sábado, 12 de junho de 2010

Coração verde e amarelo



O Dia dos Namorados cair em plena Copa do Mundo não é mera coincidência. A Copa é o maior presente que o futebol pode dar aos seus amantes fiéis, que a cada quatro anos concentram seus olhares para a disputa do torneio de seleções mais importante do mundo. E na frente da TV, nos bares, nas arquibancadas, o amor do torcedor oscila diante do que é apresentado nos gramados.

Um amor no qual não há perdão quando o jogador hesita diante do gol. Uma lua-de-mel que fica amarga quando o goleiro engole um frango capaz de impedir a vitória de uma equipe. E a sensação de prazer que vem somente com o som do gol.

O Brasil se consagrou como o país do futebol por sua relação de amor e ódio com a Seleção Brasileira. E, como prova de amor, colocou em letra e música todas as suas expectativas na camisa canarinho.

Uma delas veio em homenagem ao tricampeonato em 1970. A taça do mundo é nossa, de Maugeri, Müller, Sobrinho e Dagô, coroou a conquista no México, e apresentou ao mundo aquela que é considerada uma das melhores seleções de todos os tempos.



Com o passar das Copas, a tendência foi criar músicas temáticas para cada uma das edições do torneio. Algo que, infelizmente, fez com que canções interessantes e bem boladas caíssem no esquecimento por causa da ausência de títulos no campo. Foi o caso de Corrente 78, música feita para a Copa daquele ano, na Argentina. O nome dela era uma alusão ao primeiro verso do tango A media luz, que dizia "corriente tres, cuatro, ocho". O Brasil terminou em terceiro lugar, e foi definido pelo técnico Cláudio Coutinho como "campeão moral", pois saiu da Copa invicto.



Na Copa de 1982, realizada na Espanha, o lateral-esquerda Júnior se aventurou no cenário musical para a Seleção Brasileira dar samba. Ele compôs e interpretou Voa, canarinho, tema do time que até hoje é considerado um dos mais bonitos que o futebol-arte apresentou à Copa do Mundo. Mas a arte brasileira foi derrotada pela força da Itália, e voltou ao Brasil com o quinto lugar.



Quatro anos depois, a canção escolhida como tema brasileiro para a Copa do Mundo teve algo em comum com a de 1978. Para a Copa de 1986, realizada no México, o país cantava Mexicoração (novamente, o título fazia alusão ao país-sede). Ainda com alguns jogadores da Copa de 1982, o Brasil perdeu nos pênaltis para a França, e ficou com o quinto lugar.



Na Copa do Mundo de 1990, a música-tema pedia Papa essa, Brasil, e em sua letra dizia "quem tem bola vai a Roma". No entanto, a Seleção Brasileira de Sebastião Lazaroni teve um pífio desempenho e, após quatro jogos burocráticos na Itália, foi eliminada pela Argentina e não passou de um nono lugar.



Somente em 1994 o Brasil voltou a vencer a Copa do Mundo. E a música do tetra Coração verde e amarelo (de Tavito e Aldir Blanc) foi tão marcante que, graças à conquista nos Estados Unidos, segue até os dias de hoje como tema de futebol dos jogos da TV Globo. Sempre bem-humorado, o letrista Aldir Blanc disse que, assim como o Cafu, ele também participou de três finais consecutivas, mas com sua música dentro de campo.



Afinal, no Brasil as conquistas é que fazem consolidar o amor entre a Seleção Brasileira e seus torcedores. O coração verde e amarelo acelera durante a Copa do Mundo e, em coro, segue a música do compositor Miguel Gustavo para dizer PRA FRENTE BRASIL.



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UM FELIZ DIA DOS NAMORADOS!

Um comentário:

Flávio Barbosa disse...

Desculpa corrigir você dois anos depois, mas A Taça do Mundo é Nossa é de 1962. Para 1970 a música usada foi a inesquecível Pra Frente Brasil, de Miguel Gustavo.