terça-feira, 9 de novembro de 2010

Recuperação em conta-gotas



Da enxurrada de sofrimento que passou pelo Couto Pereira em 6 de dezembro de 2009 (quando o clube caiu para a Segunda Divisão e ainda viu seu estádio se tornar palco de cenas lamentáveis de vandalismo) ao dia 9 de novembro deste ano, data em que a matematicamente garantiu seu retorno à Série A em 2011, o Coritiba passou por muito mais do que as 35 partidas do Brasileirão da Série B. Com a autoestima mergulhada em tanta amargura, o time ainda precisou lidar com sua recuperação com recursos que vieram em conta-gotas.

Por mais que seja uma das equipes que se sagraram campeãs na história do Campeonato Brasileiro, o Coritiba se apequenou com o passar dos anos graças a desmandos de sua diretoria, que não soube aproveitar o momento vitorioso para alavancar o nível de seu futebol. A consequência é sentida até hoje, quando mais um momento de descenso passou pelo Alto da Glória, e deixou o clube com menos visibilidade para contratar jogadores.

Mas, sob o comando de Ney Franco (que quis continuar no clube mesmo depois de o time cair para a Segunda Divisão), a equipe de 2010 foi se ajeitando e terminou o semestre com um bom prenúncio - a conquista do Campeonato Estadual do Paraná. Com o decorrer do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, a diretoria do Coxa conseguiu realizar boas tacadas, incorporando a seu elenco jogadores que não fizeram boa temporada em clubes de ponta do país, mas que tinham qualidade.

Assim, os meias Léo Gago e Enrico, ambos emprestados pelo Vasco, e Tcheco, que chegou após fraca passagem pelo Corínthians, se tornaram responsáveis diretos pela melhora da equipe na campanha da Segunda Divisão. E, através dos pés deste trio, o Coritiba chegou à vitória que sacramentou sua volta para a elite do futebol brasileiro - 3 a 2 sobre o Duque de Caxias, em São Januário.

25 anos depois de seu único título nacional, o Coritiba agora tem sua segunda chance para se afirmar como um dos grandes clubes do futebol brasileiro. Para isto, em 2011 o Coxa tem de apresentar muito mais qualidade do que a vista em sua trajetória pela Série B neste ano. A Série A não dá às suas equipes o luxo de contar seu planejamento com um conta-gotas.

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