sábado, 21 de março de 2009

Os meninos do Brasil tipo exportação



O calendário esportivo mal chegou à metade dos campeonatos estaduais e o Brasil já escolheu suas promessas do ano. São jogadores que têm pouca idade, bom futebol, muito investimento e uma grande expectativa para os clubes que os revelaram. É o país apostando em novos nomes para seu futebol.

O primeiro deles já estreou e chamou muita atenção com a camisa do Santos. NEYMAR, de 16 anos, entrou em campo e encheu tanto os olhos da torcida santista que foi comparado a Robinho e até mesmo a Pelé. Sim, pode parecer um exagero de torcida (ou do próprio futebol brasileiro) carente por craques, mas, se a tão rigorosa imprensa paulista já prevê um futuro promissor para o garoto, provavelmente seja com razão.



Do estado vizinho, o Rio de Janeiro, vem outro jogador cultuado como novo craque a maravilhar os olhos do futebol brasileiro. Mas que não por muito tempo ficará nos gramados daqui. Com os mesmos 16 anos de Neymar, PHILIPPE COUTINHO já está com seu passe vendido à Internazionale, de Milão, desde o ano passado. O meia ainda ficará duas temporadas atuando pelo clube que o revelou, o Vasco, até completar 18 anos. O time de São Januário conseguiu isto através de uma regra recente da FIFA, que só permite que um jogador saia do país quando for maior de idade. Por mais que os dirigentes italianos tivessem usado um artifício aprovado em lei (o atleta pode ir com menos de 18 anos para o exterior se estiver junto com algum responsável que esteja com emprego lá fora), o Vasco bateu o pé e conseguiu manter Coutinho integrado ao seu elenco.

O dado curioso em relação a Philippe Coutinho é que ele ainda não estreou em jogos profissionais, mas todos os vascaínos já depositam nele grandes esperanças - em especial num ano decisivo, no qual o clube busca subir novamente para a Primeira Divisão do futebol brasileiro. Embora tenha ido para a pré-temporada em Vila Velha (no Espírito Santo) com os profissionais, o técnico Dorival Júnior ainda não o integrou definitivamente entre os profissionais - provavelmente por cautela de "queimar" o jogador antes da hora. Aliás, devido à carência de bons jogadores, muitos atletas promissores subiram para os profissionais do Vasco antes da hora e seus rendimentos foram abaixo do esperado (casos de Morais e do atual titular no ataque vascaíno Alex Teixeira).

Philipe Coutinho segue a mesma trajetória de Alexandre Pato, que mal atuou pelo Internacional e já estava de malas prontas para a Itália, se tornando mais um brasileiro a vestir a camisa do Milan. Pelo que vem mostrando nas partidas pela equipe júnior do Vasco (na preliminar dos jogos do Campeonato Estadual, há partidas do futebol júnior do Rio de Janeiro), já pode-se enxergar que se trata de um grande jogador, merecedor da camisa 10.

Agora, torcidas de Santos e Vasco (e por que não dos demais clubes brasileiros?) devem ficar atentos a Neymar e Philippe Coutinho, os novos meninos do Brasil, e valorizar bastante cada partida na qual eles estejam em campo. Afinal, com o novo panorama do futebol, todos sabem que os meninos que estão no Brasil fatalmente encherão os olhos também de dirigentes do exterior, fazendo com que eles se tornem mais um produto "tipo exportação", que a torcida só poderá ver mais tempo graças à transmissão de campeonatos estrangeiros ou nas apresentações da Seleção Brasileira.

*****

BOLA PRO MATO


Na contramão das equipes citadas nesta crônica de O tempo e o placar..., o Flamengo anunciou nesta semana a contratação de dois atacantes. O primeiro anunciado na semana foi Emerson, de 30 anos, que começou no São Paulo mas se consagrou no futebol japonês. O segundo, com trajetória mais modesta, é Alex Cruz, de 23 anos, que vem do Ivinhema de Mato Grosso do Sul (clube que perdeu por 5 a 0 para o Flamengo na primeira fase da Copa do Brasil). Será que o Flamengo desistiu de sua mística frase "craque o Flamengo faz em casa"?

*****
BOLA NA ARQUIBANCADA

O que espanta na brincadeira de mau gosto que os jogadores do Figueirense fizeram com um companheiro de time - ter de atuar no treino usando uma camisola - não é somente a maldade dos jogadores ou a atitude do treinador Roberto Fernandes, que mostrou não ter pulso firme e qualificou como "brincadeira entre os jogadores" o episódio. O que é de assustar é que num clube ocorra um clima de competitividade no próprio treino. Daqui a pouco, vai ter jogador fingindo que está machucado só para não treinar no time catarinense com medo de se ter de passar por uma situação vexatória.

2 comentários:

Marcelo Braga disse...

Sab que uma coisa que me arrependo foi de, na época do Santos, não ter ido ver in loco Robinho atuando...
Acho que, sendo do seu time ou não, devemos ir ver esses craques em campo, como era no passado com Pelé e Garrincha...assim poderemos falar para nossos filhos o que esses craques já fizeram diante de nossos olhos..

abraços

Marcos Fontelles de Lima disse...

Opa! deste assunto eu gosto!!

Em 1992, vim passar umas férias aqui no RJ. Eu jah era louco por futebol, e principalmente pelo Zico e Renato Gaucho (Flamengo: Zé Carlos, Jorginho, Leandro, Edinho, Leonardo, Andrade, Ailton, ZICO, Zinho, RENATO GAUCHO e Bebeto. Técnico: Carlinhos). Enfim, fui atras "dos caras", só o Junior Capacete, eu o vi 4 ou 5 vezes em 4 ou 5 dias diferente (sendo que os ultimos, ELE me reconheceu, fato que falei para o mesmo esse mes no evento da TAM (www.paixaopelorio.com.br). Bem, quando vi o Zico, foi diferente: Eu tremi! Foi mais de meia hora para chegar perto do cara para pedir uma foto (fato que falei pra ele no dia que bati esta foto lá no CFZ). E o que tem haver tudo isso com o tópico do grande Vinicius?? é que com a saída precoce, os atuais atletas não criam vinculo com o clube. Tenho uma camisa do Flamengo com a assinatura do Galo. Um jogador do Flamengo, que não mais esta no Mengão, pensou que eu queria o autografo dele (pois ele estava dando autografos pra todo mundo, e deve ter visto a minha com uma assinatura) mas eu desviei, e falei pra ele "Velho assinatura aqui é do Zico... Vc esse ano ou o outro vai pra outro clube..." e saí de perto, pedindo para ele não me levar a mal. Nossos filhos e netos vão torcer pra times do exterior, onde já tem os grandes jogadores... Kaká foi esculachado pela torcida do Sao Paulo...

Ah!! o cara logo depois foi pro Coxa!! E com razão, visto que no Flamengo ele não tava recebendo...

"Há braços"