sábado, 20 de junho de 2009

Separação litigiosa



A relação mais duradoura entre um técnico e um clube no futebol atual do Brasil chegou ao fim ontem. Muricy Ramalho não sobreviveu ao desgaste de três anos e meio à frente do São Paulo e, com a eliminação da Taça Libertadores da América para o Cruzeiro anteontem, entregou o cargo. Nem mesmo a trajetória vitoriosa do tricolor paulista - campeão das últimas três edições do Campeonato Brasileiro - foi levada em conta na decisão de ambas as partes.

De fato, o São Paulo teve uma queda vertiginosa em seu futebol este ano. Do time que enchia os olhos de qualquer torcedor na conquista do ano passado, restou apenas o nome dos bons jogadores de outrora. E no gramado, nome não ganha jogo.

O comentarista Carlos Eduardo Eboli, da Rádio CBN, afirmou que o esquema de jogo do São Paulo também ficou desgastado, tanto pela manutenção dele por três temporadas quanto pelo tricolor paulista ser um dos times mais "estudados" por seus adversários. A equipe de Muricy Ramalho chegou ao posto de favorito e de "time a ser batido" (coisa rara num campeonato tão equilibrado quanto o Brasileiro), e, no caso do São Paulo, no "time que está ganhando" tinha de se mexer um pouco mais, para não ficar tão previsível.

É uma pena ver Muricy Ramalho, que deu três títulos brasileiros consecutivos ao São Paulo (conquista que não passava pelo Morumbi desde 1991), sair pela porta dos fundos, demitido após uma eliminação na qual seu time se acovardou diante do Cruzeiro. Os são-paulinos esperam que a relação com o novo treinador - Ricardo Gomes, anunciado hoje pela diretoria - seja tão duradoura e cheia de conquistas quanto foi a de Muricy. Caso contrário, o litígio pode acontecer mais cedo que o previsto.

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BOLA PRO MATO

O Vasco mais uma vez empatou em 0 a 0 em uma partida da Série B do Campeonato Brasileiro. Com um meio-de-campo nulo durante boa parte do primeiro tempo, o time não conseguiu se livrar da boa marcação da equipe do Duque de Caxias, e saiu de São Januário sem a vitória. Diante da apatia dos jogadores e de duas chances de gol desperdiçadas pelo preciosismo de Élton, a torcida vascaína hostilizou seus jogadores (principalmente o camisa 9) de uma forma que não acontecia há muito tempo. O sentimento parou?

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