete fazer a diferença entre os clubes que querem brigar pelo título. E o rubro-negro aproveitou o "cheiro de pipoca" na tarde do Mineirão, diante de um Atlético Mineiro que vem se revelando "pipoqueiro" (termo designado para jogadores ou equipes que na hora decisiva não funcionam). A panela de pressão continua cada vez mais forte no futebol nacional.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Quatro linhas no ar



Os amigos de O tempo e o placar... agora têm um espaço radiofônico para debates esportivos. Este que vos escreve convida a todos para acessarem outro blogue:

http://radioquatrolinhas.blogspot.com

Nele, há o QUATRO LINHAS, com registros de debates sobre toda a bola que rola dentro e fora das quatro linhas no futebol do Brasil e do mundo. Passem lá, e fiquem à vontade para comentar.

A COMUNICAÇÃO ESTÁ NO AR!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

ANÁLISE DE QUARTA - Noite de frases feitas




Jogo de hoje: Botafogo 1 x 3 Cerro Porteño (Engenhão, Copa Sul-Americana)

Na noite em que o Botafogo se despediu da Copa Sul-Americana, os 15 mil torcedores presentes no Engenhão viram um futebol repetitivo e 90 minutos com um desfecho previsível. E o pior: no 3 a 1 para o paraguaio Cerro Porteño, o time fez uma exibição cercada de frases feitas.

Diante de um adversário visivelmente recuado, o Botafogo se lançou ao ataque. No entanto, além de um claríssimo erro de posicionamento - o atacante Reinaldo ia buscar a bola no meio-de-campo, enquanto o meia Renato fazia o papel de atacante, desviando cruzamentos com perigo para o goleiro Barreto - o time demonstrava muita afobação. E o empate sem gols nos primeiros 45 minutos confirmavam que "a pressa é a inimiga da perfeição".

Logo nos primeiros 20 segundos da etapa final, o alvinegro carioca teve sua chance mais clara, quando Renato lançou André Lima. Diante do goleiro, o atacante isolou a bola, em vez de "fazer o feijão com arroz" que a torcida espera de um artilheiro. Os botafoguenses seguiram pressionando, mas esbarraram em uma frase feita corriqueira no futebol: "quem não faz, leva". A zaga botafoguense falhou e permitiu lançamento de Irrizábal para a área. Nuñez cabeceou para o fundo da rede de Jefferson.

O técnico Estevam Soares tentou mudar a situação da partida, colocando os atacantes Victor Simões e Jobson nos lugares do lateral Gabriel e do meia Renato, respectivamente, ignorando a ideia de que "quantidade não é sinônimo de qualidade". Precisando sair da área para buscar as jogadas, os dois eram facilmente neutralizados e não passavam nem perto do gol. O companheiro de ataque, André Lima, continuava a desperdiçar oportunidades, levando a torcida ao desespero.

Mas, "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura", e Jobson iniciou uma ótima arrancada na direita, passou por dois defensores e serviu André Lima. Com tranquilidade, o atacante marcou o gol de empate, aos 27 minutos. As coisas pareciam melhorar no panorama botafoguense, mas logo em seguida veio um grande golpe. Alessandro esqueceu-se de que "cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém" e perto da linha que divide o gramado, deu um carrinho criminoso no lateral Cardozo. O lateral foi expulso e saiu de campo hostilizado pelos botafoguenses.

Nem mesmo a troca do sonolento Jônatas por Rodrigo Dantas surtiu efeito - o meia entrou desatento na partida e só foi notado com a sucessão de passes errados. Passivo diante da marcação paraguaia, o Botafogo mal sentiu dor quando o Cerro Porteño "deu o tiro de misericórdia", com gols de Irrizábal, aos 43, e Cáceres, aos 46 minutos do segundo tempo.

Certamente, a eliminação do alvinegro para os paraguaios vai ser explicada por uma frase feita criada por Stanislaw Ponte Preta algumas décadas atrás: "tem coisas que só acontecem ao Botafogo". Só que torcida, diretoria, técnico e, em especial, os atletas, deveriam tentar fugir das desculpas previamente montadas. É lamentável ver a Estrela Solitária que consagrou o imprevisível Garrincha nas décadas de 60 e 70 ser apagada por jogadores que são meros "lugares-comuns".

domingo, 1 de novembro de 2009

Pra tudo tem uma primeira vez



Não foi a primeira vez que o Botafogo saiu vencedor jogando fora de casa em uma partida pelo Campeonato Brasileiro de 2009. Mas foi a primeira vez na qual o alvinegro carioca recorreu ao seu duvidoso padrão de jogo - ao sair na frente do placar, recuar violentamente - e mesmo assim conquistou três pontos. O gol de falta do zagueiro Juninho aos dois minutos do primeiro tempo deixa a equipe fora da zona de rebaixamento por mais uma rodada.

Disposto a prosseguir no G-4 da competição, o Internacional entrou em campo apostando em sangue novo. Vivendo um período de fracas atuações, Taison foi barrado para a entrada de Alan Kardec (jogador da Seleção Brasileira Sub-20 e que veio por empréstimo do Vasco) ao lado de Alecsandro. O jovem argentino D'Alessandro mais uma vez era o encarregado de trazer as chances de gol do time colorado.

Mas toda a euforia gaúcha caiu por terra logo aos dois minutos de partida. Ao cobrar falta sofrida por André Lima, Juninho colocou a bola no canto esquerdo de Lauro. Foi o sétimo gol do zagueiro (que, curiosamente, em sua posição original deixa muito a desejar em suas atuações).

A desvantagem no placar fez o Internacional sepultar todas as suas iniciativas. O que se viu foi um time atabalhoado, que perdia a bola para a própria ansiedade. Bem longe da equipe que era uma das francas favoritas no início do Campeonato Brasileiro. Para piorar a situação, quando o time conseguia chegar ao gol, esbarrava em mais uma tarde fantástica do goleiro Jefferson.

Na segunda etapa, Mário Sérgio colocou os meias Bolaños e Andrezinho (este, improvisado como ala na esquerda), tirando Daniel e um irreconhecível D'Alessandro. As chances começaram a vir novamente, e o Botafogo seguia encolhido ao redor de sua própria área. Em uma das primeiras jogadas de ataque, André Lima deu um puxão na camisa de Índio e tomou seu segundo cartão amarelo na partida. Com um jogador a menos, a equipe de General Severiano praticamente renunciou ao ataque. Jobson (e mais tarde Victor Simões) era o único a estar entre os defensores gaúchos. As outras duas trocas de Estevam Soares - Leandro Guerreiro e Lúcio Flávio por Emerson e Rodrigo Dantas, respectivamente - foram feitas somente para dois jogadores descansados tentarem reforçar a marcação no colorado.

Do outro lado, o Inter teve mais uma opção de ataque, na troca do zagueiro Índio pelo atacante Taison. Mas os ataques se resumiam a cruzamentos para a área, nos quais sempre se sobressaía a segurança do goleiro Jefferson. Graças a seu camisa 1, o alvinegro continuou com sua fama de atuar melhor fora de casa. Ou, no caso, atuar de maneira "mais apresentável". Mesmo que o Internacional não tenha merecido uma vitória hoje.

*****

Com este post, O tempo e o placar... chega ao seu texto de número 200. Muito obrigado a todos os que acompanharam, leram e comentaram. Este que vos escreve fica muito feliz por ter despertado as discussões do futebol brasileiro.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

ANÁLISE DE QUARTA - Capricho do futebol?



Jogo de hoje: Barueri 2 x 0 Flamengo (Arena Barueri, Campeonato Brasileiro)

Nem o apelo a São Judas Tadeu foi suficiente para fazer com que as preces da torcida rubro-negra se transformassem numa graça neste 28 de outubro. Depois de uma sequência de 10 jogos sem perder, o Flamengo saiu de campo da Arena Barueri com uma derrota por 2 a 0 para o Barueri e adiou o sonho de ficar entre os quatro times credenciados para uma vaga na Taça Libertadores da América.

Os primeiros minutos do confronto no interior paulista já demonstraram que o Flamengo não é tão imbatível. Sem Petkovic para armar as jogadas, Andrade escalou seu meio-de-campo com três volantes (Aírton, Willians e Maldonado) e teve de recorrer a Fierro para tentar a criação das jogadas. Um esquema que parece bom para um time que vai jogar como visitante, mas que era desnecessário diante de um adversário que, além de ser inferior tecnicamente, estava em minoria na torcida dentro de seus próprios domínios.

