domingo, 7 de junho de 2009

Hora de quebrar tabus



11 minutos. Foi o tempo suficiente para que a tranquilidade de mandante do Uruguai se transformasse no desespero de uma seleção prestes a perder para um visitante indigesto. A falha do goleiro Viera em chute do lateral Daniel Alves proporcionou ao Brasil uma goleada por 4 a 0 em pleno Estádio Centenário e a liderança nas Eliminatórias da Copa do Mundo - depois do Paraguai ser surpreendido pelo Chile em Assunção com uma derrota por 2 a 0.

A sonora goleada parece um pouco exagerada pelas oportunidades do jogo. Sim, a Seleção Brasileira mostrou um futebol superior durante os 90 minutos, em especial porque, com o gol sofrido logo no início, o Uruguai passou a ter como adversária sua tensão. Entretanto, a Celeste chegava com perigo na área brasileira, com chutes de fora da área e em cobranças de escanteio - muitas delas rechaçadas por mais um dia inspirado do goleiro Júlio César.

Quis o acaso do futebol que um córner gerasse o segundo gol brasileiro, ainda no primeiro tempo. A cobrança de Elano chegou perfeita para a cabeçada de Juan, e, aproveitando que Viera saiu mal, o zagueiro colocou a bola no fundo das redes uruguaias.

No segundo tempo, o treinador Oscar Tabárez ainda tentou um esquema ousado de três atacantes, com a entrada de "El Loco" Abreu para fazer companhia no ataque a Forlán e Suarez. Mas aos seis minutos o esquema uruguaio caiu por terra, num chutaço de Luís Fabiano. Infelizmente, o camisa 9 desfalcará o Brasil na próxima partida. O atacante levou seu terceiro cartão amarelo em falta marcada erroneamente pelo argentino Saúl Laverni, e foi expulso porque o juiz achou que ele tentou simular um pênalti quando caiu na área após dividida com Viera.

Mesmo com dez jogadores, o Brasil segurou a pressão uruguaia (em especial no jogo aéreo, quando chegou à incrível marca de 30 tentativas desta forma) e ainda conseguiu mais um gol. Kaká - que não vinha bem na partida - cobrou pênalti que ele mesmo sofreu e deu números finais ao jogo no Centenário.

O 4 a 0 mostrou que um bom período de treinos pode fazer o grupo de Dunga ter um entrosamento bom ao ponto de dar bons resultados para a Seleção Brasileira. Agora, a torcida espera que na partida contra o Paraguai (também pelas Eliminatórias) e na Copa das Confederações, o Brasil acabe de uma vez com este estigma de "futebol vagalume" marcante na "Era Dunga".

No jogo de ontem, o Brasil foi capaz de quebrar um tabu de 33 anos (desde 1976, a Seleção não vencia o Uruguai em território uruguaio), e de maneira convincente. Agora, é a vez da Seleção Brasileira quebrar o tabu da oscilação entre boas e más atuações nas próximas partidas, e confirmar a crítica e público que é capaz de dar alegria constante aos torcedores.

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Futebol sem oscilações é o nome da análise que este que vos escreve fez para a página eletrônica Almanaque Virtual. O link é:

http://almanaquevirtual.uol.com.br/ler.php?id=19181&FUTEBOL+SEM+OSCILACOES

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