sexta-feira, 18 de junho de 2010
À beira do desperdício
A dois dias da partida contra a Costa do Marfim, o Brasil tem a chance de perder seu primeiro titular por causa de contusão. Gilberto Silva torceu o tornozelo durante o treino, e seu substituto imediato deve ser mesmo Josué, jogador que consegue receber tantas críticas quanto Felipe Melo quando atua pela Seleção Brasileira.
Mais uma vez, Dunga jogará pela janela a chance de fazer um meio-de-campo pelo menos com um pouco mais de velocidade e certa habilidade, ao colocar Ramires. Ter um jogador com qualidade para criação de jogadas pode fazer a diferença, em especial no caso de Kaká continuar sendo atrapalhado por sua falta de ritmo de jogo.
O técnico brasileiro cogita a possibilidade de, no caso de má atuação do camisa 10, Robinho ser recuado para Nilmar jogar ao lado de Luís Fabiano. Finalmente, parece que ele entendeu que a convocação de muitos volantes tem seus ônus. Um país com tantos jogadores habilidosos não merecia estar sujeito a improvisações.
No jogo com a Costa do Marfim, quando o Brasil precisa vencer por uma boa diferença para conseguir o primeiro lugar do Grupo G, Dunga promete fazer a mera troca de um volante por outro (Gilberto Silva por Josué). E diante de um adversário que anunciou explicitamente que também vai jogar recuado, novamente os brasileiros atuarão de maneira defensiva. As funções defensivas parecem ser as únicas nas quais ele não admite mudanças com improvisos.
A iminente entrada de Josué coloca o Brasil à beira de mais um desperdício. De um desperdício de talento. A torcida espera que o medo de se precipitar numa partida não leve a Seleção Brasileira a ficar num abismo ainda maior entre sua defesa e seu poder de atacar.
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