domingo, 12 de setembro de 2010

Hora de desengessar



Análise de jogo: Flamengo 2 x 2 Vitória da Bahia (18h30, Estádio Raulino de Oliveira)

O empate com o Vitória da Bahia teve alguns resultados de alívio para o Flamengo. O rubro-negro voltou a fazer gol com a bola rolando (o que não acontecia desde 21 de julho, no empate em 1 a 1 com o Avaí no Maracanã) e voltou a balançar a rede mais de uma vez, algo que não acontecia desde 23 de maio, na vitória por 3 a 1 sobre o Grêmio Prudente, no Maracanã, em jogo válido pela terceira rodada. Alem disto, a equipe conseguiu buscar o empate depois de, por duas vezes, ficar em desvantagem no placar, com dois gols de Kleberson, jogador ultimamente associado à sonolência em campo e que chegou a virar moeda de troca numa negociação sem sucesso para contratar Gilberto Silva. Só que o placar de 2 a 2 ainda revela uma série de vícios capazes de deixar o time engessado, não trazendo novidades maiores do que estar em uma nova casa - o Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.

Os cerca de quatro mil pagantes que estiveram no Estádio da Cidadania viram que o problema que impede o time de ter uma campanha melhor no Campeonato Brasileiro é de uma dimensão bem maior do que a presença de Val Baiano entre os titulares. Poupado pela mídia em meio às atuações sofríveis do rubro-negro, Petkovic deixou claro em Volta Redonda que, atualmente, não pode contribuir muito para a equipe quando começa como titular. Nas vezes em que apareceu na partida, o camisa 10 apenas se arrastava em campo, e nem mesmo qualidade seus poucos passes tiveram durante toda a primeira etapa. Mesmo assim, o técnico Silas insistiu na presença dele até os 23 minutos do segundo tempo.

O Flamengo sentiu a falta de uma participação mais incisiva de Pet durante toda a primeira etapa. O volume de jogo da equipe era bem superior ao dos baianos, que permaneciam recuados à espera de uma boa jogada de ataque iniciada por Ramón ou Elkeson. O time carioca entrara em campo com o esquema 3-5-2 que usara nos jogos anteriores, mas os desfalques de Léo Moura e Williams (ambos suspensos) tornavam as coisas mais complicadas. Everton Silva não tinha bom rendimento jogando como ala na direita, e a opção por Toró no meio-de-campo obrigava Correa, fora de forma, a se arriscar no ataque. Nas poucas vezes em que ficavam próximos ao gol de Viáfara, Val Baiano e Deivid cometeram erros bisonhos. Aos poucos, o Vitória foi se acertando, e por duas vezes, com Ramón e Júnior, só não abriu o placar ainda no primeiro tempo devido a defesas de Marcelo Lomba. O estádio era novo, mas o final dos primeiros 45 minutos era um velho conhecido dos jogadores flamenguistas: ausência de gols e torcida vaiando.

Na volta para o segundo tempo, Silas abandonou sua insistência em escalar um trio de zaga, tirando Ronaldo Angelim e colocando o meia Kleberson. Ao som dos gritos de "burro", o treinador viu o Flamengo sofrer uma pressão inicial, e, mais uma vez, uma defesa de Marcelo Lomba num chute de Júnior. Mas o Vitória aos poucos foi se entregando à apatia típica de seu momento no Campeonato Brasileiro - e que causou a demissão de Toninho Cecílio, agora substituído interinamente por Ricardo Silva.

Num novo lampejo de coragem, Silas decidiu tirar Petkovic de campo. Sob a raiva do sérvio, entrou em campo Rafael Galhardo. Dois minutos depois da substituição, o técnico parecia ter seu cargo definitivamente ameaçado. Ramón cobrou falta, a bola passou pela zaga até Júnior desviar, de cabeça, para o fundo da rede de Marcelo Lomba. 1 a 0 Vitória, aos 25 minutos.

