sábado, 18 de abril de 2009

Imune aos olhos da arbitragem



No primeiro jogo entre Corínthians e São Paulo na semifinal do Campeonato Paulista, dois lances do lado corintiano chamaram atenção. Não, este que vos escreve não se refere aos dois gols que sacramentaram a vitória por 2 a 1 do Timão sobre o tricolor paulista. O primeiro já foi apresentado terça-feira aqui neste O tempo e o placar..., na crônica Aqui se comemora, aqui se julga - a comemoração controversa de Cristian após marcar o gol da virada do time do Parque São Jorge.

A segunda vem da conduta do árbitro Salvio Spinola diante de uma jogada ríspida no início de partida. Aos seis minutos de jogo, um corintiano deu uma sola violenta num jogador são-paulino. Mesmo com a entrada digna de expulsão, o árbitro o puniu com um cartão amarelo.

O lance poderia ser somente um momento banal de um clássico bem disputado. "Poderia", se o responsável pela sola não fosse Ronaldo. Cronistas esportivos de todo país levantaram a bandeira de que a jogada não terminou em cartão vermelho porque se trata do Fenômeno, craque com excelente trajetória no futebol e que não tem dentre suas características o fato de ser violento.

Eis a questão: Ronaldo não é punido com a mesma severidade que determinados jogadores porque sua fama de jogador sem violência ajuda a evitar que ele vá mais cedo pro chuveiro? Este "crédito" a atletas considerados disciplinados já vem de algum tempo.

Zagueiro de destaque no final dos anos 90, o paraguaio Gamarra também teve passagens em gramados brasileiros vestindo as camisas de Corínthians e Flamengo. Além de excelente beque, o jogador tinha destaque por sempre conseguir neutralizar as jogadas sem recorrer a faltas - chegou a ficar anos sem ter uma falta sequer apontada pela arbitragem. No entanto, nas partidas que disputava no Brasil, invariavelmente podia-se ver Gamarra esticando os braços na área para interromper tentativas adversárias. Em todas elas, o árbitro fazia vista grossa.

Depois de Gamarra, agora ao final dos anos 2000 Ronaldo parece ser o novo "imune" aos olhos da arbitragem. Bem, ao menos se, depois da celeuma criada em torno da atitude de Salvio Spinola não faça o árbitro do jogo de volta entre São Paulo e Corínthians não se sinta pressionado a dar um jeito de retirar o atacante de campo. Mesmo que seja somente para se mostrar uma "exceção" na Federação Paulista de Futebol.

Um comentário:

Marcos Fontelles de Lima disse...

Vinícius,

Este tipo de coisa, eu acho repugnante tanto no futebol como na vida fora das quatro linhas...

Acho um absurdo o ser humano só conseguir rir da piada do chefe, e achar horrível a mesma piada dita por um subalterno... Será que to conseguindo fazer-me entender??

Outra coisa que acho incrível, é como o ser humano consegue criticar o outro, sem se preocupar com sua própria vida. Ontem fui a Barra pelo Metrô-Barra, e o motora "cortando" todo mundo, ninguém prestava, ninguém trabalhava direito: era o PM que de acordo com o motorista, estava no local errado e por aí vai. Não aguentei e tive que perguntar pq ele (motorista) estava dirigindo sem usar o cinto de segurança...

Cara, li o texto do Armindo e senti a pressão em fzr o novo texto... vamos lá!!