O que os torcedores viram foram muitos minutos de pressão do Barueri, enquanto os rubro-negros assistiam às suas boas chances se diluírem em chutes fracos que mal assustavam o goleiro Renê. A torcida flamenguista achava que ia ver o panorama do jogo mudar aos 14 minutos, quando Aírton aproveitou rebote de cabeçada na trave de Ronaldo Angelim e tocou a bola para o fundo da rede, mas o árbitro Héber Roberto Lopes assinalou impedimento.

O primeiro tempo caminhava para um morno empate sem gols entre o time da casa, que só tocava a bola para os lados, e um visitante que permanecia bastante recuado. Até que, aos 48 minutos, Thiago Humberto recebeu bola na direita e, depois de dar um chapéu em Álvaro, entregou a bola de cabeça para Val Baiano marcar. Thiago estava em posição irregular no início da jogada.

Na tentativa de melhorar a criação das jogadas, Andrade substituiu o meia Fierro (mais uma vez, uma nulidade em campo) e colocou o atacante Dênis Marques. A ideia era deixar mais um homem dentro da área do Barueri. Mas, assim como o meia chileno, o reserva novamente demonstrou que não faz diferença em campo. O panorama da partida era praticamente o mesmo no primeiro tempo - mas, pelo menos, o Flamengo demonstrava mais ímpeto em buscar as jogadas.

Na metade da segunda etapa, Andrade tentou mais uma cartada: o volante Maldonado deu lugar ao atacante Erick Flores. Entretanto, poucos minutos depois o Barueri chegou ao seu segundo gol, após um descuido da zaga rubro-negra que permitiu que Thiago Humberto tocasse para Ewerthon marcar, à esquerda de Bruno.

Curiosamente, a partir do segundo gol, as chances apareceram do lado do time paulista, e fizeram com que o goleiro rubro-negro novamente evitasse um placar com diferença ainda maior. Nos minutos finais, o Flamengo teve de ouvir gritos de "olé" e vaias (principalmente ao lateral Juan, que reclamou com Andrade ao ser substituído por Toró).

Com a derrota, o Flamengo não só deixou escapar a chance de subir para o G-4 como também caiu para o sexto lugar (foi ultrapassado pelo Cruzeiro, que venceu o Santo André por 3 a 2 no Mineirão). Provavelmente, São Judas Tadeu não consiga ser maior do que a ausência de um jogador de categoria como Petkovic para armar jogadas do time rubro-negro. Ou será um capricho dos deuses do futebol, depois de tanto "oba-oba" que cercou a equipe flamenguista nas últimas rodadas? Só a reta final do Campeonato Brasileiro dirá.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

É ele!



As emoções dos mais de 3 mil jogos e dos cerca de 6 mil gols narrados na vasta carreira de JOSÉ CARLOS ARAÚJO agora receberam registro literário. Foi lançado ontem o livro Paixão pelo rádio, biografia do "Garotinho" das ondas do rádio escrita pelo jornalista Rodrigo Taves.

São 207 páginas de uma história que, segundo o texto da contracapa, traz "o testemunho de alguém visceralmente apaixonado pelo que faz". E que, por consequência, também contribui para que as várias torcidas sintam de maneira visceral a emoção de um gol marcado pelo seu clube.

O livro inicia contando dois momentos extremos e emocionantes para o futebol brasileiros: os "milésimos". O milésimo gol de Pelé, em 1969, no Maracanã (pelo Santos, contra o goleiro vascaíno Andrada), e o milésimo gol de Romário, em 2007, no estádio de São Januário (pelo Vasco, diante do Sport). Uma forma interessantíssima de traçar o paralelo de uma carreira extensa ligada ao futebol.

Desde 1964, são inúmeras competições estaduais, nacionais, internacionais e, dentre elas, nove Copas do Mundo (de 1974 a 2006). E, certamente, muitas histórias para contar de sua paixão pelo rádio. Paixão que José Carlos Araújo continua a propagar, graças aos seus ouvintes.

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PAIXÃO PELO RÁDIO - Do milésimo de Pelé ao milésimo de Romário, a trajetória de José Carlos Araújo, o eterno Garotinho, de Roberto Taves

Maquinária Editora
207 páginas
R$ 38,00


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Na foto, José Carlos Araújo com este escritor de O tempo e o placar... que vos escreve.

domingo, 25 de outubro de 2009

Reescrever a história



A intensa sequência de empates, que fizeram a imprensa esportiva brasileira considerar Flamengo e Botafogo a rivalidade mais forte do futebol carioca na década de 2000, teve uma interrupção no jogo de domingo, realizado no Engenhão. Melhor para o rubro-negro da Gávea, que saiu de campo com uma vitória por 1 a 0 (gol de Adriano) e segue lutando por uma vaga entre os quatro melhores do Brasil - e, por que não, pelo título do Campeonato Brasileiro.

O clássico aconteceu da maneira como era previsível. O Botafogo de Estevam Soares entrou em campo com um esquema um pouco mais ofensivo (o meia Lúcio Flávio e o trio de ataque Reinaldo, Jobson e André Lima), enquanto o técnico Andrade recorreu a uma postura defensiva, com o ataque se resumindo aos passes precisos de Petkovic para encontrar Adriano e Zé Roberto.

Entretanto, apesar do bom volume de jogo alvinegro em boa parte do primeiro tempo, o time se ressentia de organização. Com Lúcio Flávio bem marcado e Reinaldo não conseguindo iniciar as jogadas para servir seus companheiros de ataque, o jogo parava na zaga rubro-negra - que mostrou mais uma vez estar bem estruturada; O time chegou ao seu décimo jogo sem perder (dentre eles, só levou gol em duas partidas), e não sentiu os desfalques do zagueiro Ronaldo Angelim e do volante Willians.

Se o meio-de-campo botafoguense não se livrava da marcação adversária, o meio flamenguista perdia para seus próprios erros, comprovando uma situação preocupante para um time que almeja ser campeão: em dia pouco inspirado de Petkovic, o Flamengo perde, e muito, seu poder ofensivo. Foi preciso Adriano arriscar uma jogada individual para abrir o placar no Engenhão, em um lance bonito no qual tirou os zagueiros Wellington e Juninho para dançar e chutou no fundo da rede alvinegra.

Em desvantagem no placar e, principalmente, na situação do Campeonato Brasileiro, o Botafogo voltou para o segundo tempo com mais força ainda. Entretanto, as limitações alvinegras sempre falavam mais alto, em especial pelas más atuações de Jóbson, André Lima e do atacante Victor Simões (que, depois de entrar no lugar de Batista, só foi notado em campo por uma péssima cobrança de escanteio).

O Flamengo se acuava ao redor do gol de Bruno, e abdicou de jogadas no ataque depois da saída de Petkovic para colocar o estreante Gil - mais um atacante para que, se o time não atuava em frente? De tantas tentativas perto da área rubro-negra, aos 25 minutos veio a maior oportunidade botafoguense no jogo. André Lima caiu na área e o árbitro marcou pênalti de Aírton (pessimamente marcado pelo árbitro Luís Antônio Silva Santos, pois o zagueiro estava de costas para o atacante botafoguense na hora do lance). Na cobrança, Lúcio Flávio bateu para defesa de Bruno.

A sina botafoguense continua, e a cada rodada a equipe de General Severiano corre o risco de repetir a história do técnico Estevam Soares (agora, o time está no antepenúltimo lugar, com 32 pontos). No ano passado, o treinador comandava a Portuguesa, que foi rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro. A Lusa se caracterizava por uma situação curiosa: sempre fazia ótimas partidas, mas depois de 90 minutos saía de campo derrotada. Com a vitória, o Flamengo prossegue em quinto lugar, a um ponto do São Paulo, último time do grupo atual de credenciados para a vaga na Taça Libertadores da América. E a quinta colocação é a mesma na qual o clube acabou a competição em 2008 - lutou tanto para ficar sem uma vaga.

