terça-feira, 24 de março de 2009

A "maldição das camisas"





Em uma época na qual os jogadores trocam de clube constantemente (acabando com a identificação de um jogador com uma equipe), o futebol brasileiro agora dá margem a uma situação bem curiosa envolvendo dois times do Rio de Janeiro. Depois que um atleta passa por algum destes clubes, sua carreira tem uma mudança gradativa na próxima equipe que defende.

O Flamengo, que muitos afirmam ter uma camisa que "pesa" tanto nos jogadores que a vestem quanto no momento em que o time está num jogo decisivo, sofre um efeito desfavorável quando contrata seus jogadores. Considerados donos de um bom futebol, atacantes como Diego Tardelli e Marcelinho Paraíba não tiveram tanto destaque com a camisa rubro-negra, e foram dispensados do clube. Depois de cruzar pela última vez os portões da Gávea, Tardelli fez suas malas e foi defender o Atlético Mineiro - e agora é um dos goleadores do Estadual de Minas Gerais. Paraíba, que trocou recentemente o Rio de Janeiro pelo Paraná, em sua estreia pelo Coritiba já marcou um gol. Isto só para enumerar os casos mais recentes dentre os ex-rubro-negros.

Já no Botafogo vem acontecendo o inverso. Os constantes salários atrasados fizeram com que a equipe de 2008 fosse completamente desmantelada. Dos 11 titulares, somente três cruzaram 2009 com a camisa botafoguense. Pois esta atitude foi pior para os jogadores. Destaques alvinegros no time bem armado por Ney Franco no ano passado, Túlio e Jorge Henrique hoje são reservas do Corínthians, e Lúcio Flávio, hoje no Santos, não chega nem perto do jogador fundamental do Botafogo nos anos anteriores. A exceção até o momento é o meia Carlos Alberto, que vem atuando bem em outra equipe do Rio de Janeiro - o Vasco.

Os símbolos deste sucesso ou insucesso da "maldição das camisas" hoje pende (e negativamente) para o lado do Flamengo, dentro e fora de campo. Contratado para ostentar a camisa 10 que outrora foi do "Galinho de Quintino" Zico, Zé Roberto foi repatriado por conta de seu sucesso no time de General Severiano. No entanto, passadas algumas partidas no ataque rubro-negro, ele ainda não rendeu o esperado do jogador que foi em 2008.

A mesma situação vem de fora das quatro linhas. Após ter seu trabalho no Botafogo exaltado pela crítica esportiva, Cuca chegou ao Flamengo com a promessa de aumentar a galeria de troféus da equipe da Gávea. Até o momento, os resultados não têm sido positivos para o time e já se cogita numa possível saída do treinador (em especial depois de domingo, com a derrota por 2 a 0 para o Vasco).

Ainda há muito chão na caminhada pelas glórias do ano de 2009. E a cada jogo vem um novo desafio para os atletas desmentirem ou comprovarem se há, de fato, a "maldição das camisas".

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Este post é dedicado a Sérgio Dantas, o Palhinha, que durante muitos anos foi repórter esportivo do Jornal do Brasil. Este que vos escreve tem o privilégio de o conhecer desde os tempos de O Pasquim 21 (lugar no qual eu era estagiário e ele trabalhava como revisor). Atualmente, Palhinha é um grande amigo que sempre encontro num boteco aqui na rua onde eu moro. Como torcedor botafoguense que é, foi ele quem apontou a "maldição da camisa do Botafogo", e acabou dando a ideia para esta crônica.

Agora, este pretenso cronista esportivo deixa a palavra com vocês. Há, de fato, esta "maldição das camisas" de Flamengo e Botafogo?

Um comentário:

Marcos Fontelles de Lima disse...

Salve Vinicius!!

Eu comentei ainda no post anterior...

Sobre este lance das maldições... sobre o Flamengo eu já tinha observado e conversado muito com muita gente sobre este assunto... Como se o Flamengo fosse um cemitério de craques, pois os caras chegam cheio de curriculo e... cadê resultado!! aí existe inumeros exemplos, que "morreram" no Flamengo!!