quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Regalias centenárias



Neste primeiro de setembro de 2010, o Sport Club Corínthians Paulista completa 100 anos de sua fundação. Um centenário que coleciona títulos, grandes momentos do futebol e uma numerosa multidão de torcedores espalhados pelo país. Mas os festejos dos 100 anos trouxeram alguns presentes atípicos no Brasil.

A Confederação Brasileira de Futebol deu folga aos corintianos na rodada do Campeonato Brasileiro, transferindo o jogo de hoje (com o Vasco em São Januário), para o dia 13 de outubro. Uma atitude contraditória. O Corínthians se popularizou por seus feitos no futebol,. Logo, seria emocionante ver a equipe entrando em campo e disputando mais uma partida.

Outro argumento apontou para o fato da partida de hoje não ser realizada em São Paulo, fato que poderia comprometer a segurança do estádio de São Januário. Fatalmente, muitos corintianos iriam ao jogo e, como teriam direito a, no máximo, cerca de 2 mil ingressos, os que ficariam de fora poderiam cometer atos de violência. Dor de cabeça que poderia ter sido resolvida com facilidade, marcando previamente na tabela para primeiro de setembro um confronto no qual o Corínthians fosse mandante.

Mas as regalias não ficaram restritas à rodada do Campeonato Brasileiro. Nesta semana, a Confederação Brasileira de Futebol anunciou que o estádio que sediará as partidas da cidade de São Paulo na Copa do Mundo de 2014 será o Fielzão (de propriedade do Corínthians). Seria um alívio confirmar de uma vez por todas a presença da capital paulista no maior evento do futebol mundial - ainda mais sendo o palco da abertura da competição.

Só é estranho que tenham escolhido um estádio que ainda está no papel, e que - pasmem! - teve seu projeto aprovado mesmo sem a análise da CBF. A artimanha de Ricardo Teixeira tem algumas faces. O veto ao Morumbi parecia ser uma represália ao São Paulo, pois seu presidente votou contra o candidato de Teixeira na eleição do Clube dos 13. Mas a suspeita agora ganhou indícios bem mais fortes: a opção pela propriedade de um arquirrival são-paulino e, principalmente, o fato do presidente do Corínthians, Andrés Sanchez, ser aliado do manda-chuva da CBF, a ponto de viajar com a delegação de cartolas do Brasil na Copa de 2010.

Salve o Corínthians, sem dúvida um clube grande, altaneiro, como dizem as palavras do hino escrito por Lauro D'Ávila. As glórias de seus 100 anos merecem ser relembradas por todos os seus torcedores, e evidenciadas na história futebolísitca. No entanto, as regalias deste aniversário são caras demais, numa disparidade bem grande em relação aos presentes entregues aos demais clubes. E o pior é que quem paga por isto é o futebol brasileiro.

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