sábado, 16 de outubro de 2010

Pluralidade futebolística



Numa época em que a TV aberta prioriza a exibição de campeonatos internacionais para fortalecer seu departamento de esportes, a modesta TV Brasil recorre a uma alternativa interessante para valorizar o futebol na sua programação. Em 2010, o canal voltou seus olhos para as últimas fases da Série C do Campeonato Brasileiro.

Provavelmente o único grande momento da Terceira Divisão foi quando o tradicional Fluminense disputou a competição. As outras edições ficaram restritas a abrigar equipes que tiveram relativo destaque nos campeonatos estaduais do país afora. A probabilidade de repercussão não era promissora aos olhos de quem luta desenfreadamente pela audiência.



Seu suposto descompromisso em conseguir altos índices no IBOPE acabou sendo providencial para a TV Brasil. A transmissão da Série C abrange um público segmentado da audiência, e também valoriza o regionalismo das equipes consideradas de menor expressão. Que torcedor do Salgueiro, do Águia de Marabá, do Ituiutaba ou do Chapecoense poderia imaginar que a participação de seu time de coração na Terceira Divisão seria exibida em rede nacional?

Outro grande trunfo da TV Brasil é que o Brasileirão da Série C, ao contrário das duas divisões de cima, é decidida em confrontos no "mata-mata" - fato que certamente torna cada partida bem mais disputada, garantindo muita emoção a cada 90 minutos. A transmissão também consegue fatias de audiência consideráveis nas regiões Norte e Nordeste, locais onde há muitos torcedores de clubes locais.

A maior lição que a TV Brasil dá ao transmitir a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro é de que as emissoras devem prestar mais atenção no futebol nacional. Um país com tantas campanhas para valorizar a pluralidade do povo brasileiro também precisa estender este desejo aos gramados do Brasil.

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