sexta-feira, 19 de junho de 2009

A titularidade brasileira



A indefinição de uma "Seleção que não tem reservas nem titulares" ficou ainda mais forte ontem. Com quatro mudanças em relação ao time na apertada vitória por 4 a 3 diante do Egito, o Brasil não teve o menor trabalho de vencer a seleção dos Estados Unidos em Pretória. O 3 a 0 deixou a Seleção Brasileira com a cômoda vantagem de jogar pelo empate domingo, diante da Itália - que tropeçou nos egípcios, com uma surpreendente derrota por 1 a 0.

Após o cansaço alegado pelos jogadores para a estreia hesitante, a Seleção parecia ter acelerado as coisas e, em 20 minutos, já havia feito 2 a 0. Talvez a intenção fosse liquidar logo a partida para depois poder se poupar. Afinal, Brasil e Itália, seja por amistoso, pela Copa das Confederações ou pela Copa do Mundo, é um jogo no qual todos querem estar sem risco de contusões ou de esgotamento físico.

A "dúvida" da lateral-direita voltou a nortear a cabeça de Dunga. Após passar um bom tempo questionado (e até perder a vaga), Maicon deu um fôlego para o lado direito, participando diretamente do primeiro gol - ao cruzar para Felipe Melo abrir o placar, de cabeça - e, numa linda jogada, fazendo o terceiro gol. O Brasil, que padecia de um bom lateral desde que Cafu se aposentou, agora tem boas opções com Maicon e Daniel Alves.

Já o lado esquerdo teve um alento, um resquício de bom futebol. Mas André Santos ainda não parece um jogador ideal para a posição. Ao menos, ele é superior a Kléber, que decepcionou nas partidas recentes.

A entrada de Miranda na zaga não teve como ser avaliada, diante da ausência de ataque dos Estados Unidos. No entanto, o outro reserva da equipe - Luisão - em pouquíssimos minutos em campo (ao substituir Lúcio) se mostrou afoito nas jogadas, que só não comprometeram porque a vitória já estava sacramentada.

Em sua primeira oportunidade como titular na Seleção Brasileira, Ramires apresentou futebol de veterano. Em nenhum momento se omitiu na partida e, além de sofrer a falta que gerou o primeiro gol, aproveitou o bom passe de Kaká e deixou Robinho livre para marcar o segundo da Seleção Brasileira.

Para o jogo de domingo, contra a Itália, é bem provável que Dunga volte a mexer na Seleção Brasileira. Afinal, com a classificação para as semifinais praticamente certa, o momento seria de testar os jogadores para o decorrer do ano e, quem sabe, para a Copa do Mundo no ano que vem. Entretanto, o treinador precisa manter os pés no chão, e não entregar a titularidade brasileira somente para utilizar a torto e a direito os jogadores convocados. Um título da Copa das Confederações viria a calhar para um treinador tão contestado.

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BOLA PRO MATO

Aonde foi parar o futebol tricampeão brasileiro do São Paulo? Neste ano, o tricolor paulista continua apresentando um futebol irreconhecível, apático, decepcionante. A decepção mais recente veio ontem, com a eliminação da Taça Libertadores da América ao perder por 2 a 0 para o Cruzeiro no Morumbi. Alheia à crise são-paulina, a Celeste mineira faz semifinal brasileira no torneio sul-americano, e promete um bom embate com o Grêmio.

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