domingo, 23 de maio de 2010

10 é a camisa dele



A Editora Contexto se arrisca mais uma vez a contextualizar em livro um assunto que passa por tantos gramados pelo Brasil afora. E coube ao jornalista Marcelo Barreto dimensionar em 254 páginas a grandeza de jogadores definidos como "camisa 10" do futebol nacional.

Em Os 11 maiores camisas 10 do futebol brasileiro, Marcelo teve de passar por uma série de caminhos, diferenciar esquemas táticos e fazer uma escalação minuciosa de seus 11 nomes.

Alguns camisas 10 vieram naturalmente. Pelé, Zizinho, Zico e Rivellino. Outros foram jogadores que, infelizmente, não tiveram tantos holofotes, casos de Ademir da Guia e Dirceu Lopes. E, na memória recente do futebol brasileiro, as escolhas de Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Raí, Kaká e Neto vêm com bastante contestação.

Rivaldo é associado à eliminação nos Jogos Olímpicos de 1996, Ronaldinho teve ótimo momento apenas em 2002 e uma série de fiascos na Seleção Brasileira, Raí destoou na equipe tetracampeã em 1994, Kaká está às voltas com lesões, e Neto não foi muito além de suas ótimas atuações pelo Corínthians. Questões que surgem sempre para se opor a esta escalação de Barreto.

A outra oposição é à falta de jogadores que ostentaram a camisa 10, como Jairzinho, Roberto Dinamite, Bebeto e Edmundo. Em relação a isto, o autor deixa claro que estes nomes são centroavantes, não têm um estilo de jogo que se esperava de um "autêntico" camisa 10.

Mas, se no futebol a melhor defesa é o ataque, Marcelo Barreto ataca com bons argumentos para a escolha de sua seleção. Ex-jogadores como Gérson, Júnior e Leonardo e treinadores como Zagallo, Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari são os trunfos para a boa discussão entrar em campo.

Mais do que despertar a discussão, Os 11 maiores camisas 10 do futebol brasileiro tem a inglória tarefa de escalar um timaço de jogadores, armar uma estratégia fatal para o adversário e ter uma visão ampla de jogo. Coisas que Marcelo Barreto soube fazer muito bem em seu livro.

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