quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Jobson, um atacante fora de seu tempo



Jobson passou o ano de 2010 recebendo chances de voltar a jogar futebol. Primeiro, foi o Superior Tribunal de Justiça Desportiva que decidiu reduzir sua pena de dois anos fora dos gramados devido ao uso de uma substância ilícita. Depois, o Botafogo acolheu o jogador, confiando em seu talento para ajudar a equipe carioca a fazer uma boa campanha no Campeonato Brasileiro. Em retribuição, o atacante apresentou uma sequência de inconvenientes que não têm mais espaço no futebol nacional - nem para atletas que demonstram qualidade em campo.

Mostrar o bumbum para torcedores não é mais um gesto irreverente. Falta em treino é considerado um erro grave, mesmo que se trate de um jogador que é sinônimo de gols. Diretorias não fazem mais vista grossa para estas atitudes, tanto pela pressão que sofrem de parte da torcida (torcedores empenhados em ver o clube respeitado pelos jogadores que defendem suas cores) quanto pelo desejo de mostrarem pulso firme com os subordinados.

O esforço que o Botafogo fez para reintegrar Jobson ao seu elenco fez com que o jogador se sentisse superestimado. Diante de tanto esforço do alvinegro para acabar com a punição por doping, o atacante achou que seu poder na equipe seria ilimitado.

Jobson parou no tempo. Não percebeu que no futebol de hoje não há mais jogadores insubstituíveis. Não viu que os treinadores de clubes grandes preferem formar uma boa equipe a deixá-la à mercê de um jogador que se ache no direito de resolver tudo sozinho. E, passado todo o retrocesso que apresentou em 2010, Jobson agora precisa comprovar que sabe viver em função do novo contexto do futebol. Senão, sua trajetória será abreviada por deslizes tão cruéis quanto o uso de drogas.

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