segunda-feira, 29 de junho de 2009

Final feliz



Os últimos 90 minutos da Seleção Brasileira na Copa das Confederações foram dignos de uma final de Copa do Mundo. Todas as emoções e oscilações de um time passaram pela África do Sul na final diante dos Estados Unidos. Da equipe atônita por causa dos dois gols marcados pelos norte-americanos até o gol decisivo de Lúcio ,sacramentando a vitória por 3 a 2, o Brasil viveu um final feliz no palco que, no próximo ano, vai sediar o torneio mais importante do futebol mundial.

A primeira etapa apresentou um filme que a torcida brasileira já tinha visto: o Brasil pressionava mas não conseguia superar uma seleção bem armada defensivamente. O tom da história ficou dramático após os gols de Dempsey e Donovan.

Mas a Seleção decidiu voltar a escrever a história da sua tradição no segundo tempo. Lá, brilhou a chuteira de Luís Fabiano, autor de dois gols bonitos - o primeiro, depois de um drible, e o segundo, com oportunismo, ao pegar o rebote de uma bola que Robinho acertou no travessão. Ele acabou sendo elevado a artilheiro do torneio.

E, mais uma vez, a estrela do técnico Dunga decidiu uma partida do Brasil. A duvidosa opção de trocar Ramires por Elano não parecia a mais correta para um time que empatava em 2 a 2 numa final. Mas foi dos pés dele que teve início a virada. O meia conseguiu fazer algo que o lateral Maicon não fez durante toda a partida (acertar uma boa cobrança de escanteio) e encontrou Lúcio para fazer o gol da virada.

O gol decisivo foi um verdadeiro prêmio para o capitão do Brasil, que se revelou um grande líder, um xerife para a zaga do time canarinho. Apesar de muito bem marcado durante todas as partidas, Kaká fez jus à camisa 10, através de seus passes e de suas jogadas. Infelizmente, sua despedida não teve o tributo que merecia: seu gol de cabeça não foi validado pelo árbitro, mesmo com o goleiro Howard segurando a bola somente depois que ela atravessou a linha. Provavelmente, o pênalti brasileiro contra o Egito e a polêmica do auxílio do quarto árbitro e do monitor contribuiram para que este erro ocorresse.

No entanto, apesar do título, Dunga tem duas questões a serem discutidas para os próximos jogos da Seleção Brasileira. O primeiro vem na lateral-esquerda: Kléber e André Santos tiveram apresentações ruins durante o torneio, a ponto do treinador ter de improvisar Daniel Alves nesta parte do campo. O segundo, parte para o ataque. Robinho decepcionou na Copa das Confederações, mas ainda assim permanece no time durante toda a partida. Será que ele vai pelo mesmo caminho de Ronaldinho Gaúcho - um jogador renomado que, pela história anterior dele, ainda vai continuar na equipe por mais que esteja jogando mal?

Imperfeições à parte, o título da Copa das Confederações valoriza ainda mais o trabalho de Dunga à frente da Seleção Brasileira. Sob o comando dele, a equipe também venceu a Copa América de 2007 e é a atual líder das Eliminatórias da Copa do Mundo - todos resultados conquistados apesar da desconfiança da imprensa e da torcida. Agora, os torcedores esperam que a trajetória vitoriosa tenha mais um final feliz em 2010.

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Em virtude da cobertura da final da Copa das Confederações, O tempo e o placar... mostrará a análise da oitava rodada do Campeonato Brasileiro amanhã.

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