domingo, 29 de março de 2009

Bomba no final derruba vitória brasileira em Quito




Nem mesmo o gol de Noboa, que fez com que a vitória brasileira escapasse no finzinho, torna o empate em 1 a 1 com o Equador um mau resultado para a Seleção Brasileira. Em uma partida pífia, o Brasil foi envolvido pela seleção equatoriana e sofreu um "bombardeio" durante todos os 90 minutos. Se não fossem o gol de Júlio Baptista (na foto) e as grandes defesas de Júlio César, a Seleção sairia de Quito com uma derrota vexatória.

Jogando de acordo com a ordem do técnico Sixto Vizuete, que pediu para "sufocar o Brasil desde o início da partida", o Equador chegou à área brasileira pela primeira vez com 33 segundos - uma bola que Luisão desviou com dificuldade. Com um minuto e meio, a equipe equatoriana já conseguira outras duas chances de gol - a mais clara, com Benítez, que concluiu de cabeça, numa bola que passou à direita de Júlio César.

A Seleção Brasileira respondeu aos três. Numa boa jogada iniciada por Ronaldinho Gaúcho, Luís Fabiano tocou para Robinho que, de calcanhar, encontrou Marcelo livre. O lateral deu um bom chute que resvalou nos dedos do goleiro Cevallos, mas o árbitro sinalizou tiro de meta. Quem esperava que o Equador começasse a se intimidar, se enganou. Três minutos depois, Mendez cobrou falta por cima do travessão. Aos oito, uma grande chance equatoriana: Ayoyí arriscou de longe, para Júlio César espalmar.

O Equador prosseguia em sua pressão, caracterizada por muitas tentativas ao gol. Com 14 minutos, mais uma vez a bola parada deixou a Seleção Brasileira apreensiva. Mendez cobrou falta rasteira, que Júlio César espalmou com dificuldade. No rebote, novamente o camisa 1 evitou o grito de gol da torcida equatoriana, caindo praticamente nos pés de um jogador do Equador.

O Brasil continuava acuado em seu campo, e praticamente assistia às constantes chances perdidas pela Seleção do Equador. O time só voltou a chegar perto da área equatoriana aos 19, mas o cruzamento de Maicon foi para fora. Nesta jogada, o lateral-direita sentiu uma contusão, e foi substituído por Daniel Alves. Dois minutos depois, novamente a torcida brasileira ficou apreensiva. Em um chute perto da grande área, Valencia mandou uma bola com destino ao ângulo, que explodiu na trave.

O amplo domínio do Equador era visível também com relação à defesa. A primeira falta da equipe foi aos 28 minutos (contra seis brasileiras). Na cobrança de falta perto da área, Ronaldinho Gaúcho desperdiçou a chance, com seu chute acertando a barreira. A Seleção teve outras duas oportunidades aos 30, mas ambas esbarraram na zaga equatoriana. Aos 33, quase a zaga do Brasil deixou de ser um obstáculo para o Equador abrir o placar: Daniel Alves errou passe, e fez com que Luisão tivesse de entrar na frente de Benítez para evitar a conclusão. O camisa 13 quase se redimiu de seu erro aos 38, mas seu chute passou rasteiro, à esquerda de Cevallos.

Mas, apesar do Equador ter diminuído seu ritmo no jogo, a Seleção Brasileira continuava envolvida pelo adversário. Foram sucessivos escanteios cedidos e o nervosismo estendido até a reclamações com a arbitragem depois de mais uma chance perdida pelo Equador. A tensão se refletiu em duas atitudes do meia Elano. A primeira, aproveitar que duas bolas estavam em campo para interromper o ataque do Equador. A segunda, uma falta infantil que lhe rendeu um cartão amarelo, aos 43 minutos. O jogador ainda tentou amenizar o número de chances perdidas pelo Equador, dizendo, em entrevista no intervalo, que o adversário somente teve "mais posse de bola". Mas quem assistiu ao primeiro tempo notou que o empate em 0 a 0 parecia um resultado injusto pelos primeiros 45 minutos.

