A expectativa de estar na final do Campeonato Carioca se tornou frustração com a perda da Taça Guanabara, e o insucesso causou muitos males ao time vascaíno. Outrora acolhido pela torcida, outrora considerado a sensação do Rio de Janeiro, o Vasco virou motivo de descrédito dos torcedores que tanto o acolheram. E esta falta de credibilidade deu chance a um espetáculo lamentável na partida de quinta-feira, contra o Sousa da Paraíba.
Muitos argumentam que a razão disto é uma nova derrota em final de campeonato (o "estigma" de vice que começou a ser construído no ano de 1999 e passou por 2000, 2001, 2004 e 2006). Uma injustiça, afinal, o time que foi derrotado pelos botafoguenses no domingo não tem nenhum remanescente dos anos anteriores. A história é outra, e está aí pra ser reescrita.
Gritos como "a paciência acabou" e o esdrúxulo "é mais um ano sem gritar é campeão" em pleno fevereiro só fazem a equipe ficar ainda mais nervosa e apresentar partidas ridículas, como foi o jogo diante dos paraibanos do Sousa (digno mesmo de um empate sem gols e de um público de 593 pagantes). Por mais que haja uma série de insucessos em decisões, analisando friamente, o jogo contra o Botafogo foi uma decisão de turno. Há pela frente o segundo turno - no qual o Vasco estreia amanhã, contra o Volta Redonda, em São Januário - e a chance de fazer a finalíssima.
Os torcedores também estão cometendo uma injustiça com o atacante Dodô. O esquema anterior do Vasco não favorecia o jogador, que ficava isolado entre os zagueiros, enquanto seu companheiro de ataque Philippe Coutinho, ciscava feito um doido em torno da grande área, preferindo sempre as firulas a dar passes decisivos. Talvez a entrada de Élton ou de Rafael Coelho como seu parceiro de ataque seja mais benéfico para a equipe - e para o camisa 10 do Vasco, que em seu "histórico" tende a ficar deprimido com vaias da torcida. Ainda mais com ele aos 35 anos, voltando depois de dois anos afastado por doping.
Sim, o técnico Vágner Mancini precisa fazer algumas mudanças no time. Alguns jogadores estão rendendo abaixo do esperado também. Agora, daí a chamar de "burro" o treinador e ficar por 90 minutos cantando músicas contrárias a alguns jogadores parece um exagero para o time que sofreu sua primeira derrota no ano.
O Campeonato Estadual não é parâmetro e o time do Vasco ainda está se ajustando para 2010. A torcida não vai ajudar muito se continuar a virar suas costas para o campo. Ou os vascaínos ficarão marcados como torcedores que só aparecem quando a equipe ganha - feito algumas torcidas espalhadas pelo país.
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