quarta-feira, 17 de março de 2010

Fechado para balanço



No mesmo período em que o Rio de Janeiro perdeu milhões por causa do veto do governo aos royalties do pré-sal, os cariocas perderam por três rodadas a permissão de assistir aos jogos no Maracanã. O motivo foi a denúncia de que das 105 catracas que permitem a entrada da torcida no estádio apenas 15 estavam funcionando na partida entre Flamengo e Vasco, realizada no último domingo.

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro optou por cancelar as partidas que seriam realizadas lá, esvaziando ainda mais o combalido Campeonato Carioca. No fim de semana, Olaria e Vasco (ambos times da capital fluminense) terão de se deslocar até Volta Redonda para jogarem no Estádio Raulino de Oliveira, enquanto Botafogo e Flamengo farão o clássico no Engenhão.

Os problemas de gerência, ocorridos em especial por causa da BWA (empresa de ingressos de todos os times grandes), ganharam outro motivo para fechamento do Maracanã. Parte do reboco do estádio caiu no setor amarelo A, ocupado no domingo pela torcida rubro-negra. Provas explícitas de que o futuro palco da final da Copa do Mundo de 2014 ainda tem muito o que melhorar em sua infraestrutura.

Mas, além destes problemas anunciados na imprensa esportiva, há outros com os quais os torcedores têm de conviver a cada partida: o preço alto dos alimentos e a falta deles após determinada etapa do jogo, o descaso com as instalações do estádio e, nas cadeiras, o desrespeito à regra que diz que as pessoas devem permanecer sentadas.

Do lado de fora, a "rampa da UERJ" não tem escoamento, o que obriga torcedores a passarem pela água suja ou pularem as cercas da rampa. O policiamento ainda falho que permite que torcidas de ambos os times (e as facções criminosas disfarçadas de torcidas organizadas) se encontrem para brigar nos arredores do estádio e também em estações de metrô.

Aproveitando o pretexto dos problemas de ingressos, a SUDERJ deveria rever alguns conceitos e padrões atuais do estádio do Maracanã. Caso contrário, será um argumento a mais para que a Copa do Mundo de 2014 saia do território brasileiro.

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