domingo, 3 de outubro de 2010

A ambiguidade de Carpegiani



A décima-primeira colocação, a 13 pontos do Cruzeiro (atualmente, último a se classificar para a Taça Libertadores da América, pois o G-4 passou a ser G-3 segundo a determinação da Conmembol), finalmente fez com que o São Paulo deixasse de lado a corda-bamba constante à qual submeteu Sérgio Baresi. Contratado para ser interino, ele não podia pensar em grandes mudanças e fazer um planejamento concreto para o Campeonato Brasileiro de pontos corridos, pois seu prazo de validade era inconstante.

Com o empate em 0 a 0 diante do Avaí, no Ressacada, a dirigência do tricolor paulista despertou para o fantasma de, pela primeira vez desde 2006, não estar na Taça Libertadores da América (a grande obsessão do Morumbi). Para o lugar de Sérgio Baresi, o São Paulo buscou Paulo César Carpegiani, que retorna ao comando da equipe 11 anos depois, credenciado pela grande campanha que fez como treinador do Atlético Paranaense neste 2010.

A equipe do Paraná, que começou a competição na zona de rebaixamento, teve uma arrancada sensacional, e hoje está na quinta colocação, a seis pontos do G-3. O que fez então Paulo César Carpegiani sair do São Paulo, onde teve uma passagem sem muito destaque, da qual restou apenas a polêmica de ter afastado o goleiro Roger, que havia posado nu para uma revista homossexual?

Confiança em seu próprio taco, de que vá fazer no time paulista a mesma campanha sensacional sob o comando do Atlético Paranaense? Ou falta de confiança de que o rubro-negro paranaense vá conseguir manter-se na luta pela vaga na Libertadores?

Paulo César Gusmão trocou o então vice-líder Ceará pelo Vasco, que estava em penúltimo no Campeonato Brasileiro. Hoje, o time vascaíno está seis pontos à frente do Vozão. O exemplo do xará pode ter influenciado, principalmente porque o São Paulo tem a hegemonia de chegar aos primeiros lugares na reta final do Brasileirão - daí o apelido de "Jason".

Carpegiani chega ao São Paulo com contrato previsto para acabar no final de 2011. Resta saber se o novo treinador são-paulino vai conseguir resultados suficientes para não repetir o tom de interino no qual padeceu Sérgio Baresi. Caso contrário, a saída do Atlético Paranaense vai soar como covardia, de um técnico que preferiu ficar na idolatria por uma boa fase no time rubro-negro, abandonando o barco antes que os resultados parassem de vir.

Nenhum comentário: