domingo, 26 de abril de 2009

Primeira fase do vestibular carioca




E eis que chega o primeiro domingo da prova dos nove entre os times que mais se destacaram no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro em 2009. Os protagonistas não trazem muito mistério - são os mesmos Botafogo e Flamengo que irão se enfrentar daqui a poucas horas no Maracanã, repetindo as finais de 2007 e 2008 (todas elas vencidas pelo rubro-negro).

Cada um traz uma trajetória bem curiosa até esta decisão carioca. Do lado alvinegro, em ambos os turnos o time deixou de lado as surpresas do torneio e partiu em busca do título. No primeiro turno, espantou a zebra do Resende na decisão e ganhou logo de cara seu direito de ir à final. No segundo turno, eliminou o Vasco, então apontado como o melhor time do campeonato (contradizendo aqueles que esperavam uma campanha pífia do recém rebaixado para a Série B nacional), com uma goleada por 4 a 0 na semifinal. O time teve na semana passada a chance de encerrar mais cedo o Estadual, mas acabou superado pela outra trajetória de destaque no Rio de Janeiro.

Em seu caminho rumo à final, o Flamengo deixou de lado a surpreendente derrota para o Resende na semifinal da Taça Guanabara e passou por cima do descrédito de sua própria torcida após o empate em 1 a 1 contra o inexpressivo Tigres do Brasil e a derrota por 2 a 0 para o Vasco, ambas no Maracanã. Com duas vitórias por 1 a 0 (na semifinal sobre o Fluminense e na final contra o Botafogo, respectivamente), o time conseguiu sair vitorioso da Taça Rio e agora é aclamado pela imprensa como o favorito da reta final - nas ruas, a frase mais falada por rubro-negros é "deixaram o Flamengo chegar".

No entanto, o "oba-oba" da equipe da Gávea não pode fazer com que os problemas do time sejam deixados de lado. O Flamengo se ressente de boas atuações de seu ataque - e isto reflete inclusive nos últimos dois clássicos, quando o gol da vitória na semifinal foi marcado pelo lateral Juan, e na final o 1 a 0 veio através de um gol contra. O poder de fogo não muito confiável faz com que a equipe cada vez mais dependa de seus jogadores mais habilidosos - os laterais Léo Moura e Juan e o meia Ibson - para chegar à vitória.

Do lado botafoguense, os adversários vêm na parte psicológica. Em uma semana, o time foi desclassificado da Copa do Brasil nos pênaltis diante do Americano e desperdiçou a chance de ser o melhor do Rio numa final contra o Flamengo. Agora, o treinador Ney Franco precisa arrumar um jeito de motivar seus jogadores para aquilo que os 180 minutos da final os esperam.

Um bom passo para o Botafogo seria deixar de lado o esquema de contra-ataque que não funcionou na partida do domingo passado e desde o início fazer uma partida aberta. Aliás, é a mesma atitude que se espera do técnico Cuca, pois na final Botafogo e Flamengo estão em igualdade de ações, e dois empates ou vitória e derrota pelo mesmo placar levam o último jogo para as cobranças de pênaltis.

Nesta primeira etapa do vestibular carioca, as duas torcidas preferem que seus times abandonem o "estudo ao adversário" (termo usado para designar quando as equipes pouco se arriscam a partir para o ataque e se preocupam meramente em não tomar gol) e desde o começo pretendam fazer a diferença no placar do Maracanã. Nem que para isto, um dos times tenha de levar bomba no final do processo de seleção para o melhor do Rio de Janeiro.

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À meia-noite de amanhã, O tempo e o placar... trará para seus leitores a cobertura do primeiro jogo entre Flamengo e Botafogo.

Um comentário:

Marcos Fontelles de Lima disse...

Vinícius,

O Bota tem mais time. O Flamengo ganhou vários jogos no inicio da taça Guanabara pelo placar mínimo ou com ajuda dos juízes, enfim, veio aos troncos e barrancos...

Mas... Deixaram o Flamengo chegar!!

E até que enfim o Cuca pode gritar É CAMPEÃO!!! mas o Bota, na minha opinião é favorito...

Abraços!