sexta-feira, 3 de abril de 2009

A unanimidade da camisa 1



A "europeização" do futebol brasileiro encontrou nesta semana o símbolo da "nova Era Dunga". Agora adequada aos padrões técnicos e táticos que priorizam a vontade de "não perder", a Seleção Brasileira reduziu seu destaque no primeiro nome da lista.

JÚLIO CÉSAR se tornou a unanimidade da camisa 1 brasileira após ajudar o Brasil a arrancar o empate em 1 a 1 com o Equador, em Quito. O resultado poderia ser devastador se não fosse o goleiro da Internazionale, de Milão, que fez pelo menos três grandes defesas em cada tempo da partida.

É bem verdade que o jogo de quarta-feira, no qual a Seleção Brasileira venceu o Peru por 3 a 0, não trouxe grandes trabalhos para Júlio. No entanto, o goleiro mostrou ter a sorte como aliada de sua grande fase em um lance crucial: aos 21 minutos da segunda etapa, Fano arriscou da intermediária. O goleiro, adiantado, espalmou a bola para trás, e ela acertou o travessão, evitando o gol peruano.

A trajetória de Júlio César tem sido a corriqueira dos goleiros brasileiros nos últimos anos. Posição brasileira raramente valorizada no mercado internacional, a difícil incumbência de ser goleiro, no exterior, teve um primeiro passo com a ascensão de Taffarel na Itália, no início da década de 1990. Às portas do século XXI, a Itália mais uma vez foi palco da consagração internacional de um arqueiro brasileiro - Dida.

O sucesso de Dida no Milan definitivamente estendeu as portas internacionais aos goleiros brasileiros. Para lá, saíram nomes bem sucedidos e que foram, inclusive, convocados para a Seleção Brasileira - casos de Gomes, do PSV, Hélton, atualmente no Porto, e Doni, goleiro do Roma.

Embora já tivesse seu talento reconhecido quando era goleiro do Flamengo, Júlio César trocou os aplausos da torcida rubro-negra pelo desafio em jogar na Inter, de Milão, onde teria a concorrência do italiano Toldo. Aos poucos, o brasileiro foi conseguindo seu espaço, não só em Milão, como também na Seleção Brasileira - da qual parece que será titular absoluto ainda por um bom tempo.

E são momentos como os apresentados no jogo Brasil e Equador que mostram que a camisa 1 está em boas mãos. No entanto, Dunga deve prestar atenção nos jogadores que convoca, pois, como diz a máxima futebolística, "todo grande time começa por um grande goleiro". Mas o talento da Seleção Brasileira convocada pelo treinador, atualmente, está se restringindo à grande qualidade que tem debaixo das traves.

*****

BOLA PRO MATO


Passada a semana da Seleção Brasileira, agora é hora de retornar as atenções para os campeonatos estaduais - muitos deles chegando às suas fases decisivas. Enfim, estes torneios chegarão à sua fase mais emocionante, na qual as equipes de bom futebol se enfrentam para decidir quem é o melhor de cada estado. Que venham os jogos cercados de rivalidade em todo território nacional!

3 comentários:

Marcos Fontelles de Lima disse...

Vinicius,

vou comentar o "bola pro mato"

Vi o primeiro tempo do jogo entre Fluminense x Boa Vista, e três coisas me chamaram a atenção:

Antes do inicio do jogo, o arbitro chamou o treinador do time pequeno, que estava dando entrevista, para lhe avisar que não queria reclamação... Mas o juizão esqueceu de chamar o Parreira... Ou será que o juiz aceita reclamação só de treinador que foi campeão do mundo?

Segunda observação foi quando o autor dos dois gols pelo Flu, o menino Tartá, encerrou bruscamente uma entrevista, para poder falar com um reporter da plim plim.

Outra coisa observada foi o pequeno publico, tbm pudera, quinta-feira às 15h45...

Teve mais uma coisa que reparei de estranho, mas minha memória de formiga me impede de relatar...

"há braços"

Vinícius Faustini disse...

Marcos,

era fatal que desse público pequeno no Fluminense e Boavista. Pior do que jogo em meio de semana quase às 22h é colocar partida no meio da tarde. Quem vai nestes jogos? Tá aí um "grande mérito" da Federação do Rio de Janeiro. Dois jogos seguidos no Maracanã com público de cerca de 5 mil pagantes.

Sobre os treinadores, daí vai uma "convenção". Como o Fluminense é grande e o Boavista é pequeno, certamente o técnico do time de Saquarema iria ter mais motivos pra reclamar da arbitragem. Mas é claro que ele deveria falar alguma coisa pro Parreira, nem que fosse um "fica na tua".

Quanto ao Tartá, isso vem de deslumbre do jogador e também de saber que a Globo dá mais visibilidade. Grosseria do rapaz que não se justifica. Imagina quando ele começar a ter destaque no ataque tricolor.

Abraços,

Vinícius Faustini

Marcos Fontelles de Lima disse...

Ou será receio do Tartá, pois caso ele vire as costas pra globo, a mesma globo pode virar as costas pra ele, aí de estrela e vira estrela cadente...

É o poder da mídia!!