Os dois clubes saem de campo e continuam os cálculos para saber quais destinos terão no Campeonato Brasileiro - o Flamengo tentando o G-4 e o Botafogo tentando sair do Z-4. Situações diferentes, mas com uma coisa em comum: os dois rivais cariocas anseiam por tentar reescrever suas histórias. Desta vez, com finais felizes para o futebol do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Análise de quarta - Tá ruim, mas tá bom



Jogo de hoje: Cerro Porteño (PAR) 2 x 1 Botafogo (Estádio General Pablo Rojas, em Assunção, Copa Sul-Americana)

Como não bastasse o desprezo das equipes brasileiras na fase de confrontos nacionais da Copa Sul-Americana, e parece que alguns clubes continuam jogando para cumprir tabela em um campeonato que deveria ter somente decisões. Foi assim com o Botafogo, que na partida de ida das quartas-de-final da competição, foi ao Estádio General Pablo Rojas, em Assunção, e saiu de lá com uma derrota por 2 a 1 para o Cerro Porteño.

Se os titulares botafoguenses já formam uma equipe limitada, a mescla com os reservas tornou o Botafogo ainda mais fraco para enfrentar o também fraquíssimo Cerro Porteño. Mas os paraguaios exerciam bem o papel de mandantes da partida, e alçavam muitas bolas na área alvinegra. Numa delas, um bate e rebate iniciado por Nanni (que estava impedido) e teve participação de Irrazabal achou Recalde livre para marcar, aos 33 minutos. Único bom momento em 45 minutos de futebol rasteiro.

A segunda etapa trouxe um jogo mais movimentado. Os alvinegros tiveram lampejos de bom futebol e Reinaldo, aos 12, empatou a partida (em mais um gol polêmico, pois a bola teria resvalado propositalmente no braço do camisa 7). O empate em 1 a 1 parecia o início de uma jornada heroica do mistão botafoguense, mas a expulsão de Léo Silva comprometeu a atuação do time na noite paraguaia.

Acuado e sem chance de conseguir reação, o Botafogo se preocupava em não perder, e o Cerro Porteño continuava criando jogadas perigosas. E a nove minutos do fim, mais uma vez um lance com Nanni se tornou polêmica desfavorável para o time carioca. O jogador foi puxado na área, e o árbitro, além de marcar pênalti, expulsou o zagueiro Emerson (que não tinha cartão amarelo). Nanni converteu a cobrança. Nos últimos minutos, o Cerro teve chances de ampliar a vantagem, mas novamente o goleiro Jefferson foi o melhor com a camisa alvinegra.

Um resultado que certamente não foi considerado totalmente negativo aos olhos de jogadores, treinador, dirigentes e até da torcida do Botafogo. Afinal, uma vitória simples dá a vaga ao time alvinegro, e desta vez a tendência é escalar mais jogadores titulares. Enquanto isto, a Copa Sul-Americana perde em qualidade e credibilidade, pois o estigma de tirar o pé do acelerador continua mesmo depois da fase inicial.

A derrota do Botafogo por 2 a 1 para o Cerro Porteño pareceu mais um "risco calculado" de Estevam Soares: alguns titulares foram poupados para o próximo confronto da equipe no Campeonato Brasileiro, o clássico diante do Flamengo no Engenhão. Com a surpreendente vitória por 2 a 0 do Santo André sobre o líder Palmeiras, momentaneamente os botafoguenses estão na zona de rebaixamento. A torcida do Botafogo espera que a derrota de hoje seja compensada com a vitória de domingo. Caso contrário, todos os cálculos da Sul-Americana terão sido desnecessários para seguir na corrida do Brasileirão. Copa Sul-Americana? Tá ruim, mas tá bom!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O gringo e mais dez




Não, não foi Adriano. O grande reforço do Flamengo e responsável pela arrancada da equipe no Campeonato Brasileiro de 2009 é também um velho conhecido da Gávea, mas que veio com muito menos badalação do que o Imperador. E a cada partida, o sérvio Petkovic se revela o jogador fundamental do time rubro-negro, por ser o grande armador de jogadas e também responsável por grandes jogadas de talento. O domingo de São Paulo comprovou sua importância: em pleno Parque Antarctica, diante do líder Palmeiras, Petkovic marcou os dois gols da vitória de 2 a 0 do Flamengo sobre o alviverde paulista (que jogou de uniforme azul).

Petkovic retornou ao Flamengo como forma de amenizar um litígio. O jogador abria mão de parte de uma dívida financeira se pudesse voltar a vestir a camisa do clube. Sua contratação foi repudiada pelo então técnico Cuca, que raramente o colocava no banco de reservas e, quando ele entrava nas partidas, era nos últimos 10 ou 15 minutos (em geral, quando o jogo estava definido). Com a troca de técnicos e a efetivação de Andrade, Pet voltou a ter oportunidades de jogar e, aos poucos, fez sua habilidade falar mais alto com os pés.

E num jogo tão equilibrado como foi o duelo com o Palmeiras, o peso de seu talento favoreceu o Flamengo. Vindo de dois resultados negativos (um empate com o Avaí em São Paulo e uma derrota para o Náutico em Recife), o alviverde pressionou desde os primeiros minutos - a pressão era ainda maior porque, durante a semana, o técnico Muricy Ramalho afirmara que "uma vitória sobre o Flamengo era obrigação". No entanto, a zaga rubro-negra era amparada pelo trio de volantes (Maldonado, Toró e Willians) e conseguia evitar que a bola chegasse aos atacantes Robert e Vágner Love.

Mas um contra-ataque flamenguista mostrou a diferença de ter o sérvio Petkovic no time. Após uma boa tabela com o lateral Juan, o camisa 43 tirou dois palmeirenses para dançar e abriu o placar no Palestra Itália aos 23 minutos. A desvantagem no placar fez o Palmeiras intensificar seu ataque, e ter uma sucessão de oportunidades desperdiçadas - duas delas com Vágner Love.

Na segunda etapa, em vez do recuo mais "previsível", o Flamengo surpreendeu com duas chances seguidas, uma com Léo Moura e outra com Petkovic. A zaga rubro-negra parecia intimidar os jogadores de azul, e o time carioca administrava o resultado. Só que a tarde ficou ainda mais favorável para o vermelho e preto aos 16 minutos. Petkovic cobrou escanteio pelo lado esquerdo, a bola passou por Ronaldo Angelim e no meio das pernas de Danilo, e enganou o goleiro Marcos. Um "gol olímpico" feito sem querer, mas onde mais uma vez brilhou a estrela de 37 anos que veio da Sérvia.

Mesmo com a vantagem mais larga do Flamengo, o time palmeirense continuou insistindo em jogadas de área - esbarrando na boa marcação flamenguista. Aos 40 minutos, veio a grande chance do Palmeiras no jogo. Em cruzamento de Wendel, Ortigoza foi empurrado por Ronaldo Angelim. Pênalti. O momento que poderia ameaçar a vitória rubro-negra foi isolado, na cobrança de pênalti que Vágner Love chutou por cima do travessão de Bruno.

O Flamengo agora está em quinto lugar - a um ponto do São Paulo, que hoje estaria na Taça Libertadores da América - e sai do Palestra Itália com uma certeza. De que Adriano não é a figura mais importante do time flamenguista. O time da Gávea, hoje, é Petkovic e mais dez.

domingo, 18 de outubro de 2009

Em boa hora



Em meio a tantas lambanças à frente da Confederação Brasileira de Futebol, o presidente Ricardo Teixeira teve duas excelentes declarações nesta semana envolvendo o Campeonato Brasileiro. E, mesmo sabendo que iria bater de frente com a Rede Globo, a maior investidora da competição nacional, ele pegou justamente os pontos mais delicados da relação da emissora com o Brasileirão.

O mais delicado para o torcedor é o horário. Com a programação da TV Globo cada vez mais tarde, os jogos que terão exibição da televisão invariavelmente acabam depois da meia-noite, deixando difícil o retorno da torcida após o final da partida, em especial por ser numa quarta-feira. A ideia de que os jogos sejam transmitidos às 19h é valiosíssima, e seria a mais justa possível para os espectadores de televisão e de estádio.

Entretanto, com a nata da programação da TV Globo justamente entre as 19h e as 22h (duas novelas e um noticiário), o remanejamento seria ainda mais delicado, e a CBF teria uma derrota na queda de braço com a emissora. Um exemplo disto foi o que ocorreu em 30 de dezembro de 2000, na final entre Vasco e São Caetano, pela Copa João Havelange.

