O tempo e o placar... chega hoje ao final de sua temporada de 2010. Este que vos escreve espera que, neste ano, o blogue tenha sido ainda mais abrangente na sua meta de fazer um panorama sobre o futebol brasileiro.
Em 2010, o Brasil foi apresentado ao fascínio do futebol dos novos Meninos da Vila. As jovens revelações do Santos, que, sob o comando de Dorival Júnior, se tornaram sinônimo de gols e de graça, da graça que o país tanto pedia nos gramados. O meia Paulo Henrique Ganso e o atacante Neymar foram dignos do clamor popular às vésperas da Copa do Mundo. Só que eles não foram.
Dunga preferiu manter a "coerência" com sua Seleção Brasileira, e o "comprometimento" que almejou durante quatro anos acabou comprometendo a atuação do Brasil na Copa da África do Sul. Os jogadores aplicados taticamente não resistiram às suas limitações criativas e à dependência extrema do meia Kaká - que chegava ao torneio ainda sob efeito de uma lesão. Nas quartas-de-final, o sonho do sexto título foi derrubado pelos pés da Holanda de Sneidjer. O Brasil voltou para casa, com as críticas ainda mais acentuadas, pois o outrora futebol-arte brasileiro agora estava nos pés da Espanha, vencedora da competição.
Inchados, deficitários, com pouca audiência e insucesso de crítica e público. Os campeonatos estaduais tiveram mais uma vez edições com pouquíssimas emoções. De Norte a Sul, a lógica se sobrepôs a possíveis zebras, e não deu margem para novidades. Os feitos mais marcantes foram o Santo André vendendo caro o título paulista para o Santos, o modesto Santa Helena chegando à final contra o Atlético Goianiense, o surpreendente Comercial conquistando seu primeiro título piauiense, e o Botafogo quebrando a supremacia do Flamengo após três derrotas consecutivas em finais.
2010 foi um ano amargo para os dois atacantes de maior destaque no atual cenário brasileiro. Adriano chegava a esta temporada consagrado por levar o Flamengo ao título brasileiro de 2009, e a dupla com Vágner Love prometia dar muitas alegrias aos flamenguistas. Mas a instabilidade emocional do Imperador, além de indisciplina e problemas extracampo, fizeram com que seu primeiro semestre fosse frustrante. Derrota no Estadual, eliminação na Taça Libertadores da América e partida para a Itália, refugiado no Roma. Ídolo de outra grande torcida, Ronaldo ficou encarregado de ser o personagem mais importante do centenário do Corínthians. Só que o ano de títulos se esvaiu em insucessos no Paulistão, na Libertadores e num Campeonato Brasileiro decepcionante - restou a piada do "sem ter nada".
A Libertadores teve desfecho feliz apenas para o Internacional, que se revelou o melhor elenco do segundo semestre. Um time bem armado, encaixado, copeiro, digno de ser o melhor da América do Sul. Mas que se mostrou falível no momento em que todos esperavam sua vitória - o sonho da segunda conquista do Mundial de Clubes caiu diante do Mazembe, representante africano no torneio de Abu Dhabi. Aos guerreiros colorados, restou vencer o Seongnam para conquistar o terceiro lugar.
Porque guerreiros, de fato, se revelaram mesmo no Brasileirão deste ano. Os mesmos guerreiros que conseguiram uma arrancada milagrosa ao final do Campeonato Brasileiro de 2009 encontraram seu caminho para o título. Sob o comando de Muricy Ramalho, o Fluminense não teve só um emaranhado de bons jogadores. O tricolor conseguiu um time, time de qualidade digna para fazer jus ao "tantas vezes campeão" que está presente em seu hino, feito por Lamartine Babo. Após um início de ano desanimador, as três cores pintaram a melhor equipe do Brasileirão no ano.
296 postagens depois,
O tempo e o placar... se despede de 2010, na expectativa de que tenha sido um bom espaço para reflexões, debates e centro de opiniões sobre toda bola que rola nas quatro linhas do futebol brasileiro. E que em 2011 tenhamos outros grandes jogadores, grandes treinadores, grandes clubes e muitas histórias para contar.
MUITO OBRIGADO POR SUA AUDIÊNCIA E ATÉ A PRÓXIMA!*****
O tempo e o placar... inicia suas postagens de 2011 no dia 10 de janeiro.
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