sexta-feira, 15 de maio de 2009

Escrete do banco



A literatura esportiva dedicou muitas linhas a atletas que foram além das grandes jogadas em campo e chegaram a ser mitos da nossa história. Também há espaço nas prateleiras de esporte a históricos, tabelas e registros de campeonatos do futebol de todos os campeonatos do mundo. Mas já há algum tempo faltava uma homenagem a aquelas pessoas que não entram em campo, mas por meio de treinamentos diários e de gritos à beira do campo, tornaram equipes campeãs.

Após um longo trabalho de pesquisa, o jornalista Maurício Noriega entra no campo literário para enumerar os 11 craques dos bancos de reservas do país. Em Os 11 maiores técnicos do futebol brasileiro (Editora Contexto, preço médio de R$ 35,00), o atual comentarista do canal a cabo Sportv "escalou" um escrete de grandes treinadores que marcaram a história do futebol por ajudarem um grupo de jogadores a chegarem a grandes glórias.

Logo no início do livro, Noriega coloca uma questão: "Atacante bom é aquele que faz gol. Goleiro bom é aquele que evita gol. E técnico bom, quem é? O grande estrategista, que domina as teorias? O paizão, que trata os jogadores como crianças crescidas e carentes, necessitadas de compreensão e apoio? O tático, capaz de virar o jogo no intervalo com alterações surpreendentes? O que revela jogadores? O que lida bem com estrelas? O que sabe "ler o jogo"? O que estuda os adversários? Ou, simplesmente, o vencedor?".

Num "pente fino" pela história dos gramados nacionais, o jornalista escolhe aqueles que ele considera os 11 melhores de todos os tempos, numa escalação irresistível. Oswaldo Brandão, Bela Gutman, Vicente Feola, Lula, Zagallo, Rubens Minelli, Ênio Andrade, Telê Santana, Luxemburgo, Felipão e Muricy Ramalho são os "escolhidos" de Maurício Noriega. Mas, em vez de somente colocar suas opiniões no livro, há algumas páginas dedicadas a entrevistas com pessoas do mundo do futebol que conviveram definitivamente com cada um dos treinadores.

Graças à conversa com Falcão, pode-se saber os motivos de a "boleirada" adorar Ênio Andrade. Com Müller, descobre-se as duas faces de Telê Santana, dentro e fora de campo. E o goleiro Rogério Ceni conta como Muricy Ramalho o incentivou a ser hoje o goleiro-artilheiro que é.

Mais um gol de placa da literatura futebolística no Brasil. E, desta vez, a favor dos artilheiros do banco de reservas, que sempre merecem nosso aplauso, para amenizar o número de vezes que os chamamos, no calor da partida, de "burro". Em Os 11 maiores técnicos do futebol brasileiro, desfila um time de inteligência à beira do gramado brasileiro.

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