O início do segundo tempo não foi diferente do mostrado no início do jogo. Mais uma vez, os equatorianos pressionavam a Seleção Brasileira, que se defendia de maneira atabalhoada. Logo aos cinco minutos, a seleção anfitriã teve duas chances - uma cabeçada de Caicedo que Júlio César encaixou e um chute de Benítez para fora. No minuto seguinte, o Brasil chegou à área equatoriana com Marcelo, que caiu na área e pediu pênalti, mas o juiz deu somente escanteio. Na cobrança, Luisão concluiu de cabeça, mas a bola foi para fora. Aos 12, depois de boa jogada de Valencia, Benítez chutou à esquerda de Júlio César. No minuto seguinte, o goleiro brasileiro espalmou para escanteio uma finalização de Benítez.

Aos 15, o primeiro lampejo brasileiro na segunda etapa. Um passe de Robinho encontrou Luís Fabiano livre. O camisa 9 chutou no meio do gol, para defesa de Cevallos. Logo em seguida, Dunga fez a segunda alteração no Brasil: Elano deu lugar a Josué, uma visível tentativa de recuar ainda mais a equipe. A Seleção Brasileira escapava graças a Júlio César, com suas boas saídas de gol nas constantes cobranças de escanteio e em defesas como a que fez aos 17, quando impediu gol claríssimo de Guerón.

Aos 25, Dunga fez uma substituição decisiva para o panorama do jogo. Sob vaias, Ronaldinho Gaúcho saiu para entrar Júlio Baptista. Em sua primeira jogada, no minuto seguinte, o atacante jogou Robinho pela esquerda. O camisa 11 lançou, a bola passou por Luís Fabiano mas encontrou Júlio Baptista livre. Ele arriscou, a bola bateu na trave, resvalou nas costas de Cevallos e entrou no gol: Brasil 1 a 0.

Com o resultado negativo, o técnico Vizuete fez a primeira alteração do Equador. Aos 28, o meia Guerón deu lugar a Noboa. O Brasil começou a ter espaços para jogar, e vieram boas oportunidades de ampliar o resultado - numa delas, uma cobrança de falta de Daniel Alves que Cevallos tirou com dificuldade. Tendo a atitude como aliada, o Equador continuava tentando, principalmente nas bolas paradas. Ayoví tentou duas vezes - uma parou em uma defesa em dois tempos de Júlio César e a outra saiu por cima do travessão. Aos 39, foi a vez de Valencia cobrar uma falta para fora.

A Seleção Brasileira jogava no contra-ataque, e por duas vezes Luís Fabiano perdeu a chance de fazer o segundo gol. A primeira, à meia altura, teve defesa de Cevallos, e no rebote, o camisa 9 chutou na trave, aos 43.

Só que no minuto seguinte a vitória brasileira escapou. Depois de cruzamento na esquerda, Júlio César conseguiu salvar a tentativa de Benítez, mas não teve como evitar a bomba de Noboa. 1 a 1.

Com o empate, o Brasil chega aos mesmos 19 pontos da Argentina (que ontem derrotou a Venezuela por 4 a 0), mas está inferior aos "hermanos" por causa do saldo de gols - o que torna ainda mais importante a vitória na partida contra o Peru, quarta-feira, em Porto Alegre. A expectativa pela (remota) possibilidade de Kaká se recuperar a tempo de jogar pela Seleção no Estádio Beira-Rio veio à questão no fim do jogo em Quito. Mas o que a torcida brasileira espera mesmo é que o bombardeio da camisa amarela na área adversária apareça na quarta-feira. E, desta vez, que a "amarelinha" esteja vestindo os jogadores da Seleção Brasileira.

*****

EQUADOR 1x1 BRASIL

Estádio: Olímpico Atahualpa (em Quito, no Equador).

Árbitro: Carlos Chandía.

Gols: Júlio Baptista aos 26 e Noboa aos 44 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Elano, Gilberto Silva, Marcelo, Daniel Alves (Brasil), Ayoví (Equador).

EQUADOR - Cevallos, Reasco, Espinoza, Ivan Hurtado e Ayoví; Castilho, Méndez, Valencia e Guerón (Noboa); Benítez e Caicedo (Palácios). Técnico: Sixto Vizuete.

BRASIL - Julio César, Maicon (Daniel Alves), Lúcio, Luisão e Marcelo; Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano (Josué) e Ronaldinho Gaúcho (Júlio Baptista); Robinho e Luis Fabiano. Técnico: Dunga.

3 comentários:

Marcos Fontelles de Lima disse...

