domingo, 31 de outubro de 2010

Mais do que uma plataforma



O Brasil sacramentou hoje a eleição de sua primeira presidenta na história. Em meio a tantos desafios que Dilma Rousseff terá pelos próximos quatro anos, a pasta do esporte vai apresentar uma peculiaridade em sua gestão presidencial.



Durante o período do governo de Luís Inácio Lula da Silva, o Brasil conseguiu se tornar o país-sede da Copa do Mundo de 2014, e trouxe para o Rio de Janeiro o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Estas conquistas foram muito valorizadas politicamente pelo governo na época em que ocorreram, e tiveram destaque nos programas eleitorais veiculados em 2010 pelo Partido dos Trabalhadores.

Pois bem. Dilma Rousseff superou José Serra no segundo turno, e certamente tem méritos para chegar à cadeira presidencial. Entretanto, pouco foi falado sobre os Esportes, que devem ser tratados não como uma questão supérflua, e sim como a possibilidade de integração entre as pessoas.

Além do aspecto social, há também questões como melhorar a estrutura de estádios - alguns deles em futuras cidades-sede da Copa do Mundo - e a violência com a qual convivem esportes como o futebol. Em vez de ficar jogando a culpa para confederações ou restringir a questão a um problema de segurança nacional, que tal tomar alguma medida para garantir o conforto de espectadores?

O esporte não pode ser usado apenas como pretexto para obras faraônicas ou para melhorar uma plataforma de governo. Exemplos como o Estádio Olímpico João Havelange (o Engenhão) - magnífica obra feita para os Jogos Pan-Americanos de 2007 do Rio de Janeiro e que padece com a falta de acesso até ele - não merecem ser repetidos. E, em especial, melhorias não precisam acontecer apenas visando a um grande acontecimento internacional que tenha como cenário o Brasil.



O Partido dos Trabalhadores trouxe para o país dois eventos importantes do esporte mundial. Mas tem de aproveitar seus próximos quatro anos para evidenciar que o Brasil não é só uma pátria à espera de supostos avanços, que possam acontecer com a chegada da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Que venham investimentos e melhorias em todas as áreas esportivas. O Brasil não merece continuar a sofrer com lampejos de amadorismo.

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