Como Vasco e Palmeiras estavam disputando o Brasileiro e a Copa Mercosul, os horários foram remanejados para que o ano do futebol nacional acabasse dia 23. Mas, coincidiu de numa das datas do futebol ir ao ar (segundo a programação de fim de ano) o Roberto Carlos Especial. Com isto, a tabela teve de ser adiada em uma semana.

Vasco e São Caetano decidiram a partida no dia 30 de dezembro, a partir das 16h, em São Januário. Aos 23 minutos do primeiro tempo, um alambrado cedeu e causou ferimentos em centenas de torcedores presentes no estádio superlotado. Em meio aos atendimentos e aos problemas que aconteciam, o narrador Galvão Bueno dizia, com apoio dos comentaristas Falcão e José Roberto Wright, que tudo tinha de se resolver o mais breve possível, porque "iria causar mais tumulto" se o jogo não fosse realizado.

Galvão defendia veementemente a volta da partida, mas mudou o discurso depois de algumas horas. O motivo: se aproximava das 18h, e a TV Globo tinha prevista em sua programação um capítulo da "novela das seis". A manipulação (que no Jornal Nacional suprimiu um apoio ao então presidente Eurico Miranda quando ele disse que queria atender as vítimas) evidenciou o descaso da emissora com a torcida brasileira, camuflado pelo "apoio ao futebol".

O apoio só ocorre porque a TV Globo quer a grande fatia de audiência. E neste Campeonato Brasileiro de 2009, a conduta "global" ficou ainda mais explícita, quando, em algumas rodadas, jogos foram pinçados para a quarta-feira da semana seguinte ao futebol, só para serem transmitidos em estados que não tinham times envolvidos em competições diferentes. Em plena decisão de Taça Libertadores da América envolvendo Cruzeiro e Estudiantes, da Argentina, o Rio de Janeiro assistiu a Corínthians e Fluminense.

O outro aspecto é camuflado pela "emoção". A TV Globo quer a volta do sistema de "mata-mata" em vez da disputa por pontos corridos que acontece desde 2003. O argumento principal é que alguns estados (em especial o Rio de Janeiro) não estão mais disputando títulos. O investimento pelo retorno ao sistema anterior é tão grande que a emissora do Jardim Botânico aceita pagar uma boa quantia financeira aos clubes que forem eliminados na primeira fase.

A ansiedade pela audiência em vários estados acaba fazendo com que a TV Globo não enxergue a óbvia vantagem que veio no novo formato do Campeonato Brasileiro. Em vez de ficar somente na briga pela ponta, o confronto fica emocionante para todos os 20 clubes. Alguns brigam pelo título, outros brigam pela vaga entre os quatro primeiros, alguns tentam vaga na Copa Sul-Americana e outros tentam escapar do descenso. Muito mais justo do que um oitavo lugar se sagrar campeão, numa democracia falsa.

Ricardo Teixeira pode ter vários deslizes à frente da CBF. Mas suas declarações vieram em boa hora, pelo bem do Campeonato Brasileiro e, principalmente, pelo bem da torcida brasileira.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Terminou no zero



A Seleção Brasileira encerrou sua participação nas Eliminatórias da Copa do Mundo da mesma forma que começou: com um empate em 0 a 0 e muita desconfiança para a torcida e a imprensa esportiva. Mas a insegurança não vem de esquemas táticos ou jogadores convocados. A situação mais grave vem da instabilidade das atuações do atletas brasileiros.

O empate sem gols contra a Venezuela, uma seleção que jogou durante os 90 minutos com a única intenção de não sofrer gols, deu uma frustração numa disputa de Eliminatórias tão hesitante. Entre as duas "Seleções Brasileiras" da competição - a apelidada de "seleção vagalume", por não conseguir fazer duas boas partidas consecutivas, e a empolgante equipe que surpreendeu na reta final ao trazer vitórias expressivas em território adversário (4 a 0 sobre o Uruguai em Montevidéu e 3 a 1 sobre a Argentina em Rosário) - prevaleceu a falta de brilho da primeira opção no jogo de encerramento. Pela quarta vez neste torneio, a torcida saiu de campo sem ver a rede balançar em um jogo realizado no Brasil.

O time veio com algumas mudanças em relação à derrota para a Bolívia. Além dos retornos de Gilberto Silva, Kaká e Luís Fabiano, entraram em campo o lateral-esquerda Filipe Luís e o volante Lucas (ambos tendo a primeira chance como titular com a camisa brasileira). Mas, mesmo diante de uma torcida sul-mato-grossense que foi apoiar o time, o Brasil jamais conseguiu se desvencilhar de um forte adversário - a apatia.

Tanto que somente aos 28 minutos veio a primeira tentativa clara da Seleção Brasileira - um chute de Luís Fabiano. O camisa 9 teve outras oportunidades, mas todas mal incomodaram o goleiro Vega. Apesar dos venezuelanos pouco chegarem à área brasileira, o goleiro Júlio César teve mais perigos para evitar, como na cobrança de escanteio de Maldonado que por pouco não foi direto para o gol, e também na cabeçada de Arango, no lance final do primeiro tempo.

A Seleção Brasileira ensaiou uma melhora nos primeiros minutos da etapa final. Dentre os lances de maior perigo, veio o de Gilberto Silva, que cabeceou na trave uma bola lançada em cobrança de escanteio de Filipe Luís, aos sete minutos. Três minutos depois, o zagueiro Miranda foi expulso por uma cotovelada em Maldonado. Mesmo com um a menos, o Brasil teve boas oportunidades, em lances de Ramires e Luís Fabiano.

E no encerramento brasileiro das Eliminatórias da Copa do Mundo, Dunga mais uma vez teve de recorrer a improvisos. Filipe Luís foi mais uma opção mal-sucedida na lateral-esquerda, e acabou substituído pelo meia Alex. Com a mexida, o treinador recuou Gilberto Silva, deixando o volante como terceiro zagueiro. O meia Elano e o atacante Diego Tardelli movimentaram um pouco mais a partida, só que sempre esbarravam na retranca venezuelana.

O último bom momento da Seleção Brasileira veio já nos descontos do árbitro peruano Victor Carrillo. Kaká desceu na esquerda, passou por um zagueiro e chutou uma bola na trave de Vega, já batido no lance. O chute do camisa 10 acabou sendo o símbolo do que foi o Brasil nestas Eliminatórias. Até que houve alguns lampejos de bom futebol, mas a maioria deles bateu na trave, desviados por um aparente desinteresse dos jogadores e até uma certeza de que o favoritismo do time verde e amarelo é inabalável. É bom Dunga começar do zero o planejamento para a Copa do Mundo de 2010. Ainda mais que a caminhada até ela terminou justamente no zero.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Embolada nacional



O Campeonato Brasileiro traz um ritmo bem interessante nesta sua reta final. A sequência de jogos na rodada espremida pela partida entre Bolívia e Brasil tornou a competição ainda mais embolada.



O quarteto da zona de classificação para a Taça Libertadores da América não saiu de campo vitorioso. No sábado, o vice-líder São Paulo caiu diante do Flamengo (que segue numa ótima arrancada e pode terminar o torneio comprovando o epíteto de "time de chegada") numa derrota por 2 a 1, de virada, no Maracanã e o terceiro colocado, Internacional, tropeçou no Atlético Paranaense com o empate em 1 a 1 no Beira-Rio.



Nos jogos de segunda-feira, o Atlético Mineiro perdeu a queda de braço com seu arquirrival Cruzeiro, e saiu do Mineirão com uma derrota por 1 a 0. Para completar a sequência de fiascos da parte de cima, o Palmeiras foi aos Aflitos e deixou sua torcida em aflição ao levar uma surra do Náutico, pelo placar de 3 a 0. Outro time da parte de baixo da tabela surpreendeu uma das equipes que estão brigando pelas primeiras posições: o penúltimo Sport foi até o Serra Dourada e evitou que o Goiás voltasse ao G-4, graças ao empate em 1 a 1.

Resultado positivo para o meio da tabela, que traz hoje uma situação interessantíssima. Entre o sétimo colocado (Cruzeiro, mais um a surpreender depois de passar por maus bocados no torneio) e o décimo-terceiro (Santos) a diferença é de somente dois pontos.

