terça-feira, 28 de setembro de 2010

Transição de gerações?



A atual classificação do Campeonato Brasileiro de 2010 mostra que o futebol brasileiro vem revendo seus conceitos. À exceção de Muricy Ramalho (treinador com vasto currículo de títulos, que está comandando o Fluminense, líder da competição), os comandantes dos clubes de ponta do Brasileirão são nomes que por muito tempo tiveram sua qualidade questionada por torcedores e críticos esportivos.



O estigma do cruzeirense Cuca, que mesmo com toda qualidade que seus times apresentavam, via suas equipes ficarem no "quase" título. A fama de retranqueiro com a qual o botafoguense Joel Santana e o colorado Celso Roth conviveram em todas as equipes que comandaram. E o atual técnico do Corínthians, Adilson Batista, que depois de três anos e meio sem um título de expressão no Cruzeiro, parece ter encontrado um bom padrão de jogo para a equipe corintiana na competição. Todos estes nomes vêm respondendo rótulos sobre seus respectivos trabalhos, apresentando agora equipes envolventes, fortes, dignas da briga pelo título do Campeonato Brasileiro.



Enquanto isto, antigos treinadores de destaque nacional não vêm conseguindo resultados expressivos em seus trabalhos, e alguns deles agora padecem no mercado de trabalho. O mais recente é Vanderlei Luxemburgo, demitido do Atlético Mineiro após o promissor esquadrão atleticano amargar a zona de rebaixamento no Brasileirão. Ao lado dele, técnicos como Emerson Leão, Carlos Alberto Parreira, Nelsinho Baptista e Antônio Lopes atualmente estão sem clube, e muitos deles sofrem com o empecilho de serem considerados caros ou serem associados apenas a equipes formadas por estrelas.

Estes treinadores ficaram ultrapassados? Ou Adilson Batista, Cuca, Joel Santana e Celso Roth são meros personagens de um Campeonato Brasileiro completamente atípico? Num período em que o Brasil grita por "renovação" em sua Seleção Brasileira, a ascensão destes nomes faz parte de um contexto promissor?

Resta aos desempregados aproveitarem seu tempo para pensar em novas formas táticas para conseguirem desempenhos melhores em seus próximos clubes. Caso contrário, todos eles ficarão relegados às memórias de representantes de uma geração que não sobreviveu a um período que, supostamente, pede valorização do futebol "bem jogado".

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