quinta-feira, 25 de março de 2010
Antes cedo do que nunca
Melancólico, mas inevitável. Adjetivos aparentemente contraditórios se tornaram sinônimos em São Januário na noite de quarta-feira, quando uma derrota por 3 a 2 diante do Americano tornou as coisas insustentáveis para o Vasco e, em especial, para o técnico Vágner Mancini. Após o fim dos 90 minutos, o time continua em terceiro lugar no Grupo B, a dois pontos do América e a quatro pontos do Botafogo.
A semana conturbada do Vasco evidenciou a falta de compasso entre o clube dirigido por Roberto Dinamite e a equipe treinada por Mancini. O primeiro disse que futebol é resultado, enquanto o segundo declarou que futebol é planejamento. Mas como planejar alguma coisa durante um Campeonato Estadual? As vitórias não são parâmetro para dizer que o time está tinindo em campo, mas as derrotas são cruciais para saber que o futebol apresentado é muito aquém do planejado para conquistas de títulos ou de vaga na Taça Libertadores da América.
Em menos de uma semana, o "novo Vasco" planejado para 2010 conseguiu dois "feitos" negativos no Campeonato Estadual. Com a derrota de sábado, voltou a sair de campo com uma derrota para o Olaria, coisa que não acontecia em estaduais desde 1971. Ao perder para o Americano em São Januário, levou os vascaínos a repetirem o "feito" de duas derrotas consecutivas para os "nanicos" do estado do Rio de Janeiro - a última vez acontecera em 2002, quando foi goleado pelo Bangu por 4 a 1 e perdeu por 4 a 3 para o Americano, ambos em São Januário.
No entanto, naquele ano o Estadual foi esvaziado até por Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco. Devido a um desacordo entre a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e a TV Globo, os grandes do Rio (que disputavam a Liga Rio-São Paulo na mesma época em que o torneio estadual) colocaram equipes reservas em boa parte da competição, e os jogos nem tinham transmissão da televisão. A competição chegou a ganhar o apelido de "Caixão" - em alusão ao apelido do então presidente Eduardo Viana, o "Caixa D'Água".
Pode-se dizer que a demissão de Vágner Mancini foi a saída mais fácil para a diretoria vascaína, e que seria mais justo fazer uma "barca" para levar alguns reforços que não demonstraram vontade nem qualidade neste Campeonato Estadual. Mas o que esperar de um time que caminhava para ter uma boa formação e depois de um turno se viu mudado a cada partida, atuando com vários esquemas diferentes, a ponto de torcedores não saberem escalar o próprio Vasco?
Na verdade, esta esperada (em ambos os sentidos) demissão foi benéfica somente para Vágner Mancini. Ele não é mais alvo o da ira da torcida vascaína e das críticas da imprensa. O mal agora é jogado para a torcida, que além de não saber escalar seu próprio time, precisa que a vontade e o emocional de uma equipe combalida entrem em campo, para dar alguma alegria neste ano de retorno do Vasco à Primeira Divisão do futebol nacional. Antes que as decepções do Campeonato Estadual venham em larga escala no Campeonato Brasileiro.
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