A vitória do Corínthians sobre o Grêmio, por 2 a 1, elevou a equipe ao oitavo lugar, passando os gaúchos para a nona posição. O também 2 a 1 do Barueri sobre o Coritiba no Couto Pereira deixou a equipe no décimo-segundo lugar. Um tropeço de um e um triunfo de outro pode virar a classificação de cabeça para baixo.



De cabeça para baixo prosseguem três estados brasileiros. Mesmo tendo dois times na briga pelo título (Palmeiras e São Paulo), os paulistas veem hoje o Santo André na zona de rebaixamento, depois da derrota por 2 a 1 para o Fluminense no Bruno José Daniel, com direito a retorno do badalado Fred fazendo gol. Nem mesmo esta boa vitória contra um adversário direto na competição tirou do tricolor das Laranjeiras a última posição do campeonato, pois os adversários de Pernambuco (Náutico e Sport) também conquistaram alguns pontinhos. Menos pior ficou a situação do outro carioca - o Botafogo - que, apesar de mais uma vez sair com um empate no Engenhão, um 2 a 2 diante do Avaí, está a uma vitória dos prováveis rebaixados no ano de 2009.

O Campeonato Brasileiro continua imprevisível. E a torcida brasileira aguarda, ansiosa, para saber quem conseguirá as melhores fatias neste bolo da competição.

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O tempo e o placar... traz o que houve de melhor e de pior na vigésima-nona rodada do Campeonato Brasileiro.

O CHUTAÇO

O FLAMENGO conseguiu mais uma vitória muito convincente - 2 a 1 sobre o poderoso São Paulo - e de novo pode surpreender na reta final. A arrancada se deve ao acerto no meio-de-campo, depois da contratação de Maldonado, que resolveu o terror que era o rodízio entre os volantes da equipe, e também da boa fase de Petkovic.

A FURADA

Sim, a torcida do alvinegro carioca tem fama de não comparecer em peso no estádio. Mas a DIRETORIA DO BOTAFOGO subestimar seus próprios torcedores não foi nem um pouco feliz, ainda mais num estádio com boa capacidade como o Engenhão, e em pleno feriado de Nossa Senhora Aparecida. Assim fica mais difícil a credibilidade dos diretores e também da organização para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Sem atitude na altitude



Ao final dos 90 minutos da partida do Brasil em campo boliviano, o discurso cauteloso que antecedeu este duelo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo será necessário. A dificuldade de jogar numa altitude de 3.760 metros, a ausência de jogadores importantes - como Gilberto Silva, Kaká e Luís Fabiano - e o fato de a Seleção Brasileira já estar classificada com algumas rodadas de antecedência, serão desculpas recorrentes ao menos até quarta-feira, quando o Brasil vai a Campo Grande (capital do estado do Mato Grosso do Sul) enfrentar a Venezuela, em seu último jogo. A derrota por 2 a 1 para a Bolívia, quebrando uma série invicta de 14 jogos, mostrou alguns problemas que o time de Dunga precisa solucionar até 2010.

Sim, pode ter sido por causa da altitude, mas o meia Diego Souza não se revelou o substituto ideal para a Kaká - e muito menos um bom camisa 10 para a Seleção Brasileira. Completamente perdido em campo, o jogador se juntou à mediocridade do meio-de-campo brasileiro e, assim como Josué, Ramires e Daniel Alves, foi facilmente neutralizado pelos jogadores da Bolívia.

Penúltima colocada e já eliminada na tentativa de ir para a Copa do Mundo do ano que vem, a seleção boliviana construiu a vitória ainda no primeiro tempo, e da maneira típica de seleções limitadas - em dois gols de bola parada. O primeiro gol veio aos nove minutos, em cobrança de escanteio na qual a zaga brasileira não subiu e Júlio César saiu mal, permitindo que Olivares desviasse a bola para o fundo da rede. O segundo gol veio aos 35, em uma cobrança de falta na qual Marcelo Moreno deixou saudades à torcida do Cruzeiro - um chute perfeito, no qual só restou ao camisa 1 brasileiro olhar a bola entrar.

Os dois gols de desvantagem fizeram justiça ao que o Brasil apresentou no primeiro tempo. Um time disperso, que recorria aos chutões para encontrar na frente os atacantes Nilmar e Adriano. Mas, com o ar rarefeito, nem os trunfos da velocidade do atacante do Villareal e dos chutes poderosos do Imperador eram suficientes para querer alguma reação.

A Seleção Brasileira voltou para a segunda etapa com duas alterações. No meio, uma mudança previsível - a saída de Diego Souza, um dos que mais sentiram os efeitos da altitude, para a estreia de Alex (ex-jogador do Internacional). No ataque, uma mudança por contusão. Adriano torceu o tornozelo a poucos minutos do fim do primeiro tempo, e teve de dar lugar a Diego Tardelli.

Num primeiro momento, o Brasil mostrou melhora para, pelo menos, tentar equilibrar a partida. Em vantagem no placar, a Bolívia cadenciava a bola e às vezes assustava em cobranças de escanteio. Mas quem teve um grande susto depois de cobrança de escanteio foi a equipe boliviana. Em sua única jogada boa na partida, Maicon iniciou contra-ataque ainda na área brasileira. O lateral deu um pique até a direita da Bolívia e cruzou na medida para Nilmar diminuir o placar.

A Seleção Brasileira criou mais chances, em especial depois que Elano entrou no lugar do (mais uma vez) inoperante André Santos. Com a mudança, Daniel Alves passou a jogar improvisado na lateral-esquerda. Mais um grave problema da equipe de Dunga que parece não ter fim - em especial porque o reserva da posição, Filipe Luís, nem chega a ser relacionado nas partidas. Só que o esquema do treinador Erwin Sanchez fez com que a Bolívia conseguisse evitar até o fim que o Brasil saísse de campo pelo menos com um empate.

Apesar de eliminada de maneira vexatória nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010 - a ponto de sua própria torcida não comparecer na tarde do Estádio Hernando Salles - o técnico boliviano traz pelo menos duas boas lembranças ao time que terminará a competição em penúltimo lugar. Em sua campanha da competição, a Bolívia traz uma goleada sobre a Argentina, por 6 a 1, e esta vitória por 2 a 1 sobre a Seleção Brasileira.

Até a África do Sul, em 2010, Dunga terá um grande desafio: fazer com que a Seleção Brasileira não dependa exclusivamente do bom futebol de Kaká. Afinal, por mais que o meia se revele atualmente o melhor jogador do país, a equipe precisa ter mais saídas para chegar ao gol das seleções adversárias. O primeiro passo pode ser dado logo agora, depois da derrota para a Bolívia: assumir que, mesmo com tantos percalços em campo, à Seleção Brasileira faltou atitude, na altitude de La Paz.

domingo, 11 de outubro de 2009

Que seja protesto



O Brasil entra em campo às 17h (horário de Brasília) em La Paz para jogar, diante da Bolívia, seu penúltimo confronto pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Apesar de ser um jogo oficial, a Seleção Brasileira não estará com sua força máxima - Gilberto Silva, Kaká e Luís Fabiano só estarão em campo na última partida do torneio (quarta, contra a Venezuela, em Campo Grande) - em uma atitude discutível do técnico Dunga.

Louvado pela imprensa brasileira por seus bons resultados, que são creditados pela tendência a manter a base de jogadores convocados, o técnico decidiu abrir mão de alguns de seus jogadores mais importantes para a partida diante dos bolivianos. Caso a opção de poupar os atletas para dar chance de "testar" alguns convocados, como o volante Josué e o meia Diego Souza, Dunga está indo contra seus próprios princípios em um momento no qual precisa ter seu time completo.

Trata-se de um jogo eliminatório, e em jogos oficiais a torcida brasileira costuma ser bem mais exigente. Uma eventual derrota também pode trazer a desculpa de que "não foi tão ruim, pois o Brasil estava com reservas" para amenizar falhas que possam acontecer. Para evitar este problema, convocáveis como o atacante Adriano (que depois de um período difícil parece estar voltando aos seus bons tempos com a camisa do Flamengo) têm de mostrar muito serviço.

