quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Rótulo para ser rechaçado



Mais do que contribuir diretamente para sua equipe deixar de ganhar três pontos no confronto com o Flamengo no clássico regional, o zagueiro vascaíno Dedé mostrou no dia seguinte à partida o comportamento de um jogador que tem receio de ser rotulado. Após a jogada ríspida com o rubro-negro Williams, que fez com que o Vasco tivesse um a menos a partir dos 20 minutos do segundo tempo do confronto no Engenhão, Dedé foi a público para pedir desculpas ao companheiro de profissão e disse que não teve maldade no lance.

Não se trata apenas do sentimento de culpa pela maneira forte como entrou na dividida que gerou sua expulsão no empate em 1 a 1 entre Vasco e Flamengo. O que fica em evidência é o receio de Dedé voltar a ter um rótulo negativo associado à sua imagem.

Quando chegou no Vasco em 2009, ele era considerado um zagueiro tão estabanado e violento quanto seu ex-companheiro de Volta Redonda, o experiente Júnior Baiano. O rótulo ficou ainda mais evidente por um incidente: durante um treino, ele deu uma entrada mais forte que tirou de combate o meia Carlos Alberto por algum tempo.

Mas, com a chegada de Paulo César Gusmão ao comando do time, Dedé conseguiu achar seu bom momento. De jogador que não inspirava confiança, ele se tornou exemplo de raça, de luta, e se revelou bastante eficaz no combate aos adversários - quase sempre na bola. Ao ponto de muitas vezes ter seu nome gritado pela torcida vascaína.

Depois de tantas partidas demonstrando evolução no seu futebol, agora Dedé se vê diante de um outro problema para combater. O de lidar com o repúdio a uma jogada que gerou cartão vermelho numa partida entre Vasco e Flamengo. Adversário difícil, e que só será rechaçado se ele se apresentar bem nas últimas partidas que tiver pelo Campeonato Brasileiro de 2010.

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