quarta-feira, 3 de junho de 2009

Leonardo, "mais um"?



Elevado ao posto de dirigente do Milan depois de encerrar carreira lá, o ex-jogador Leonardo agora se apresenta em uma nova função no time italiano. Leonardo agora é o novo técnico da equipe de Milão, substituindo Carlo Ancelotti. Um grande desafio, afinal, o Milan não só é uma das mais tradicionais equipes italianas, como também é um dos times mais consagrados do mundo.

Suas duas passagens (de 1997 a 2001 e entre 2002 e 2003) bem sucedidas como jogador o tornaram querido entre os torcedores do Milan e também foram valorizados pelo comando do time italiano. Por isto, mesmo quando decidiu abandonar os gramados, ele acabou sendo convidado para continuar ligado ao clube. A maior vitória de Leonardo como "consultor de mercado do clube" foi ser o responsável por viabilizar a contratação do meia brasileiro Kaká.

Com uma série de serviços prestados em várias áreas (além de "consultor de mercado", também foi gerente executivo e diretor), agora ele decidiu se aventurar na função mais instável do futebol: a de técnico. Sim, os padrões de trabalho da Itália são diferentes do cotidiano brasileiro, que manda embora o treinador depois de três resultados negativos. O time do Milan, mesmo sem Kaká, tem bons jogadores, e Leonardo os conhece e tem prestígio com eles.

No entanto, o desafio (ao qual ele é corajoso de se aventurar, sem sombra de dúvida) tem risco de não ser positivo para o ex-jogador. Técnicos geralmente são os culpados mais fáceis aos olhos dos torcedores, e toda a credibilidade pode ir embora por estar no banco de reservas. Coisa que a inteligência que ele tem fora de campo não merece - em especial, pela corajosa entrevista que concedeu ao jornal O Globo neste ano, afirmando com conhecimento de causa que os clubes brasileiros têm de se tornar empresas e abandonar o paternalismo dos dirigentes.

Em sua primeira entrevista no cargo de técnico do Milan, Leonardo já demonstrou que quer ser um treinador com um trabalho diferente em relação ao atual panorama do futebol mundial. O novo técnico (este que vos escreve acha difícil ainda se referir a ele como treinador, mas vamos lá) disse se espelhar em Telê Santana e pretende deixar o time de Milão com o "futebol-arte" que seu mestre proporcionou através da Seleção Brasileira da Copa de 1982. Caso consiga, será um alento para as torcidas, hoje tão habituadas aos botinudos de todas as nacionalidades.

Fica a torcida de que sua carreira gloriosa no Milan se estenda ao banco de reservas, e Leonardo não se torne mais um dos muito treinadores brasileiros que vão para o exterior e acabam mal-sucedidos nos clubes que treinam. Leonardo merece ser o único, e não apenas "mais um".

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BOLA PRO MATO

O Lance! de hoje anuncia que o jogador Kaká é o novo reforço do Real Madrid. Seu preço é estipulado em 65 milhões de euros (a segunda maior negociação de todos os tempos no futebol mundial). É por estas e outras que, cada vez mais, o Brasil precisa conviver com a ausência de seus maiores valores em campo. Num tempo em que o dinheiro comanda o futebol, os clubes se tornaram reféns da possibilidade de um atleta voltar somente pela relação afetiva. E muitas vezes quando os jogadores estão em fim de carreira.

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BOLA NA ARQUIBANCADA

O tempo e o placar... hoje falou de futebol internacional, mas não se esquece do que acontece em território nacional. E hoje tem uma noite promissora para os amantes do futebol brasileiro. Nesta quarta, o Brasil conhece os finalistas da Copa do Brasil. E, como tem a possibilidade de desempate nas cobranças de pênalti, há uma considerável chance de que as emoções da "super-quarta" se estendam até a madrugada de quinta.

3 comentários:

Willon disse...

Espero que ele realmente faça a diferença no time do Milan!
tem excelentes jogadores que nao eram bem utilizados pelo Carlo Ancelloti!
Como admirador do Milan e do trabalho do Leo esses são meus votos sinceros!
Mandou bem no texto.
Abraços

Anônimo disse...

Leonardo foi um grande dirigente , mas não quer dizer que será um grane t´cnico . O que me preocupa no futebol , são ex-jogadores que não têm experiência no banco , tendo a oportunidade de comandar um time de ponta . Acredito que ele possa ser grande treinador , mas começar pelo Milan é um pouco demais .
Pderia começar com o Chievo V ou pelo Lecce , até chegar em um time de ponta . Temos treinadores demais pelo mundo com muito mais gabarito do que ele

Pavel disse...

Dolche vita!!!