Outra especulação sobre as mudanças da Seleção Brasileira foi que a não-escalação dos titulares seria uma forma de protesto. Afinal, o Brasil vai jogar na altitude de La Paz, e as mudanças climáticas podem afetar sensivelmente o rendimento dos jogadores. Para que expor os atletas a sequelas respiratórias e correr o risco de a seleção principal do Brasil sair de campo com uma goleada (caso da Argentina, que perdeu por 6 a 1 para a Bolívia no último confronto)?

Que a opção de Dunga tenha sido pelo protesto - tanto pela tentativa de conscientizar os dirigentes esportivos a evitar jogos na altitude quanto para mostrar que, independente de o Brasil estar classificado para a Copa do Mundo de 2010, as Eliminatórias são coisa séria. Os "testes" têm de ficar restritos a amistosos.

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O tempo e o placar... volta com atualizações diárias, depois do período no qual este que vos escreve ficou envolvido com o lançamento do livro Diário de um salafrário.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Utilidade pública

As atualizações voltam no domingo, dia 11 de outubro de 2009.

Obrigado pela compreensão,

Vinícius Faustini

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Próxima parada... VITÓRIA



Amigos, estou envolvido com o próximo lançamento do meu livro. Será dia primeiro de outubro, em Vitória.

Agradeço a compreensão de todos nesta minha primeira empreitada literária.

Vinícius Faustini

sábado, 19 de setembro de 2009

Todos convidados...



... Diário de um salafrário pede passagem. A todos que quiserem ir hoje ao lançamento, eu agradeço.

Será das 20h às 21h30, no estande da Litteris Editora. Pavilhão Verde, Rua Q, Estande 17.

Obrigado aos amigos blogueiros e futebolistas,

Vinícius Faustini

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Com sobras



O discurso do futebol brasileiro quando decidiu colocar as duas primeiras divisões do campeonato foi de tornar as duas competições mais atraentes - afinal, se o Campeonato Brasileiro da Série A tinha muitos desmandos, a Segunda Divisão estava em situação calamitosa. A medida deixou a Série B interessantíssima (e deixou de ser uma tragédia a queda de grandes clubes, como Palmeiras, Atlético Mineiro, Grêmio, Corínthians e recentemente o Vasco), só que ainda não foi incorporada por inteiro: em alguns aspectos, o torneio vira uma "sobra" dos desmandos da Série A.

O zagueiro Domingos recentemente foi afastado do Santos, após uma botinada afastar dos campos seu companheiro de Santos, o goleiro Rafael. Onde é que ele foi parar? No Fortaleza. Ele será mais um dos jogadores a tentar tirar o tricolor do Ceará do buraco nesta desastrosa campanha da equipe. Afinal, pontapé pode na Segundona.

Muitos árbitros com atuações desastrosas, afetando até resultados das rodadas do Campeonato Brasileiro recebem uma punição. Geladeira? Não! Eles são escalados para apitar jogos da Segunda Divisão. E em boa parte das partidas, os juízes se destacam negativamente, errando lances capitais e, em especial, deixando a pancadaria acontecer.

Sim, a Série B evoluiu muito de lá para cá e, com o advento de times de tradição participando delas, ganhou ainda mais visibilidade. Mas ainda falta muito para que a Segunda Divisão deixe de ter meras sobras do que a Série A apresenta.

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Amanhã, das 20h às 21h30, este que vos escreve lança seu primeiro livro. O lançamento de Diário de um salafrário acontecerá durante a Bienal do Livro, no Riocentro. O estande da Litteris Editora fica no Pavilhão Verde, Rua Q, Estande 17.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Análise de quarta - Os dois rumos da vitória



Jogo de hoje: Botafogo 3 x 2 Atlético Paranaense (Engenhão, pela Copa Sul-Americana)

Foram 45 dias de agonia, e finalmente o Botafogo saiu de campo com a boa notícia de uma vitória. A notícia desagradável é que o jogo vale pela Copa Sul-Americana, e foi sobre um Atlético Paranaense que, além de ser bem limitado, poupou quatro titulares. O triunfo por 3 a 2 foi fundamental para o time de Estevam Soares (pela primeira vez saindo como vencedor de uma partida como treinador alvinegro), e agora tem o desafio de lidar com o fato de ter passado de fase no torneio internacional.

O primeiro tempo do Engenhão parecia trazer um roteiro típico do Botafogo no Campeonato Brasileiro. Lampejos de futebol de ambos os lados, até que a limitação técnica botafoguense fez a diferença aos 32 minutos. Wesley passou com tranquilidade por Alessandro e deu um belo chute para abrir o placar. A vantagem rubro-negra parecia consolidada na primeira etapa quando, numa das muitas tentativas atabalhoadas do ataque do Botafogo, Reinaldo sofreu pênalti de Bruno Costa. Lúcio Flávio converteu a cobrança, no minuto final.

O empate fez o Botafogo voltar melhor no segundo tempo, ainda mais que o empate com gols classificava o Atlético Paranaense. Depois de algumas jogadas "atrapalhadas" pelas limitações de André Lima e pela visível falta de condições de jogo de Reinaldo, o gol da virada alvinegra aconteceu. Em um bate e rebate na área, a bola sobrou para Gabriel. O chute do lateral saiu mascado, e a bola entrou mansamente no gol de Gallatto, aos 14 minutos.

Mais uma vez, o time botafoguense se encolheu, ansiando pela possibilidade de finalmente sair de campo com uma vitória. A defesa parecia eficiente (em especial pelas limitações do ataque atleticano). Mas a nove minutos do fim, veio uma das "coisas que só acontecem ao Botafogo". Um chute fraco de Nei na direita entrou no gol em falha clamorosa do goleiro uruguaio Castillo, empatando novamente a partida.

Mas, dois minutos depois, Wellington encerrou este calvário alvinegro, desviando de cabeça para o gol uma falta cobrada por Lúcio Flávio. A vitória por 3 a 2 não só classifica o Botafogo para jogar contra o uruguaio Emelec na próxima fase, como também promete tirar um peso dos ombros dos 11 atletas que vestem a camisa da Estrela Solitária.

A equipe alvinegra chega, então, ao dilema desta vitória. Sim, a autoestima parece ter voltado aos ares de General Severiano, e o time de Estevam Soares pode ter uma expectativa bem maior para o decorrer das rodadas do Campeonato Brasileiro. No entanto, o fato de conseguir vencer novamente não pode deixar os jogadores deslumbrados, na crença de que nas próximas partidas as vitórias acontecerão facilmente. Passada a agonia, a hora é de manter os pés no chão e controlar a euforia para se manter na Série A do Campeonato Brasileiro.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Ofensa à memória



Foi indiscutível a melhora do Flamengo no último fim de semana. A vitória por 3 a 0 sobre o Sport no Maracanã serviu para o rubro-negro voltar a ter a autoestima para tentar ao menos encerrar o Campeonato Brasileiro entre os quatro primeiros e, em especial, para Adriano tentar na Gávea jogar o que deixou de jogar na Seleção Brasileira na quarta-feira passada. Mas a declaração de Léo Moura foi um assombro em meio aos festejos de uma vitória do time.



O lateral afirmou que a atual equipe do Flamengo se assemelha ao que foi nos anos 80 - década na qual o time de Zico, Nunes, Júnior e de tantos jogadores ganhou os títulos mais importantes da Gávea. Francamente, chega a ser uma ofensa para os esquadrões da tradição rubro-negra.

Sim, o Flamengo teve seus eventuais tropeços naquela década, não venceu tudo o que disputou. Mas daí a passar pelas situações que a atual equipe vem mostrando em campo - muitos jogadores de nível técnico duvidoso vestindo a camisa, alguns fazendo o que bem entendem e jogando quando querem por terem aparente imunidade aos olhos da torcidae e, em especial a irregularidade até mesmo nos jogos do Maracanã - não são coisas do futebol de outrora.

Não é saudosismo. É apenas bom senso. Quem acredita que um Adriano visivelmente fora de sua forma física pode ser a única esperança de gols em um clube? Ou depender das boas atuações de Petkovic, que, apesar de seu talento inquestionável (mostrado tanto no Flamengo quanto em outros clubes brasileiros) já sente os desgastes naturais de seus 37 anos.

Enquanto o futebol do Rio tiver sua ausência de parâmetros, times como o Flamengo ficarão cercados de ilusões e vão acreditar nas balelas de seus próprios jogadores. Léo Moura tem em seu passado recente um histórico de ter xingado alguns flamenguistas. E agora simplesmente xingou a memória rubro-negra.