Na ânsia de amenizar um resultado pior, três minutos depois o atacante Diego Maurício entrou no lugar do ala Everton Silva. E dos pés do reserva vieram uma jogada individual, na qual ele passou por vários defensores e tocou para Kleberson empatar. 1 a 1, aos 33 minutos. O Flamengo ganhou ânimo para se lançar ao ataque, mas teve um novo erro fatal na defesa. Bida lançou Schwenck e, da direita, o reserva que entrara no lugar de Elkeson, chutou rasteiro para a rede. 2 a 1 Vitória, aos 38. No minuto seguinte, outro jogador que começou na reserva mudou a história da partida no Estádio Raulino de Oliveira. Rafael Galhardo avançou na direita, mas caiu na área. A bola sobrou para Val Baiano, que chutou na trave sua melhor oportunidade no jogo. Na volta, Kleberson, com o gol vazio, fez seu segundo gol da noite. 2 a 2.

Aos 45 minutos, Kleberson por pouco não marcou seu terceiro, em chute que parou no travessão. Finalização que serve como símbolo para o atual momento do Flamengo. O panorama da equipe soou melhor depois que Luiz Flávio de Oliveira encerrou a partida e decretou o empate em 2 a 2. Mas o rubro-negro ainda continua a apresentar alguns problemas que fazem as vitórias pararem na trave. Só quando Silas impedir que o time carioca fique engessado em ranços que vêm desde o início de 2010, e os jogadores perceberem que a atual situação exige uma nova postura (o décimo-sexto lugar, com apenas 23 pontos, a poucos pontos da zona de rebaixamento), é que o gesso vai ser tirado do futebol da Gávea finalmente.

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FLAMENGO 2 x 2 VITÓRIA

Local: Estádio Raulino de Oliveira (Volta Redonda / RJ)

Renda: R$ 92.420,00 / Público: 3.895 pagantes.

Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP). Auxiliares: Ednilson Corona (Fifa-SP) e João Nobre Chaves (SP).

Gols: Junior, aos 25, Kleberson, aos 33, Schwenck, aos 38, e Kleberson, aos 39 minutos do segundo tempo.


Cartões amarelos: Val Baiano (Flamengo), Léo e Vanderson (Vitória).

FLAMENGO - Marcelo Lomba; David, Jean e Ronaldo Angelim (Kleberson, intervalo); Everton Silva (Diego Maurício 28'/2ºT), Correa, Toró, Petkovic (Rafael Galhardo 23'/2ºT) e Juan; Val Baiano e Deivid.
Técnico: Silas

VITÓRIA
- Viáfara, Léo, Wallace, Reniê e Eduardo; Vanderson, Ricardo Conceição, Bida e Ramón (Renato 45'/2ºT); Elkeson (Schwenk 25'/2ºT) e Júnior. Técnico: Ricardo Silva.

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O tempo e o placar... apresenta o que houve de melhor e de pior na rodada do Campeonato Brasileiro de 2010.

O CHUTAÇO


Enquanto Fluminense e Corínthians vão patinando a cada partida, o BOTAFOGO aos poucos vai chegando, com um futebol a cada rodada mais convincente. O time alvinegro ajeitou todos os seus setores, e seu ataque tem as luxuosas presenças de Edno e Loco Abreu, autores dos gols da vitória sobre o São Paulo no Engenhão.

A FURADA

Foi simplesmente lamentável o atrito que ocorreu ao final da partida entre Ceará e Santos, no Castelão. Uma derrota não justifica que NEYMAR vá tirar satisfação com o zagueiro João Marcos, do Ceará, e nenhuma chance de briga pode ser pretexto para que A POLÍCIA CEARENSE desfira um golpe de cassetete no jogador Marquinhos.

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RESULTADOS

Sábado

18h30

Flamengo 2 x 2 Vitória da Bahia (Raulino de Oliveira)
Corínthians 0 x 1 Grêmio (Pacaembu)
Atlético Goianiense 2 x 1 Fluminense (Serra Dourada)

Domingo


16h

Palmeiras 0 x 0 Vasco (Pacaembu)
Avaí 1 x 2 Cruzeiro (Ressacada)
Atlético Mineiro 1 x 0 Grêmio Prudente (Arena do Jacaré)
Botafogo 2 x 0 São Paulo (Engenhão)

18h30

Internacional 0 x 0 Goiás (Beira-Rio)
Guarani 1 x 0 Atlético Paranaense (Brinco de Ouro da Princesa)
Ceará 2 x 1 Santos (Castelão)

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