sexta-feira, 19 de março de 2010

Galhos do Arruda



O Santa Cruz segue a sina de um time mergulhado em crises financeira e, em especial, de identidade. Outrora uma das equipes mais temidas quando os adversários iam enfrentá-lo no Arruda, o "cobra-coral" hoje não é nem caricatura do que foi há alguns anos.

Não bastava estar se arrastando para chegar entre os quatro primeiros do Campeonato Pernambucano (o time está a três pontos do quinto colocado, o Porto). A equipe na quarta-feira mostrou mais uma característica de equipes que se apequenaram.

Na partida de ida da segunda fase da Copa do Brasil, o Santa Cruz massacrou o Botafogo desde o início e teve uma sucessão de chances desperdiçadas. A elevação de Brazão ao posto de melhor jogador comprova bem a fase do time pernambucano: apostar num jogador raçudo mas que com a bola nos pés não tem tantas qualidades. Pouco, muito pouco para a grande torcida de um dos times mais tradicionais de Pernambuco e do Nordeste.

Foi comovente ver 32 mil torcedores na arquibancada do Arruda em plena quarta-feira, num jogo em que, teoricamente, a equipe não era favorita (afinal, além de o adversário estar na Série A, é um dos times de tradição do Rio de Janeiro). Tamanha paixão deveria merecer um pouco mais do que estar na quarta divisão do futebol nacional.

Mas a realidade continua triste para o Santa Cruz, mostrando que os galhos do Arruda estão cada vez mais difíceis de ser quebrados. E depois de uma bela partida diante do Botafogo, onde teve muitas oportunidades de gol e assistiu a muitas defesas do goleiro Jefferson - dentre elas, num pênalti cobrado por Élvis - o Santa abriu espaço para que os botafoguenses vencessem por 1 a 0, gol marcado por Herrera. Resta ao Santa Cruz tentar dias melhores, para que mude a sensação que sua numerosa torcida teve ao final da partida de quarta: jogou como nunca e perdeu como sempre.

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