*****

Nestes últimos dias eu não pude atualizar em virtude dos preparativos para o lançamento de Diário de um salafrário. É no sábado, na Bienal do Livro, no estande da Litteris Editora (Pavilhão Verde, Rua Q, Estande 17).

sábado, 12 de setembro de 2009

Diário de um salafrário




Aos leitores de O tempo e o placar...
,

falta exatamente UMA SEMANA para que este que vos escreve lance seu primeiro livro, intitulado Diário de um salafrário. Minha primeira empreitada literária vai reunir alguns contos publicados no blogue de mesmo nome, em um livro publicado pela Litteris Editora.

O lançamento ocorrerá no dia 19 de setembro, durante a XIV Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Das 20h às 21h30, vou autografar no estande da Litteris, que fica no Pavilhão 4 (VERDE), Rua Q, Estande 17.

Como prévia, deixo neste post um dos contos presentes no Diário de um salafrário. Nada mais condizente com o blogue que apresento aqui. Trata-se de um conto que fala de futebol, desta paixão que faz parte da minha vida e também da minha escrita.

A todos os que moram ou que estiverem no Rio de Janeiro, faço o convite para irem à Bienal no próximo sábado. Aguardo vocês!

Obrigado a todos,

Vinícius Faustini

*****

90 MINUTOS

Tiro a camisa do armário. Assim que eu a vestir, começarei minha transformação. Passarei a ser mais um, um dos muitos que representam uma paixão, um ideal, uma sensação... Ou, em termos mais técnicos, um dos muitos a representar 11 jogadores que vão correr atrás de uma bola. Saio de casa, caminho alheio às provocações de torcedores adversários, sorrio aos que aderem e incentivam minha nova face.

É sempre assim. Todo domingo eu deixo de estar só e me torno "mais um". Uma situação que acontece pouco a pouco. Adentro o vagão do metrô, me sento num lugar vazio, e
calmamente vou esperando que o povo chegue. Passa uma estação, chegam mais dois com a mesma camisa que eu. Sorrio.

Vem mais um, mais outro, mais aquele outro, até ter uma boa quantidade de pessoas que seguem um mesmo ideal.

Na mudança da linha 1 para a linha 2, os primeiros gritos da torcida aparecem, e a ansiedade para que venha de uma vez abaldeação do metrô fica ainda maior quando o cântico ganha mais corpo, deixa de ser formado por gritos esporádicos pelo
meu time . Agora, ele se torna aquela canção que a torcida e que a imprensa promoveram a hino décadas atrás.

Uma pessoa faz sinal de positivo. Retribuo beijando o escudo da minha camisa. Enfim, chega a estação onde vamos descer. Aquela multidão sorridente, esperançosa, cantando, gritando, sorrindo.

Milhares de pessoas deixarão de existir por 90 minutos (fora os acréscimos e o intervalo). Assim que passarem os ingressos pela roleta, eles vão deixar do lado de fora suas dores, suas amarguras, o aluguel que venceu, o casamento que vai mal, a
penúria, as culpas e as desculpas que encontraram pra cada uma das situações que eles vivem neste momento.

Meu ingresso passa pela catraca. De uma vez por todas, está de lado tudo o que me incomoda nesta vida. Não preciso mais ser tímido. Deixo de lado minha figura solitária de corpo e alma.

Saem de cena as preocupações habituais e as eventuais. Centenas, milhares de pessoas deixam de ser "eu" para só se referirem a elas mesmas como "nós".

Agora, a vida depende de 11 pessoas. De 22 chuteiras. Das duas mãos do goleiro, essa posição ingrata, escolhida para abafar o êxtase maior desta disputa, ele que cala uma torcida e dá o suspiro de alívio à outra. Do árbitro e de seus assistentes, que
com seus erros podem sacrificar meses de trabalho, tornando um resultado injusto aos olhos do povo.

Chego à arquibancada. Estou no mesmo lugar de sempre, o mítico lugar que me faz companhia desde os primeiros jogos no estádio. Entoo os gritos que as torcidas "organizadas" cantam, a plenos pulmões e na companhia de bumbos (tocados
perfeitamente ou não). Minha mente de uma vez por todas está limpa. Minhas direções estão centradas para o que vai acontecer naquele palco que tem tapete de grama.

O placar eletrônico dá seus primeiros sinais de vida. Um torcedor comenta o que o radinho de pilha denunciou. Outro lamenta a ausência de um jogador. Um velhinho diz que bons tempos eram os anteriores, que o time de hoje não é nem sombra daquele que outrora defendeu as nossas cores. Aquele que tem uma faixa na cabeça extravasa, dizendo que sai preso se o resultado de hoje não for uma vitória. O de camiseta comenta que o árbitro escalado já nos prejudicou em outras oportunidades. Um leva fé e faz as contas, lendo a classificação do campeonato.

O alto-falante anuncia as escalações dos clubes. A torcida aplaude jogador por jogador, grita os nomes daqueles aos quais todos nós entregamos nosso sentimento, nossa razão de euforia, nossa vontade de matar ou de morrer, nossa vontade de extravasar sentimentos de amor e ódio. Alguns deles têm cantos próprios, e
agradecem à torcida quando são homenageados pelo coral. Por um coral que, apesar de não estar com chuteiras em campo, segue atento a tudo o que acontece na partida.

Entra em campo a equipe adversária. Vaias, hostilidades, ofensas. Tudo para amedrontar aqueles que podem fazer nossa tropa cair no campo de batalha. Por mais que os analistas de futebol digam que eles são superiores a nós, todos eles são
desprezados pela torcida. O goleiro vira mero "frangueiro", a zaga vira "peneira", o meio-de-campo é composto por "perebas" e o ataque é formado por um bando de "pernas-de-pau".

Vai começar o jogo. O mundo se resume às próximas horas vividas no estádio. Somos o povo! E queremos a "alegria do povo", definida no dicionário em uma palavra só: FUTEBOL.

Começou. Primeira jogada malsucedida, a torcida uníssona grita "uuuhhh", com direito a eu fazer meu "solo" nesse coro, mandando o autor do lance ir para um lugar não muito agradável.

Eu, o contido, o educado, o gentil, o cavalheiro, me transformo. Viro o ansioso. Quero a vitória. Exijo o gol. Almejo o meu sonho de ver a minha paixão culminar na grande felicidade de ver a bola passando pela rede.

Distribuo palavrões com a zaga que deixou o jogador adversário chutar e quase fazer o gol, com o juiz que não marcou uma falta clara para nós, com o artilheiro que não faz gol há semanas e mantém o tabu depois desse chute bisonho cara a cara com o goleiro. Peço, imploro para que os representantes da minha alegria corram, batalhem, lutem, mostrem raça e, principalmente, pontaria nos passes e nos chutes.

O time persiste na defensiva, acuado, e dá chutões para o alto ou para onde o nariz aponta. Eu berro, com um copo de refrigerante na mão - mas, apesar de ser proibida bebida alcoólica nos estádios, continuo embriagado de vontade de voltar pra casa
com a vida em paz.

Intervalo. E eu sou mais um. Em meio a todos aqueles que vestidos com a camisa das mesmas cores e com o mesmo estampado que a minha camisa tem, permaneço ansioso. Descontando minha raiva no ouvido dos pobres torcedores que tiveram a infeliz coincidência de ver o jogo próximo de mim.

Com eles eu não preciso ser o que sou diante dos olhares discriminativos da sociedade. Sou desbocado e falo em tons que minha voz jamais chegaria na minha rotina. Converso com eles como se fôssemos velhos conhecidos - e somos. Afinal, torcer pelo mesmo time acaba fazendo com que eu tenha milhões de amigos unidos para apoiar a equipe ou para xingar quando os jogadores não conseguem ir bem durante o jogo.

Os times voltam do intervalo. Vai começar o segundo tempo. O último quadro antes do juízo final. Desse juízo que tem sua graciosidade - nem sempre o mais forte, o superior ou o mais favorecido financeiramente se torna o vitorioso no final.
O treinador fez boas alterações. Colocou o time mais ofensivo. "Esse jogador não pode nunca ficar no banco". São os comentários que os companheiros dizem depois dos primeiros minutos de segunda etapa.