Vinicius,

na volta do jogo do Vasco, vc viajou pra Equador? belo raio-x!!

Bem, vou defender até certo ponto os jogadores da seleção.

Jogo minha bola, mas sou longe de ser um bom jogador. Na verdade, meu esporte é o voley. Mas quando bato minha bola, me destaco pelo preparo fisico, pelo menos me destacava, antes de perder o excelente preparo que eu tinha... Enfim, jogava em Belém, numa terra quentíssima e umida. Fui jogar minha primeira bola em terras cariocas e senti o peso da mudança climática. Foi no inverno passado. Minha garganta fechava... Não joguei nada, e nada corri! fato parecido, senti tbm em uma bolinha jogada na cidade de Brasília.

Bem, os jogadores de antigamente, não perdiam mesmo na altitude, pode afirmar alguns... Acontece que os jogdores brasileiros de antigamente, eram muito melhores d que qq outros. Será que o Kaká barraria algum atleta na copa de 70 ou 82? e o kaká, em boa forma é um dos melhores do mundo!

Antigamente tbm o futebol desses paízes, praticamente era nulo! tanto é que eles nem sonhavam em participar de copas... hoje em dia, melhoraram muito, o que fez nivelar mais.

Agora a continuação do meu comentário sobre a post anterior...

A seleção brasileira, tem vários bons jogadores. Nosso país tem outros bons que nem são convocados. Já está na hora de pensar em convocar um time que vá jogar só contra times na altitude. Tipo um Brasil B, que vá a altitude, com antecedencia, para minimizar os efitos fisicos da altitude e tbm acostumar com a velocidade da bola. Solução simples, que acho que seria eficiente...

Ronaldinho Gaúcho, fora de forma, na altitude é brincadeira!!

"Há braços"

Vinícius Faustini disse...

Marcos,

concordo com você, tanto neste quanto no comentário que você fez da postagem anterior. Entendo que a altitude seja um problema, mas o Brasil não jogou absolutamente nada NOS 90 MINUTOS. Se tivesse atuado bem pelo menos em meia hora de partida, já era alguma coisa, mas nem isto.

Entendo que o futebol está mais nivelado, antes se classificavam para a Copa do Mundo basicamente Brasil, Argentina, Uruguai e Peru. Mas, sabendo deste nivelamento, custava a Seleção Brasileira se reestruturar? Ah, em relação ao Peru... o Chile fez 3 a 0 neles, em terras peruanas (onde o Brasil empatou e achou um bom resultado).

Ontem eu conversei com um amigo sobre a Seleção escalada pra partida diante do Equador, e ele disse que "é a mesma equipe que ganhou de Portugal e bateu a Itália". Será que estamos diante de um time que só joga bem partidas amistosas?

Eu me recordo que no início do ano de 1998, a Seleção Brasileira disputou um torneio caça-níquel chamado Copa Ouro, no qual teve resultados como um empate em 0 a 0 com a Jamaica e uma derrota por 1 a 0 para os Estados Unidos. Na época, o lateral-esquerda Roberto Carlos disse que a equipe jogou mal lá porque nestes "confrontos com seleções inexpressivas o jogador não tem o mesmo tesão de partidas contra França, Itália...". Quem sabe a Seleção de Dunga também não esteja passando por isto - só esquecendo que estamos em uma época de Eliminatórias da Copa do Mundo.

Abraços,

Vinícius Faustini

Marcos Fontelles de Lima disse...

"antes se classificavam para a Copa do Mundo basicamente Brasil, Argentina, Uruguai e Peru"

Vc queria dizer Colombia, Chile ou Paraguai hahahaha

"sabendo deste nivelamento, custava a Seleção Brasileira se reestruturar?"

Foi nisso que tentei dar uma sugestão... de manter um time para jogar fora das CNTP


"Seleção escalada pra partida diante do Equador..."é a mesma equipe que ganhou de Portugal e bateu a Itália". Será que estamos diante de um time que só joga bem partidas amistosas?"

Na verdade, acho que seria só joga diante de equipes competitivas... Pq realmente isso dá maior vontade, como disse o Roberto Carlos, não o rei, mas o ajeitador de meias. Mas, como disse o Junior capacete, se referindo ao Zico: "Grandes jogadores aproveitavam os times pequenos para fzr o nome".

grande "Há braço"

Marcos