domingo, 21 de novembro de 2010

Sob discussão



Enquanto a reta final da Primeira Divisão fica às voltas com acusações de "mala branca" para que equipes que não estão na disputa do título do Campeonato Brasileiro atrapalhem a trajetória de quem ainda tem chance de ser campeão, a Série B agora promete ter uma polêmica em sua parte de baixo da tabela. Ao final da partida do Vila Nova com o Náutico, o volante Adílson, que atua no clube goiano, afirmou que havia um "acordo" entre goianos e pernambucanos para que o resultado fosse um empate. Mas ele não se concretizou no campo, pois o Náutico venceu por 4 a 1.

A declaração do jogador do Vila Nova torna ainda mais suspeita a maneira como os atletas goianos lidaram com a desvantagem no placar. Muitos deles mostraram uma postura violenta depois que o Náutico virou a partida. Das cinco expulsões do jogo, três foram do Vila Nova. A primeira, por falta dura de Jorge Henrique. A segunda, num desentendimento de Mimica com o adversário Erick Flores. E a terceira, numa falta grave de David em Jeff Silva. Na confusão, o alvirrubro que sofreu a agressão também foi expulso pelo árbitro catarinense Paulo Godoy Bezerra.

A questão da "mala branca" da elite do futebol nacional ficava apenas na discussão sobre ética e valores morais - pois, no fim das contas, os jogadores recebem mesmo dinheiro para jogar. Mas uma combinação de resultados levanta questões ainda mais graves.

O torcedor vai ao estádio com a expectativa de que, depois de 90 minutos, seu clube de coração saia de campo vitorioso. E a graça do imprevisível do futebol se perde com a manipulação de um resultado. As equipes que brigam diretamente para sair do rebaixamento para a Terceira Divisão (para ficar no contexto de campeonato de Vila Nova e Náutico) têm de ficar na expectativa do apito final do juiz. E não para acompanhar o jogo apenas como praxe, sabendo qual desfecho vai acontecer.

É por acusações como esta que tantas pessoas deixam de acompanhar as partidas de futebol. Talvez seja hora de o Superior Tribunal de Justiça fazer jus ao seu poder e mostrar que pode ser útil em assuntos delicados como este. Ao menos para evitar que um resultado fique sob desconfiança dos torcedores pelos próximos anos.

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