A bola cruza nossa área. O zagueiro salva em cima da linha. Apreensão ao extremo, e medo de que todo aquele sonho vivido nas horas mais recentes caia por terra através de um pé de um jogador que não veste a mesma camisa que a nossa. O jogo permanece truncado. Boas defesas de ambos os goleiros. Um jogador nosso cai na área. Pênalti claro, mas que passa batido aos olhares do árbitro. E o coro, em uníssono, entoa outro grito: "Ladrão, ladrão...", agora com variados "solos", com ofensas à
virilidade ou à pobre mãe do juiz.

O cronômetro vai passando. O locutor diz que o jogo está bom, uma bela partida das duas equipes. Milhares de pessoas de ambos os lados sofrem a agonia que passa o confronto entre 22 jogadores. Alguns deles que jogam bola, outros que brigam com
a bola, outros que brigam com os outros, e até os que brigam entre eles.

O nosso camisa 10 pega a bola na intermediária. Passa pelo zagueiro e deixa o atacante cara a cara com o goleiro. Uma puxada para a direita e o arqueiro fica imóvel no chão. Com toda a calma, o atacante coloca a bola por cima do goleiro batido. E a palavra que tem três letras ecoa em uma das partes da torcida: GOL!

Uma palavra pequena e decisiva. Ela define quem venceu e quem perdeu. E, a poucos minutos do fim, o gol veio do nosso lado. Euforia, sorrisos, gritos, cantos de alegria e também de provocação ao adversário.

E apreensão pelos minutos finais. O juiz deu muitos minutos de acréscimo. O time está recuado, cada vez mais acuado, praticamente tem 11 jogadores na pequena área. O zagueiro prende a bola, passa pro lateral, que consegue cavar uma falta.

O jogo continua, a partida fica nervosa, um time querendo evitar o suspiro de alívio do adversário, o outro não querendo, em hipótese alguma, sair de campo derrotado.
Mas não adianta. É fim de jogo. Vencemos! Os jogadores vêm para o nosso lado. Eles são nossos heróis, e vibram junto com aqueles tantos que vieram ao campo para zelar por eles, por seu bem-estar e por suas boas jogadas... Na nossa torcida, só
abraços, sorrisos, felicidades.

E uma ida para casa cantando, assobiando em glória. Todos ostentando a camisa que simboliza o time que saiu de campo vitorioso. Em calma, todos saem do estádio. Desço a rampa do estádio. Passo pelo portão. Lá, reencontro a companhia da minha
solidão.

Ela vai me levar para casa. Cuidar de mim. Apresentar de novo cada nuance de meu dia a dia, tão difícil, tão confuso, tão triste. Tão só. Mas sabendo que, no próximo domingo, vou estar bem acompanhado. Lado a lado com as várias solidões que,
durante 90 minutos, ansiarão por uma alegria repentina e por algo que amenize a ausência de felicidade no dia a dia.

*****

Mas vão ter outros, dos mais variados temas, das mais variadas histórias. Cliquem na foto acima, lá tem o convite de lançamento. Ah, ontem o Edson Mauro deu um apoio durante o jogo entre Vasco e Paraná. Aos nove minutos do segundo tempo, ele recomendou aos ouvintes da Rádio Globo. BOTA AMIZADE NISSO!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Descanso para as canelas



O técnico Vanderlei Luxemburgo fez um grande favor para o futebol brasileiro ao afastar o zagueiro Domingos. Durante os treinos, o jogador deu uma entrada violenta que machucou o goleiro santista Rafael.

Por mais que o Santos não esteja bem no Campeonato Brasileiro, Vanderlei mostrou superioridade em relação às atitudes de Vágner Mancini. Na semifinal do Campeonato Paulista, o técnico fez Domingos entrar em campo somente com a intenção de expulsar o jogador Diego Souza, do Palmeiras. O zagueiro provocou o meia palmeirense e os dois trocaram socos e pontapés, manchando o que seria uma partida emocionante.

Em vez de reservar vaga para botinudos em seu time, Vanderlei poupou as canelas de seus atletas e dos demais jogadores do país. Lamentavelmente, por um motivo bem crucial: quando Luxemburgo sentiu na própria carne as consequências de empregar Domingos. Foi preciso machucar seu próprio atleta para perceber os males de um zagueiro com tamanha ausência de bom senso no futebol.

A esperança fica para que jogadores como Domingos saiam de cena gradativamente no futebol brasileiro. Será um benefício para torcedores e, em especial, para os jogadores.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ANÁLISE DE QUARTA - Festa completa



Jogo de hoje: Brasil 4 x 2 Chile (Pituaçu, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo)

O Estádio Pituaçu foi cenário de uma festa completa da Seleção Brasileira. Durante os 90 minutos, passaram pelo estádio festejos do povo baiano, bela exibição do Brasil e até a participação de jogadores que destoaram e quiseram estragar a festa. No fim das contas, vieram mais três pontos para o time de Dunga.

O início foi preocupante. Classificado antecipadamente para a Copa do Mundo de 2010, o Brasil abusava das tentativas de fazer estripulias para a plateia baiana. Muito toque de calcanhar, muito drible que ligava o nada ao lugar nenhum. E alguns sustos do (bom) time chileno.

Quando a seriedade decidiu entrar em campo, a Seleção Brasileira fez dois gols. O primeiro quando Nilmar aproveitou com um chute certeiro o cruzamento de Daniel Alves (surpreendentemente, escalado no meio-de-campo), aos 31 minutos. E o segundo aos 40, quando Nilmar roubou a bola de um defensor chileno e entregou para Daniel Alves. Ele achou Júlio Baptista livre para marcar.

O placar parecia confirmado quando dois jogadores decidiram deixar a festa verde e amarela mais emocionante. André Santos permitiu a passagem de Sanchez na área e Felipe Melo cometeu um pênalti bobo. Suazo converteu a cobrança e diminuiu a vantagem brasileira.

Mas o temor do Brasil ficaria ainda pior no início do segundo tempo. O mesmo Felipe Melo deu uma entrada desleal em Sanchez e deixou o Brasil em desvantagem numérica aos quatro minutos. Aos sete, Suazo acertou belíssimo chute para fazer o gol de empate.

Os chilenos pareciam mais próximos da virada quando Nilmar decidiu garantir que a festa seria brasileira - e por duas vezes. Em ambas, aproveitando jogadas de Maicon (um cruzamento no terceiro gol e um rebote do goleiro Bravo no último). Com três dos quatro gols da Seleção Brasileira, o jogador do Villareal mostrou que tem futebol para uma Copa do Mundo. E, neste momento, tem chance até de barrar Robinho. Seu companheiro de ataque, Adriano, é que ainda tem muito o que mostrar para merecer uma convocação.

O 4 a 2 sobre o Chile garantiu a primeira colocação nas Eliminatórias da Copa do Mundo. Mas comprovou que a festa brasileira só vai acontecer quando o Brasil resolver jogar com seriedade.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Bola pra frente





Apesar de a imprensa especular que a partida contra o Chile hoje se esvaziou com a classificação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2010, para a dupla de ataque a partida em Salvador será decisiva. Com as ausências de Robinho (contundido) e Luís Fabiano (suspenso pelo terceiro cartão amarelo), a dupla de ataque formada por Nilmar e Adriano tem hoje a chance de pelo menos garantir presença dentre os convocados do ano que vem.

Cada um tem de conquistar a vaga por um caminho diferente. Depois de muitos altos e baixos na carreira, o Imperador precisa mostrar a Dunga que tanto ele quanto seu futebol voltaram e são dignos de uma Seleção Brasileira. Um dos grandes craques do país, Nilmar ainda não teve tão boas atuações com a camisa amarela. Hoje é uma grande chance para despontar, afinal, em um ataque com Luís Fabiano e Robinho, quando virá uma nova chance de ser titular?

O jogo fica mais atrativo porque o Chile não está classificado matematicamente para a Copa do Mundo, e certamente daria moral para a seleção chilena terminar as eliminatórias à frente do Brasil. Em especial depois que a Seleção Brasileira derrotou os chilenos por 3 a 0 em Santiago.

Para Nilmar e Adriano, serão 90 minutos de decisão. Então, bola pra frente, e que venha uma boa vitória do Brasil logo mais.