segunda-feira, 16 de março de 2009

A arte de jogar bem em qualquer campo



Depois da incontestável goleada por 4 a 1 sobre o Botafogo no meio da semana, o Vasco manteve o 100% de aproveitamento neste início de Taça Rio com uma vitória por 1 a 0 sobre o Boavista, em Bacaxá, na rodada de ontem. O gol de Fernando (na foto, entre os jogadores Rodrigo Pimpão e Jéferson) no fim do primeiro tempo foi suficiente, mas frustrante para alguns torcedores que esperavam a repetição de uma grande exibição - ainda mais sobre uma equipe de menor expressão no Rio de Janeiro.

Ao final da partida, o discurso usado pelo capitão Carlos Alberto foi que o campo do Estádio Eucy Resende de Mendonça tem péssima qualidade, e atrapalhou a equipe a jogar. A declaração do camisa 19 cruzmaltino traz uma questão: por que os clubes grandes do Rio de Janeiro acham que necessitam de bons gramados para que venham boas atuações?

Não por acaso, desde que o Campeonato Estadual passou a ter o formato atual (dois grupos na primeira fase, depois classificam-se os dois primeiros colocados de cada grupo, e a final é realizada com os vencedores de cada confronto entre o primeiro de uma e o segundo da outra chave), somente na edição passada os quatro grandes clubes foram semifinalistas nos dois turnos. Em 2008, as equipes "grandes" chegaram ao acordo de que não jogariam contra os times "pequenos" no interior - Flamengo e Fluminense mandaram todos os seus jogos no Maracanã, o Botafogo no Engenhão e o Vasco em São Januário.

Neste Estadual de 2009, as coisas mudaram um pouquinho. O quarteto de destaque carioca atua também fora do estado, mas em jogos contra times como Duque de Caxias ou Resende, os confrontos são realizados no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (porque o estádio oferece mais estrutura do que os campinhos destas equipes). Curiosamente, o argumento utilizado para o veto ao Estádio Romário de Souza Faria, o Marrentão, e ao Estádio do Trabalhador (respectivamente, os campos do time da Baixada Fluminense e da equipe do interior do estado) não serviu para o estádio do Boavista. Mesmo com a péssima qualidade do gramado e a capacidade para apenas 5 mil pessoas, o jogo entre Boavista e Vasco foi realizado no minúsculo campo de Bacaxá.

Independente dos deslizes da Federação Estadual do Rio de Janeiro, o Vasco não pode ficar colocando a culpa no gramado por atuações discretas ou fracas em suas partidas. Afinal, o ano de 2009 reserva para a equipe cruzmaltina a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro, que traz um leque de estádios das mais variadas qualidades (ou das mais variadas faltas de qualidades).

Os atletas que hoje vestem a camisa do Vasco precisam entrar em campo com a certeza de que, caso eles queiram fazer o time voltar a figurar entre os melhores do país, todos terão de fazer ótimas exibições. E em qualquer campo.

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