terça-feira, 31 de março de 2009

Futebol fora de hora



Já faz algum tempo que o Brasil se acostumou a ter na TV aberta dois horários fixos de futebol por semana. A semana começa com a transmissão de partidas no horário das 16h e tem uma nova etapa de emoções futebolísticas na quarta-feira - inicialmente, passadas às 21h30, mas, com as constantes mudanças na programação da TV Globo, os jogos costumam, atualmente, acontecer perto das 22h.

A força da emissora é tanta que ela padronizou até mesmo os horários do futebol da Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo. Geralmente, o horário dominical fica mais maleável, pois não se trata da busca por uma fidelidade diária de audiência (foi o caso da partida entre Equador e Brasil anteontem, exibida a partir das 18h). É mais comum que o escrete nacional jogue em território brasileiro no meio de semana, para que a emissora não corra risco de ter sua programação adulterada pelo esporte no qual ela tanto investe. Será o caso do confronto entre Brasil e Peru, marcado para amanhã em Porto Alegre às 21h50.

Entretanto, uma recente determinação com relação a jogos da Seleção Brasileira vem sendo bem negativa para os campeonatos de futebol do país: toda vez que o Brasil joga, não pode ser realizada nenhuma partida entre clubes. Com isto, as rodadas dos torneios ficam espremidas entre os jogos brasileiros, criando horários absurdos para a realização de partidas.

Foi o caso do sábado recente do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro. Um importante confronto entre Fluminense e Botafogo (tanto por sua tradição quanto pela importância para ambos os times na Taça Rio) foi jogado para o horário das 20h30 de um sábado - concorrendo com a possibilidade de violência nos arredores escuros do Maracanã e com os atrativos noturnos do fim de semana. Resultado: somente 24 mil pessoas se dispuseram a acompanhar a vitória do tricolor por 2 a 1, de virada.

Mas a situação não fica restrita ao fim de semana. Como se não bastasse a estupidez de alguns jogos de quarta terminarem à meia-noite, em semanas de partidas da Seleção Brasileira equipes se enfrentam na mesma hora, só que em uma terça ou uma quinta-feira. Será o caso de hoje, quando Macaé e Vasco se enfrentarão no Maracanã pelo Campeonato Carioca, e Corínthians e Ituano disputarão no Pacaembu uma partida válida pelo Campeonato Paulista - ambas previstas para começar às 21h50.

Conforme apontou Gérson em sua coluna de hoje do Jogo extra (no jornal Extra), estes constantes dias e horas banalizam o futebol e, em especial, os jogos da Seleção Brasileira - que deveriam ser a grande atração da semana, e não "mais um jogo de futebol para o povo assistir". E, pasmem, tudo isto começou com o advento da TV a cabo.

Com a aparente intenção de trazer a "democracia futebolística" e transmitir os jogos de várias equipes nos seus diversos canais de pay-per-view, a TV a cabo, aos poucos, foi criando horários diferentes de início das partidas, para que não perdesse nenhuma torcida "de sofá". E acabou deixando o futebol distribuído entre a programação que convém à cúpula das emissoras.

Resta ao torcedor ter de adequar seu horário à programação confusa de emissoras de TVs abertas e a cabo. Mesmo que o futebol esteja fora de hora.

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BOLA PRO MATO


O Flamengo enfrenta hoje o Americano, em Campos, e, se vencer, tem grandes chances de assegurar sua vaga na semifinal da Taça Rio com uma rodada de antecedência. A equipe conta com a estrela de Josiel, que não só andou brilhando nas duas últimas rodadas, como também se tornou um dos artilheiros do Campeonato Estadual (com 11 gols, ao lado de Bruno Meneghel, do Resende). A torcida rubro-negra já o chama de "Jesus", por conta da barba e de seus cabelos grandes. Depois de penar com um ataque inoperante em algumas partidas (a ponto de contratar Emerson para a posição), será que o rubro-negro achou um Messias para levar a equipe ao caminho do gol?

4 comentários:

Marcos Fontelles de Lima disse...

Salve Vinicius!!

Excelente escolha no assunto!!

A vários anos estamos sujeitos a plim plim que compra todos os campeonatos, somente para impedir que outra emissora passe...

Sabe o que eu faço? quando o jogo é o mesmo na plim plim e na Band, eu assisto pela Band!!!

Essa onda de PPV começou quando o Fluzão caiu... Assim os torcedores do tricolor das laranjeiras, poderiiam acompanhar o time mesmo na série B ou C!!

Sobre o josiel. Acho que mesmo ele fazendo gols, o Cuca faz declarações negativas: "Josiel fez uns perdeu outros..." O cara go$ta muito do Obina...

No ataque flamenguista, basta dar continuidade pra um deles... sem muita pressão. É complcado trabalhar com monte de gente reclamando...

"Há braços"

Marcos Fontelles de Lima disse...

http://colunas.globoesporte.com/brasilmundialfc/2009/03/31/fair-play/

http://colunas.globoesporte.com/brasilmundialfc/2009/03/31/velho-oeste-2/

dois links contraditórios no futebol Romeno...

Sabrina Machado disse...

Olha Vincicius, infelizmente esse é o preço do monopólio das transmissões.

Eu espero que a Record cresça cada vez mais para conseguir bater de frente com a poderosa em todos os aspectos e principalmente o futebol!!!

É um absurdo um jogo de futebol terminar a meia noite, como se ninguém fosse trabalhar no outro dia...

Depois reclamam que poucos torcedores vão ao estádio...

Vinícius Faustini disse...

Marcos,

pena que a Band fez uma contratação terrível, que foi a do Sérgio Noronha. Mas de lá eu gosto muito da narração do Nivaldo Prieto. Acho que a minha vontade louca de ir a estádio o tempo todo veio também de não aguentar as narrações globais (TV aberta ou a cabo).

Do assunto de hoje, vou citar no "Bola pro mato", porque fui ao Vasco e Macaé hoje... E o Maraca estava VAZIO! Mas VAZIO!

Sabrina,

concordo com você, eu acharia legal colocar no meio de semana o horário das 20h. A Record não é a minha preferida para crescimento, por conta das negociações escusas do dono da emissora, mas se tem só ela, vamos lá.

Obrigado a todos,

Vinícius Faustini