domingo, 22 de março de 2009

Reforço de peso nas costas



Além de anunciar que o atacante Ronaldo voltaria aos gramados vestindo sua camisa alvinegra, o Corínthians buscou se cercar de outras contratações, para formar uma equipe que jogaria em função do camisa 9. O Timão buscou alguns nomes no estado do Rio de Janeiro, como o volante Túlio e o meia Jorge Henrique (ambos do Botafogo), e foi até o futebol grego para reforçar o seu ataque.

De lá do Parathinaikos, o atacante SOUZA veio não só com o intuito de fazer companhia para o Fenômeno na linha de frente corintiana, mas também ser o "homem de referência" na cara do gol adversário. Mesmo estando há poucos meses na Grécia (para onde tinha ido em meados do ano de 2008, depois de um ano não muito brilhante no Flamengo), o retorno ao Brasil foi um alento para o atacante, que jogou quatro vezes e marcou somente dois gols. Em sua volta, ele afirmou que não se entendeu com técnico e diretoria de lá, e era a hora de retornar ao país.

Passados os primeiros meses de 2009, Souza parece não estar se entendendo novamente com um treinador - desta vez, Mano Menezes - e menos ainda com a bola. De todas as partidas que jogou,o jogador só balançou as redes uma vez, e numa cobrança de pênalti.

A imprensa paulista se pergunta: onde foi parar o futebol de Souza? Este que vos escreve ousa dizer que, na verdade, bom futebol nunca foi o forte do jogador. Até mesmo seu maior momento como atleta - a artilharia do Campeonato Brasileiro de 2006 - é um tanto quanto questionável. Afinal, com a bendita "janela" do Brasileirão, que faz com que bons jogadores possam ser negociados durante o torneio, os nomes que despontam na artilharia vão embora rapidamente. Com isto, os 17 gols num campeonato com 38 rodadas acaba sendo "suficiente" para ostentar o título de artilheiro.

Quem bem definiu o "estilo" do atacante Souza foi o colunista Fernando Calazans, do jornal O Globo: "é o tipo de jogador que, quando não faz gol, é o pior da partida". Muitos vão dizer que todos os atacantes são assim, que o problema da falta de gols ocorre por causa do meio-de-campo. Só que, quem assiste às suas partidas, percebe que ele nem sabe como tentar uma ligação com os armadores de seu clube.

O pior é que o jogador muitas vezes tropeça na bola e, cada vez mais, são raros seus lampejos de boas jogadas. Se era interesse do Corínthians ter um companheiro para Ronaldo, o ideal seria contratar um jogador que saiba dialogar com seu parceiro de ataque, e não só tivesse fama de goleador (fama, aliás, injustificável nos últimos momentos).

Agora, o Timão arca com um prejuízo não só de três milhões de euros (preço que pagou junto ao Parathinaikos para trazer o atacante), como também do salário do atacante, que é o segundo maior da folha corintiana. Tudo isto para um reforço que se revela um peso nas costas da equipe alvinegra.

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BOLA PRO MATO

Depois de semanas modorrentas desta pré-temporada de luxo denominada Campeonato Estadual, o domingo de São Paulo e do Rio de Janeiro terá duas partidas bem atraentes. Na capital paulistana, o primeiro "duelo de gerações" entre o promissor Neymar e o consagrado Ronaldo, no confronto entre os alvinegros Santos e Corínthians.

No Rio, o embate entre Flamengo e Vasco, um confronto que revela facetas diferentes do que se tinha imaginado que seria o panorama das equipes para o ano. Festejado como a melhor equipe carioca, o rubro-negro joga contra o descrédito de sua própria torcida, ainda ressabiada com a eliminação para o Resende na semifinal da Taça Guanabara. Do outro, a equipe cruzmaltina e sua surpreendente campanha, quando muitos achavam que iria demorar para se erguer novamente depois da queda para a Série B do Campeonato Brasileiro no ano passado.

Os times também passam por situações diferentes fora de campo. Se, na época do ex-ditador Eurico Miranda, o Vasco fazia provocações e tratava as partidas contra o arquirrival como um campeonato à parte, hoje a equipe dirigida por Dorival Júnior considera o confronto do Maracanã como um grande desafio a mais no caminho de preparação para a disputa da Série B. Já na Gávea, por mais que seja uma partida que valha apenas três pontos, o jogo é tratado como decisivo, em especial para o técnico Cuca, que pode deixar de ser o treinador do Flamengo num eventual fracasso. Momentos dentro e fora de campo à parte, não dá mesmo para apontar qual será o favorito da partida que começa às 18h no Maracanã.

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