terça-feira, 29 de junho de 2010

A importância deste 3 a 0



Dunga conseguiu. A Seleção Brasileira desta edição da Copa do Mundo tem, de fato, muito mais garra e comprometimento do que o Brasil da Copa da Alemanha, em 2006. Esta certeza ficou ainda mais evidente depois das oitavas-de-final. Os placares foram semelhantes. Mas a disposição em campo, quanta diferença.

O Brasil treinado por Carlos Alberto Parreira trazia uma equipe bem mais badalada que a de hoje, com remanescentes do time vencedor de 2002 como Cafu, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo e estrelas em ascensão, casos de Adriano, Robinho e Fred. O "quadrado mágico" formado pelos meias Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Ronaldo e Adriano era a maior promessa do futebol mundial naquele momento.

Mesmo com a equipe demorando a engrenar na fase classificatória - somente na terceira partida veio a convincente vitória por 4 a 1 sobre o Japão, após más apresentações nos triunfos sobre Croácia (1 a 0) e Austrália (2 a 0) - o futebol brasileiro ainda era favoritíssimo. E foi assim que entrou em campo nas oitavas contra Gana.



No FIFA WM-Stadion Dortmund, os brasileiros enfrentaram uma estreante em Copas e que era a grata surpresa africana. Entretanto, desde o início os ganeses sentiram o peso de uma eliminatória em Copa do Mundo e não ofereceram qualquer resistência. O gol de Ronaldo aos cinco minutos anunciava uma goleada. Mas o restante do primeiro tempo mostrou uma equipe burocrática, que só chegou ao segundo gol nos acréscimos, através de Adriano. A segunda etapa se revelou um espetáculo modorrento, e Zé Roberto construiu o 3 a 0 apenas aos 39 minutos. Na partida seguinte, a Seleção Brasileira foi eliminada, em nova atuação modorrenta, na derrota por 1 a 0 para a França.

O 3 a 0 diante do Chile em 2010 mostrou uma equipe bem organizada - por mais que seu futebol tenha como forte o contra-ataque - na qual não se vê qualquer ponta de estrelismo. Até porque, seu jogador mais famoso (Kaká) age com a mesma humildade a cada jogo. A imagem dele, no banco de reservas aplaudindo efusivamente Michel Bastos quando o chute dele foi para fora, comprovou a união que a equipe traz na África do Sul.

De fato, a atual Seleção Brasileira não teve nenhum duelo contra seleções ofensivas que têm muito talento no ataque. Mas a postura que o técnico Dunga implantou no Brasil deu muito mais credibilidade à ideia de que os jogadores brasileiros vão buscar a taça na raça duranta a edição da África do Sul.

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