domingo, 28 de junho de 2009

Joel Bafana



Nunca um quarto lugar foi tão bom para um treinador brasileiro. O técnico Joel Santana fez com que a África do Sul passasse pela primeira vez a uma nova fase de um torneio internacional e, mesmo com duas desclassificações, a seleção sul-africana não fez feio aos olhos de seus torcedores. Tanto na semifinal contra o Brasil quanto na disputa do terceiro lugar, a "Bafana" vendeu caro suas derrotas. Contra o Brasil, um gol de falta a dois minutos do fim eliminou a equipe. E hoje, diante da Espanha, também veio de bola parada (a um minuto do segundo tempo da prorrogação) a derrota por 3 a 2 para os espanhóis.

Conhecido no Brasil pelo apelido de "Senhor Estadual", Joel conquistou nove campeonatos estaduais em sua trajetória, e sempre em times com grande rivalidade em seus respectivos estados. No Campeonato Baiano, foram dois títulos com o Bahia (1994 e 1999) e dois com o Vitória (o Supercampeonato Baiano de 2002 e o Estadual de 2003). Mas sua hegemonia como treinador de estaduais veio no Rio de Janeiro. Ele conquistou o Campeonato Carioca pelos quatro grandes do estado - 1992 e 1993 com o Vasco, 1995 com o Fluminense, 1997 com o Botafogo e 1996 e 2008 com o Flamengo.

No entanto, em competições de nível nacional o treinador ainda era bastante questionado. Nos dois títulos que conseguiu com o Vasco na temporada de 2000 - a Copa Mercosul e a Copa João Havelange - ele dirigiu a equipe somente nos últimos jogos, pois Oswaldo de Oliveira se desentendeu com o ex-presidente Eurico Miranda. Em 2007, Joel Santana teve outra incumbência à frente do Flamengo: tirar o time das últimas colocações do Campeonato Brasileiro. O rubro-negro não só saiu dos últimos lugares como também chegou à terceira posição e se classificou para a Taça Libertadores da América do ano seguinte. Os flamenguistas começaram a apelidá-lo de "Papai Joel".

No ano passado, logo após a conquista do Campeonato Estadual, ele saiu do time carioca para dirigir a seleção da África do Sul. Após ter seu trabalho contestado (em especial depois o empate em 0 a 0 com o Iraque na estreia da Copa das Confederações), o treinador agora conseguiu o respeito da torcida e da imprensa esportiva sul-africana - além da consagração de boa parte da crítica esportiva brasileira, que mesmo com a vitória da Seleção Brasileira por 1 a 0 na quinta-feira, considerou que ele fez sua seleção dar um "nó tático" no time escalado por Dunga.

O futebol bem armado que a África do Sul apresentou na Copa das Confederações promete surpreender também na Copa do Mundo do próximo ano. E, quem sabe, Joel Santana possa mudar seu nome para "Joel Bafana".

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Amanhã, O tempo e o placar... fala sobre a final da Copa das Confederações, entre Brasil e Estados Unidos.

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