segunda-feira, 22 de março de 2010

Oferecidos da semana



Os Campeonatos Estaduais ainda estão em curso, mas algumas pessoas do mercado futebolístico já estão usando um artifício duvidoso para conseguirem mais destaque na temporada brasileira. O primeiro exemplo de profissional que está aberto a propostas vem do banco de reservas.

Considerado um dos melhores treinadores do país (fama que ficou ainda maior depois do tricampeonato consecutivo com o São Paulo em 2006, 2007 e 2008), Muricy Ramalho afirmou na última semana que gostaria muito de treinar o Flamengo. A declaração parece até ter clima de revanche com o rubro-negro da Gávea. No ano passado, enquanto ele estava em crise sob o comando do São Paulo, o então flamenguista Cuca supostamente teria ligado para a diretoria são-paulina e se oferecido para dirigir a equipe.

Muricy acabou demitido do São Paulo e Cuca foi demitido do Flamengo. Mas ambos não ficaram sem destino: o ex-são-paulino foi para o Palmeiras e o ex-flamenguista dirigiu o Fluminense no resto do ano de 2009. Curiosamente, ambos trocaram de camisa mas permaneceram no mesmo estado.

O técnico Muricy Ramalho sente agora o ônus de um dia ter sido elevado a melhor técnico do Brasil. Após o São Paulo jogar por três anos e meio com o mesmo esquema tático, o futebol pensado pelo técnico ficou previsível, e ele caiu no mesmo erro quando comandou o Palmeiras entre meados de 2009 e o início de 2010.

Além da falta de novidades de dentro de campo, a mesmice de Muricy Ramalho ficou para cada pós-jogo. Na maioria de suas declarações, Muricy demonstra impaciência e mau humor com as perguntas dos jornalistas, e isto causa antipatia também aos torcedores (adversários e do próprio clube).



Dentro das quatro linhas, um jogador seguiu o "exemplo" de Muricy Ramalho e se colocou no mercado da bola. Atualmente no Goiás, o atacante Fernandão declarou que uma oferta para voltar ao Internacional mexeria muito com ele - em especial porque sua saída, brigado com a diretoria, teria ficado somente como coisa do passado.

Mas a vontade do atacante em retornar ao time colorado parece ser bem maior do que voltar aos bons tempos, quando foi campeão da Taça Libertadores da América e venceu o Mundial de Clubes há três anos. O momento mal-sucedido no clube goiano contribui para esta vontade de retornar ao Rio Grande do Sul, ainda mais porque o Inter está disputando uma competição internacional este ano.

Fernandão chegou ao Goiás para ser o grande reforço para o Campeonato Brasileiro. Mas depois que ele estreou com a camisa verde, o time goiano (que vinha fazendo uma boa campanha no Brasileirão) caiu vertiginosamente e beirou a zona de rebaixamento.

O motivo mais plausível para isto foi a tendência dos jogadores a centralizarem as jogadas no atacante e ele, sempre bem marcado, não conseguir se desvencilhar para ficar na cara do gol. No Internacional, tendo companhia de outras estrelas no ataque, certamente ele poderia voltar a brilhar.

Muricy Ramalho e Fernandão comprovam que a ânsia por estar bem no mercado do futebol brasileiro não é restrita aos empresários de atletas. Resta saber se as vontades declaradas funcionam aos olhos dos clubes nacionais, e se vale a pena investir em qualquer um dos dois.

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BOLA PRO MATO

Sem o Maracanã, Botafogo e Flamengo se enfrentaram ontem no Engenhão (no que não deixa de ser uma prévia para os clássicos dos próximos anos no Rio de Janeiro, em virtude do fechamento do Maraca para obras). O público foi de cerca de seis mil pagantes e de nove mil presentes. Até quando a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e o governo fluminense não vão tomar providências maiores do que o estádio ser perto de uma linha de trem para que moradores de todos os bairros possam ir com facilidade até lá?

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