sábado, 4 de abril de 2009

Confronto azarão nos Pampas



Os primeiros meses da temporada nacional são dedicados à realização dos campeonatos estaduais. Como já foi dito em algumas postagens anteriores deste O tempo e o placar..., é a hora e a vez de alguns "pequenos" roubarem a cena em seus estados. No primeiro turno do Estadual do Rio de Janeiro, por exemplo, surgiu este ano o Resende (finalista da Taça Guanabara, e derrotado pelo Botafogo no jogo final). Em São Paulo, o Santos trava uma batalha árdua para conseguir a quarta vaga na reta final do Paulistão, e tem como adversários os mais modestos Portuguesa e Santo André.

Só que no Campeonato Gaúcho, o "azarão" da vez não foi um ou outro clube diferente da dupla Gre-Nal. A zebra dos Pampas foi protagonizada justamente por Internacional e Grêmio. O regulamento do Gauchão era claro: os 16 clubes da Primeira Divisão foram divididos em dois grupos de oito. Classificavam-se os quatro primeiros de cada grupo, e o primeiro de uma chave enfrentava o quarto da outra, enquanto o segundo de uma enfrentava o terceiro da outra. Um regulamento feito claramente para causar emoção num torneio que, aparentemente, tem apenas duas grandes forças (e um brevíssimo destaque para Juventude e Caxias, que volta e meia surpreendem). De acordo com a lógica, o Internacional ficaria em primeiro da Chave I e o Grêmio lideraria a Chave II. Os dois iriam eliminando seus adversários nas quartas-de-final e na semifinal até medirem forças na final.

No entanto, a graça do futebol (definida outrora por Nelson Rodrigues como "o Sobrenatural de Almeida") passou pela edição de 2009 do Gauchão. Na Chave I, o colorado honrou seu favoritismo e se classificou em primeiro, com seis vitórias e um empate. Já na Chave II, o tricolor gaúcho pagou o preço de priorizar a Taça Libertadores da América.

Com a classificação garantida para as quartas-de-final do Estadual, o técnico Celso Roth levou uma equipe reserva para o confronto contra o Caxias, em Caxias do Sul. Só que o time retornou a Porto Alegre com um resultado indigesto: o Bepi derrotou os gremistas por 4 a 0.

Pior do que o placar negativo, o jogo causou estrago na classificação do time na Chave II. Da possibilidade de ficar em primeiro lugar com uma vitória na serra, o tricolor caiu para a quarta posição (perdida no critério de desempate do "saldo de gols" para seu algoz Caxias).

O quarto lugar fez com que o Grêmio fosse credenciado para jogar diante do Internacional, formando um confronto "azarão", já que o grande embate gaúcho era, naturalmente, previsto para acontecer somente ao fim do torneio. Agora, um dos "grandes" ficará pelo caminho, e logo na primeira fase do "mata-mata" decisivo para definir o melhor do Rio Grande do Sul. Os outros três semifinalistas serão conhecidos depois dos seguintes confrontos: Santa Cruz e Juventude, Veranópolis e Caxias e Ulbra e Internacional de Santa Maria.

Mais uma vez, os "pequenos" gaúchos têm chance de roubar a cena da dupla Gre-Nal. E, apesar do grande jogo do Rio Grande do Sul acontecer tão cedo (nas quartas-de-final), o confronto entre Inter e Grêmio tem um aperitivo a mais: neste 2009, o colorado comemora 100 anos de sua fundação. Será que a saga do Sport Clube Internacional em busca da soberania estadual no ano de seu centenário continuará, ou o arquirrival Grêmio atrapalhará a festa, eliminando o adversário e sendo o melhor do Rio Grande do Sul numa data tão importante para o rival alvirrubro?

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BOLA PRO MATO

Comprovada a má-fé da FBA (empresa responsável pela organização da Série B), agora a Confederação Brasileira de Futebol acena com a possibilidade de ajudar financeiramente também as equipes que estão na Segunda Divisão do futebol nacional. Uma das medidas seria dobrar o número de clubes associados atualmente ao Clube dos 13 - dos 20 atuais, passariam para 40 os times ligados à entidade. Os loucos por futebol brasileiro esperam que isto não seja a senha para o futebol voltar a ter destaque (negativo) fora das quatro linhas.

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BOLA NA ARQUIBANCADA

O Estadual do Rio de Janeiro demora tanto para ter a realização de um clássico e, quando acontece, os treinadores decidem escalar equipes reservas. O argumento do rubro-negro Cuca e do tricolor Carlos Alberto Parreira é o de "poupar jogadores para a semifinal" - na qual pode acontecer novamente, com diferença de uma semana, um confronto entre Flamengo e Fluminense. Será que jogadores, comissão técnica e dirigentes dos dois times não atinam que as respectivas torcidas querem assistir a um jogo de verdade, com forças máximas que garantam a mística e a rivalidade deste confronto histórico?

Um comentário:

Rafael Zito disse...

Fala Vinicius,

É cara tem coisas estranhas no futebol. A ideia era priorizar a Libertadores, porem, com um Grenal pela frente é impossivel entrar com time reserva. Nao era mais facil ter entrado com os titulares na ultima rodada, ter vencido o jogo e se classificado pra enfrentar um adversario mais facil e, ai sim, escalar reservas pensando no torneio continental. Exemplo de planejamento mal feito

Um abraço e aproveito pra convida-lo a participar da discussao q a equipe do Jornalismo Esportivo escolheu pra essa semana no quadro "OPINIÃO". Quem ficará com a última vaga do Paulistão?
www.esportejornalismo.blogspot.com